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Trabalho elaborado por: Estrela Nº8, Mara Nº20, Mariana Nº23
Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.
Deus quis que a terra fosse toda uma,
Que o mar unisse, já não separasse.
Sagrou-te, e foste desvendando a espuma.
E a orla branca foi de ilha em continente,
Clareou, correndo, até ao fim do mundo,
E viu-se a terra inteira, de repente,
Surgir, redonda, do azul profundo.
Quem te sagrou criou-te português.
Do mar e nós em ti nos deu sinal.
Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal!
Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.
Causa------------------------------------------------- Efeito
Deus
Homem
Obra
Momento 1
Deus quis que a terra fosse toda uma,
Terra unida pela descoberta dos continentes (América, África, Europa e Ásia).
Anáfora: Repetição da palavra “Deus” no início do 1º e 2º versos“Deus quer (…) / Deus quis”
Que o mar unisse, já não separasse.
Deus quis a unidade da terra (isto é, que fosse toda conhecida), através do mar, de forma a servir de elemento de união entre os continentes e os povos.
Antítese: ideia de oposição entre “unisse” e “separasse” – relação de contraste.
Momento 2
Sagrou-te, […]
Infante é "sagrado" para a missão divina, predestindo para iniciar os Descobrimentos, é o escolhido por Deus para a execução da obra desejada.
Aspecto perfectivo: a ação é apresentada como concluida
Momento 3
[…] e foste desvendando a espuma.
O Infante é o escolhido por Deus para concretizar o seu projeto - é aquele que sonha, que tem a visão e finalmente foi “desvendando a espuma”, ou seja realizou a obra.
Metáfora: “desvendando a espuma”= desfazer o mistério ao descobrir os continentes e ilhas incógnitas.
E a orla branca foi de ilha em continente,
Referência à descoberta das ilhas da Madeira e dos Açores até à costa Africana.
Sinédoque: toma-se a parte pelo todo - “a orla branca” = rasto de espuma (esteira) dos barcos que partiram nos Descobrimentos » simboliza as caravelas e naus
Personificação: "E a orla branca foi de ilha em continente" - personificação da "orla branca" que nos sugere a rapidez imparável das descobertas.
Clareou, correndo, até ao fim do mundo,
Referência à passagem do Cabo das Tormentas: «até ao fim do mundo» para chegar à Índia.
“correndo” forma verbal no gerúndio dando a ideia de continuidade.
E viu-se a terra inteira, de repente,
Surgir, redonda, do azul profundo.
Esta visão da terra sugere a ideia de que a obra dos portugueses é o realizar de um plano divino. O redondo, a esfera, é o símbolo da perfeição cósmica, da unidade, da totalidade, da obra completa e perfeita que Deus quis.
Gradação crescente: começou por desvendar «ilha(s)» e «continente(s)», chegando ao «fim do mundo» e dando assim a conhecer «a terra inteira»
Quem te sagrou criou-te português.
Deus sagrou o Infante e criou-o português, sendo assim símbolo do povo Português, o que significa que também ele foi assinalado, predestinado, escolhido por Deus para desvendar o mar desconhecido.
Perífrase: utilização de várias palavras “quem te sagrou” quando se podia usar uma palavra: “Deus”.
Do mar e nós em ti nos deu sinal.
Através do Infante Dom Henrique Deus revelou a sua vontade de os Portugueses partirem à Descoberta pelo mar.
Hipérbato: alteração da ordem natural das palavras na frase – ordem canónica: “e em ti nos deu sinal do mar (para) nós”
Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.
Novo esquema: o sonho cumpriu-se (tese), desfez-se (antítese) e deu lugar a um novo sonho (síntese). Teríamos assim uma nova vontade divina, um novo sonho e uma nova acção.
“O Império se desfez” = queda do Império com a independência dos territórios do Brazil e da Índia.
Senhor, falta cumprir-se Portugal
Apelo ao cumprimento do destino mítico de Portugal: uma nova e espiritual missão – o V Império (império imaterial e civilizacional), visto que a dimensão material do império já foi conseguida (na época do Descobrimentos), ou seja, falta que Portugal se cumpra como pátria e entidade nacional – atingindo a perfeição.
Frase exclamativa e em forma de vocativo “Senhor, falta cumprir-se Portugal!”
Apóstrofe: invocação de um interlocutor (“Senhor”=Deus)