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O ramo amazônico dos Monteiro Lopes, está hoje na quarta geração. Como os demais descendentes do patriarca José Elias, a descendência do desembargador Agnano, mantendo a tradição e a partir do coeficiente acumulado de mobilidade social familiar, aplicando seus talentos, também obtiveram destaques pessoais/profissionais relevantes. Dos seus filhos estão vivos dois, Carlos Jurandir, Jornalista, Musico e Escritor, que mora no Rio de Janeiro e Vera Lúcia, Engenheira Mecânica, que vive em Manaus com os filhos Ana Laura, Psicóloga e Adm de Empresas e Euclides Jr, Engenheiro Químico.
Carlos Jurandir Monteiro Lopes, RJ e Família Monteiro Lopes, núcleo Amazonas
Juiz Federal (TRT) José Monteiro Lopes, Sobrinho do Des. Agnano Monteiro Lopes
Diplomata Eduardo Monteiro Lopes Jr.
O Desembargador Agnano de Moura Monteiro Lopes se aposentou em 1.977 e faleceu em 02 de maio de 1994, aos 84 anos de idade, passadas 4 décadas de seu afastamento do TJPA ainda é lembrado e festejado, o auditório do Tribunal leva seu nome, sua imagem e nome ainda tem apelo midiático, em 2014, na comemoração dos 140 anos do Tribunal de Justiça do Estado do Pará foi homenageado, recebendo postumamente a medalha comemorativa (AGÊNCIA PARÁ, 2014) .
No projeto Museu sobre rodas do TJPA, escolares visitam parte dessa história, tiram fotos com a toga e o retrato do Desembargador, enquanto saboreiam, uns biscoitinhos Monteiro Lopes (PARÁ, 2014) .
Em Belém do Pará é muito popular e comum nas festas um tipo de confeito, um biscoito conhecido por Monteiro Lopes, pela Internet é comum encontrar receitas e video-receitas da delícia, assim como uma versão para seu surgimento :
Casal Laura Borges e Agnano
Des. Agnano, recepcionando o Presidente da República, Gen. Emílio Garrastazu Médici em sua visita a Belém em 1971
Agnano e Laura se conheceram muito jovens, ela do município de Breves-PA, foram 56 anos de casamento.
Antes disso porém, como já dito, na adolescência a situação da família de Agnano não era das melhores, muitos esforços foram feitos visando a formação de todos os filhos, a família portuguesa da adolescente Laura, não aceitava o romance com o jovem negro, que pouco adiante aos 20 anos se tornaria bacharel e pouco depois Juiz Substituto.
Por preconceito, a família a expulsou de casa, a mãe de Agnano, D. Julia, diante de tal situação lhe deu guarida. É a partir desse fato que surge uma tradição muito popular em Belém do Pará, o biscoito Monteiro Lopes.
Seguindo a tradição familiar de excepcionalidades, pioneirismos e protagonismos, o Desembargador Agnano de Moura Monteiro Lopes, foi o primeiro negro presidente de um Tribunal de Justiça no país (PARÁ, 2014). Segundo informou sua filha Vera Lúcia, ao assumir em 1968 a presidência do TJPA, também passou a assumir esporádica e extraordinariamente o governo do Pará em impedimentos do Governador Alacid Nunes.
Foi na sua gestão em 1970 que o TJPA teve pela primeira vez sede própria, e em 1971 foi inaugurado o Museu do TJPA, o primeiro museu judiciário do Brasil.
Almirante de Esquadra
Eduardo Monteiro Lopes
Agnano nasceu em Belém do Pará em 1910 e chegou a Desembargador e Presidente do Tribunal de Justiça do Pará. Ficou orfão de pai aos 11 anos de idade. Com isso, o então adolescente Agnano e toda a família tiveram uma brusca queda do padrão de vida, segundo conta sua filha Vera Lúcia Monteiro Lopes Leite, as coisas não ficaram fáceis, Agnano foi jornaleiro, depois, através de uma oportunidade surgida por conta de sua facilidade com o texto, começou a escrever para a Folha do Norte, de Belém, ajudando assim na subsistência familiar e na manutenção dos estudos.
Cel. Médico José Elias Monteiro Lopes e o filho
Prof. Me Juarez C. da Silva Jr. 2019
1a e 2a gerações
Como dito, essa parte da pesquisa não pode ser aproveitada dado o caráter monográfico da dissertação. Nela tratamos de 150 anos da história de protagonismos de uma incomum família negra de nome Monteiro Lopes, originária do Recife em Pernambuco, incluindo e principalmente, o seu ramo amazônico, fundado por José Elias Monteiro Lopes, irmão mais velho do já citado Deputado Manoel da Motta Monteiro Lopes.
O presente texto foi originalmente elaborado para compor parte da minha dissertação de mestrado, sobre Manoel da Motta Monteiro Lopes, pernambucano, Advogado e o primeiro Deputado Federal preto e com discurso afirmativo do Brasil, representante do então Distrito Federal e falecido em 1910 no Rio de Janeiro.
Link dissertação: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/6552
Porém não é dele que tratamos especificamente neste texto...