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Manuel

Alegre

Catarina Ferreira nº7

Érica Caseiro nº8

Raquel Ruivo nº 20

Biografia

Biografia

Manuel Alegre de Melo Duarte nasceu a 12 de maio de 1936 em Águeda. Estudou Direito na Universidade de Coimbra.

Dirigiu ainda o jornal A Briosa, foi redator da revista Vértice e colaborador de Via Latina.

A sua tomada de posição sobre a ditadura e a guerra colonial levam o regime de Salazar a chamá-lo para o serviço militar em 1961, sendo colocado nos Açores, onde tenta uma ocupação da ilha de S. Miguel, com Melo Antunes.

Em 1962 é mobilizado para Angola, onde dirige uma tentativa pioneira de revolta militar.

É preso pela PIDE em Luanda, em 1963, durante 6 meses.

Na cadeia conhece escritores angolanos como Luandino Vieira, António Jacinto e António Cardoso.

Colocado com residência fixa em Coimbra, acaba por passar à clandestinidade e sair para o exílio em 1964.

Regressa finalmente a Portugal em 2 de Maio de 1974, dias após o 25 de Abril.

Entra no Partido Socialista onde, ao lado de Mário Soares, promove as grandes mobilizações populares que permitem a consolidação da democracia e a aprovação da Constituição de 1976.

Em Abril de 2010, a Universidade de Pádua inaugura a Cátedra Manuel Alegre, destinada ao estudo da Língua, Literatura e Cultura Portuguesa.

Em maio de 2016, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou: "Portugal também foi grande e é grande porque Manuel Alegre é português".

Em novembro de 2016, Manuel Alegre foi eleito sócio efetivo da Academia das Ciências, na Classe de Letras, 1ª Secção – Literatura e Estudos Literários.

Manuel Alegre tem sido distinguido por inúmeras condecorações e medalhas, em 2017 recebeu o Prémio Camões e foi doutorado "honoris causa" pela Universidade de Pádua.

Manuel Alegre tem edições da sua obra em diversas línguas, nomeadamente italiano, espanhol, alemão, catalão, francês, romeno e russo. A sua obra goza de reconhecimento nacional e internacional, tendo recebido múltiplos e importantes prémios literários como o Prémio Pessoa.

Bibliografia

Poesia

1965- Praça da Canção

1967- O Canto e as Armas

1971- Um Barco para Ítaca

1976- Coisa Amar (Coisas do Mar)

1979- Nova do Achamento

1981- Atlântico

1983- Babilónia

1984- Chegar Aqui

1984- Aicha Conticha

1991- A Rosa e o Compasso

1992- Com que Pena — Vinte Poemas para Camões

1993- Sonetos do Obscuro Quê

1995- Coimbra Nunca Vista

1996- As Naus de Verde Pinho

1996- Alentejo e Ninguém

1997- Che

1998- Pico

1998- Senhora das Tempestades

1999- E alegre se fez triste

2001- Livro do Português Errante

2008- Nambuangongo, Meu Amor

2008- Sete Partidas

2015- Bairro Ocidental

2017- Auto de António

Ficção

1989 - Jornada de África

1989- O Homem do País Azul

1995- A Alma

1998- A Terceira Rosa

1999- Uma Carga de Cavalaria

2002- Cão Como Nós

2003- Rafael

Literatura Infantil

2007- O Meu Primeiro Camões

2009- O Príncipe do Rio

2015- As Naus de Verde Pinho

Tradição Literária

Tradição Literária

As suas experiências de resistência, prisão política, guerra colonial e exílio marcaram uma escrita poética de denúncia, notável, pelo constante diálogo intertextual com autores que viveram experiências similares, conferir uma dimensão trans-histórica e quase mítica. É esta sensibilidade ao mito e à história, essa revisitação, sob a forma de paráfrases, citações, símbolos ou nomeação, às mitologias nacionais e literárias (Camões, Alcácer Quibir) que distingue a poesia de Manuel Alegre, conferindo-lhe uma dimensão épica e de indignação permanente sobre a noção e o destino da pátria.

Alguns Poemas de Manuel Alegre

Alguns Poemas

  • As mãos;
  • Flores para Coimbra;
  • Canção tão simples;
  • Liberdade;
  • Trova de Vento que passa.

Análise do Poema

Liberdade

Análise do Poema

Sobre esta página escrevo

teu nome que no peito trago escrito

laranja verde limão

amargo e doce o teu nome.

Sobre esta página escrevo

o teu nome de muitos nomes feito

água e fogo lenha vento

primavera pátria exílio.

Teu nome onde exilado habito

e canto mais do que nome: navio

onde já fui marinheiro

naufragado no teu nome.

Sobre esta página escrevo

o teu nome: tempestade.

E mais do que nome: sangue.

Amor e morte. Navio.

Esta chama ateada no meu peito

por quem morro por quem vivo

este nome rosa e cardo

por quem livre sou cativo.

Sobre esta página escrevo o

teu nome: liberdade.

Análise Formal do Poema

  • O poema é constituído por 6 estrofes estando divido por 5 quadras e 1 dístico.
  • Não tem rimas.
  • Possui uma estrutura métrica irregular. Ex.: so/bre es/ta/ pá/gi/na/ es/cre/vo - 8 silabas métricas; teu/ no/me/ que/ no/ pei/to/ tra/go/ es/cri/to - 11 silabas métricas
  • Recursos estilísticos usados neste poema é apenas a metáfora.

Análise Temática do Poema

Campo lexical da Liberdade segundo o eu poético:

  • o nome de liberdade de muito nomes feito;
  • Estes diversos nomes da liberdade constituem o campo lexical que o sujeito poético fornece: água, fogo, lenha, primavera, pátria, exílio (v.7-8); navio (v.10 e 16); tempestade (v.14); sangue (v.15); amor e morte (v.16); chama (v.17); rosa e cardo (v.19).

Carácter Antitético da Liberdade

  • Revela a complexidade desta realidade: água/fogo; pátrio/exílio; amor/morte; rosa/cardo.
  • A liberdade tem aspetos muito positivos, mas se quisermos lutar por ela temos que sofrer.

razão pela qual ele vive

complexidade da liberdade

menciona os vários significados da liberdade

foi exilado para Argel em nome da liberdade da pátria

Sobre esta página escrevo

teu nome que no peito trago escrito

laranja verde limão

amargo e doce o teu nome.

Sobre esta página escrevo

o teu nome de muitos nomes feito

água e fogo lenha vento

primavera pátria exílio.

Teu nome onde exilado habito e canto

mais do que nome: navio

onde já fui marinheiro

naufragado no teu nome.

metáfora onde refere como foi exilado, sofreu e foi preso em nome da liberdade

Campo lexical de liberdade

Complexidade da liberdade

Valor supremo da liberdade

Sobre esta página escrevo

o teu nome: tempestade.

E mais do que nome: sangue.

Amor e morte. Navio.

Esta chama ateada no meu peito

por quem morro por quem vivo

este nome rosa e cardo

por quem livre sou cativo.

Sobre esta página escrevo o

teu nome: liberdade.

Síntese do poema

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