Introducing 

Prezi AI.

Your new presentation assistant.

Refine, enhance, and tailor your content, source relevant images, and edit visuals quicker than ever before.

Loading…
Transcript

UM DOS GRANDES NOMES DA LITERATURA BRASILEIRA DO SEC. XX

Acadêmico - Moisés Courtois

Movimento literário

Assim como João Cabral de Melo Neto e Clarice Lispector, Guimarães Rosa fez parte da terceira geração do modernismo, com fortes características regionalistas.

O MODERNISTA

Com uma linguagem fiel à popular,

o escritor conseguiu inovar a literatura. Como atuou como

médico e diplomata, Rosa começou a publicar seus textos mais

tarde, apenas com 38 anos.

Ocupou a cadeira número 2 na Academia Brasileira de Letras por apenas três dias. Pela importante obra literária, chegou a ser indicado para o prêmio Nobel de Literatura, mas morreu no mesmo ano e a sua indicação foi impedida.

estilo

É possível perceber uma linguagem carregada de regionalismos, uma linguagem do povo. O texto de Rosa é muito influenciado pela linguagem popular, ele chegava a inventar palavras. A linguagem, para o autor, deveria estar muito relacionada à temática, para permitir que uma deixasse a outra melhor.

A experimentação marcou sua escrita. Guimarães Rosa busca a recriação da linguagem, colocando o falar popular e a vida no sertão nos seus escritos.

ESTILO

frases

"Sempre que se começa a ter amor a alguém, no ramerrão, o amor pega e cresce é porque, de certo jeito, a gente quer que isso seja, e vai, na ideia, querendo e ajudando, mas quando é destino dado, maior que o miúdo, a gente ama inteiriço fatal, carecendo de querer, e é um só facear com as surpresas. Amor desse, cresce primeiro; brota é depois."

(João Guimarães Rosa, em Grande Sertão: Veredas.)

"(…) Nós, os homens do sertão, somos fabulistas por natureza. Está no nosso sangue narrar estórias; já no berço recebemos esse dom para toda a vida. Desde pequenos, estamos constantemente escutando as narrativas multicoloridas dos velhos, os contos e lendas, e também nos criamos em um mundo que às vezes pode se assemelhar a uma lenda cruel. Deste modo a gente se habitua, e narra estórias que corre por nossas veias e penetra em nosso corpo, em nossa alma, porque o sertão é a alma de seus homens (...) Eu trazia sempre os ouvidos atentos, escutava todo o que podia e comecei a transformar em lenda o ambiente que me rodeava, porque este, em sua essência, era e continua sendo uma lenda."

(João Guimarães Rosa, em entrevista a Günter Lorenz - "Diálogo com Guimarães Rosa".)

Sendo um dos maiores escritores da literatura brasileira e, certamente, um dos mais importantes autores da língua portuguesa; língua que soube como nenhum outro escritor, reinventar. Guimarães Rosa aboliu as fronteiras entre a narrativa e a lírica, inserindo em sua prosa recursos de grande expressão poética. Além de ter inovado as técnicas narrativas, o escritor foi um hábil inventor de palavras, característica que está intrinsecamente relacionada com a sua escrita peculiar: é possível reconhecer imediatamente a escrita roseana entre tantas outras, tamanha sua originalidade. Os neologismos roseanos são fruto de uma extensa e intensa pesquisa linguística, que culminou em uma linguagem que aproveitou ao máximo a coloquialidade da fala do homem sertanejo.

“De primeiro, eu fazia e mexia, e pensar não pensava. Não possuía os prazos. Vivi puxando difícil de difícil, peixe vivo no moquém: quem mói no asp'ro não fantasêia. Mas, agora, feita a folga que me vem, e sem pequenos dessossegos, estou de range rede. E me inventei nesse gosto de especular idéia. O diabo existe e não existe. Dou o dito. Abrenúncio. Essas melancolias. O senhor vê: existe cachoeira; e pois? Mas cachoeira é barranco de chão, e água caindo por ele, retombando; o senhor consome essa água, ou desfaz o barranco, sobra cachoeira alguma? Viver é negócio muito perigoso...” (Grande Sertão: Veredas.)

GU IMARÃES

ROSA

"O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem."

(João Guimarães Rosa, em Grande Sertão: Veredas.)

João

GUIMARÃES

ROSA

BIOGRAFIA

Nasceu em Cordisburgo, Minas Gerais, em 27 de junho de 1908. Era o mais velho dos seis filhos do comerciante Florduardo Pinto Rosa e de Francisca Guimarães Rosa. Autodidata, começou ainda criança a estudar diversos idiomas, iniciando pelo francês, quando nem completara 7 anos. Tendo ido morar com os avós em Belo Horizonte. Depois de breve tempo num internato em São João Del Rei, retornou à capital mineira, onde concluiu o curso secundário. Em 1925 matriculou-se na Faculdade de Medicina da Universidade de Minas Gerais, formando-se em 1930.

Casa onde nasceu o escritor, hoje Museu Casa de

Guimarães Rosa, em Cordisburgo, MG.

Casamentos...

Vida sentimental

Em 27 de junho de 1930,

ao completar 22 anos,

casou-se com Lígia Cabral

Penna, de apenas 16, com

quem teve duas filhas:

Vilma e Agnes. O casamento duraria poucos anos. Passou a exercer a profissão de médico, clinicando em Itaguara, então município de Itaúna (MG), onde permaneceu por aproximadamente dois anos. Foi no dia-a-dia dessa localidade que teve um primeiro encontro com os elementos e a realidade do sertão, que passaram a servir de referência e inspiração para sua obra.

De 1938 à 1942 exerceu no exterior a função de cônsul em Hamburgo, na Alemanha, onde conheceu Aracy Moebius de Carvalho (Ara), sua segunda mulher!

Tinha uma paixão por aprender outros idiomas.

Suas paixões...

Seus conhecimentos nesse campo impressionavam pela amplitude: falava fluentemente alemão, francês, inglês, espanhol, italiano e esperanto, além de um pouco de russo. Lia em sueco, holandês, latim e grego.

Havia estudado também a gramática das seguintes línguas: húngaro, árabe, sânscrito, lituano, polonês, tupi, hebraico, japonês, tcheco, finlandês e dinamarquês.

Apegos..

Literatura

A estreia literária

S

e deu em 1929, quando a revista O Cruzeiro publicou alguns contos seus, vencedores de um concurso literário da edição. Em 1936, a coletânea de versos Magma, obra que só viria a ser publicada postumamente, recebeu o Prêmio Academia Brasileira de Letras. Seu primeiro livro, a coletânea de contos Sagarana, foi publicado em 1946. A obra chamou atenção pela linguagem inovadora, pela singular estrutura narrativa e pela riqueza de simbologia dos contos, que o escritor havia começado a escrever dez anos antes. As histórias se passam em fazendas mineiras, tendo como personagens vaqueiros e criadores de gado.

Publicações

As obras:

Romance -

Grande Sertão: Veredas (1956).

CONTOS -

Sagarana (1946); Primeiras Histórias (1962); Tutaméia (Terceiras Estórias) (1967); Estas Estórias (póstuma, 1969).

.

nOVELAS -

Corpo de Baile (dois volumes) (1956); a partir da terceira edição (1964), essa obra foi desdobrada em três volumes: Manuelzão e Miguilim; Campo Geral; No Urubuquaquá, no Pinhém; Noites no Ser tão.

DIVERSOS -

Ave, Palavra (póstuma, 1970).

LINHA

DO TEMPO

Formou-se médico na Universidade de Minas Gerais, em 1930.

Em 1932 voltou para Belo Horizonte para servir como médico voluntário da Força Pública, durante a Revolução Constitucionalista.

Em 1934, Guimarães Rosa vai para o Rio de Janeiro e presta concurso para o Itamarati. Culto, sabia falar mais de nove idiomas e conseguiu aprovação em segundo lugar.

Entre os anos de 1938 e 1944, foi nomeado cônsul-adjunto na cidade de Hamburgo, Alemanha. Nesse período, especificamente no ano de 1942, Guimarães foi preso quando o Brasil rompeu a aliança com a Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial.

No ano seguinte foi para Bogotá, como Secretário da Embaixada Brasileira.

Em 1936 participou de um concurso ao Prêmio de Poesia da Academia Brasileira de Letras, com a coletânea de contos "Magma". Conquistou o primeiro lugar, mas não publicou a obra. Em 1937 iniciou a produção de "Sagarana", volume de contos que retrata a vida das fazendas mineiras.

1930 - 1945

1946 - 1967

Em 1952, realiza excursão ao Estado de Mato Grosso e escreve uma reportagem poética, "Com o Vaqueiro Mariano", que foi publicada no Correio da Manhã.

Após dez anos de sua estreia literária, o escritor publica “Corpo de Baile” e "Grandes Sertões: Veredas" em 1956.

Em 1958 Guimarães é promovido a embaixador, mas opta por não sair do Brasil e permanece no Rio de Janeiro.

Em 1963 é eleito para a Academia Brasileira de Letras, sendo empossado somente em 1967.

Três dias depois do ato, Guimarães Rosa tem um infarto e

falece no Rio de Janeiro, dia 19 de novembro de 1967.

Em 1946, publica "Sagarana" que se transforma em sucesso de crítica e público. As duas edições esgotam-se no mesmo ano e a obra é vencedora do Prêmio da Sociedade Felipe d'Oliveira.

De 1946 a 1951, Guimarães Rosa reside em Paris.

TIMELINE

INÍCIO

Em janeiro de 1956 lançou Corpo de Baile, reunião de novelas que posteriormente passaram a ser publicadas em três volumes: Manuelzão e Miguilim, No Urubuquaquá, no Pinhém e Noites do Sertão. Seu único romance, Grande Sertão: Veredas, foi publicado em maio do mesmo ano. O livro é uma rica epopéia ambientada no interior de Minas Gerais, transpondo para o Brasil o mito da luta entre o homem e o diabo. Com linguagem inventiva, explora um vocabulário complexo e inusitado. Há desde a recuperação de termos arcaicos e expressões regionais até a criação de novas palavras, para o que o autor se apoiou em seus amplos conhecimentos lingüísticos

Os sentidos de algumas expressões do escritor mineiro:

Balalhar – explodir ou partir-se pela ação de balas.

Carregume – peso, dificuldade, gravidade.

Descriado – criado ao desamparo, desnutrido.

Fraternura – ternura de irmãos.

Grãoir – formar grãos.

Nonada – nada, coisa sem importância.

Trestriste – infeliz, forma enfática de triste.

A OBRA

VEREDAS

O impacto de Grande Sertão: Veredas na cena literária foi muito grande. Desde o início, percebeu-se que se tratava de um dos mais importantes textos da literatura brasileira, o que garantiu ao autor enorme reconhecimento em todo o país. Apesar da complexidade, o livro contém uma narrativa onde a experiência de vida e a experiência de texto se fundem numa obra fascinante, sua leitura e interpretação constituem um constante desafio para os leitores.

"

A obra é elogiada pela linguagem e pela originalidade de estilo presentes no relato de Riobaldo, ex-jagunço que relembra suas lutas, seus medos e o amor reprimido por Diadorim.

Publicada em 1956, inicialmente chama atenção por sua dimensão – mais de 600 páginas – e pela ausência de capítulos. Guimarães Rosa fundiu nesse romance elementos do experimentalismo linguístico da primeira fase do modernismo e a temática regionalista da segunda fase do movimento, para criar uma obra única e inovadora.

“O real não está no início nem no fim, ele se mostra pra gente é no meio da travessia”.

“O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem”.

“Apertou em mim aquela tristeza, da pior de todas, que é a sem razão de motivo”.

“Se eu fosse filho de mais ação e menos ideia, isso sim, tinha escapulido, calado “.

“Um dia ainda entra em desuso matar gente”.

“O senhor saiba: eu toda a minha vida pensei por mim, sou nascido diferente. Eu sou é eu mesmo. Diverjo de todo o mundo”.

“A gente morre é para provar que viveu”.

“Viver é muito perigoso: sempre acaba em morte”.

“Quem ama é sempre muito escravo, mas não obedece nunca de verdade”.

“Como é que posso com este mundo? A vida é ingrata no macio de si; mas transtraz a esperança mesmo no meio do fel do desespero”.

“Amigo, para mim, é só isto: é a pessoa com quem a gente gosta de conversar, do igual o igual, desarmado. O de que um tira prazer de estar próximo. Só isto, quase; e os todos sacrifícios. Ou – amigo – é que a gente seja, mas sem precisar de saber o por que é que é”.

“Tem horas em que penso que a gente carecia, de repente, de acordar de alguma espécie de encanto”.

“Uma coisa é pôr ideias arranjadas, outra é lidar com país de pessoas”.

“E a gente, isso sei, às vezes é só feito menino. Se tem alma, e tem, ele é de Deus”.

“E o chiim dos grilos ajuntava o campo”.

“Ah, a mangaba boa só se colhe já caída no chão, de baixo…”.

”A colheita é comum, mas o capinar é sozinho”.

“Viver é um descuido prosseguido”.

“O senhor ache e não ache. Tudo é e não é …”

“Passarinho que debruça – o voo já está pronto”.

“Sou só um sertanejo, nessas altas ideias navego mal. Sou muito pobre coitado. Inveja minha pura é de uns conforme o senhor, com toda leitura e suma doutoração”.

“Eu quase que nada não sei. Mas desconfio de muita coisa”.

“Deus é paciência. O contrário é o diabo”.

Referências:

CANDIDO, Antônio. O homem dos avessos. In: COUTINHO, Eduardo F. (org.). Guimarães Rosa. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1991.

GUIMARÃES ROSA, J. Grande sertão: veredas. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986.

https://infograficos.oglobo.globo.com/cultura/joao-guimaraes-rosa.html Acesso em: 05 de Junho de 2019.

https://www.upf.br/biblioteca/noticia/60-frases-de-grande-sertao-veredas-em-comemoracao-aos-seus-60-anos-de-publicacao Acesso em: 12 de Junho de 2019.

REFÊRENCIAS

Learn more about creating dynamic, engaging presentations with Prezi