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O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás…
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem…
Sei ter o pasmo comigo
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras…
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do mundo…
Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender…
O mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo.
Vincent van Gogh, Girassóis, 1888
Eu não tenho filosofia: tenho sentidos…
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe porque ama, nem o que é amar…
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência é não pensar...
Primeira parte (versos 1 a 12): Caracterização da deambulação do sujeito poético e de como o mesmo observa as ruas ao seu redor.
Segunda parte (versos 13 a 23): O sujeito poético não despreza o pensamento, mas aprova os sentidos e o que se absorve dos mesmos.
Terceira parte (versos 24 e 25): Desassociação do amor com o pensamento, relacionando-o com os sentidos.
Relação entre o sujeito poético e a natureza.
O sujeito poético estabelece uma relação de afeição e amor com a natureza, pois, o próprio, aceita-a incondicionalmente tal como é, deixando de parte o pensamento e a racionalidade, associando assim o amor a uma inconsciência
Dicotomia sentir/pensar no poema.
Dicotomia: Contraste entre duas palavras/expressões.
Pensar: Reflete no facto de não conseguir compreender, nem aproveitar os sentimentos.
Sentir: Captação do que ocorre na vida real através dos sentidos, especialmente a visão.
"No fundo, do que se trata é de não ocupar a mente com a especulação sobre as causas e as finalidades, porque essa especulação identifica-se com a doença [...]"
"Em suma: mais do que a cultura no lastro sedimentado no discurso de filósofos e poetas é [...] o discurso da natureza, concentrado na luz e no calor do sol, que ensina tudo o que a vida requer."
A. "O meu olhar é nítido como um girassol." (v. 1)
B. "Sinto-me nascido a cada momento / Para a eterna novidade do mundo..." (vv. 11-12)
C. "Creio no mundo como um malmequer" (v. 13)
D. "(Pensar é estar doente dos olhos)" (v. 17)
Em termos formais, o poema é marcado pelo versilibrismo
Poema de quarto estrofes com diferentes tamanhos, versos com número de sílabas métricas diferentes e não tem nenhum tipo de rima.