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"Vivo uma era anterior àquela em que vivo; gozo de sentir-me coevo de Cesário Verde, e tenho em mim, não outros versos como os dele, mas a substância igual à dos versos que foram dele."
— Bernardo Soares, Livro do Dessassossego
de·am·bu·la·ção
— Andar sem destino certo.
“Eu descia o Chiado lentamente
Parando junto às montras dos livreiros
Quando passaste irónica e insolente,
Mal pousando no chão os pés ligeiros."
“Descendo hoje a Rua Nova do Almada, reparei de repente nas costas do homem que a descia adiante de mim. (...) Levava uma pasta velha debaixo do braço esquerdo, e punha no chão, no ritmo de andando, um guarda-chuva enrolado, que trazia pela curva na mão direita."
— Cesário Verde, Loira
— Bernardo Soares, Livro do Dessassossego
trans·fi·gu·ra·ção
— Ato ou efeito de transfigurar ou de mudar a forma.
"Neste vestido da rapariga que vai em minha frente decomponho o vestido em o estofo de que se compõe, o trabalho com que o fizeram (...) desdobram-se diante de mim as fábricas e os trabalhos - a fábrica onde se fez o tecido: a fábrica onde se fez o retrós, e vejo as secções das fábricas, as máquinas, os operários, as costureiras, meus olhos virados para dentro penetram nos escritório..."
"E eu recompunha, por anatomia,
Um novo corpo orgânico, ao bocados.
Achava os tons e as formas. Descobria
Uma cabeça numa melancia,
E nuns repolhos seios injetados.
As azeitonas, que nos dão o azeite,
Negras e unidas, entre verdes folhos,
São tranças dum cabelo que se ajeite;
E os nabos - ossos nus, da cor do leite,
E os cachos de uvas - os rosários de olhos."
— Bernardo Soares, Livro do Dessassossego
— Cesário Verde, Num Bairro Moderno