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LESÕES POR ARMA DE FOGO

FERIMENTOS DE ENTRADA

METRALHADORA

As lesões faciais causadas por projétil de arma de fogo podem resultar em danos significativos aos tecidos do complexo buco-maxilo-facial, que, por vezes, constituem desafio no seu tratamento e reconstrução, responsável por elevada morbidade e mortalidade, pois comprometem a vida, função e estética do paciente.

Os traumatismos por PAF são considerados, dentro do seguimento trauma, a segunda causa mortis, sendo superados, apenas, pelos acidentes automobilísticos.

A característica e gravidade das lesões são determinadas por diversos fatores, como potência da carga, número e conformação do(s) projétil (eis), distância do disparo, trajeto,bem como a elasticidade e vascularização do tecido atingido.

As lesões típicas apresentam um orifício de entrada, resultado da penetração do projétil, o trajeto o qual ele percorreu e, muitas vezes, o orifício de saída, quando a EC é suficiente para que o projétil possa atravessar o corpo, o que define uma ferida transfixante.

PISTOLA

  • EFEITOS PRIMÁRIOS DO TIRO

  • EFEITOS SECUNDÁRIOS DO TIRO

  • LESÕES POR ONDA DE CHOQUE

  • LESÕES DE TIRO ENCOSTADO

  • LESÕES DE TIRO A CURTA DISTÂNCIA

  • LESÕES A DISTÂNCIA

Os ferimentos de entrada de projéteis são caracterizados pelos efeitos primários, secundários e explosivos do tiro e são observados por meio de exame perinecroscópico e/ou necroscópico.

Câmara de Mina de Hoffmann

• Ferimento com plano ósseo adjacente

• Forma irregular, denteada ou com entalhes

• Ação resultante dos gases que deslocam e dilaceram os tecidos

• Plano ósseo oferece resistência

Sinal de Benassi (Benassi-Cueli)

Nos tiros dados no crânio, costelas e escápulas, pode-se

encontrar um halo fuliginoso (ou negro de fumo) na lâmina

externa do osso referente ao orifício de entrada

• Pode estar borrado

• Tendência a desaparecer com a lavagem ou putrefação

Sinal de Werkgaertner

• Desenho da boca e da massa de mira do cano, produzido

por sua ação contundente ou pelo aquecimento

• Sem plano ósseo adjacente

REVOLVER

CLASSIFICAÇÃO

Tiro a curta distância: essa modalidade é definida pela ocorrência de efeitos primários e secundários. Além da lesão de entrada produzida pelo impacto do projétil (efeito primário), há manifestações da ação dos resíduos de combustão da pólvora e das partículas sólidas do projétil expelido pelo cano da arma (efeitos secundários). Uma submodalidade de tiro a curta distância é o chamado "tiro à queima-roupa", em que, adicionalmente aos sinais já descritos, encontram-se alterações relacionadas à alta temperatura dos gases, como crestação de pelos e cabelos, que ficam entortilhados e quebradiços, queimaduras sobre a pele, que se torna apergaminhada e escura ou amarelada, e zona de compressão de gases, que ocorre no vivo.

SUBMETRALHADORA

Características da lesão: diâmetro menor que o do projétil, forma arredondada ou elíptica, orla de escoriação ou anel de Fisch (pode esclarecer a direção do tiro), halo de enxugo (impurezas deixadas pelo PAF no anel interno da ferida de entrada), aréola equimótica (orla violácea causada pelo rompimento de vasos) e bordas invertidas, reviradas para dentro (pela ação contundente que age de fora para dentro). As lesões dessa natureza são aquelas que não apresentam os feitos secundários do tiro (não há padronização de uma distância).

– QUANTO AO TAMANHO

  • CURTA

Armas curtas são aquelas que podemos operar com uma ou duas mãos, não necessitando do apoio no ombro.

  • LONGA

São aquelas de dimensões e peso maiores que as curtas podendo ser portáteis ou não portáteis.

FUZIL

  • Aline Martins
  • Carla Victória
  • Kessia Costa
  • Lidiane Cunha
  • Reila Botelho
  • Vavá Medeiros

ESPINGARDA

– QUANTO AO FUNCIONAMENTO

  • SEMI-AUTOMÁTICA

Arma que realiza, automaticamente, todas as operações de funcionamento com exceção do disparo, o qual, para ocorrer, requer, a cada disparo, um novo acionamento do gatilho. (Ex. pistola).

  • AUTOMÁTICA

Arma em que o carregamento, o disparo e todas as operações de funcionamento ocorrem continuamente enquanto o gatilho estiver sendo acionado (é aquela que dá rajadas). (Ex. metralhadora).

– MUNIÇÃO

Artefato completo, pronto para carregamento e disparo de uma arma de fogo. Geralmente de dividem em: estojo, espoleta, pólvora e projétil.

  • ESPOLETA É um recipiente, localizado na base do estojo, que contém uma mistura iniciadora, a qual gera uma chama no momento da percussão.
  • POLVORA É um tipo de propelente que, iniciado pela ação de uma chama, causa a expansão de gases, arremessando o projétil à frente.
  • PROJÉTIL, de uma forma ampla, é qualquer corpo sólido passível de ser arremessado. Em se tratando de munições, é a parte do cartucho que será lançada através do cano. Pode ser chamado de bala ou ponta.
  • ESTOJO É o componente de união mecânica do cartucho. O estojo possibilita que todos os componentes necessários ao disparo fiquem unidos em uma única peça, o que facilita o manejo da arma e acelera o processo de carregamento.

FERIMENTOS DE SAÍDA

Os ferimentos de saída de PAF’s( Projéteis de Arma de Fogo) apresentam uma dinâmica de formação diferente dos ferimentos de entrada.

Enquanto no ferimento de entrada o projétil é forçado diretamente contra a pele, sendo o elemento responsável por romper a resistência da epiderme, o ferimento de saída do projétil não entra em contato com a pele

- QUANTO A PORTABILIDADE

-DE PORTE, Arma de fogo de dimensões e peso reduzido, que pode ser portada por um indivíduo em um coldre e disparado, comodamente, com somente uma das mãos pelo atirador; enquadram-se, nesta definição, pistolas, revólveres e garruchas.

  • PORTÁTIL - “Arma cujo peso e cujas dimensões permitem que seja transportada por um único homem, mas não conduzida em um coldre, exigindo, em situações normais, ambas as mãos para a realização eficiente do disparo;”

  • REVÓLVER – Arma de fogo de porte, de repetição, dotada de um cilindro giratório posicionado atrás do cano, que serve de carregador, o qual contém perfurações paralelas e eqüidistantes do seu eixo e que recebem a munição, servindo de câmara.

  • PISTOLA - Arma de fogo de porte, geralmente semi-automática, cuja única câmara faz parte do corpo do cano e cujo carregador, quando em posição fixa, mantém os cartuchos em fila e os apresenta seqüencialmente para o carregamento inicial e após cada disparo; há pistolas de repetição que não dispõem de carregador e cujo carregamento é feito manualmente, tiro-a
  • CARABINA - Arma de fogo portátil semelhante a um fuzil, de dimensões reduzidas, de cano longo - embora relativamente menor que o do fuzil - com alma raiada.

  • FUZIL - Arma de fogo portátil, de cano longo e cuja alma do cano é raiada. Podem ser de repetição, semi-automáticos ou automáticos.

  • ESPINGARDA - Arma de fogo portátil, de cano longo com alma lisa, isto é, não raiada.

  • METRALHADORA - Arma de fogo portátil, que realiza tiro somente no sistema automático.

  • SUBMETRALHADORA - Conhecida também como metralhadora de mão ou pistolametralhadora, é uma arma de fogo portátil, que pode ser utilizada no sistema semi-automática ou automática, de tamanho reduzido para uso das mãos, sem fixação por tripé, que utiliza normalmente um calibre usual de pistola, como 9 mm. ou . 40 , entre outros.

  • NÃO PORTÁTIL “Arma que, devido às suas dimensões ou ao seu peso, não pode ser transportada por um único homem;”

CASO CLÍNICO

Características de orifício de saída:

  • Dilacerado
  • Evertido
  • Desproporcional ao diâmetro do projétil
  • Sem orlas e zonas

Como essa massa é disforme e irregular, a solução de continuidade terá características semelhantes, com um aspecto irregular e evertido, em virtude da pressão de dentro para fora do corpo

Paciente melanoderma, 39 anos, sexo masculino, foi trazido por policiais militares à equipe de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial do hospital Socorrão após ter participado de uma troca de tiros em uma tentativa de fuga, em virtude de um assalto à mão armada. Os policiais relataram que a arma utilizada era de calibre ponto 40 mm e o tempo do ocorrido até o atendimento emergencial foi de aproximadamente 30 minutos. O exame inicial diagnosticou presença de orifício de entrada do projetil em formato irregular, com áreas de chamuscamento de pele em região de ângulo e corpo da mandíbula esquerda, e orifício de saída, de diâmetro menor e aspecto elíptico na mesma direção do lado oposto. O paciente apresentava-se deambulante, consciente e orientado. Verificou-se a presença de ferimento lacerante em língua com reversão anterior de sua porção posterior com comprometimento da artéria lingual bilateral, má oclusão, mobilidade de segmento anterior da mandíbula, crepitação e impossibilidade de fechamento da boca

INTRODUÇÃO

- BALÍSTICA FORENSE

  • Balística
  • Balística Interna
  • Balística Externa
  • Balística de Efeito

CONCLUSÃO

Disparo de arma de fogo encostado. Câmara de mina de Hofmann e sinal de Benasi.

O conhecimento de como as características dessas lesões podem contribuir para a identificação do tipo de arma utilizada .

Conclui-se, estabelecendo a importância do estudo das lesões por armas de fogo pelo CD na aplicação adequados de seu conhecimento para a identificação de tais lesões.

Microlacerações em projetil de baixa energia

Lesão de entrada de projetil de arma de fogo em região frontal.

Lesão por projetil de arma de fogo tangencial.

REFERÊNCIAS

Sanches S, Duarte SJH, Pontes ERJC. Caracterização das vítimas de ferimentos por arma de fogo, atendidas pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência em Campo Grande-MS. Saude soc 2009; 18(1):95-102.

FRANÇA, Genival Veloso de. Fundamentos de medicina legal. Guanabara Koogan, 2005.

DUHAMEL, P. et al. Traumatismes balistiques du thorax. Agents vulnérants et balistique

lésionnelle. In: Annales de chirurgie plastique esthétique. Elsevier Masson, 2003. p. 128-

134.

FÁVERO, Flamínio. Medicina legal. Editora Itatiaia, 1975

Imagens: DISPONÍVEIS EM: www.malthus.com.br

7 Lesões de entrada de projetis de arma de fogo

Tatuagem produzida por arma de fogo sem que que o projetil tenha atingido a vítima.

Lesão por entrada de projetil de arma de fogo disparada à curta distância.

Veja a tatuagem na fotografia panorâmica

Projetil único com entrada muito oblíqua em relação à pele. Observe nas margens o efeito da rotação do projetil.

Lesão pérfuro-contusa mandibular de saída de projetil de arma de fogo. Fragmentos ósseos e dentários

Lesão por disparo de espingarda a curta distância

Lesão pérfuro-contusa por projetil de arma de fogo disparado encostado.

Câmara de mina de Hofmann

Lesão produzida por entrada de projetil de arma de fogo. Disparo à curta distância. Esfumaçamento.

Lesão de entrada de cartucheira em face

Lesões de entrada e saída por disparo de PAF oblíquo no crânio

Lesão por único projetil de arma de fogo

Saída de projetil de arma de fogo. Aspecto estrelado.

Lesão pérfuro-contusa de entrada de projetil de arma de fogo em região sub-mandibular com tatuagem

LESÕES POR ARMA DE FOGO

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