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O termo Eugenia foi elaborado por Francis Galton (1822-1911) no final do século XIX, com uma explícita preocupação com a evolução da espécie humana, no que diz respeito tanto às características físicas quanto às não físicas (como a inteligência, largamente estudada por Galton).
Nascido em Birmingham, 16 de fevereiro de 1822, falecendo em Haslemere, Surrey, 17 de janeiro de 1911) foi um antropólogo, meteorologista, matemático e estatístico inglês.
Era primo de Charles Darwin e, baseado em sua obra, criou o conceito de "eugenia" que seria a melhora de uma determinada espécie através da seleção artificial. O primeiro livro importante para o pensamento de Galton foi Hereditary Genius (1869). A sua tese afirmava que um homem notável teria filhos notáveis.
O termo eugenia passa a ser cunhado apenas em 1883 na obra Inquiries into Human Faculty and Its Development. As conclusões de Galton sobre a hereditariedade e os chamados "bem nascidos" devem ser observadas pelo conhecimento científico no século XIX. Por isso, os estudos que tratam de Galton e a eugenia procuraram diferenciar aquilo que é proposto pelo cientista inglês em sua época e as diferentes formas políticas e sociais de como a noção de "eugenia" foi interpretada em lugares distintos.
A inspiração de Galton para criação da eugenia veio da leitura do livro A Origem das Espécies, de seu primo Charles Darwin. Galton se preocupou com aquilo que interpretava como sendo a degeneração da espécie humana e, dessa forma, se interessou em desenvolver uma “ciência” que impedisse esse processo a partir de cruzamentos seletivos. Assim, o objetivo primário da eugenia era aplicar os pressupostos da seleção natural, descrita por Darwin para a natureza, aos seres humanos. Dessa forma, a eugenia se identificava com a história natural (futuramente biologia) do seu tempo. Sua ideia geral era que comportamentos humanos como a preguiça, o alcoolismo, a criminalidade e a inteligência, entre outros, eram hereditários. Para demonstrar isso, ele utilizou seus conhecimentos de estatística aplicados aos estudos de herança em famílias. Certamente, esse é outro ponto pelo qual é possível identificar a eugenia como uma disciplina científica da biologia, pelo menos no século XIX.
Em 1869, expandiu seus trabalhos com a publicação de Hereditary Genius, um livro no qual pretendia demonstrar, por meio de métodos genealógicos e estatísticos simples, que a aptidão humana era função da hereditariedade e não da educação. Galton tinha segurança de que os traços comportamentais e as habilidades dos seres humanos eram hereditários. Isso era o que demonstravam seus resultados estatísticos que, também, evidenciavam a pequena influência do meio na determinação das características comportamentais e habilidades humanas.
"As aptidões naturais de um homem são derivadas por hereditariedade (...) assim como é fácil obter por meio de cuidadosa seleção uma raça de cães ou cavalos dotada de capacidade peculiar para correr ou qualquer outra capacidade específica, seria também perfeitamente possível reproduzir uma raça de homens altamente dotada promovendo casamentos criteriosos ao longo de várias gerações consecutivas".
Francis Galton, Hereditary Genius (Londres: Julyan Friedmann, 1979)
Galton concluíra que a sociedade poderia fazer com rapidez o que a natureza vinha fazendo mais lentamente: aprimorar o estoque genético humano por meio da seleção deliberada dos adequados em detrimento dos inadequados. Faltava uma explicação para como as características eram passadas através das gerações.
Galton acreditava na hipótese provisória da pangênese (do grego pan- todo; e genesis- origem/nascimento), que pressupunha que cada unidade do organismo seria capaz de produzir pequenas gêmulas que, nutridas apropriadamente, se multiplicariam e se desenvolveriam em unidades semelhantes àquelas nas quais tiveram origem. Após circularem pelo organismo durante certo tempo essas unidades, ainda parcialmente desenvolvidas acomodar-se-iam nos órgãos reprodutivos, formando o embrião.
Os movimentos sociais eugênicos nasceram na primeira década do século XX motivados por alguns fatores. Primeiro havia uma preocupação com a degeneração biológica por parte, principalmente, das classes mais altas. Em função disso, a noção de que esse processo poderia ser impedido através de cruzamentos seletivos ficava cada vez mais popular. Em segundo lugar, a condição social na Europa, nesse período, era de crise. A Inglaterra sofria com a intensificação da industrialização e com o aumento do crescimento populacional, se tornando, portanto, um “terreno fértil” para a propagação dos ideais eugênicos numa sociedade fortemente marcada pela miséria do proletariado urbano e industrial
Nesse cenário de condições sociais, políticas e culturais, os movimentos eugênicos nasceram e se desenvolveram com seu discurso de melhoramento e salvação da raça humana. Karl Pearson, dizia: "Nenhum tronco degenerado ou débil mental jamais poderá se tornar saudável e sólido pelos efeitos acumulados da educação, de boas leis e de um ambiente saudável. Isto equivaleria a apostarmos no meio ambiente em uma corrida em que a hereditariedade vence sem qualquer esforço".
Assim, “a sociedade deveria contemplar uma seleção social deliberada para resguardar as futuras gerações da inaptidão biológica”. Essa era a ideia inicial de Galton, que encontrava terreno fértil para seu desenvolvimento na primeira metade do século XX. De modo a controlar seletivamente os casamentos e a reprodução, começaram a surgir na Europa, a partir de 1905, diversas sociedades, organizações e comitês eugênicos com esses objetivos. A primeira delas foi a “Sociedade Alemã para Higiene Racial”.
A partir de 1920, houve uma radicalização dos ideais e das práticas eugênicas. Passou-se da pregação da necessidade de uma eugenia positiva (estimulo aos casamentos e reprodução daqueles que eram considerados os melhores membros da sociedade), para necessidade de uma eugenia negativa, que visava “evitar a reprodução dos inadequados”. Começaram a surgir, então, práticas como a esterilização dos doentes mentais e a segregação dos considerados “inimigos da raça”. Leis eram elaboradas e votadas dentro dos parlamentos, e instituições eugênicas eram criadas. O estado passou a agir com “a mão forte da força policial”. Na Inglaterra, por exemplo, foi aprovada, em 1913, o Ato da Deficiência Mental, uma lei que permitia a segregação de pessoas com problemas mentais.
Adolf Hitler (1889-1945) atingiu o cargo de chanceler da Alemanha, em 1933, com um discurso que reforçava o valor da identidade biológica e propagava os ideais de uma raça pura. Para Hitler, raça e nação eram termos que se equiparavam e, segundo ele, a nação alemã só prosperaria a partir de arianos puros. Para isso, Hitler pregava uma “higienização racial”. Em suas palavras, o papel do mais forte é o de dominar e não de fundir-se com o mais fraco, sacrificando assim a sua própria grandeza. Só o fraco de nascimento pode achar esta lei cruel.
Para garantir o domínio ariano, o partido nazista, logo após a sua ascensão ao poder, criou leis de esterilização, seguidas pelo extermínio dos indesejáveis, que se revelou uma medida economicamente mais viável. Além dos judeus, os indesejáveis eram negros, ciganos, homossexuais e doentes mentais. Estima-se que, devido às práticas eugênicas, cerca de seis milhões de pessoas morreram nos campos de concentração nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.
Um dos expoentes do movimento eugênico norte-americano foi o geneticista Charles Davenport (1866-1944) que, em 1910, criou o Eugenics Record Office, cujo principal objetivo era o recolhimento de dados sobre aqueles considerados “disgênicos” (indivíduos com doenças mentais, deficiências físicas, criminosos, alcoólatras, epiléticos, entre outros). Além do registro, o Eugenics Record Office propunha políticas de eliminação dos disgênicos (segregação e esterilização). Outra característica marcante do movimento eugênico norte-americano foi o racismo, pois pregavam a ideia da superioridade racial dos brancos, o que causava uma “antipatia natural” contra todos aqueles que não eram desta “raça”. Esse ideal levou à elaboração de diversas leis prevenindo a imigração de não nórdicos e latinos, pois o crescente número de imigrantes no final do século XIX preocupava as elites dominantes do país, que passaram a buscar motivos para a exclusão, e encontraram terreno fértil na eugenia. Para os eugenistas, o nível econômico e social era um bom indicador da qualidade genética dos grupos sociais, o que explicava, por exemplo, a degradação existente nos bairros de imigrantes.
No Brasil, os movimentos eugênicos começaram a se formar a partir de 1910. Nessa época o Brasil possuía muitos problemas sociais como as condições precárias de saneamento, a saúde pública alarmante e uma absoluta negligência em relação à população negra. A exemplo de outras nações, a eugenia tornou-se, rapidamente, a solução para esses problemas na visão das classes dominantes.
A eugenia no Brasil foi caracterizada por uma forte tendência racista. A maior preocupação das elites era com a miscigenação e o perigo que ela representava para a população brasileira (branca e abastada). A prática do registro dos dados familiares e o estudo das genealogias receberam aqui a denominação de “raciologia”, denotando a ideologia por trás deste tipo de “prática cientifica” aqui instaurada. Genealogias que indicassem a presença de ancestrais negros e mestiçagem eram tomadas como evidência de contaminação das famílias por raças consideradas inferiores.
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O PGH - Projeto Genoma Humano, foi proposto, no ano de 1980, pelo biólogo norte americano Robert Sinsheheimer (1920-) e tinha como objetivo o “sequenciamento das três bilhões de bases nitrogenadas do genoma humano”. Ao longo da década de 1980, a ideia cresceu e começou a ser posta em prática a partir de um esforço conjunto da iniciativa pública e de uma empresa privada, a Celera Genomics. Contudo, o PGH acabou envolvendo diversos outros países do mundo (Alemanha, França, Grã-Bretanha, Japão e Brasil) na sua execução. Com um valor de investimentos estimado em 3 bilhões de dólares, as expectativas em torno do projeto foram altíssimas e ele foi visto como a solução para muitos problemas da humanidade. O projeto foi finalizado no ano de 2000, com a publicação simultânea, nas revistas Nature e Science, do rascunho do genoma humano pelos dois grupos envolvidos no projeto.
Pesquisadores liderados pelo geneticista Shoukhrat Mitalipov, da Universidade de Saúde e Ciência de Oregon, nos Estados Unidos, usaram uma técnica de edição de genes para corrigir em embriões humanos uma mutação responsável pelo desenvolvimento tardio de uma doença cardíaca. Essa é a primeira demonstração feita nos Estados Unidos de que é possível eliminar uma cópia defeituosa de um gene e substituí-la por uma versão íntegra nas células do embrião sem, aparentemente, prejudicar o seu desenvolvimento. Valendo-se da mesma técnica, em março deste ano, a equipe de Jianqiao Liu, da Universidade Médica de Guangzhou, na China, já havia restaurado em embriões humanos dois genes ligados a duas formas de anemia, mas com um índice menor de sucesso.