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Transcript

Alemanha

Um jovem de nome Estevão

Westfália

Frei Inácio Nasceu no dia 4 de Abril de 1876, em Hultrop na Westfália, e três dias depois foi batizado, recebendo o nome de Estevão.

Sentia desde pequeno vontade de sequir a vida relicgiosa aos moldes de São Francisco, porém

Aí viveu até os 15 anos, terminados os oito anos de escola primária e complementar, declarou aos pais o desejo de entrar no convento.

O pai concordou, mas exigiu que o filho primeiro conhecesse a realidade da vida. Queria experimentar a firmeza da vocação do filho. Levou-o a vizinha cidade do Soest e teve a sorte de colocar o filho na livraria e tipografia católica, como aprendiz na parte comercial da nova tipográfica de Friedridt Blank.

Aprendiz de tipógrafo

Estevão ao começar a trabalhar na livraria e tipografia católica, como aprendiz na parte comercial da nova tipográfica de Friedridt Blank; pode rapidamente crescer.

Em poucos meses Estevão, despachava sozinho as correspondências da firma, para a alegria do patrão assistia à chegada à montagem de novas máquinas, ficou a par de todos os serviços empregados nas oficinas.

Em casos urgentes, Estevão ficava depois do expediente e aprontava todas as encomendas.

Ao fim de três anos, ele tinha se especializado em todos os segredos da moderna tipografia da época.

Missão

no

Brasil

Vocação e Missão

O patrão Pensou em nomeá-lo gerente da firma, mas Estevão recusou, porque ainda queria ser missionário franciscano.

Despediu-se do Sr. Friederich e dos colegas de trabalho no dia 1º de abril de 1895, visitou a família para despedir-se.

Holanda

no dia 4 de abril, seu aniversário de 19 anos, já estava na Holanda,

entrando para o Seminário Franciscano de Harreveld, na Holanda e se preparava para entrar na missão brasileira.

Em solo Brasileiro

Em Dezembro do mesmo ano, o Reverendo Frei Lulo Mus, a companhado por Frei Hipólito Zureck, levou Estevão como candidato à vestição para o Brasil.

a 7 de Janeiro de 1896 desembarcaram os três no Rio de Janeiro.

Foram a Petrópolis esperar a chegada dos primeiros franciscanos destinados a tomar conta da Igreja do Sagrado Coração de Jesus, o que se realizou a 16 de Janeiro de 1896,

Estevão Hinter nomeado como o primeiro porteiro da pequena comunidade.

Petrópolis- Uma historia que complementa

Os colonos católicos eram acompanhados pelo Pe. Teodoro Esch, de origem alemã. Foi ele quem pediu autorização ao Imperador D. Pedro II para a construção de uma capela para os colonos, a atual igreja do Sagrado Coração de Jesus, que foi inaugurada em 1874. Em 1878, o Pe. Teodoro Esch foi nomeado vigário da igreja matriz de São Pedra de Alcântara.

Os colonos alemães que vieram para Petrópolis, estavam divididos entre católicos e protestantes. Era difícil, na época, existirem padres ou pastores que pudessem assisti-los na língua natal.

Quem ficou provisoriamente dando assistência religiosa aos colonos alemães foi monsenhor João Batista Guidi, Auditor da Internunciatura no Brasil, conhecedor do idioma alemão.

Porém esse ofício lhe tomava muito tempo, Monsenhor Guido começou a procurar religiosos que pudessem assumir esse trabalho de assistência religiosa aos colonos, que estivessem dispostos a construir um convento e uma escola ao lado da igreja.

Ainda em Petrópolis

Em 1891, entrou em contato com os frades alemães recém-chegados ao Brasil para a restauração das províncias franciscanas. Só em 1895 os frades puderam aceitar o convite. Em 16 de janeiro de 1896, os primeiros frades chegaram a Petrópolis: Frei Ciríaco Hielscher, o primeira quardião do convento, Frei Zeno Wallbrohl e Frei Mariano

Monsenhor Guidi cuidou de toda a documentação exigida pelas autoridades civis e religiosas para a vinda dos frades, pagou o aluguel de uma casa nos fundos da Igreja do Sagrado Coração de Jesus, encomendou a planta, acompanhou e custeou a construção do convento até o fim das obras.

No mesmo ano da inauguração do novo convento, 1897, despediu-se de Petrópolis e do Brasil, pois fora nomeado arcebispo nas Filipinas, deixando a comunidade alemã aos cuidados de Frei Ciríaco.

Convento Na Bahia

Poucos dias depois da chegada dos frades, Estevão Hinte partiu para o Convento de São Francisco, em Salvador. Vestiu o hábito franciscano em fevereiro de 1896, recebendo o nome de Frei Inácio.

Estevão seguiu para a Baía, onde com outros colegas recebeu o hábito franciscano a 11 de Fevereiro de 1896. Emitiu os votos simples a 12 de Fevereiro de 1897

Por causa da febre amarela, a qual vitimou cinco franciscanos no Convento da Baía e cinco em Recife, os noviços passaram quatro meses nas ruínas do velho convento da Ilha de Cairu; de fevereiro a Junho de 1896.

Convento de Cairu

O noviciado sob o regime do Frei Niceto Oberborbeck teve o seu ritmo normal, no abandonado Convento de Cairu.

O pátio interior era mato, os corredores e celas, depósitos de pó e reboco caído; havia falta completa de mobília.

Toda via os numerosos sacrifícios e mortificações não deprimiram o espírito alegre dos jovens franciscanos, nem os jejuns prolongados e a falta de qualquer comodidade.

Passados quatro meses, O velho Convento apresentava aspecto novo e belo.

De volta ao convento da Bahia

Em Julho os noviços voltaram de novo ao Convento da Baía; por ordem do Mestre de noviços,

Frei Inácio, nas horas livres, Geriria uma encadernação paupérrima para salvar os livros antigos ou cader­nos.

Frei Estanislau Schaette foi seu ajudante na encadernação e chegou a cozinhar cola em um fogão improvisado com quatro tijolos.

Havia também, no convento de Salvador, uma modesta oficina de impressão, onde Frei Jesualdo Machetti O.F.M. se ocupava em imprimir folhetos ou cartazes.

A máquina era bem velha e muitas vezes encrencava e nessas ocasiões o único recurso era o noviço Frei Inácio que curava todas as enfermidades do instrumento.

Desta forma, eles trabalhavam e ajudavam a comunidade religiosa em que viviam.

Enquanto Frei lnácio Hinte esteve na Bahia, os franciscanos que ficaram em Petrópolis, com a ajuda de Monsenhor Guidi, construíram um convento ao lado da Igreja do Sagrado Coração de Jesus;

Foi destinando três salas no térreo do convento para o funcionamento de uma escola para os filhos dos colonos alemães.

O convento foi inaugurado no dia 6 de janeiro de 1897 e a Escola Gratuita São José no dia seguinte, com uma matrícula de 111 crianças.

Escola Gratuita são José

Os primeiros professores da Escola Gratuita foram Frei Zeno Wallbrohl, para a turma alemã, e Frei Diogo de Freitas, baiano, para a turma brasileira. Frei Zeno, em pouco tempo, ficou gravemente enfermo, sendo substituído por Frei Inácio Hinte e Frei Estanislau Schaette.

Volta a Petrópolis

A 17 de Fevereiro de 1897, o neoprofesso Frei Inácio voltou à cidade de Petrópolis. Frei Ciríaco Hielscher foi o primeiro superior, e Frei Pascoal Reuss, professor de humanidades e retórica.

Desde Junho, Frei Inácio, destacado para o magistério na Escola Gratuita, Suas aulas eram bem preparadas, tiveram bom resultado. Reinava ordem e respeito na classe, e, em consequência, havia progresso.

Apesar de estar trabalhando como professor, Frei Inácio continuou com seus estudos de filosofia e teologia, Nessa época, em 30 de Novembro de 1900 recebeu as Ordens Menores e a 23 de Dezembro de 1902 diácono, a 30 de Novembro de1903, sacerdote.

Fundação

da Editora Vozes

Assim nasce a Editora Vozes

Certo dia, nas férias do ano de 1899 para 1900, Frei Ciríaco entrou no Convento, esfregando as mãos e, rindo-se, disse aos frades estudantes:

"comprei os restos de uma tipografia falida, paguei 500$000 Reis ,Uma carroça puxada por um burro há de trazer as relíquias;"

De fato, o veículo não tardou vir, e os clérigos carregaram as peças negras para um canto debaixo da escada perto do refeitório.

Poucos dias depois Frei Inácio pediu e recebeu a licença de examinar e limpar tudo, e chegou ao resultado por ele muito desejado: era possível montar uma pequena tipografia, com a condição de se comprar em algumas peças novas.

O bondoso Padre Guardião concordou, e frei Estanislau nos sábados, ia ao Rio, à procura das encomendas de Frei Inácio, numa firma da Rua dos Inválidos.

Passaram-se alguns meses, mas o grande dia chegou, em que a máquina "Alauzet", tocada à mão pelo prestativo Frei Matias, se pôs com movimento pela primeira vez.

imprimiu cartões de visita para o Frei Guardião, e ficaram satisfeitos; o superior da casa e o humilde diretor técnico da novíssima empresa. E deste momento em diante pode-se constatar Ordem e Progresso até o tempo presente.

Na Lembrança de Frei Schaette, uma carroça parou à porta, trazendo os objetos enferrujados, indicadores de glórias passadas.

“A carga toda não ocupou grande espaço e cabia muito bem em um cantinho debaixo da escada.” Ali mesmo, debaixo da escada, com a ajuda de alguns estudantes da Escola Gratuita,

Frei Inácio começou a examinar e a Limpar peça por peça, modelando em madeira peças em falta, que em seguida eram fundidas, segundo os moldes feitos pelo fundidor da Leopoldina, Sr. Francisco Silveira d'Ávila Junior."

Em pouco tempo, estava pronta para entrar em serviço a pequena tipografia, com suas caixas de tipos arrumadas e sua máquina de impressão montada e lubrificada. '

Frei Ciriaco deu total apoio aos projetos de Frei Inácio e escreveu para os superiores da Província pedindo autorização para o funcionamento de uma tipografia, com o objetivo de imprimir Livros para os alunos da Escola Gratuita São José.

Em 5 de março de 1901, o Discretório do Convento concedeu a Licença para o funcionamento da oficina, com o nome de Typographia da Escola Gratuita São José.

A maquina Alauzet Tocada a mão pelo Frei Matias Hermanns e sob a direção técnica de Frei Inácio Hinte, a restaurada Alauzet funcionou Muito bem dando inicio ao que viria a ser a Editora Vozes.

Foi em 1904 que foi impresso o primeiro Livro de "Leitura" para as crianças do 1° ano, que Rendeu 60 edições.

Em 1907, o primeiro caderno de músicas, como Brás de Frei Pedro Sinzig e Frei Basílio Rower,

Em 1° de Julho do mesmo ano, o 1 número da Revista "Vozes de Petrópolis".

Nos anos iniciais da Tipografia, os auxiliares eram os alunos da escola Gratuita Sâo José, e muitos deles passarem de aprendizes a mestres no oficio.

Outras missões

Outras missões

No dia 4 de Abril de 1909, Frei Inácio partiu para Santos, onde, porém, ficaria pouco tempo. O superior Frei André Noirhomme requereu a jurisdição para o seu novo auxiliar, e junto com Frei Anselmo Bökenholt, os três franciscanos trabalharam na catequese e cura d'almas em colégios, conventos, capelas e matrizes.

Convento de Santo Antonio

Frei Inácio foi transferido de Santos para o convento de Santo Antonio no Rio de Janeiro, em 1910 ao largo da carioca, até 1929.

Frei Inácio passou esse período nos cargos de vigário ou guardião do Convento, e atuava como confessor e diretor espiritual de numerosas almas bem intencionadas ou convertidas.

Foi muito feliz na fundação da nova Fraternidade da Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência, Fundada a 15 de dezembro de 1912.

Anos depois, surgiu a Fraternidade da Ordem Terceira em Niterói, grêmio que honra o fundador e guia, e os membros zelosos. Frei Inácio deu início na igreja de São Lourenço, descobriu no segundo andar da Catedral uma sala desocupada, e, com as devidas licenças, surgiu nesse ambiente um florescente canteiro franciscano.34%

Ainda no convento Santo Antonio

Esforçava - se Frei Inácio por lançar um alicerce seguro nessas almas sedentas, pois uma religião só de sentimentos não resiste.

Foi nesta época que Frei Inácio foi designado como vigário, e auxiliar de seu novo superior do Convento Santo Antônio.

Ambos entenderam as duas questões urgentes: salvar o convento da completa ruína e promover piedosa prática religiosa na igreja. Fundaram-se a Pia União de Santo Antônio e a Fraternidade da Ordem Terceira.

No convento de Santo Antônio havia muitos problemas urgentes a resolver Pe. Guardião e seu eficiente Vigário, Frei Inácio; aos poucos reformaram velho Convento.

De volta

a Editora

De Volta a Petrópolis

No dia 29 de Setembro de 1929, foi sagrado em Blunenau o primeiro bispo de Lajes, D. Frei Daniel Hostin O.F.M., que era guardião do Convento de Petrópolis.

Frei Inácio foi nomeado seu sucessor outra vez para a direção da Editora vozes.

Entrou no seu cargo na época de ampliação da Editora e da nova construção de salas escolar e a e celas numerosas para os estudantes.

A sua ideia de edificar novas alas do convento ou das oficinas era acertada e de utilidade para o futuro.

O trabalho executado sob suas vistas teve resultado, e preguiça ou obra mal feita não escapava à sua vigilância. e

Folhinha do Sagrado Coração de Jesus

A Editora entrou numa nova fase de progresso.

Frei Inácio criou a Folhinha do Sagrado Coração de Jesus e que devia ser um meio de instruir e animar as famílias católicas.

A primeira edição Foi de 40.000 exemplares, novidade que o povo de via chegar a conhecer e apreciar. No segundo ano, os pedidos alcançaram 70.000, e no de 1954 subiram a 500.000 que não puderam ser satisfeitos, pois a edição foi de apenas 420.000.

Um homem vigilante

Frei Inácio era madrugador, levantava-se antes das 4 horas; celebrava a sua Santa Missa diária às 4hs e 30min, na capela da enfermaria, seguindo depois a ação de graças, meditação e via-sacra no coro do órgão.

Às 6hs e 30min encaminhava-se para as oficinas, dando mão à ligação elétrica de certos aparelhos;

As 7hs e 45 min tomava o seu cafezinho com uma fatia de pão.

Às 11hs e 30 min almoçava, e as 17hs e 30 min jantava;

o intervalo passava nas oficina, onde rezava o Breviário, o terço, fazia a leitura espiritual e atendia a quem dos 100 funcionários e empregados precisasse de seu conselho.

Cuidando da saúde

Por longo tempo reumatismo antigo e doloroso o acompanhou; também pressão alta se manifestou e ele, ficou calado, não falou de suas moléstias, conservando no seu semblante o brilho agradável de bondade e de amor prestativo.

O Pe. Provincial enviou o competente irmão Frei Boaventura Hormuth para substituí-lo.

Frei Inácio, contentíssimo por causa da ótima escolha. O Introduziu em todos os ramos do cargo e com satisfação, declarou:

“Frei Boaventura possui extraordinária vocação para sua nova ocupação; possui uma verdadeira intuição para a técnica de nossa empresa".

Foi no fim do ano de 1947 que o benemérito fundador e diretor abandonou o seu querido ambiente de trabalho e executou a vontade de seus superiores, isto é, tratar de sua saúde.

Outra vez

na Editora

Reconhecimentos

No dia 11 de Fevereiro de 1946, Frei Inácio festejou o seu jubileu áureo e vida franciscana, celebrou uma Santa Missa.

Em Março e Abril de 1951, a Editora Vozes festivamente celebrou os 50 anos de funcionamento,

O idoso fundador tomou alegremente parte na ação de graças de vidas a Deus na manifestação de justo júbilo de todos os funcionários da Editora, fazendo agradável excursão a Teresópolis.

E no dia 30 de Novembro de 1953, Frei Inácio cantou Missa solene por motivo de 50 anos de sacerdócio passados.

Um grande exemplo para todos

No dia 5 de Janeiro de 1954, no aeroporto de São Paulo, faleceu repentinamente o irmão Frei Boaventura substituto de Frei Inácio em dirigir as oficinas da Editora Vozes.

Então, Frei Inácio Voltou para sua atividade antiga na Editora.

Entretanto, Frei Inácio já estava um pouco abatido, um pouco cansado.

Mesmo estando assim, não hesitou em trabalhar.

Na madrugada do dia 18 de Julho de 1954, Frei Inácio falece e ficam as memórias do grande homem que ele foi, tanto em uma vida espiritual quanto, em uma vida cercada de trabalho e boa vontade.

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