Introducing
Your new presentation assistant.
Refine, enhance, and tailor your content, source relevant images, and edit visuals quicker than ever before.
Trending searches
INSTITUTO FEDERAL DO ACRE
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL, CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA
A literatura regional como resgate do sentimento de “lugar"
Orientanda:
Fernanda da Rocha Soares
Orientador:
Prof. Dr. Cleilton Sampaio
Obra: O Caminho do Seringal
1983 - Hélio Melo
O sentimento de pertencimento social sempre foi um construto bastante discutido na literatura, sobretudo, naquela que se dedica a explorar as identidades sociais através da cultura de lugar.
Assim, ao longo dos anos, a relação homem e floresta foi romantizada na Amazônia, dando origem a inúmeros escritos, estudos e pesquisas desencadeados pelo fascínio que a mata provoca, seus silêncio e dimensões.
O povo acreano cresceu envolto por este ambiente de características tão marcantes, cuja complexidade identitária se resume pela alcunha “povos da floresta”.
Se esses indivíduos que viveram a história perderam o seu sentimento de pertencimento com o lugar, como seus descendentes que nasceram fora do seringal poderiam ter esse aspecto? Além disso como resgatar o sentimento de pertencimento?
Propor uma minicurso sobre a geografia do seringal, tendo como principais materiais
obras literárias regionalistas que possam contribuir para a reflexão acerca do sentimento de pertencimento.
Para pesquisa a abordagem utilizada foi qualitativa. Quanto aos fins, foi realizada uma pesquisa descritiva. Além disso, no que tange aos meios, adotou-se o estudo de caso.
De modo que a coleta da dados se deu a partir de revisão bibliográfica, ou revisão de literatura, a partir da qual buscou-se embasamento para o desenvolvimento da parte prática do projeto.
Referencial
Teórico
A identidade é um dos grandes temas das ciências sociais e antropológicas. Ela é relacionada ao espaço de vivência do sujeito, suas subjetividades e a discussão acerca do pertencimento e produção de fronteiras atemporais (BAUMAN, 2012).
No entanto, não limita-se apenas a isso, mas para além das semelhanças, a identidade também se constrói a partir de diferenças e distanciamento, pois seu princípio parte do outro como referência, o que, na visão de Bauman (2012), não ocorre nas comunidades isoladas.
Não é possível falar em identidade como algo prontamente definido, mas em vez disso, de acordo com Hall (2012), deveríamos falar em identificação, já que não se pode resumir tal questão àquilo que já está entre nós.
Assim elaborou-se o minicurso “Nosso lugar no seringal”. A proposta surgiu como uma iniciativa para discutir a Amazônia, de forma mais restrita o seringal, como lugar de pertencimento do sujeito.
Nesse sentido, o quadro 1 a seguir, apresenta o planejamento geral do minicurso
Quadro 1 - Planejamento Geral
do Minicurso
Tal atividade de análise é parte da etapa prática da pesquisa, que tem duração de 120min. O objetivo durante este processo é conhecer a literatura amazônica e sua importância para o reconhecimento da identidade e do sentimento de
pertencimento.
Na segunda etapa, também com 120min apresenta-se alguns trechos para que os alunos percebam que nas literaturas há várias descrições do clima, solo e outras características físicas de Rio Branco, e partindo dos trechos podemos desenvolver vários conteúdos escolares, vejamos:
Lá pela meia noite o tempo começou a mudar. Encobrindo as estrelas, grandes massas de nuvens escuras invadiram o céu. Não tardou que um ventinho começasse a soprar, sacudindo as copas das árvores, enfunando os mosqueteiros das redes.
- Eta! qui cruviana vem aí! - exclama um seringueiro de vigia no terreiro da hospedagem.
Sempre alerta, Teodoro bota a cara barbada fora do mosqueteiro, olha o céu e confirma:
- Hum!... É friagem e da braba! (POTYGUARA, 1998, p. 226)
O terceiro momento utilizará somente 60 minutos, o professor instigará os alunos sobre suas origens indagando se os mesmos conhecem a trajetória de seus pais e avós, de onde vieram, quais as histórias eles contam e assim partindo do lugar onde eles vivem hoje tentar imaginar o que era a vida no seringal, quais as diferenças e semelhanças com os dias atuais.
Na quarta etapa, os alunos serão apresentados ao cenário do seringal e como vivia o seringueiro:
Num campo apertado entre a mata e o rio, a sede do seringal é apenas um embrião de povoado, um arremedo de rua paralela ao barranco. Perto do porto, o primeiro casarão de madeira, coberto de zinco, é o armazém. Ao lado, ligado por um trapiche de paxiúba, o escritório ostenta na fachada duas grandes letras vermelhas e já um tanto desbotadas:
A. M. – iniciais do Cel. Antônio Monteiro.
Em seguida, estão a casa do Tiburtino, a do guarda-livros, a escola, o curral e, por último, a residência do proprietário, um bonito chalé de madeira de lei, cercado de varandas
(POTYGUARA, 1998, p. 226).
fonte: https://almaacreana.blogspot.com/2012/02/era-dos-seringais.htm
ALTO ALEGRE - seringal central, propriedade
do sr. Manoel Pereira Vianna, produz cerca
de 15.000 quilos de borracha. Está
situado entre Catuaba e a vila Rio Branco
fonte: https://ferdinandodesousa.com/2018/05/02/navegando-pelo-rio-purus-ate-os-seringais-do-acre/
NOVA FLORESTA - situado na margem direita.
É seu proprietário o sr. Soares Hermanos,
pode produzir 15.000 a 20.000 quilos de
borracha, e é seu arrendatário
presentemente o sr.
Capitão José Rufino de Oliveira
No final da oficina, objetivando qualificar o
aprendizado dos alunos, pode-se solicitar uma redação como método avaliativo com o objetivo de avaliar os aspectos seguintes:
- Levantamento dos conhecimentos prévios do aluno em relação aos conteúdos propostos a partir de situações que permitam identificar se o aluno:
Compreende textos orais.
Utiliza a fala espontânea e a fala planejada em ocasiões que exigem desenvoltura comunicativa e,
3.
Posiciona-se diante da fala do outro.
Portanto, nos propusemos a desenvolver
os saberes acerca do lugar onde se nasceu e viveu, bem como sua influência, coletiva e individual, sobre os costumes do próprio povo, considerando que não é mais possível conceber um ensino dissociado do que é significante para os protagonistas do processo educacional.
Por fim, esta pesquisa deve possibilitar ao participante a competência de identificar-se com o lugar em questão, sua importância para a história do país e as disputas que ainda instiga no âmbito da política nacional e internacional, conceituando e reconhecendo lugares do qual faz parte, bem como valorizando a cultura oriunda do ambiente amazônico, a partir da qual se desenvolverá a consciência necessária para perceber sua importância.
A literatura regional como resgate
do sentimento de “lugar”
Fernanda da Rocha Soares
Dezembro/2019