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Transcript

O Pastor Pianista

Um poema de Murilo Mendes

Ana Paula Aroma

Isabella Figueiredo

Karen Vanessa

O Pastor Pianista

INTRODUÇÃO

Soltaram os pianos na planicície deserta

Onde as sombras dos pássaros vêm beber.

Eu sou o pastor pianista,

Vejo ao longe com alegria meus pianos

Recortarem os vultos monumentais

Contra a lua.

Acompanhado pelas rosas migradoras

Apascento os pianos que gritam

E transmitem o antigo clamor do homem

Que reclamando a contemplação

Sonha e provoca a harmonia,

Trabalha mesmo à força,

E pelo vento nas folhagens,

Pelos planetas, pelo andar das mulheres,

Pelo amor e seus contrastes,

Comunica-se com os deuses.

UM POEMA

NÃO CONVENCIONAL

  • Poema comum: metro, ritmo, cesura, divisão em estrofes.
  • Poema livre
  • Sem métrica, nem rima, pausa obrigatória ou lei de gênero
  • Livre não significa desorganizado
  • Organização: nível de significado, articulação da linguagem poética.

O Poeta

Nascido em 13 de maio de 1901, em Juiz de Fora, Minas Gerais, além de prosador e poeta surrealista, Murilo Mendes atuou também como telegrafista, auxiliar de contabilidade, notário, inspetor de ensino e escrivão da 4º Vara da Família do DF. Percorreu diversos países da Europa, divulgando em conferências a cultura brasileira.

Surrealismo

Surgiu na França após a Primeira Guerra Mundial, através do escritor francês André Breton. Os textos e poesias deste movimento são marcados pela livre associação de ideias, frases montadas com palavras recortadas de revistas e jornais e muitas imagens e ideias do inconsciente.

BRAS

Murilo utiliza a linguagem coloquial e os neologismos para compor seus textos, escreveu poemas, antologias e algumas obras em prosa.

CARACTERIZAÇÃO

da

LINGUAGEM

ANÁLISE

  • Linguagem poética: Figurada
  • Ambiguidade do título

Pastor que toca piano x Pastor que apascenta pianos

  • Estrutura: Divergência > Ruptura > Surpresa
  • Problema das tensões
  • Nexos Inesperados
  • Cena-Ato e Cena-Agente

VERSO 1

"Soltaram os pianos

na planície deserta"

  • Paradoxo: Pianos no rebanho e no campo
  • Discurso ilógico e não usual
  • Termo médio: Pianos (Impossibilidade de conexão)
  • Ilógico, inesperado e incongruente > coerência poética

"Logicamente aberrante mas

poeticamente viável"

VERSO 2

"Onde /as sombras d/os

pássaros vêm beber"

  • Novo choque: Cunho metonímico (afastamento semântico)
  • Termo médio: Sombras (anormalidade)
  • Substrato normal possível e superestrato anormal efetivo

VERSOS 1 & 2

  • Efeito de adjacência
  • Alterações semânticas consagradas > aceitação
  • O 2º justifica o anterior, sendo por ele justificado

VERSOS 3-6

"Eu sou o pastor pianista,

Vejo ao longe com alegria meus pianos

Recortarem os vultos monumentais

Contra a lua."

III - VI

  • Separação (3+4/5/6)
  • Predicação normal: normalidade ilusória
  • Contaminação dos

versos 1 e 2

O VERSO 3

"EU SOU O PASTOR PIANISTA"

Decisivo para a ambiguidade do título

  • Pastor e pianista
  • Pastor pianista ou pastor de pianos?
  • Pianos: elemento essencial

VERSOS 4-6

"Vejo ao longe com alegria meus pianos

Recortarem os vultos monumentais

Contra a lua."

4-5-6: Completam o sentido

  • Estado onírico
  • Nexo próprio
  • Não-pertinência, incongruência e afastamento em relação à norma.

VERSOS 7-9

  • Meio exato: Ápice da incongruência lógica e da figuração poética
  • Rosas migradoras: Elemento aberrante máximo
  • Provocação

rosas migradoras

"Acompanhado pelas

Apascento os pianos que gritam

E transmitem o antigo clamor do homem"

VERSOS 7-9

ESQUEMAS

VERSOS 7-9

  • Eco perfeito: Atmosfera fantástica

  • Transição: Pastoreiro Fantasmagórico > reflexão sobre a natureza do homem

  • 1ºparte: Incongruente e mistério
  • 2ºparte: Congruente e insólita normalidade

  • Dissonância geral: Abalos de ruptura

Coerência Assimetria

INTERTEXTUALIDADE

Gregorio de Matos

"Como cantas, se é flor de Alexandria

Como cheiras, se és pássaro de arminho?"

- A Um Passarinho Cantando

Murilo Mendes

"Lembro-me de uma tarde

Em que os pianos furiosos galopavam no ar"

- Lembro -me

Murilo Mendes

'Minhas ideias abstratas

De tanto as tocar, tornaram-se concretas:

São rosas familiares

Que o tempo traz ao alcance da mão,

Rosas que assistem à inauguração de eras novas

No meu pensamento,

No pensamento do mundo em mim e nos outros;

De eras novas, mas ainda assim

Que o tempo conheceu, conhece e conhecerá.

Rosas! Rosas!

Quem me dera que houvesse

Rosas abstratas para mim."

- Ideias rosas

Rosas migradoras

Murilo Mendes

rosas migradoras

"Há uma convergência de presságios

Nos jardins cobertos de

E nos berços onde dorme crianças com fuzis"

- História

"Os pés do deserto me alcançam

Trazem recados das

-Poema hostil

rosas migradoras"

VERSOS 10-12

"Que reclamando a contemplação

Sonha e provoca a harmonia,

Trabalha mesmo à força,"

  • Que: Altera o sujeito e a pessoa do poema (o homem, 3ºpessoa)
  • 3 atividades básicas do homem:

a contemplação, a arte e o trabalho

  • Linguagem direta

VERSOS 13-16

  • Linguagem direta
  • "Dissolve" as tensões semânticas: descarta a ambiguidade
  • Subsistência das tensões: contradições

"E pelo vento nas folhagens,

Pelos planetas, pelo andar das mulheres,

Pelo amor e seus contrastes,

Comunica-se com os deuses".

CONTRADIÇÕES

  • Discrepância entre as 2 partes
  • 1º: descrição objetiva de fantasmagoria que serve de quadro para as principais incongruências lógicas
  • 2º: linguagem relativamente direta e pertinente. Todavia, fervilha de paradoxos.

  • Paradoxos: guias ideológicos do

poema

...

  • Pastoral: composição surrealista, bucólica, redefinida em tempos modernos.

Sujeito: Pastor Pianista

  • Conclusão reflexiva: O homem absorve o pastor e desvenda a sua relação com os pianos, que será de transcendência através da arte.

Sujeito: Homem

POR FIM...

  • Incongruências insolúveis: Toda palavra tem infinitas possibilidades de sentido figurado e ao mesmo tempo sentido nenhum.
  • Homem e piano: Correlação profunda. Unificação dialética da parte impertinente e pertinente
  • Efeito poético: tensão entre o impossível rebanho sonoro

dos pianos e a luta do

homem para se exprimir

CONCLUSÃO

"Murilo Mendes

CONCLUSÃO

convive com as ficções, com os sonhos, com as imagens, com as "correspondências", com as alucinações subjetivas, com os mitos, que povoam seu espírito e que dão à sua obra uma auréola de irrealidade, embora sejam na verdade essenciais para que ele tome plenamente

posse do real". - ESCOREL, Lauro, Nota 5.

BIBLIOGRAFIA DAS INFORMAÇÕES ADICIONAIS

  • http://gabrielnogueiraferreira.blogspot.com.br/2010/07/poemas-de-murilo-mendes.html?m=1
  • https://www.ebiografia.com/murilo_mendes/
  • http://m.mundoeducacao.bol.uol.com.br/literatura/surrealismo.htm

INFO

Livro, capítulo e grupo

CANDIDO, Antonio, Na Sala de Aula - Caderno de Análise Literária, Cap.6: Pastor Pianista/Pianista Pastor. Grupo:

Ana Paula, Isabella Figueiredo,

Karen Vanessa.

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