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protagonista e narrador
doloroso processo de (trans)formação intelectual.
Sinclair vai crescendo e enxergando novos horizontes e de repente, se vê em um mundo bem diferente daquele pregado por sua família.
Experiência da dualidade do mundo
vê-se em um mundo bem diferente daquele pregado por sua família.
o ideal e o real
mundo claro e paternal: associado às ideias de seus pais e à residência destes.
mundo sombrio e frio, externo à residência dos pais e com valores estranhos a estes.
Sinclair experimenta ambos.
Confronto com suas próprias concepções, para tentar encontrar sua verdadeira personalidade.
De família burguesa e bem sucedida envolve-se com uns meninos de outro padrão social.
Para se equiparar, conta vantagem aos colegas fantasiando uma história sobre roubos de maçã.
Sinclair passa ser chantageado por Franz Kromer, um garoto mais velho de escola pública, que ameaça denunciá-lo.
Com medo, Sinclair cria uma distância da família, recolhendo-se à solidão.
Mas fica sob influência do mundo sombrio que Kromer representa, e as consequências de experimentá-lo.
O isolamento só termina com a chegada do novo aluno Max Demian um garoto que é uma espécie de bom senso na gente.
Representa, talvez, nossa versão idealizada, aquele que conhece os dois mundos e já possui uma capacidade desenvolvida de discernimento.
Demonstrando segurança e convicção em suas ideias, ele logo conquista a amizade de Sinclair, ajudando-o a se livrar de Kromer.
Deixa de ser uma ameaça, o que pode ser uma alegoria da razão superando os medos irracionais do desconhecido assustador.
Demian o encoraja a construir seus próprios caminhos rumo à vida adulta, questionando princípios morais já adquiridos,.
Sinclair então se rebela contra as convenções sociais e descobre não apenas o doce sabor da independência mas também seu poder de praticar o bem ou o mal.
Sob as influências de Jung e Nietzsche na obra, o autor (Hesse) narra principalmente sobre os conflitos internos que passamos desde a infância, através da adolescência, até a idade adulta no processo de construção de uma identidade própria e personalidade.
O livro tem muito o que agregar a uma pessoa, principalmente quando buscamos o autoconhecimento e estamos confusos na busca da essência do EU.
A cura causou-me mal. Tudo o que depois me aconteceu causou-me mal. Mas quando vez por outra encontro a chave e desço em mim mesmo, ali onde, no sombrio espelho, dormem as imagens do destino, basta-me inclinar sobre a negra superfície acerada para ver em mim a minha própria imagem, semelhante já em tudo a ele, a ele, ao meu amigo e meu guia.
Sinclair percorre um caminho que contitui a sua experiência.
A partida é o ambiente de casa, cristão e burguês.
busca pela completude
Esta história não concebe o homem em sua essência!
Essas essências atribuídas ao homem e à soociedade irão constituir uma psicologia também essenvcialista, privatista/ intimizante e familiarista.
Ao entendermos o homem e a sociedada, a psicologia e a política como territórios produzidos historicamente que não se opõem, mas que se atravessam e se constituem, estamos afirmando uma relação com o tempo-acontecimento, sempre provisória e multipla; provisão de devires, de vir-a-ser, de fluxos mutantes.
O conto de fadas nos revela as primeiras medidas tomadas pela humanidade para libertar-se do pesadelo mítico (...) o conto de fadas ensinou há um muito séculos à humanidade, e continua ensinando às crianças, que o mais aconselhável é enfrentar as forças do mundo mítico com astúcia e arrogância.
Walter Benjamin
“Doutora o pai dele sumiu e eu crio esse menino e mais dois sozinha desde quando ele tinha três anos. Não sei mais o que fazer. Nessa cabeça dura não entra nada, puxou o pai e os irmãos. Acho que é do sangue, eles não dão pra estudo. Tenho medo dele se meter com gente que não presta: queria que meu filho estudasse, fosse alguém na vida.
Desse jeito tem que trabalhar. Crio eles sozinha e mais duas sobrinhas, trabalho em casa de família dez horas por dia, me falta tempo, chego em casa ainda tenho que apurar problemas. A senhora acha que o problema dele é do sangue? Aqui em casa ele é normal. Acho que ele não dá pra estudar. É uma pena não sei o que fazer.”
Após consultas, testes psicológicos, o garoto ganhava um nome e uma concisa história, uma inócua e abreviada anamnese o aprisionava à previsibilidade. Nela nada existia além de adoecer e das causas. Um sucedâneo de etiologias e dores faziam parte desse relato; dores médicas relatavam abstrações e generalidades.
Teorias da Educação e da Psicologia discursavam sobre o garoto negro da Mangueira dando-lhe contorno, faziam-no falar, escutavam essa fala doada, e respondiam atenciosamente. Agora começava a ter visibilidade e ser alguma coisa.. “Carente, pouco estimulado, desnutrido, adjetivos oriundos dos especialistas, faziam brilhar o corpo franzino; de estorvo opaco transformava-se em reluzente objeto focalizado pelo humanismo científico”.
O sumir refere-se à despolitização do cotidiano e da ausência deste conceito articulado à História, articulando cotidiano e história e ressaltando a importância da cotidianidade como instrumento de análise. Le Goff aponta, neste sentido, para a seguinte questão:
Basea-se nas reflexões de Michel de Certeau sobre os embates e resistências às práticas de poder no cotidiano. Referindo-se e diferenciando táticas das estratégias Certeu nos indica combates, jogos, ações, campos particulares de lutas entre força na cotidianidade:
‘’Vieram anos em que tive de descobrir de novo em mim um instinto primitivo, que ficara dissimulado e oculto no mundo luminoso e permitido. Como todos os homens, vislumbrei no frouxo alvorecer do sentimento do sexo a aparição de um inimigo e de um elemento destruidor, de algo proibido, de tentação e de pecado. Aquilo que minha curiosidade buscava, aquilo que inspirava meus sonhos e me infundia prazer e medo ao mesmo tempo, o grande mistério da puberdade, não entrosava com a segura bem-aventurança de minha paz infantil.’’
Sobre estas concepções nos inspiramos nas analises de Michel
Foucalt das “vidas infames, os maltrapilhos, medíocres”, transcritas
dos documentos das instituições de reclusão e das cartas ao rei no século XVIII:
‘’Um negro destino perseguia-me; mãos hostis avançavam para agarrar-me; minha mãe não poderia proteger-me, não poderia saber de nada! Tanto fazia que eu fosse culpado de um delito de furto ou de um pecado de mentira! Por acaso não jurara em falso por Deus e pela salvação de minha alma? Não se tratava de um pecadinho à-toa; meu pecado era ter dado a mão ao Diabo. Por que fora com aquele indivíduo? Por que havia obedecido a Kromer com mais diligência e submissão — com muito mais — do que quando obedecia a uma ordem de meu próprio pai? Por que inventara a história do roubo? Por que me vangloriara de um furto como se tratasse de um ato heróico? Agora o demônio me havia agarrado pela mão e o inimigo me perseguia.’’
“Queria apenas tentar viver aquilo que brotava espontaneamente em mim. Por que isso me era tão difícil? (Trecho do livro)
Quando no convívio social, procuramos nos ajustar, ajustar a nossa persona, ou seja, a maneira como queremos ser vistos, temos a intenção de ser amado pelo outro, de sermos aceitos. Mas no momento que se cria o que se quer mostrar, também se esconde o que se tem vergonha de deixar aparecer. Isso nos torna reféns de nós mesmo e do outro, corremos o risco de nos denunciarmos e de sermos denunciados pelo outro. É dessa forma, que Sinclair fica a mercê de Kromer, dividido entre a verdade e a mentira. Esse caráter podemos perceber em nosso cotidiano, representado por grifes, etiquetas e o mundo alegre das redes sociais. Desse modo mergulhamos numa vida em que não se sabe o sentido de nossa própria existência. Sinclair vive sua adolescência dessa maneira, vivendo para agradar os amigos, e levando uma vida desregrada.
Mas apesar de tudo me sentia miserável. Vivia numa orgia contínua e aniquilante e meus camaradas me consideravam um de seus líderes mais enérgicos, um moço sagaz e resoluto, mas, a despeito disso, minha alma esvoaçava temerosa, penetrada de angústias.
Para que algo delas chegasse até nós, foi porém necessário que um feixe de luz, ao menos por um instante, as viesse iluminar. Luz essa que lhes vem do exterior. Aquilo que arranca à noite em que elas poderiam, e talvez devesse sempre ter ficado, é o encontro com o poder, sem esta em choque, é indubitável que nenhuma palavra teria ficado para lembrar o seu fugidio trajecto .
(FOUCALT. T, Michel. O que é um autor? Lisboa, Ed. Passagens, 1992, p. 97/123)
O cotidiano, se o perscrutarmos atentamente, revela-se como um dos lugares privilegiados das lutas sociais (...) tal como o realismo, a literatura e na arte, não é uma fotografia da realidade, mas uma grelha da apresentação e representação do mundo e da sociedade, a história do cotidiano e uma visão autêntica da história porque representa uma das melhores formas de abordagens da história global, na medida em que atribui a cada actor e a cada elemento da realidade um papel no funcionamento dos sistemas, que permitam decifrar esta realidade.
A estratégia postula um lugar suscetível de ser circunscrito como algo próprio e ser a base de onde podem gerir as relações com uma exterioridade de alvos e ameaças (...) Como na administração de empresas, toda racionalização 'estratégia' procura, em primeiro lugar, distinguir de um 'ambiente' um 'próprio', isto é o lugar do poder e do querer próprios.
‘’Cada homem enquanto vive e cumpre a vontade da natureza é maravilhoso e digno de consideração. O único trabalho importante na vida de uma pessoa, no entanto, é saber/poder encontrar-se.’’
"Quem quiser nascer tem que destruir um mundo; destruir no sentido de romper com o passado e as tradições já mortas, de desvincular-se do meio excessivamente cômodo e seguro da infância para a conseqüente dolorosa busca da própria razão do existir: ser é ousar ser."
"A ave sai do ovo. O ovo é o mundo. Quem quiser nascer tem que destruir um mundo. A ave voa para Deus. E o deus se chama Abraxas."