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Aristóteles
Para Aristóteles, a lógica não é ciência e sim um instrumento (órganon) para o correto pensar. O objeto da lógica é o silogismo.
Silogismo
Silogismo nada mais é do que um argumento constituído de proposições das quais se infere (extrai) uma conclusão.
Um silogismo tem um tipo de configuração específico. Assim como no exemplo abaixo:
TODOS OS HUMANOS SÃO MORTAIS.
TODOS OS FILÓSOFOS SÃO HUMANOS.
ENTÃO TODOS OS FILÓSOFOS SÃO MORTAIS.
O silogismo deve possuir duas premissas ou proposições, uma maior e outra menor, e uma conclusão.
TODOS OS PAULISTAS SÃO BRASILEIROS. > PREMISSA MAIOR
JOSÉ É PAULISTA. > PREMISSA MENOR
LOGO JOSÉ É BRASILEIRO. > CONCLUSÃO
Cada termo do silogismo ocupa um papel. Os termos são chamados de termo maior, termo médio e termo menor.
Termo médio – ocorre nas duas premissas e somente nelas, e deve ser o mesmo nas duas;
Termo maior – é o predicado (o que se fala do sujeito) na conclusão, aparece somente em uma das premissas, e deve ser diferente do termo menor;
Termo menor – é o sujeito da conclusão e se repete em apenas uma das premissas.
Exemplo
JOSÉ É PAULISTA.
TODOS OS PAULISTAS SÃO BRASILEIROS.
LOGO, JOSÉ É BRASILEIRO
Temos paulista como termo médio, brasileiro como o termo maior e José é o termo menor.
A ordem das premissas é irrelevante para uma conclusão lógica, mas é muito comum colocar a premissa maior em primeiro lugar, mesmo que isso possa prejudicar a validação do silogismo.
UM HOMEM SEM UMA MULHER É NINGUÉM.
NINGUÉM É PERFEITO.
LOGO, UM HOMEM SEM UMA MULHER É PERFEITO.
Estes também são exemplos de falácias, que passam uma ideia aparentemente verdadeira, mas não passam de mentiras. Elas não possuem os termos de um silogismo, ou possuem mais de três termos.
Com isso, levantamos a seguinte questão: como podemos diferenciar os silogismos válidos dos inválidos?
Algumas regras devem ser seguidas para a construção de um silogismo.
TODA ESTRELA TEM LUZ PRÓPRIA,
ORA O SOL É UM ESTRELA
LOGO, O SOL TEM LUZ PRÓPRIA
A primeira regra, já apresentada, é a necessidade de haver três termos, nenhum a mais.
A segunda diz respeito ao termo médio, também já explicada anteriormente, ele não deve aparecer na conclusão.
As premissas, para formar um silogismo, devem ser assim distribuídas:
A primeira premissa, chamada de premissa maior, deve conter o termo maior e o termo médio;
A segunda premissa, chamada de premissa menor, deve conter o termo médio e o termo menor;
A conclusão deve conter os termos maior e menor.
Silogismo inválido.
Apresenta o termo "flor" universal na conclusão - predicado de uma frase negativa-, sendo particular na premissa maior - predicado de uma frase afirmativa.
Regras das proposições
1ª De duas premissas negativas nada se pode concluir.
Exemplo:
Nenhum judeu é apreciador de carne de porco
Nenhum muçulmano é apreciador de carne de porco
_
Nada se pode concluir
Silogismo inválido.
Quando existem duas premissas negativas, não é possível estabelecer qualquer conexão válida entre os termos do silogismo.
2ª De duas premissas afirmativas não se pode extrair uma conclusão negativa.
Exemplo:
Todos os físicos são grandes pensadores
Alguns homens são físicos
___
Logo, Nenhum homem é grande pensador
Silogismo inválido.
Uma vez que as premissas são ambas afirmativas, o predicado não está distribuído, o que significa que se referem a parte dos elementos do conceito (há pensadores que não são físicos e há homens que não são físicos). Inferir uma conclusão negativa equivale a usar o predicado em toda a sua extensão (o predicado das proposições negativas está distribuído), o que torna o termo maior mais extenso na conclusão do que na premissa maior.
3ª De duas premissas particulares nada se pode concluir.
Exemplo:
Alguns portugueses não são algarvios
Alguns portugueses são alentejanos
__
Nada se pode concluir
Silogismo inválido.
Sendo as premissas particulares referem-se a parte dos elementos e o termo médio ou mediano não estabelece ligação com todos os elementos do conjunto.
4ª A conclusão segue sempre a parte mais fraca, isto é, se uma premissa é negativa, a conclusão é negativa; se uma premissa é particular, a conclusão é particular.
Todas as árvores deste jardim ficam sem folhas no outono
Nenhum pinheiro fica sem folhas no outono
__
Logo, Algumas árvores deste jardim são pinheiros
Silogismo inválido.
A qualidade negativa da segunda premissa não permite que se extraia uma conclusão afirmativa.
Exemplo:
Alguns frutos são saborosos
Nenhum camarão é fruto
_
Logo, Nenhum camarão é saboroso
Silogismo inválido.
A quantidade particular da primeira premissa não permite que se extraia uma conclusão universal.