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Verminoses causadas

por platelmintes

Teníase e cisticercose

A teníase é uma doença causada pela forma adulta das tênias, Taenia solium, do porco e Taenia saginata, do boi). Muitas vezes, o paciente nem sabe que convive com o parasita em seu intestino delgado.

As tênias também são chamadas de "solitárias", porque, na maioria dos caso, o portador traz apenas um verme adulto.

São altamente competitivas pelo habitat e, sendo hermafroditas com estruturas fisiológicas para autofecundação, não necessitam de parceiros para a cópula e postura de ovos.

A tênia e os hospedeiros

A tênia e os hospedeiros

O homem portador da verminose apresenta a tênia no estado adulto de seu intestino, sendo, portanto, o hospedeiro definitivo. Os últimos anéis ou proglótides são hermafroditas e aptos à fecundação.

A quantidade de ovos produzidos é muito grande (30 a 80 mil em cada proglote). Os anéis grávidos se desprendem periodicamente e caem com as fezes.

O hospedeiro intermediário é o porco que ingere os proglótides grávidos ou os ovos que foram liberados no meio.

Quando o homem se alimenta de carne suína crua ou mal cozida contendo cisticercos, as vesículas são digeridas, liberando o escólex que se fixa nas paredes intestinais. O homem é o hospedeiro definitivo.

Os cisticercos apresentam-se semelhantes a pérolas esbranquiçadas, na linguagem popular, são chamados de "pipoquinhas" ou "canjiquinhas".

Ciclo da teníase

Ciclo da teníase

1 - Ao se alimentar de carnes cruas ou mal passadas, o homem pode ingerir cisticercos (larvas de tênia). No intestino, a larva se liberta, fixa o escólex, cresce e origina a tênia adulta.

2 - Proglotes maduras, contendo testículos e ovários, reproduzem-se entre si e originam proglotes grávidas, cheias de ovos, que se desprendem e são liberados durante ou após as evacuações.

3 - No solo, rompem-se e liberam ovos. Cada ovo é esférico, mede cerca de 30 mm de diâmetro e é conhecido como oncosfera. Espalha-se pelo meio e podem ser ingeridos pelo hospedeiro intermediário.

4 - No intestino do hospedeiro intermediário, os ovos penetram no revestimento intestinal e caem no sangue. Atingem principalmente a musculatura sublingual, diafragma, sistema nervoso e coração.

5 - Cada ovo se transforma em uma larva (cisticerco). Essa larva contém escólex e um curto pescoço, tudo envolto por uma vesícula protetora.

6 - Pode ocorrer autoinfestação, ovos passam para a corrente sanguínea e desenvolvem-se em cisticercos em tecidos humanos, causando uma doença - a cisticercose que pode ser fatal.

Sintomas

Sintomas

Muitas vezes a teníase é assintomática. Porém, podem surgir transtornos dispépticos, tais como: alterações do apetite (fome intensa ou perda do apetite), enjôos, diarreias frequentes, perturbações nervosas, irritação, fadiga e insônia.

Profilaxia e tratamento

Profilaxia e tratamento

A profilaxia consiste na educação sanitária, em cozinhar bem as carnes e na fiscalização da carne e seus derivados (linguiça, salame, chouriço,etc.)

Em relação ao tratamento, este consiste na aplicação de dose única (2g) de niclosamida. Podem ser usadas outras drogas alternativas, como diclorofeno, mebendazol, etc.

Teníase X Cisticercose

Teníase X Cisticercose

Esquistossomose

Infecção causada por verme parasita da classe Trematoda. Ocorre em diversas partes do mundo de forma endêmica. Nestes locais o número de pessoas com esta parasitose se mantém mais ou menos constante.

Ciclo da esquistossomose

Ciclo da esquistossomose

Os parasitas desta classe são cinco, e variam como agente causador da infecção conforme a região do mundo. No nosso país a esquistossomose é causada pelo Schistossoma mansoni. O principal hospedeiro e reservatório é o homem, sendo a partir, principalmente as fezes que os ovos são disseminados.

Possui um hospedeiro intermediário - caramujos, caracóis ou lesmas, onde os ovos passam a forma larvária (cercária). Esta, se dispersa em águas não tratadas, como lagos, infecta o homem pela pele causando inflamação da mesma.

Já no homem o parasita se desenvolve e se aloja nas veias do intestino e fígado causando obstrução das mesmas, sendo esta a causa da maioria dos sintomas da doença que pode ser crônica e levar a morte.

As fezes de pessoas infectadas contaminam os rios e lagos com os ovos do Schistossoma mansoni.

Contaminação

Contaminação

Os ovos eliminados pela urina e fezes dos homens contaminados evoluem para larvas na água, estas se alojam e desenvolvem em caramujos. Estes últimos liberam a larva adulta, que ao permanecer na água contaminam o homem. No sistema venoso humano os parasitas se desenvolvem até atingir de 1 a 2 cm de comprimento, se reproduzem e eliminam ovos. O desenvolvimento do parasita no homem leva aproximadamente 6 semanas (período de incubação), quando atinge a forma adulta e reprodutora já no seu habitat final, o sistema venoso. A liberação de ovos pelo homem pode permanecer por muitos anos

Sintomas

Sintomas

No momento da contaminação pode ocorrer reação alérgica na pele (coceira e vermelhidão), devido a penetração do parasita. Após 4 a 8 semanas surge febre, dor-de-cabeça, dores abdominais, inapetência, náuseas, vômitos e tosse seca. Pode ocorrer ainda fígado e baço aumentados e ínguas pelo corpo.

Estes sintomas normalmente desaparecerem em poucas semanas. Dependendo da quantidade de vermes a pessoa pode se tornar portadora assintomática, ou apresentar a forma crônica da doença: fadiga, dor abdominal em cólica com diarreia intermitente ou disenteria.

Outros sintomas são decorrentes da obstrução das veias do baço e do fígado (com aumento dos órgãos) e desvio do fluxo de sangue que podem causar desconforto no quadrante superior esquerdo do abdômen até vômitos com sangue por varizes que se formam no esôfago.

Diagnóstico

Diagnóstico

Para diagnosticar esquistossomose a informação de que o suspeito de estar infectado esteve em área onde há muitos casos de doença (zona endêmica) é muito importante, além dos sintomas e sinais descritos acima (quadro clínico). Exames de fezes e urina com ovos do parasita ou mesmo de pequenas amostras de tecidos de alguns órgãos (biópsias da mucosa do final do intestino) são definitivas. Mais recentemente se dispõe de exames que detectam, no sangue, a presença de anticorpos contra o parasita que são úteis naqueles casos de infecção leve ou sem sintomas.

Tratamento

Tratamento

O tratamento de escolha com antiparasitários, substâncias químicas que são tóxicas ao parasita.

Atualmente existem três grupos de substâncias que eliminam o parasita, mas a medicação de escolha é o Oxaminiquina ou Praziquantel ou, que se toma sob a forma de comprimidos na maior parte das vezes durante um dia.

Isto é suficiente para eliminar o parasita, o que elimina também a disseminação dos ovos no meio ambiente. Naqueles casos de doença crônica as complicações requerem tratamento específico.

Prevenção

Prevenção

Por se tratar de doença de acometimento mundial e endêmica em diversos locais (Penísula Arábica, África, América do Sul e Caribe) os órgãos de saúde pública (OMS – Organização Mundial de Saúde - e Ministério da Saúde) possuem programas próprios para controlar a doença. Basicamente as estratégias para controle da doença baseiam-se em:

Identificação e tratamento de portadores.

Saneamento básico (esgoto e tratamento das águas) além de combate do molusco hospedeiro intermediário

Educação em saúde.

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