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LP 451 - Seminário de Pesquisa em Estudos dos Letramentos I

Marília A. Fernandes Dias

Mestranda - PPGLA - IEL/ UNICAMP

marilia1907@gmail.com

Orientador: Profa. Dra. Márcia Mendonça

Contexto Geral e

Objetivos

Título da pesquisa

Práticas de Análise linguística no Ensino Médio e saber docente

Práticas de Análise linguística no Ensino Médio [e atividade docente]

Contextualização da pesquisa

A pesquisa busca compreender como as práticas de análise linguística configuram-se na disciplina de língua portuguesa no Ensino Médio, construindo, junto ao professor participante, uma sequência de atividades que mobilizem práticas de AL. Outro interesse central é a observação da atuação do docente em relação à transposição didática (manter este termo?).

Objetivos gerais

Apresentar desdobramentos das pesquisas voltadas para práticas de AL, de modo a ressaltar a necessidade de pesquisas voltadas para a compreensão da transposição desse saber no contexto do Ensino Médio;

Observar como a AL insere-se nos currículos do EM e no Estado de SP;

Objetivos específicos

Pesquisa buscará compreender

  • como o oprofessor conduz as aulas de gramática na disciplina de Língua Portuguesa;
  • se as práticas de análise linguística são mobilizadas durante o ensino de gramática;
  • como o professor mobiliza e transpõe as práticas de análise linguística.

Propõe, em seguida, juntamente ao professor, desenvolver e aplicar uma sequência de atividades que abordem práticas de AL.

O ensino de gramática nos documentos oficiais

O ensino de gramática nos documentos oficiais

A inovação no ensino de gramática na Proposta Curricular de São Paulo para o ensino de Língua Portuguesa (PCLP)

Ana Maria Moço Aparício

Milene Bazarin

Autoras resgatam como se deu, no estado de São Paulo, o processo de renovação do ensino de língua portuguesa.

Idealizado pela Secretaria de Estado da Educação do Estado de São Paulo (SEE-SP, começa a ser pensado em 1976 e tem sua publicação definitiva apenas em 1988):

1976 - Inicia-se o projeto de elaboração e implementação das novas propostas curriculares para 1o e 2o Graus;

Equipe Técnica de Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas (CENP) é composta por linguistas das principais universidades de SP (PUC-SP, UNESP, UNICAMP, USP);

1978 - Publicação e divulgação, na rede estadual, dos Subsídios à Proposta Curricular de LP para o 2o Grau;

A coleção de 8 volumes continha textos de especialistas da área de ensino de língua portuguesa e serviu para subsidiar a implementação da Proposta Curricular para o Ensino de LP e Técnica de Redação para o 2o Grau. A Unicamp torna-se parceira na elaboração deste material sob a coordenação do professor Ataliba Teixeira Castilho.;

1985 - Início da elaboração do PCLP - CENP abre consulta junto aos professores para receber propostas referentes ao ensino de língua portuguesa;

Uma primeira versão da PCLP é elaborada a partir das sugestões - professor Carlos Franchi está à frente desta versão;

1986 - Reformulação da primeira versão após apresentação da PCLP a professores da rede e das principais universidades do Estado;

1987 - CENP divulga nova versão, a qual é debatida, mais uma vez, com os professores da rede e uma nova versão é formulada;

1988 - Versão definitiva da PCLP enviada a todas as escolas da rede estadual para servir de "guia oficial"do ensino de LP no 1o Grau.

Apontam como inovação para o ensino de LP os seguintes aportes da Linguística:

1. concepção sociointeracionista da linguagem orientando as atividades de ensino de língua;

2. a noção de texto, que passa a ser o centro do ensino, enfatizando o trabalho com gêneros;

3. noção de variedade linguística;

4. organização das práticas de sala de aula em torno das atividades linguísticas, epilinguísticas e metalinguísticas.

Em relação ao ensino de gramática, destacam que pelo menos três perspectivas distintas aparecem na proposta, todas de orientaçõa funcionalista.

"o resultado disso é a presença de ideias conflitantes e divergentes dentro da própria PCLP [...] mesmo procurando dissociar-se da tradição gramatical normativa, a PCLP mantém uso de expressões como 'atividade gramatical', 'gramática pedagógica'para fazer referência à 'análsie e descrição linguística', ou seja, às atividades epilinugística e metalinguística. "(Id., 2012, p. 78)

Resultado: análise linguística está associada, neste documento, a um ensino de gramática de natureza reflexiva e de natureza tradicional.

Concepção de língua e abordagem para o ensino de LP

Proposta Curricular para estado de SP - 2008

http://www.rededosaber.sp.gov.br/portais/Portals/18/arquivos/Prop_LP_COMP_red_md_20_03.pdf

Os campos de conteúdos tratam o fenômeno lingüístico nas dimensões discursiva, semântica e gramatical. Dessa forma, procura-se desenvolver o olhar dialético entre o intrinsecamente lingüístico e as dimensões subjetivas e sociais.

"A proposta de estudar a língua considerada como uma atividade social, espaço de interação entre pessoas, num determinado contexto de comunicação, implica a compreensão da enunciação como eixo central de todo o sistema lingüístico e a importância do letramento, em função das relações que cada sujeito mantém em seu meio."

Currículo estado de SP - 2011

http://www.educacao.sp.gov.br/a2sitebox/arquivos/documentos/237.pdf

No que diz respeito aos estudos dos aspectos gramaticais da língua, gostaríamos de ressaltar ainda dois pontos: haverá momentos de sistematização, com destaque maior para os temas que geram mais problemas de uso para os falantes (em razão das diferenças entre norma-padrão e outras normas). Além disso, nosso olhar gramatical seguirá a organização tradicional apresentada pelos livros didáticos, tendo, no entanto, o cuidado de expor os temas dentro da perspectiva das variedades linguísticas e textuais.

A disciplina Língua Portuguesa pode centrar-se:

a) no conjunto de regras que nos leva a produzir frases para, a partir daí, chegarmos aos enunciados concretos;

b) nos enunciados que circulam efetivamente no cotidiano e seguem regras específicas que permitem a comunicação

[as propostas de ensino de língua] têm a pretensão de cuidar para que os estudantes sejam capazes de simbolizar as experiências (suas e dos outros) a partir da palavra (oral e escrita), refletindo sobre elas mediante o estudo da língua, instrumento que lhes permite organizar a realidade na qual se inserem, construindo significados, nomeando conhecimentos e experiências, produzindo sentidos, tornando-se sujeitos.

Os campos de conteúdos tratam o fenômeno linguístico nas dimensões discursiva, semântica e gramatical. Dessa forma, procura-se desenvolver o olhar dialético entre o intrinsecamente linguístico e as dimensões subjetivas e sociais funcionamento da língua. Neste campo, o objetivo principal é a análise interna da língua e da literatura como realidades (intersemióticas).

O embate ideológico sobre o ensino de gramática

"...propor uma atualização da norma-padrão com base nos padrões reais de uso que verificamos nas normas linguísticas brasileiras, [é] condição necessária para a verdadeira democratização do ensino da língua materna no país." (LUCHESI (2002) Apud BAGNO (2003))

Bagno (2014) apresenta-nos uma gramática propositiva --> Gramática pedagógica do português brasileiro (GPPB - 2012). Caráter propositivo é resultado de trazer à tona uma língua que não é contemplada pela gramática tradicional . Autor propõe descrição da "realidade sociolinguística do português brasileiro contemporâneo", possibilitando uma pedagogia de língua materna "sintonizada com avanços da pesquisa linguística e das ciências da educação".

Em sua reflexão aponta:

  • a língua como um fato/fenômeno humano;
  • mesmo que a linguística moderna almeje objetividade/neutralidade ao lidar com fatos linguísticos, tal pretensão "nasce morta", pois não há prática social imune ao influxo de normas sociais;
  • cientistas não operam em um vácuo social: "sua práxis profissional está configurada pela complexa rede de crenças, superstições, mitos, ideologias, preconceitos etc. que circulam em seu meio social e exercem pressão contínua sobre seu trabalho". (p. 93)

Conclusão de Bagno: descrever é prescrever - posicionamento político-ideológico;

Linguista é o agente capaz de transformar as relações sociais por meio da linguagem.

O lugar da análise linguística

**Análise linguística permite ao sujeito a consciência metalinguística falar sobre fatos da língua

(trabalho epilinguístico).

"Trabalho inteligente de sistematização gramatical" (Franchi, 1987).

Tríade tipológica para se pensar as abordagens dadas aos conceitos de gramática (Possenti, 2012):

Gramática normativa - conjunto de regras que devem ser seguidas --> prescrição de regras/ noção do erro;

Gramática descritiva* - conjunto de regras que são seguidas --> descrição de fenômenos/ consideração das variações no “corpus”;

Gramática internalizada* - conjunto de regras que o falante da língua domina” -->  hipóteses que o falante opera na língua a partir de sistematização (não consciente) de funcionamentos da língua.

O conceito de Clínica da Atividade e Ergonomia para investigar o trabalho docente

Compreendemos

essas críticas pela própria definição de trabalho no interior das perspectivas

ergonômicas. Se trabalhar é agir enfrentando as contradições entre si mesmo,

os outros e o objeto (CLOT, 2006a), a pesquisa sobre o trabalho do professor

não pode negligenciar a manifestação de tais dimensões em sua atividade.

Assim, o objetivo das análises ergonômicas da prática docente é

entender como o professor organiza seu trabalho a partir das três direções de

sua atividade e, do mesmo modo, pela mediação de artefatos materiais ou

simbólicos. Por essa razão, o trabalho docente é entendido como uma

atividade direcionada e instrumentada, já que, “para agir, o professor deve

estabelecer e coordenar relações, na forma de compromisso, entre vários

objetos constitutivos de sua atividade” (AMIGUES, 2004, p. 42). Assim sendo, a

atividade docente é triplamente dirigida: para o próprio professor, para os

outros sujeitos da cena escolar e para o objeto de sua atividade, bem como

instrumentada pelos artefatos que atravessam sua atividade, que podem ser

simbólicos, tais como o gênero da atividade e as prescrições, ou materiais,

como o livro didático, o quadro negro etc.

O conceito de Clínica da Atividade e Ergonomia para investigar o trabalho docente

Conceito de ergonomia francesa - propõe a investigação da atividade - trabalho docente, no caso - para além de questões biomecânicas e fisiológicas. Para pensar a concretudo do trabalho, a ergonomia considera o comportamento do trabalhador nos determinantes das circunstâncias em que o trabalho ocorre.

Clínica da Atividade (CA) -"...análise e as transformações das atividades profissionais devem ser protagonizadas pelos próprios trabalhadores. Para isso, não concebe uma separação entre o trabalho e o sujeito, pois “a subjetividade na ação profissional não é um ornamento ou uma decoração da atividade." (NETO, 2015, p. 50, no prelo)

Objetivo é compreender COMO o professor orienta sua atividade, a qual é dirigida para si mesmo, para o outro (aluno) e por meio dos objetos de sua atividade; sua atividade é mediada por instrumentos, os quais ”podem ser simbólicos, tais como o gênero da atividade e as prescrições, ou materiais, como o livro didático, o quadro negro etc.”

“para agir, o professor deve estabelecer e coordenar relações, na forma de compromisso, entre vários objetos constitutivos de sua atividade” (AMIGUES, 2004, p. 42).

Para pensar em como obervar a prática docente em relação às práticas de análise linguística:

"...apoiados em Clot e Faïta (2000) e Clot (2006a), o trabalho prescrito e o realizado assumem as dimensões observáveis da atividade, mas, entre eles, há um trabalho constituído pela reorganização circunstanciada das tarefas. Isso significa que os profissionais não aderem prontamente ao que lhes é prescrito sem antes realizarem as ponderações necessárias à sua própria elaboração de sentidos do conteúdo da prescrição." (NETO, 2017, p. 67 no prelo) - prescrição dos documentos oficiais --> currículos estaduais --> currículos municipais e PPP;

Amigues (2003, p. 9a“[...] quanto mais flexível é a prescrição, mais relevante é o trabalho de redefinição para si e para os outros sobre o que ‘há para ser feito’ e tambémsobre o ‘como fazê-lo’” --> confronto entre prescrição e trabalho docente é um critério adotado pelo pesquisador para obeservar o COMO se faz a transposição - na pesquisa de Neto, autoconfrontação simples e cruzada são adotadas como método.

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