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Nasceu em Quarai, RS, em 21 de agosto de 1895. Órfão de pai.
Foi Político, médico, psiquiatra, escritor, jornalista e poeta.
Dyonélio Tubino Machado atuou como médico (precursor da psiquiatria no Brasil), escreveu em jornais e também militou politicamente. Foi preso durante o governo de Vargas, em virtude de sua filiação ao Partido Comunista Brasileiro (PCB), inicialmente em Porto Alegre e em seguida no Rio de Janeiro — onde conheceu, entre outros presos políticos, o escritor Graciliano Ramos. Elegeu-se deputado estadual em 1946, mas permaneceu no cargo durante um curto período.
Faleceu em Porto Alegre em 19 de junho de 1985.
O primeiro trabalho do escritor foi em 1903, quando ele começou a vender bilhetes de loteria. Dyonélio também atuou como balconista e monitor de classes na escola pública.
Em 1912, ele se mudou para a capital Porto Alegre, onde conseguiu concluir o curso secundário. Em 1921, o escritor fundou o jornal “A Informação”, ligado ao Partido Republicano. Foi ainda um dos fundadores da Associação Rio-grandense de Imprensa (ARI) e, mais tarde, colaborador dos jornais Correio do Povo e Diário de Notícias, da capital gaúcha. Em 1946, com Décio Freitas, fundou o jornal Tribuna Gaúcha, porta-voz do Partido Comunista Brasileiro.
Em 1923, publicou o ensaio “Política Contemporânea: Três Aspectos e ingressa na Faculdade de Medicina”.
Entre os anos de 1930 e 1931, o autor viveu no Rio de Janeiro, onde se especializou em psiquiatria e neurologia.
Consagrou-se como escritor e foi um dos principais nomes da segunda geração do Modernismo no Brasil.
Na literatura, o ficcionista Dyonélio Machado é autor de 19 títulos.
Angústia, animalização e perseguição política, são temas bem presentes na maioria de suas obras, que dialogam com o imaginário e com os movimentos do autor em vida.
Vencedor do Prêmio Machado de Assis, em 1935,
Clássicos
da literatura brasileira.
Romance
Estreia
1927
1942
1935
Romance
Lançamento
- Política contemporânea: três aspectos (1923, ensaio)
- Um pobre homem (1927, contos)
Uma definição biológica do crime (1933, ensaio — é a tese de doutoramento
do autor, precursora da bibliografia freudiana no Rio Grande do Sul)
- Os ratos (1935, romance)
- O louco do Cati (1942, romance)
- Eletroencefalografia: alguns aspectos (1944, ensaio)
- Desolação (1944, romance) obra também premiada
- Passos perdidos (1946, romance)
- Deuses econômicos (1966, romance)
- Prodígios (1980)
- Endiabrados (1980, romance)
- Nuanças (1981)
- Sol subterrâneo (1981, romance)
- Fada (1982, romance)
- Ele vem do fundão (1982, romance)
- Memórias de um pobre homem (1990, memórias)
- O estadista (1995, romance escrito em 1926)
- Proscritos (2014, romance escrito em 1964)
- Terceira vigília (romance escrito entre 1966 e 1980, ainda inédito)
1935 - Prêmio Machado de Assis, pelo romance Os ratos
1945 – Prêmio Felipe d’Oliveira, pelo romance Desolação
1979 – Grande Prêmio da Crítica, da Associação dos Críticos de Arte de São Paulo
1979 – Posse na Academia Rio-Grandense de Letras (13/11/79), cadeira 38 – patrono, o poeta Eduardo Guimarães
1981 – Prêmio Jabuti, pelo romance Endiabrado.
1982 – Prêmio Fernando Chinaglia, da União Brasileira de Escritores, pelo romance Nuanças
1984 – Placa de Prata, da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, como homenagem oficial ao constituinte de 1947
1985 - Diploma de Honra ao Mérito, da Secretaria de Saúde e Meio Ambiente, através da Direção do Hospital São Pedro
1985 – Comenda Ordre des Arts et des Lettres, do Governo da França.
A obra
O tema da obra Os Ratos é a massificação do homem contemporâneo, sozinho na multidão. O autor prima pela análise psicológica que relata o drama financeiro de um homem comum, que trabalha em uma repartição, cercado de pessoas preocupadas consigo mesmas.
Os Ratos tem uma linguagem simples, direta, econômica, onde não transparece nenhuma empolgação, apenas a angústia do protagonista Naziazeno em resolver seu problema. Descreve uma sociedade contemporânea preocupada com o dinheiro. A obra se enquadra no movimento modernista brasileiro, que tem como característica o linguajar simples, coloquial, direto, sem rodeios, nem sentimentalismo. Outra característica é o tempo de ação.
Trata-se de uma leitura complexa onde o narrador semeia os vestígios e o leitor se converte em investigador.
um dos expoentes ao Realismo urbano
Dyonelio Machado era comunista e critica nessa obra a existência alienada do homem no capitalismo. Revela profunda pesquisa que o autor faz do individual, saindo da parte para chegar ao todo. Faz uma descrição microscópica de gestos, ideias, pensamentos e impulsos dos personagens. Através da influência de Freud em sua formação psiquiátrica, ele sabe que é através dos pequenos traços que iluminam as atitudes, ações, e comportamentos do ser humano, onde os valores dissolvem e perdem o sentido. Trata-se de uma leitura complexa onde o narrador semeia os vestígios e o leitor se converte em investigador.
O louco do Cati narra a história de um homem sem nome, sem passado e com poucas frases ditas ao longo das 270 páginas do romance. Sem personalidade definida e conhecido apenas por nacos oníricos de seu passado distribuídos aos poucos na narrativa, o “maluco” embarca em um bonde, vai até o fim de linha, tenta trocar uma nota antiga em um bar e acaba sendo levado por um grupo de jovens a uma excursão feita de caminhão pelo litoral. Quando os demais retornam, o louco segue acompanhando um deles, o malandro Norberto, até ambos serem detidos sem razão aparente em Santa Catarina. Daí, são levados para o Rio de Janeiro e amargam a cadeia. Solto, o louco refaz o trajeto até o Rio Grande do Sul terminando, de modo fantástico, no Cati, em Santana do Livramento, na fronteira com Uruguai.
Meticuloso, Dyonelio fez o planejamento da viagem desenhando um mapa com percurso do protagonista e o tempo que cada passo do trajeto demandaria. Se, como querem alguns teóricos, o maior objetivo da literatura é causar estranheza, O louco do Cati é literatura em alto grau. O livro intriga desde a primeira linha, tanto na história narrada em clima de tédio e pesadelo quanto na forma.
O louco do Cati não foi escrito.
Em uma entrevista, concedida ao jornal A Hora, de Porto Alegre, em 1956, Machado afirmou: “A vida precisa ser vivida com indiferença.” Camilo Mattar Raabe analisa que a afirmação ajuda a compreender o autor. “É preciso certa indiferença em relação aos triunfos e fracassos na relação do ser com a realidade, para que o mesmo possa manter-se íntegro com os ditames de sua própria consciência”,
ALBÉ, Maria Helena. Uma leitura de Os ratos de Dyonelio Machado. Dissertação (Mestrado em Letras). Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 1983.
BARBOSA, Márcia H. Saldanha. A paródia em O louco do Cati. Porto Alegre: EDIPUC/RS, 1994.
RIELA, Caio Repiso. Dyonelio Machado : os 100 anos do lobo solitário da literatura gaúcha. Porto Alegre : Assembleia Legislativa (RS), 1996.
http://www.candido.bpp.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=1313 Acesso em: 26 de Abril de 2019.
https://www.youtube.com/watch?v=GjBETexbG9s Acesso em: 25 de Abril de 2019.