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LISBELA E O PRISIONEIRO
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Sandra Nitrini, 2003.
Características do enredo
Características formais da obra
http://www.usp.br/jorusp/arquivo/2003/jusp657/pag14.htm
- Gênero literário: dramático
- Gênero textual: teatro
- personagens principais
- conflito principal
- conflito secundário (?)
LISBELA E O PRISIONEIRO
OSMAN LINS
Sobre o texto teatral vale ressaltar:
[...] O regionalismo de Lisbela e o prisioneiro, fundado no aproveitamento de incidentes testemunhados por amigos, por familiares e por Osman Lins, bem como apoiado na transposição de ditados, expressões populares e dísticos encontrados em pára-choques de caminhões, é transfigurado sob a pena de seu autor. Matéria e linguagem re-elaboradas tecem essa peça, regada por uma equilibrada dosagem de leveza, comicidade e ternura e assentada em valores libertários em prol da vida, o que lhe abre as portas para outros tempos e outros espaços. [...]
- composição do gênero próprio para encenação (finalidade e características particulares).
- comédia em 3 atos.
- Construção do humor (recursos linguísticos);
- Variação linguística regional.
Sandra Nitrini, 2003.
Sobre Leléu
Sobre Ten. Guedes
Sobre Lisbela
[...] Apesar de suas atitudes condenáveis, como os desmandos, a prepotência, a conivência com o crime, o delegado mostra-se humano quase todo o tempo. Por causa de sua função, não consegue se desvencilhar do “encarceramento profissional” e se vê obrigado a tomar atitudes contrárias a seu temperamento. Eis um dos motivos pelos quais está sempre a afirmar que “a autoridade é um fardo”. Bordão com efeitos cômicos, de acordo com as situações nas quais é proferido. No fundo, o tenente Guedes é mais prisioneiro de sua profissão que todos seus subalternos. [...]
Atitudes que causam surpresa também compõem Leléu, que nada tem de prisioneiro em termos dos valores estabelecidos [...]. Volúvel nos amores, experimentador de várias profissões, portador de diferentes identidades, afeiçoado a riscos e deslocamentos, o circence Leléu, que tanto quer e tanto faz para sair das grades da cadeia de Vitória de Santo Antão, não hesita a ela retornar, só para ficar próximo de Lisbela, quando fracassa o plano de fuga dos dois. O paradoxal retorno à prisão é mais um movimento desta personagem para a libertação das amarras de valores que lhe são menores do que os impulsos da vida.
[...] O gênero comédia, aliado ao perfil anticonvencional da dupla protagonista, foi muito bem escolhido por Osman Lins para pôr em cena, no contexto de uma região de valentias, de sentimentos exaltados, de honra e vinganças, um crime inesperado, porque aparentemente cometido pela jovem Lisbela. Inesperado, mas plenamente justificado, se tivesse ocorrido [...]