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"Cada ação, para ficarmos no uso das tecnologias de comunicação e informação, por mais simples que seja, associa múltiplos atores em uma circulação de mediações e delegações atravessando espaços e contextos: engenheiros, criadores, produtores de informação, empresas, distribuidores, usuários, leis, software e bancos de dados, servidores, redes... Compreender a cultura digital é entender a[s] relações entre esses diversos atores e suas formas de relação através de boas descrições e análises de seus rastros." (p.24)
"A TAR é interessante, pois ela busca identificar justamente as associações entre atores, vistos como mediadores ou intermediários, destacando as redes que se formam com a circulação da ação entre eles, entendendo as estabilizações, ou caixas-pretas que daí se formam como algo momentâneo." (p.24-25)
"Passamos por um momento bem interessante no país no qual a TAR desperta interesse crescente. Isso pode ser comprovado no número cada vez maior de citações nos principais encontros da área de comunicação (...)
O Brasil é um dos países que mais utilizam esses dispositivos, mesmo tendo que enfrentar enormes desafios de infraestrutura, desigualdade social e problemas na democratização do acesso aos novos meios de comunicação" (p.26)
"O objetivo deste livro é suprir uma lacuna como um trabalho de introdução à TAR no campo da comunicação no Brasil, podendo, desta forma, servir de base para futuros trabalhos. (.p.27)
"Os capítulos são oferecidos ao leitor com o intuito de estimular o pensamento e o uso dessa sociologia das associações em fenômenos da cibercultura. Assim, ele deve ser visto como um livro introdutório à teoria a partir do qual outros pesquisadores podem tirar proveito das discussões aqui feitas e tentar aplicá-las às suas áreas de interesse." (p.27)
"O objetivo aqui é bem mais modesto: um exercício de pensar a TAR aplicada a fenômenos de teorias da comunicação, particularmente em sua interface com a cultura digital contemporânea." (p.30)
1. TEORIA ATOR-REDE (TAR)
Sociologia da mobilidade
Sociologia das associações e da tradução
Coloca em questão a noção de social e de sociedade, de ator e de rede.
"Vou, em um primeiro momento, situar as origens dessa teoria, explicar os seus principais conceitos, sustentar a tese da mobilidade e apontar para as contribuições da TAR no campo da comunicação sugerindo sete contribuições para a teoria do jornalismo. No final do capítulo, apresento o que podemos chamar de perspectiva Pós-TAR, proposta por Bruno Latour (2012a)" (p.33)
Divisão do capítulo:
Origens
Conceitos e pressupostos teóricos
Sociologia da mobilidade
Do paradigma ao cosmograma
Contribuições gerais
Pós-TAR, ou como os modos de existência ampliam as redes
ORIGENS
A TAR nasce no âmbito dos Estudos de Ciência e Tecnologia sendo estabelecida nos anos 1980 por Bruno Latour, Michel Callon, Madeleine Akrich, John Law, Wiebe Bijker, entre outros.
A TAR surge contra a visão estrutural e funcionalista que trazem as concepções essencialistas da ciência.
Ou seja, a TAR "se constrói no próprio desenvolvimento das ciências e das técnicas." (p.35)
Rede é conceito-chave para compreender o movimento.
"Rede é o movimento da associação, do social em formação. (...) Rede não é conexão, mas composição. (p.35)"
"Mais do que explicar os fenômenos tendo como causa a sociedade ou o social, o social será aquilo que emerge das associações, das redes.
Portanto, a TAR vai se opor à visão de que os fenômenos técnicos e científicos podem ter uma 'explicação social' (...)" (p.36)
ONTOLOGIA PLANA - rompe com a separação sujeito/objeto, natureza/cultura, ciência/sociedade
Latour: Crítica à sociologia do social
Evitar explicações sociais às relações e seguir o social nas associações que se fazem em determinado momento e lugar.
CONCEITOS E PRESSUPOSTOS TEÓRICOS
REDE
CONTROVÉRSIA
CAIXA-PRETA
ESSÊNCIA
PREPOSIÇÃO
ESPAÇO-TEMPO
ACTANTE
Humanos ou não-humanos que realizam uma ação.
Rede de mediadores em uma dada situação.
"Cada actante é sempre resultado de outras mediações e cada nova associação age também como um actante" (p.44)
"a ação nunca é propriedade de um actante mas de uma rede" (p.45)
INTERMEDIÁRIOS
"não media, não produz diferença, apenas transporta sem modificar" (p.46)
"como não há essência, um pode virar o outro, a depender de como se constitui a rede, as associações" (p.47)
Ao romper com a estabilidade, um intermediário pode voltar a ser actante, afinal, actantes e intermediários são sempre 'eventos'.
TRADUÇÃO
OU
MEDIAÇÃO
"Tradução, ou mediação,é um conceito que remete para comunicação e transformações dos actantes, bem como para a constituição de redes." (p.48)
ação principal
relações que implicam transformação
INSCRIÇÃO
Forma de mediação "no qual a associação se define a partir de scripts [...] fazendo com que a ação seja sempre fruto de hibridismo e de produção de resultados [...] Toda produção de verdade é uma inscrição de alguma forma, produção de um rastro." (p.50)
"A inscrição é de fato a produção de ficção, a produção de fatos científicos [...] em diversos dispositivos de leitura e de escrita." (p.51)
PRINCÍPIO DA SIMETRIA OU ONTOLOGIA PLANA
"É o pressuposto de que se deve dar a mesma importância a sujeitos e objetos" tornando-os "quase-sujeitos" e "quase-objetos" (p.52)
"Assim, actantes humanos e não-humanos estão no mesmo plano." (p.52)
REDE
Espaço-tempo, "conceito-chave que remete às formas de associações entre os actantes e intermediários definindo a relação [...] entre eles. A rede é o próprio movimento associativo que forma o social." (p.53)
Redes sociais diferente de redes sociotécnicas.
"E a sociedade (se é que ela existe) é rede se fazendo e desfazendo a todo momento." (p.54)
na física relativística, evento é o próprio espaço-tempo, ou seja, a 4º dimensão que considera a velocidade que o observador se move no tempo (evantos separados no tempo de apenas 1 segundo estão a 300.000 km de distância)
ver também o conceito de rede que é o próprio espaço-tempo, segundo André Lemos.
na física relativística, evento é o próprio espaço-tempo, ou seja, a 4º dimensão que considera a velocidade que o observador se move no tempo (evantos separados no tempo de apenas 1 segundo estão a 300.000 km de distância)
ver também o conceito de intermediário já que para André Lemos actantes e intemediários são os próprios "eventos"
Controvérsia
"É o lugar e o tempo da observação, onde se elaboram as associações e o 'social' aparece antes de se congelar ou se estabilizar em caixas-pretas [...] Olhar as controvésias é olhar as redes em formação na disputa pela estabilização. Quando elas cessam, surgem as caixas-pretas." (p.55)
Caixa-preta
"É a estabilização [...] e a resolução de um problema. Após a resolução da controvérsia, tudo se estabiliza, passa para um fundo e desaparece, até o momento em que novos problemas apareçam e a rede se torne mais uma vez visível." (p.55)
poderia dizer que é o senso comum?
Essência
"não há essência e que temos que ver caso a caso" (p.57)
"Pela essência perdemos justamente a rede, as associações, em prol de uma explicação mágica e generalista." (p.58)
PREPOSIÇÃO
"uma forma de interpretação de terrenos específicos (o direito, a religião, a política, a reprodução...)" (p.58)
CONCEITOS E PRESSUPOSTOS TEÓRICOS
ESPAÇO-TEMPO
"Espaço é o que se produz da mediação entre objetos (podendo ser humanos ou não-humanos).
Ele é o movimento da mediação.
Espaço é uma associação de coisas e lugares. [...]
O tempo nada mais é do que aquilo que é produzido pela relação entre as coisas, pela sua dinâmica de constituição. [...]
é simultaneidade [...]
Espaço e tempo são consequências das associações." (p.58-59)
Para Serres, "
qualquer acontecimento histórico é, desse modo, multitemporal, remete para o passado, o contemporâneo e o futuro
simultaneamente
" (p.59)
SOCIOLOGIA DA MOBILIDADE
A TAR é uma sociologia da mobilidade. "não da mobilidade de coisas (transporte) ou da informação (comunicação), mas a mobilidade das associações que compõe os seres, as coisas, os humanos, os não-humanos, o social." (p.60)
DO PARADIGMA AO COSMOGRAMA
"a TAR pode ajudar a superar disputas improdutivas, propor novas leituras dos fenômenos ancoradas na experiência empírica sem alimentar novas fantasias de purificação ou de hegemonia no campo." (p.67)
Contra a pureza dos fatos
"a purificação dos fatos não é a melhor abordagem nem para o trabalho, nem para a pesquisa em comunicação. [...]
acarreta separação dos campos de estudo [...] " (p.71)
As redes atravessam fronteiras
"não se trata aqui de trocar o estudo dos meios pelo estudo das mediações, tal como propõe Martin-Barbero (1977) com seu mapa das mediações, instaurando análises que separam contexto social e cultural, receptor e texto midiático. [...] Não se trata de trocar um campo pelo outro, mas de atravessar livremente a tal fronteira imaginária reconectando os meios na sua materialidade, as mensagens na sua expressividade, os processos sociais que com estas interagem, sem esvaziá-los dos agentes não-humanos que fazem funcionar a recepção." (p.79)
Mediação é sempre deslocamento e transformação
O intermediário "transporta mas não muda nada", já o "mediador, ao contrário, é aquele que modifica e é modificado no curso de sua 'comunicação' [...] O resultado da interação só se completa com o concurso da sua ação onde ele e outros se transformam até a estabilização (na maioria das vezes provisória) da rede. [...]Actante é quem 'in-forma', cria e faz circular diferenças [...] Ser mediador ou intermediário não são características essenciais dos elementos das redes, mas papéis assumidos na associação." (p. 79-80)
A credibilidade é estabilização temporária da composição
Do paradigma ao cosmograma
Identificar e abrir caixas-pretas
7 contribuições da teoria
Jamais abandonar o empírico em favor de estruturas
CONTRIBUIÇÕES GERAIS
Ao descrever, encontra-se "os principais mediadores (actantes), os intermediários (que transportam mas não mudam nada), as ideologias, as forças, os poderes, as razões, as estruturas e as agências circulando." (p.91)
"As redes de atores e os atores-redes, como evento em circulação, são movimentos." (p.91)
"E na sociologia do social são os actantes não-humanos os que estão faltando no balanço de massa da sua teoria." (p.92)
"A TAR propõe que:
1 - Humanos e não-humanos estão em uma mesma posição;
2 - Não há essência e tudo se define na associação;
[...]
4 - Se não há ação (mediação, tradução ou delegação), não há nada;
5 - Tudo tende a se estabilizar em caixas-pretas, que são resoluções temporárias;
[...]" (p.94)
PÓS-TAR, OU COMO OS MODOS DE EXISTÂNCIA AMPLIAM AS REDES
"O conceito de modo de existência de Latour pode ajudar a aprofundar a discussão sobre os modos de mediação locativos." (p.98)
15 modos de existência divididos em 5 grupos
quase-sujeitos e quase-objetos e os respectivos modos de existência: Reprodução, Metamorfose e Hábito.
quase-objetos e seus modos de técnica, ficção e referência
quase-sujeitos com seus modos: política, direito e religião
ligação entre quase-sujeitos e quase-objetos com os modos: apego, organização e moralidade.
metalinguagem de pesquisa: rede, preposição de duplo clique, o demônio que nega as mediações.
"Esses modos não pretendem dizer que tudo depende do ponto de vista, instituindo um relativismo, mas um relacionismo." (p.101)
"O relacionismo é assim a correspondência em uma rede de relações de modos de existência diferenciados." (p.103)
diferença entre ator e actante
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Teoria Ator-Rede (TAR)
André Lemos. "A comunicação das coisas: Teoria ator-rede e cibercultura."
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