Introducing
Your new presentation assistant.
Refine, enhance, and tailor your content, source relevant images, and edit visuals quicker than ever before.
Trending searches
Marília A. Fernandes Dias
Mestranda - PPGLA - IEL/ UNICAMP
marilia1907@gmail.com
Orientador: Profa. Dra. Márcia Mendonça
Práticas de Análise linguística no Ensino Médio e saber docente
Práticas de Análise linguística no Ensino Médio [e atividade docente]
A pesquisa busca compreender como as práticas de análise linguística configuram-se na disciplina de língua portuguesa no Ensino Médio, construindo, junto ao professor participante, uma sequência de atividades que mobilizem práticas de AL. Outro interesse central é a observação da atuação do docente em relação à transposição didática (manter este termo?).
Apresentar desdobramentos das pesquisas voltadas para práticas de AL, de modo a ressaltar a necessidade de pesquisas voltadas para a compreensão da transposição desse saber no contexto do Ensino Médio;
Observar como a AL insere-se nos currículos do EM e no Estado de SP;
Pesquisa buscará compreender
Propõe, em seguida, juntamente ao professor, desenvolver e aplicar uma sequência de atividades que abordem práticas de AL.
A inovação no ensino de gramática na Proposta Curricular de São Paulo para o ensino de Língua Portuguesa (PCLP)
Ana Maria Moço Aparício
Milene Bazarin
Autoras resgatam como se deu, no estado de São Paulo, o processo de renovação do ensino de língua portuguesa.
Idealizado pela Secretaria de Estado da Educação do Estado de São Paulo (SEE-SP, começa a ser pensado em 1976 e tem sua publicação definitiva apenas em 1988):
1976 - Inicia-se o projeto de elaboração e implementação das novas propostas curriculares para 1o e 2o Graus;
Equipe Técnica de Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas (CENP) é composta por linguistas das principais universidades de SP (PUC-SP, UNESP, UNICAMP, USP);
1978 - Publicação e divulgação, na rede estadual, dos Subsídios à Proposta Curricular de LP para o 2o Grau;
A coleção de 8 volumes continha textos de especialistas da área de ensino de língua portuguesa e serviu para subsidiar a implementação da Proposta Curricular para o Ensino de LP e Técnica de Redação para o 2o Grau. A Unicamp torna-se parceira na elaboração deste material sob a coordenação do professor Ataliba Teixeira Castilho.;
1985 - Início da elaboração do PCLP - CENP abre consulta junto aos professores para receber propostas referentes ao ensino de língua portuguesa;
Uma primeira versão da PCLP é elaborada a partir das sugestões - professor Carlos Franchi está à frente desta versão;
1986 - Reformulação da primeira versão após apresentação da PCLP a professores da rede e das principais universidades do Estado;
1987 - CENP divulga nova versão, a qual é debatida, mais uma vez, com os professores da rede e uma nova versão é formulada;
1988 - Versão definitiva da PCLP enviada a todas as escolas da rede estadual para servir de "guia oficial"do ensino de LP no 1o Grau.
Apontam como inovação para o ensino de LP os seguintes aportes da Linguística:
1. concepção sociointeracionista da linguagem orientando as atividades de ensino de língua;
2. a noção de texto, que passa a ser o centro do ensino, enfatizando o trabalho com gêneros;
3. noção de variedade linguística;
4. organização das práticas de sala de aula em torno das atividades linguísticas, epilinguísticas e metalinguísticas.
Em relação ao ensino de gramática, destacam que pelo menos três perspectivas distintas aparecem na proposta, todas de orientaçõa funcionalista.
"o resultado disso é a presença de ideias conflitantes e divergentes dentro da própria PCLP [...] mesmo procurando dissociar-se da tradição gramatical normativa, a PCLP mantém uso de expressões como 'atividade gramatical', 'gramática pedagógica'para fazer referência à 'análsie e descrição linguística', ou seja, às atividades epilinugística e metalinguística. "(Id., 2012, p. 78)
Resultado: análise linguística está associada, neste documento, a um ensino de gramática de natureza reflexiva e de natureza tradicional.
Concepção de língua e abordagem para o ensino de LP
Os campos de conteúdos tratam o fenômeno lingüístico nas dimensões discursiva, semântica e gramatical. Dessa forma, procura-se desenvolver o olhar dialético entre o intrinsecamente lingüístico e as dimensões subjetivas e sociais.
"A proposta de estudar a língua considerada como uma atividade social, espaço de interação entre pessoas, num determinado contexto de comunicação, implica a compreensão da enunciação como eixo central de todo o sistema lingüístico e a importância do letramento, em função das relações que cada sujeito mantém em seu meio."
No que diz respeito aos estudos dos aspectos gramaticais da língua, gostaríamos de ressaltar ainda dois pontos: haverá momentos de sistematização, com destaque maior para os temas que geram mais problemas de uso para os falantes (em razão das diferenças entre norma-padrão e outras normas). Além disso, nosso olhar gramatical seguirá a organização tradicional apresentada pelos livros didáticos, tendo, no entanto, o cuidado de expor os temas dentro da perspectiva das variedades linguísticas e textuais.
A disciplina Língua Portuguesa pode centrar-se:
a) no conjunto de regras que nos leva a produzir frases para, a partir daí, chegarmos aos enunciados concretos;
b) nos enunciados que circulam efetivamente no cotidiano e seguem regras específicas que permitem a comunicação
[as propostas de ensino de língua] têm a pretensão de cuidar para que os estudantes sejam capazes de simbolizar as experiências (suas e dos outros) a partir da palavra (oral e escrita), refletindo sobre elas mediante o estudo da língua, instrumento que lhes permite organizar a realidade na qual se inserem, construindo significados, nomeando conhecimentos e experiências, produzindo sentidos, tornando-se sujeitos.
Os campos de conteúdos tratam o fenômeno linguístico nas dimensões discursiva, semântica e gramatical. Dessa forma, procura-se desenvolver o olhar dialético entre o intrinsecamente linguístico e as dimensões subjetivas e sociais funcionamento da língua. Neste campo, o objetivo principal é a análise interna da língua e da literatura como realidades (intersemióticas).
"...propor uma atualização da norma-padrão com base nos padrões reais de uso que verificamos nas normas linguísticas brasileiras, [é] condição necessária para a verdadeira democratização do ensino da língua materna no país." (LUCHESI (2002) Apud BAGNO (2003))
Bagno (2014) apresenta-nos uma gramática propositiva --> Gramática pedagógica do português brasileiro (GPPB - 2012). Caráter propositivo é resultado de trazer à tona uma língua que não é contemplada pela gramática tradicional . Autor propõe descrição da "realidade sociolinguística do português brasileiro contemporâneo", possibilitando uma pedagogia de língua materna "sintonizada com avanços da pesquisa linguística e das ciências da educação".
Em sua reflexão aponta:
Conclusão de Bagno: descrever é prescrever - posicionamento político-ideológico;
Linguista é o agente capaz de transformar as relações sociais por meio da linguagem.
**Análise linguística permite ao sujeito a consciência metalinguística falar sobre fatos da língua
(trabalho epilinguístico).
"Trabalho inteligente de sistematização gramatical" (Franchi, 1987).
Tríade tipológica para se pensar as abordagens dadas aos conceitos de gramática (Possenti, 2012):
Gramática normativa - conjunto de regras que devem ser seguidas --> prescrição de regras/ noção do erro;
Gramática descritiva* - conjunto de regras que são seguidas --> descrição de fenômenos/ consideração das variações no “corpus”;
Gramática internalizada* - conjunto de regras que o falante da língua domina” --> hipóteses que o falante opera na língua a partir de sistematização (não consciente) de funcionamentos da língua.
Compreendemos
essas críticas pela própria definição de trabalho no interior das perspectivas
ergonômicas. Se trabalhar é agir enfrentando as contradições entre si mesmo,
os outros e o objeto (CLOT, 2006a), a pesquisa sobre o trabalho do professor
não pode negligenciar a manifestação de tais dimensões em sua atividade.
Assim, o objetivo das análises ergonômicas da prática docente é
entender como o professor organiza seu trabalho a partir das três direções de
sua atividade e, do mesmo modo, pela mediação de artefatos materiais ou
simbólicos. Por essa razão, o trabalho docente é entendido como uma
atividade direcionada e instrumentada, já que, “para agir, o professor deve
estabelecer e coordenar relações, na forma de compromisso, entre vários
objetos constitutivos de sua atividade” (AMIGUES, 2004, p. 42). Assim sendo, a
atividade docente é triplamente dirigida: para o próprio professor, para os
outros sujeitos da cena escolar e para o objeto de sua atividade, bem como
instrumentada pelos artefatos que atravessam sua atividade, que podem ser
simbólicos, tais como o gênero da atividade e as prescrições, ou materiais,
como o livro didático, o quadro negro etc.
Conceito de ergonomia francesa - propõe a investigação da atividade - trabalho docente, no caso - para além de questões biomecânicas e fisiológicas. Para pensar a concretudo do trabalho, a ergonomia considera o comportamento do trabalhador nos determinantes das circunstâncias em que o trabalho ocorre.
Clínica da Atividade (CA) -"...análise e as transformações das atividades profissionais devem ser protagonizadas pelos próprios trabalhadores. Para isso, não concebe uma separação entre o trabalho e o sujeito, pois “a subjetividade na ação profissional não é um ornamento ou uma decoração da atividade." (NETO, 2015, p. 50, no prelo)
Objetivo é compreender COMO o professor orienta sua atividade, a qual é dirigida para si mesmo, para o outro (aluno) e por meio dos objetos de sua atividade; sua atividade é mediada por instrumentos, os quais ”podem ser simbólicos, tais como o gênero da atividade e as prescrições, ou materiais, como o livro didático, o quadro negro etc.”
“para agir, o professor deve estabelecer e coordenar relações, na forma de compromisso, entre vários objetos constitutivos de sua atividade” (AMIGUES, 2004, p. 42).
Para pensar em como obervar a prática docente em relação às práticas de análise linguística:
"...apoiados em Clot e Faïta (2000) e Clot (2006a), o trabalho prescrito e o realizado assumem as dimensões observáveis da atividade, mas, entre eles, há um trabalho constituído pela reorganização circunstanciada das tarefas. Isso significa que os profissionais não aderem prontamente ao que lhes é prescrito sem antes realizarem as ponderações necessárias à sua própria elaboração de sentidos do conteúdo da prescrição." (NETO, 2017, p. 67 no prelo) - prescrição dos documentos oficiais --> currículos estaduais --> currículos municipais e PPP;
Amigues (2003, p. 9a“[...] quanto mais flexível é a prescrição, mais relevante é o trabalho de redefinição para si e para os outros sobre o que ‘há para ser feito’ e tambémsobre o ‘como fazê-lo’” --> confronto entre prescrição e trabalho docente é um critério adotado pelo pesquisador para obeservar o COMO se faz a transposição - na pesquisa de Neto, autoconfrontação simples e cruzada são adotadas como método.