IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO SOBRE A PRÁTICA TRANSFUSIONAL PA

IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO SOBRE A PRÁTICA TRANSFUSIONAL PARA OS PROFISSIONAIS DA ENFERMAGEM

O enfermeiro, diante das suas responsabilidades deve executar e/ou supervisionar a administração da infusão desses hemocomponentes, também realizar tomada de decisões diante de reações adversas.(BRASIL, 2006).

O processo de terapia transfusional deve ser acompanhado por profissionais habilitados e capacitados.

INTRODUÇÃO

• Em 1900 iniciou-se o descobrimento do sistemas dos fatores ABO, seguidos por em 1940 do fator Rh.

• Toda transfusão sanguínea acarreta riscos e por isso deve ter:
• Uma indicação criteriosa,
• Avaliação de co-mobirdades,
• Situação clínica, levando em conta exames laboratoriais ;
• Uso racional do sangue.

• Após a coleta, o sangue é fracionado, CH, CP, PFC, CRIO.

Problema do Estudo

O enfermeiro assistencial que trabalha em instituições que realizam transfusões sanguíneas e os estudantes do último semestre do curso de graduação em enfermagem consideram seu conhecimento sobre a terapia transfusionais suficientes, para executar com segurança os processos transfusionais?

E, a proposta de uma disciplina eletiva pode auxiliar em eventuais dificuldades encontradas por esses sujeitos?

JUSTIFICATIVA

Pela vivência da pesquisadora, atuando em banco de sangue, que observou por inúmeras vezes a insegurança de profissionais para executar com confiança os processos transfusionais ou em reconhecer uma reação transfusional. Esse fato gera preocupação, pois é necessário que o profissional esteja habilitado e capacitado para ingressar no mercado de trabalho. E assim levantar dados sobre o tema proposto, para despertar um novo olhar sobre a complexidade e a importância da hematologia e das terapias transfusionais.

OBJETIVO GERAL

Identificar o conhecimento dos enfermeiros e estudantes do último semestre do curso de graduação de enfermagem sobre terapias transfusionais.

Delineamento da Pesquisa

Para chegar ao objetivo proposto nessa pesquisa utilizou-se a abordagem Quali/quantitativa do tipo descritiva exploratória. Para análise dos dados qualitativos foi utilizada à metodologia de análise de conteúdo, na modalidade temática por saturação. (Minayo , 2010).

A necessidade de usar as duas abordagens surgiu na construção do instrumento de coleta na analise dos dados.

A abordagem quantitativa tem por objetivo trazer dados, indicadores e tendências observáveis ou produzir modelos teóricos de alta abstração com aplicabilidade prática. (Minayo, 2010).

A abordagem qualitativa refere-se ao universo de significados, relações, crenças, valores e atitudes, percepções e opiniões a respeito do que vivem, sentem e pensam. (MINAYO, 2010).

A pesquisa descritiva, tem por objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno, na qual pode-se levantar opiniões, atitudes e crenças de uma população. (GIL, 2010).

A pesquisa exploratória proporcionar maior familiaridade com o assunto, a fim de torná-lo mais compreensível ou a construir as hipóteses. (GIL, 2010).

PROCEDIMENTOS ÉTICOS

METODOLOGIA

CAMPO DA PESQUISA

Seguiu a resolução do CNS 466/15

Foi aprovado pelo CEP - URI sob o parecer nº 1.678.996

Aos entrevistados foi oferecido o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Para manter a privacidade e a individualidade dos pesquisados foram usados siglas para identificar os entrevistados.

O estudo foi realizado nas instituições hospitalares e, em uma universidade de uma cidade da região Noroeste, do estado do Rio Grande do Sul.

SUJEITO DA PESQUISA

Procedimento de Coleta dos Dados

Questinário semiestruturado com questões abertas e fechadas.

Análise dos Dados

A pesquisa foi realizada com 60 enfermeiros assistenciais de instituições hospitalares que realizam terapias transfusionais.

Devido à saturação dos dados da pesquisa foram entrevistados 33 enfermeiros e, 24 estudantes do último semestre um curso de graduação de enfermagem, de uma cidade da região Noroeste, do estado do Rio Grande do Sul.

Após a investigação do material e a compreensão das falas foram extraídas três categorias.

REFERENCIAL

Categoria 1

Dificuldade no Cuidado das Terapias Transfusionais

Sobre o acompanhamento das transfusões sanguíneas os enfermeiros relataram que: 48% acompanham o procedimento; 48% não fazem esse acompanhamento e 3% ás vezes acompanha.

O enfermeiro tem papel significativo numa reação transfusional, não apenas na administração dos hemocomponentes, mas, também em conhecer suas indicações, prevenir erros, orientar o paciente sobre o procedimento, detectar, comunicar, notificar, atuar no atendimento e registrar todo o processo. (Lima Et al., 2016).

A maioria dos estudantes relataram conhecer os sinais e sintomas de uma reação transfusional.

Questionados sobre a conduta que devem tomar diante de uma reação transfusional os estudantes e os enfermeiros tiveram respostas semelhantes a maioria interrompe a transfusão e comunica o médico.

ALMEIDA, O. da S., Et al. Conhecimento de acadêmicos de enfermagem acerca dos cuidados prestados durante a transfusão de hemocomponentes. In: Revista Metáfora Educacional, Feira de Santana – Bahia, 2012. p. 174-189.

AMARAL, F.S. ;PEREIRA, C.A.S. ;VINCIPROVA, M. da C.; ALBUQUERQUE, G. G.;SILVA. I. C. M. da. Jogo de transfusão, um recurso lúdico para o ensino de Hematologia a estudantes de enfermagem. Revista Práxis, Ano VII, n. 13, janeiro de 2015.

BARBOSA, H. B.; NICOLA, A. L. Enfermagem na terapia transfusional e hemovigilância: análise da conformidade em um hospital de ensino. Saúde (Santa Maria), Santa Maria, Vol. 40, n. 2, Jul./Dez., p.97-104, 2014.

BENITES, R. M. A formação em hemoterapia no Rio Grande do Sul: um olhar necessário. UFRGS, 2013. Disponível em:

http://hdl.handle.net/10183/115467 Acesso em: 09/11/2016

BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Superior. Resolução CNE/CES 3/2001. Diário Oficial da União, Brasília. 2001.

BRASIL. ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Manual técnico de hemovigilância, 2007.

BRASIL. art. 1° da Resolução COFEN 306 / 2006. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-3062006_4341.html Acessado em: 09/maio/2016.

BRASIL. Resolução RDC n° 151 de 21 de agosto de 2001. Disponível em: http://pegasus.fmrp.usp.br/projeto/legislacao/RDC Acessado em: 10/junho/2016.

DORNELES, C. de C.; BODANESE, L. C.; GUARAGNA, J. C. V. da C.; MACAGNAN, F. E.; COELHO, J. C.; BORGES, A. P.; GOLDANI, M. A.; PETRACCO, J. B. O impacto da hemotransfusão na morbimortalidade pós-operatória de cirurgias cardíacas. Rev. Bras. Cir. Cardiovasc. vol.26 no. 2 São José do Rio Preto Apr./Jun 2011.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5 Ed., 2010.

LIMA A. A, SILVA G.P, ROCHA S.M, BARBOSA E. A importância do enfermeiro durante a reação transfusional aguda: revisão da literatura.São Paulo: Rev. Recien. 2016.

LUCCA, J.C.P. A Aprendizagem Significativa de Técnicos de Enfermagem na Doença Renal: uma Proposta Utilizando Mapas ConceituaisPor Meio de uma Ferramenta Virtual. Dissertação. Mestrado em Ensino Científico e Tecnológico, URI, Santo Ângelo- RS, 2014.

MACHADO, M. H. VIEIRA, A. L. S. OLIVEIRA, E. Construindo o perfil da enfermagem. In: Revista Enfermagem em Foco, 2012.

MINAYO, M. C. de S.O desafio do conhecimento. Pesquisa qualitativa em saúde. 13 ed. São Paulo, 2010.

PEREIRA, C. de S., SILVA. F. C. e, MONTEIRO, M. G. S., RODRIGUES, A. M. U., ABREU, R. N. D. C. de. Cuidados de enfermagem para segurança do paciente em hemoterapia.Rev. Enferm UFPI. 2016 Jan-Mar.

SALLES, Raquel F. de; STURM, Janaine O.; BECK Maristela. Protocolo Clínico do Hospital Universitário de Santa Maria. Reações transfusionais imediatas. 2014.

SAMPAIO, D. de A. Livro de hemoterapia. Ministério da Saúde. Brasília-DF, 2013.

SOUZA, G. F. de. NASCIMENTO, E. R. P. do. LAZZARI, D. D. BÖES, A. A. IUNG, W. BERTONCELLO, K. C. Boas práticas de enfermagem na unidade de terapia intensiva: cuidados durante e após a transfusão sanguínea.REME. Rev. Min Enferm. 2014 out/dez.

SOUZA, N. V. de O. Et al. O TRABALHO DA ENFERMAGEM E A CRIATIVIDADE: ADAPTAÇÕES E IMPROVISAÇÕES HOSPITALARES. Rev. Enferm. UERJ, Rio de Janeiro, jul/set; 17(3):356-61, 2009.

UBIALI, E. M. A. O processo hemoterápico e as etapas do ciclo do sangue. Manual de Orientações para Promoção da Doação Voluntária de Sangue. Ministério da Saúde-2015.

VELOSO, D. V. O., Et al. Livro de Hemoterapia. Promoção da doação Voluntária de sangue e de Medula Óssea. Ministério da Saúde. Brasília-DF, 2013.

ANALISE E DISCUSÃO DOS DADOS

ANÁLISE QUANTITATIVA

Informa as cacterísticas dos sujeitos:

• Dos enfermeiros a maioria são do sexo feminino 67% e com faixa etária de 31 a 40 anos 52%, com 55% tempo formado entre eles é de 02 a 05 anos.
• Os estudantes, também mantiveram-se com maioria do sexo feminina 71%, faixa etária com 58% de 20 a 30 anos e 4% são técnicos de enfermagem.

ANÁLISE QUALITATIVA

Foram extraídas:

• Três categorias.

Categoria 2

Categoria 3

NECESSIDADE DE CONHECIMENTO ESPECÍFICO PARA O CUIDADO NAS TERAPIAS TRANSFUSIONAIS.

PERCEPÇÕES SOBRE A ATUALIZAÇÃO PARA O CUIDADO DAS TERAPIAS TRANSFUSIONAIS

Foi questionado aos estudantes, se os mesmos, sentem-se preparados ao entrar no mercado de trabalho para realizar terapias transfusionais 92% responderam não e, apenas 08% sim.

Em relação a atualizações e educação continuada sobre os processos transfusionais 67% dos enfermeiros e 83% dos estudantes relataram que não tiveram nenhum conhecimento especifico durante sua formação acadêmica.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A assistência de enfermagem aos pacientes hemoterápicos tem cada vez mais importância nas instituições hospitalares, exigindo maior conhecimento e aperfeiçoamento devido a sua complexidade.

O estudo constatou que os profissionais de enfermagem e os estudantes de enfermagem têm as suas deficiências, e seria de grande relevância, para as instituições de ensino superior a implementação de uma disciplina eletiva sobre hematologia e terapias transfusionais, dando um maior suporte para o estudantes de enfermagem, abrindo caminho para o mercado de trabalho com um maior conhecimento.

A enfermagem fomenta cada vez mais a necessidade de medidas para a segurança do paciente, por isso o processo educativo deve ter como ponto central a reflexão e a discussão de novas situações de aprendizagem para gerar saberes/fazeres, que auxiliem na atualização e capacitação das equipes, em busca de aprimorar o cuidado prestado ao paciente durante o processo transfusional.