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A Enfermagem é uma arte; e para realizá-la como arte, requer uma devoção tão exclusiva, um preparo tão rigoroso, quanto a obra de qualquer pintor ou escultor; pois o que é tratar da tela morta ou do frio mármore comparado ao tratar do corpo vivo, o templo do espírito de Deus? É uma das artes; poder-se dizer, a mais bela das artes!
Florence Nightingale
Orientadora:
Prof. M.S. Francine Gratival
Acadêmicos:
Guido Sani Avanza, Lais Lunz e Maria Rita
Segundo Lopes & Fernandes (1999, p.32):
A primeira tentativa de organização moderna de auxílio médico de urgência foi colocada em prática, em 1792, por Dominique Jean Larrey, cirurgião e chefe militar, que praticava os cuidados iniciais aos pacientes vitimados nas guerras do período napoleônico, no próprio campo de batalha, com o objetivo de prevenir as complicações.
Dominique Jean Larrey 1792 - Atendimento no campo de batalha.
No modelo francês, nos casos de maior gravidade preconiza-se início de procedimentos médicos no local do incidente.
No modelo americano, os socorristas realizam intervenções iniciais para posterior encaminhamento ao hospital, para assistência médica.
O modelo francês, centrado no médico regulador, foi adotado como padrão norteador e as intervenções dos profissionais de enfermagem foram incluídas nos casos de menor complexidade (CASAGRANDE et. al., 2013).
A estruturação inicial do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência - SAMU no Brasil deu-se em 1995. Este fato motivou a criação da Rede Brasileira de Cooperação em Emergências, que subsidiou, de forma importante, as bases técnicas e políticas de uma série de portarias e adoção da Política Nacional de Atenção às Urgências (BRASIL, 2006).
Considera-se atendimento pré-hospitalar - APH toda e qualquer assistência realizada, direta ou indiretamente, fora do âmbito Hospitalar, utilizando-se meios e métodos disponíveis (ADÃO, SANTOS; 2012).
No Brasil, o sistema é dividido em serviços móveis e fixos. O pré-hospitalar móvel, foco deste estudo, tem como missão o socorro imediato das vítimas, onde são encaminhadas para o atendimento pré-hospitalar fixo ou para o atendimento hospitalar (ADÃO, SANTOS; 2012).
O Ministério da Saúde classifica atendimento pré-hospitalar em primário, quando ocorre um pedido de socorro oriundo de um cidadão, e secundário, quando a solicitação for proveniente de um serviço de saúde o qual tenha prestado atendimento inicial a um paciente que necessita ser transportado para outro serviço de maior complexidade (CASAGRANDE et. al., 2013).
O APH, seja ele móvel ou fixo, tem como premissa o fato de que, dependendo do suporte imediato oferecido à vítima, lesões e traumas podem ser tratados sem gerar sequelas significativas.
O SAMU presta atendimento pré-hospitalar móvel, procurando chegar, precocemente, à vítima após ter ocorrido um agravo à sua saúde de natureza clínica, cirúrgica, obstétrica, traumática ou psiquiátrica, que possa levar ao sofrimento, sequelas ou à morte. A sua missão é atender e/ou transportar essas vítimas a um serviço do Sistema Único de Saúde - SUS (VERONESE et. al., 2013).
Um dos fatores críticos que interfere no prognóstico das vítimas de trauma é o tempo gasto até que o tratamento definitivo possa ser efetivado. O Committee on Trauma of American College of Surgeons, dos Estados Unidos, estabelece o tempo de vinte minutos como intervalo máximo ideal para execução dos primeiros procedimentos, em casos graves (PEREIRA e LIMA, 2009).
Na enfermagem, assim como em outros setores, a emergência configura-se como serviço de política, comunicação, interação e cuidados específicos, norteados por embasamento científico, e possui também como objetivo coletivo recuperar ou diminuir agravos de saúde. Entretanto, o trabalho desenvolvido pela equipe de enfermagem no APH móvel é uma prática relativamente nova para os padrões de enfermagem tradicional (ADÃO, SANTOS; 2012).
A atividade do enfermeiro no APH no Brasil desenvolveu-se a partir da década de 1990, com o surgimento das Unidades de Suporte Avançado de vida - USA, que tem como características manobras invasivas de maior complexidade e, por esse motivo, são realizadas exclusivamente por médicos e enfermeiros (LOPES e FERNANDES, 2000).
A atuação do enfermeiro no APH não se restringe somente à assistência, devendo ele participar continuamente de cursos de capacitação técnica e pedagógica, visto que, além de prestar socorro às vítimas em situação de emergência, também desenvolve atividades educativas como instrutor, participa da revisão dos protocolos de atendimento e elabora materiais didáticos para a equipe, que deve ser devidamente qualificada e constantemente treinada (ADÃO, SANTOS; 2012).
Identificar a assistência do enfermeiro ao paciente politraumatizado com atendimento sequenciado em emergência em um serviço pré-hospitalar móvel.
Trata-se de um estudo de revisão de literatura do tipo integrativa, que foi realizada no mês de janeiro a maio de 2017 através da seguinte questão norteadora:
Como tem sido realizada a assistência do enfermeiro ao paciente politraumatizado com atendimento sequenciado em emergência em um serviço pré-hospitalar móvel?
A pesquisa iniciou por uma busca na base de dados eletrônicas on-line da BVS (bvsms.saude.gov.br). Assim, empregaram-se os descritores em Ciência da saúde-DeCS: serviços médicos de emergência AND enfermagem em emergência AND assistência pré-hospitalar AND socorro de urgência.
Desta forma, a seleção ocorreu por meio on-line, com a realização de consulta na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) nas bases de dados de Enfermagem (BDENF), Literatura Latino Americana e do Caribe (LILACS), Literatura Internacional em Ciências da Saúde (MEDLINE), Sec.Mun.Saúde SP, Sec.Est.Saúde SP, Index Psicologia, ColecionaSUS, CidSaúde – Cidades Saudáveis.
A busca na base de dados na BVS gerou um total de 1.259 artigos. Após a 1ª filtragem empregando o critério de inclusão obteve-se um resultado por bases de dados num total de 22 manuscritos.
Em seguida, foi realizada a segunda filtragem por meio dos critérios de exclusão por artigos duplicados 02, não relacionado ao objetivo e acesso restrito, perfazendo um total de 15 manuscritos excluídos; depois realizou-se a terceira filtragem com leitura na integra perfazendo um total final de 07 manuscritos que se adequaram-se ao objetivo.
No Brasil, o número de mortes por trauma ocupa a terceira posição entre as causas de óbitos, superada apenas pelas doenças neoplásicas e cardiovasculares. Cerca de 130.000 pessoas morrem anualmente, em nosso país, em decorrência das causas externas (ROMEO et. al., 2012).
Evidenciou-se:
Segundo Brasil (2002), o protocolo sistematiza o atendimento a diversas situações que configuram uma ocorrência de urgência/emergência, com enfoque no atendimento à vítima de politraumatismo, e apresenta fluxogramas que orientam o atendimento a vítimas de trauma, conforme o tipo de ocorrência e sua gravidade, os quais devem ser seguidos em todos os serviços de urgências e emergências.
A (Air Way): permeabilidade das vias aéreas com administração segura do colar cervical;
B (Breathing): respiração;
C (Circulation): busca de sangramentos e controle da circulação;
D (Disability): avaliação neurológica;
E (Exposure): exposição corporal do paciente à procura de lesões não visualizadas e posterior aquecimento na prevenção da hipotermia e do choque.
Para que haja redução dos percentuais de morbimortalidade decorrentes do trauma e a redução do consequente impacto social, requerem que a abordagem e a atenção às vítimas de politraumatismo sejam cada vez mais eficazes.
Isto decorre da integração dos sistemas de atendimento: prevenção, atendimentos pré-hospitalar e hospitalar, e reabilitação. Sendo assim, a vítima de politraumatismo necessita de atenção especial e contínua, desde sua admissão no serviço de emergência até a alta hospitalar (MATOS e SILVÉRIO, 2011).
* PHTLS/NAEMT, Atendimento pré-hospitalar ao traumatizado; [tradução Renata Scavone... ET al.]. – 7. Ed. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.
A enfermagem assume também no APH o papel de articulação, integração da equipe, contribuindo na inter-relação entre os diversos atores.
Ela constitui−se um elo entre a gestão e a assistência, entre a regulação médica e a equipe socorrista, entre a coordenação do serviço e a equipe, pois adentra em quase todos os espaços, atuando junto à equipe básica, junto com o médico no suporte avançado, fazendo a administração do serviço, a supervisão da equipe e a educação permanente da equipe de técnicos, motoristas e de outros atores (PEREIRA e LIMA, 2009).
Um evento traumático é dividido em três fases: pré-colisão, colisão e pós-colisão.
O termo “colisão” não se refere necessariamente à colisão de veículo automotor.
Tanto a colisão de um veículo com um pedestre como a colisão de um projétil com o abdome, são exemplos de colisões.
O PHTLS é um programa de formação para profissionais de saúde que atuam ao nível pré-hospitalar, desenvolvido pela National Association of Emergency Medical Technicians – NAEMT, em parceria com o Comité do Trauma do Colégio Americano de Cirurgiões - ACS/COT. O PHTLS desenvolve e divulga material e informação científica, assim como promove a excelência na prestação de cuidados à vítima de trauma (PHTLS, 2011).
De acordo com Lopes e Fernandes (1999, p.32):
Nos últimos dez anos, vem se sentindo a necessidade de melhoria e expansão do sistema de atendimento pré-hospitalar, realidade esta percebida pelos gestores da política de Saúde Pública dos estados. Cada localidade possui um sistema próprio, o que deixa claro que não há sistemas perfeitos.
A partir do estudo realizado ficou evidente que no Brasil os artigos publicados nas bases de dados trabalhadas são incipientes e insuficientes em informações a despeito do questionamento apresentado.
Dentro desse cenário afirmamos também que a evolução técnico-científica do APH no Brasil progride de forma lenta a um ponto de excelência comparado aos padrões internacionais referenciados, tal ponto refere-se à qualidade no atendimento, disponibilidade de recursos tecnológicos e a criação de um protocolo único de atendimento a nível nacional.
Ficou evidente que ainda temos muito a evoluir para alcançarmos padrões internacionais.