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Patrícia Rehder Galvão
O momento em que ela viveu teve grande influência em sua obras, principalmente em relação à política, pelo contexto do Estado Novo que foi um regime ditatorial presidido por Getúlio Vargas. Então ela estava em conflito com o este governo anticomunista, justamente por ela defender o comunismo.
Outra coisa que marcou bastante foi a censura que o governo fazia na imprensa o DIP (departamento de imprensa e propaganda) na qual o estado tentava passar uma imagem super positiva e moral do regime varguista.
Então muitos pessoas se rebelaram em busca de uma liberdade para se expressar, muitos artistas, Vargas usou isso como estratégia contraria, tentando transformar em um nacionalismo e patriotismo massivo.
Tanto que o governo prendeu muitos artistas que estavam em oposição ao governo, e uma delas foi Pagu, que foi presa e torturada nas prisões.
movimento modernista rompeu com a tradição clássica e deu início à formação de uma identidade genuinamente brasileira na literatura
Foi um momento de militância entre os artistas, “inquieta musa do modernismo”
Tornou-se um símbolo Modernista, já que sua postura e ações combinavam com os ideais da época. Não participado da Semana de Arte Moderna (na época ela tinha apenas 5 anos)
O seu espírito rebelde e fora dos padrões fortaleceu a segunda fase do movimento
Pagu era considerada a inimiga de Vargas, por ser a primeira mulher presa por motivos políticos MAIS DE UMA VEZ! (23 vezes no total)
Um fato curioso: aos 12 anos teve sua primeira relação sexual com o diretor do primeiro neorrelista brasileiro, Olympio Guilherme
Aos 14, engravidou e abortou, o que não a afetou tanto, dizendo ser apenas uma “fase”. Tanto que foi caracterizada como “uma mulher que procurava pessoas e causas autênticas”
"sonham para a filha um lugar
social igual ao deles. Onde a mulher é uma santa e o marido bisa as paixões
quarentonas."
"Abatida, de olhos úmidos enquanto ele aperta
ainda o corpo machucado"
"De noite chamei o Zezé e fomos assaltar a casa aí na rua do Arouche. Ela mora
com a dona do atelier. As duas sozinhas...Foi um susto dos diabos. Pensaram que
era gatuno. Também o Zezé fez uma cena de faroeste, revólver, lenço preto...Eu
agarrei a pequena na cama...Virgenzinha em folha..."
Nada nada nada
Nada mais do que nada
Porque vocês querem que exista apenas o nada
Pois existe o só nada
Um pára-brisa partido uma perna quebrada
O nada
Fisionomias massacradas
Tipóias em meus amigos
Portas arrombadas
Abertas para o nada
Um choro de criança
Uma lágrima de mulher à-toa
Que quer dizer nada
Um quarto meio escuro
Com um abajur quebrado
Meninas que dançavam
Que conversavam
Nada
Um copo de conhaque
Um teatro
Um precipício
Talvez o precipício queira dizer nada
Uma carteirinha de travel’s check
Uma partida for two nada
Trouxeram-me camélias brancas e vermelhas
Uma linda criança sorriu-me quando eu a abraçava
Um cão rosnava na minha estrada
Um papagaio falava coisas tão engraçadas
Pastorinhas entraram em meu caminho
Num samba morenamente cadenciado
Abri o meu abraço aos amigos de sempre
Poetas compareceram
Alguns escritores
Gente de teatro
Birutas no aeroporto
E nada.
Um Texto.
Um pedaço de trapo que fosse
Atirado numa estrada
Em que todos pisam
Um pouco de brisa
Uma gota de chuva
Uma lágrima
Um pedaço de livro
Uma letra ou um número
Um nada, pelo menos
Desesperadamente nada.
Sou rainha do meu tanque
Sou Pagu indignada no palanque
Hanhan! Ah! Hanran!
Fama de porra louca, tudo bem!
Minha mãe é Maria Ninguém
Hanhan! Ah! Hanran!
Não sou atriz, modelo, dançarina
Meu buraco é mais em cima
Porque nem toda feiticeira é corcunda
Nem toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho que muito homem
Nem toda feiticeira é corcunda
Nem toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho que muito homem
Nem toda feiticeira é corcunda
Nem toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho que muito homem
Ratatá! Ratatatá
Hiii! Ratatá
Taratá! Taratá!
Em 2017, foram registradas 13.046. Juntas, foram 190.510 internações por conta de complicações pós abortos
@pagupatipagu
Por militâncias positivas e guerrilheiras