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Assim como João Cabral de Melo Neto e Clarice Lispector, Guimarães Rosa fez parte da terceira geração do modernismo, com fortes características regionalistas.
Com uma linguagem fiel à popular,
o escritor conseguiu inovar a literatura. Como atuou como
médico e diplomata, Rosa começou a publicar seus textos mais
tarde, apenas com 38 anos.
Ocupou a cadeira número 2 na Academia Brasileira de Letras por apenas três dias. Pela importante obra literária, chegou a ser indicado para o prêmio Nobel de Literatura, mas morreu no mesmo ano e a sua indicação foi impedida.
É possível perceber uma linguagem carregada de regionalismos, uma linguagem do povo. O texto de Rosa é muito influenciado pela linguagem popular, ele chegava a inventar palavras. A linguagem, para o autor, deveria estar muito relacionada à temática, para permitir que uma deixasse a outra melhor.
A experimentação marcou sua escrita. Guimarães Rosa busca a recriação da linguagem, colocando o falar popular e a vida no sertão nos seus escritos.
Sendo um dos maiores escritores da literatura brasileira e, certamente, um dos mais importantes autores da língua portuguesa; língua que soube como nenhum outro escritor, reinventar. Guimarães Rosa aboliu as fronteiras entre a narrativa e a lírica, inserindo em sua prosa recursos de grande expressão poética. Além de ter inovado as técnicas narrativas, o escritor foi um hábil inventor de palavras, característica que está intrinsecamente relacionada com a sua escrita peculiar: é possível reconhecer imediatamente a escrita roseana entre tantas outras, tamanha sua originalidade. Os neologismos roseanos são fruto de uma extensa e intensa pesquisa linguística, que culminou em uma linguagem que aproveitou ao máximo a coloquialidade da fala do homem sertanejo.
GUIMARÃES
Nasceu em Cordisburgo, Minas Gerais, em 27 de junho de 1908. Era o mais velho dos seis filhos do comerciante Florduardo Pinto Rosa e de Francisca Guimarães Rosa. Autodidata, começou ainda criança a estudar diversos idiomas, iniciando pelo francês, quando nem completara 7 anos. Tendo ido morar com os avós em Belo Horizonte. Depois de breve tempo num internato em São João Del Rei, retornou à capital mineira, onde concluiu o curso secundário. Em 1925 matriculou-se na Faculdade de Medicina da Universidade de Minas Gerais, formando-se em 1930.
Casa onde nasceu o escritor, hoje Museu Casa de
Guimarães Rosa, em Cordisburgo, MG.
Em 27 de junho de 1930,
ao completar 22 anos,
casou-se com Lígia Cabral
Penna, de apenas 16, com
quem teve duas filhas:
Vilma e Agnes. O casamento duraria poucos anos. Passou a exercer a profissão de médico, clinicando em Itaguara, então município de Itaúna (MG), onde permaneceu por aproximadamente dois anos. Foi no dia-a-dia dessa localidade que teve um primeiro encontro com os elementos e a realidade do sertão, que passaram a servir de referência e inspiração para sua obra.
De 1938 à 1942 exerceu no exterior a função de cônsul em Hamburgo, na Alemanha, onde conheceu Aracy Moebius de Carvalho (Ara), sua segunda mulher!
Tinha uma paixão por aprender outros idiomas.
Seus conhecimentos nesse campo impressionavam pela amplitude: falava fluentemente alemão, francês, inglês, espanhol, italiano e esperanto, além de um pouco de russo. Lia em sueco, holandês, latim e grego.
Havia estudado também a gramática das seguintes línguas: húngaro, árabe, sânscrito, lituano, polonês, tupi, hebraico, japonês, tcheco, finlandês e dinamarquês.
S
e deu em 1929, quando a revista O Cruzeiro publicou alguns contos seus, vencedores de um concurso literário da edição. Em 1936, a coletânea de versos Magma, obra que só viria a ser publicada postumamente, recebeu o Prêmio Academia Brasileira de Letras. Seu primeiro livro, a coletânea de contos Sagarana, foi publicado em 1946. A obra chamou atenção pela linguagem inovadora, pela singular estrutura narrativa e pela riqueza de simbologia dos contos, que o escritor havia começado a escrever dez anos antes. As histórias se passam em fazendas mineiras, tendo como personagens vaqueiros e criadores de gado.
Romance -
CONTOS -
.
nOVELAS -
DIVERSOS -
Três dias depois do ato, Guimarães Rosa tem um infarto e
falece no Rio de Janeiro, dia 19 de novembro de 1967.
Em janeiro de 1956 lançou Corpo de Baile, reunião de novelas que posteriormente passaram a ser publicadas em três volumes: Manuelzão e Miguilim, No Urubuquaquá, no Pinhém e Noites do Sertão. Seu único romance, Grande Sertão: Veredas, foi publicado em maio do mesmo ano. O livro é uma rica epopéia ambientada no interior de Minas Gerais, transpondo para o Brasil o mito da luta entre o homem e o diabo. Com linguagem inventiva, explora um vocabulário complexo e inusitado. Há desde a recuperação de termos arcaicos e expressões regionais até a criação de novas palavras, para o que o autor se apoiou em seus amplos conhecimentos lingüísticos
Os sentidos de algumas expressões do escritor mineiro:
Balalhar – explodir ou partir-se pela ação de balas.
Carregume – peso, dificuldade, gravidade.
Descriado – criado ao desamparo, desnutrido.
Fraternura – ternura de irmãos.
Grãoir – formar grãos.
Nonada – nada, coisa sem importância.
Trestriste – infeliz, forma enfática de triste.
O impacto de Grande Sertão: Veredas na cena literária foi muito grande. Desde o início, percebeu-se que se tratava de um dos mais importantes textos da literatura brasileira, o que garantiu ao autor enorme reconhecimento em todo o país. Apesar da complexidade, o livro contém uma narrativa onde a experiência de vida e a experiência de texto se fundem numa obra fascinante, sua leitura e interpretação constituem um constante desafio para os leitores.
A obra é elogiada pela linguagem e pela originalidade de estilo presentes no relato de Riobaldo, ex-jagunço que relembra suas lutas, seus medos e o amor reprimido por Diadorim.
Publicada em 1956, inicialmente chama atenção por sua dimensão – mais de 600 páginas – e pela ausência de capítulos. Guimarães Rosa fundiu nesse romance elementos do experimentalismo linguístico da primeira fase do modernismo e a temática regionalista da segunda fase do movimento, para criar uma obra única e inovadora.
CANDIDO, Antônio. O homem dos avessos. In: COUTINHO, Eduardo F. (org.). Guimarães Rosa. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1991.
GUIMARÃES ROSA, J. Grande sertão: veredas. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986.
https://infograficos.oglobo.globo.com/cultura/joao-guimaraes-rosa.html Acesso em: 05 de Junho de 2019.
https://www.upf.br/biblioteca/noticia/60-frases-de-grande-sertao-veredas-em-comemoracao-aos-seus-60-anos-de-publicacao Acesso em: 12 de Junho de 2019.