Vidas Secas

• Publicação em 1938;
• Literatura Regionalista - Graciliano pertence à 2ª geração modernista, preocupado com temas regionalistas. Vidas Secas é um exemplo de produção literária que reproduz de forma fiel a seca nordestina.
• Brasil - Era Vargas;
• Europa - Conflitos pré -2ª Guerra Mundial.

• Foco narrativo
• Personagens
• Tempo
• Espaço

• As personagens são analisadas socialmente conforme divisão dos capítulos.
• Baleia é constantemente humanizada (prosopopeia).
• Os sujeitos da obra são incompletos!!!
• Fabiano seria homem (p. 18, 24);
• Baleia teria um mundo cheio de preás;
• Sinhá Vitória teria sua cama de tira de couro (p.40);
• O menino mais novo queria ser boiadeiro como o pai (p.50);
• O menino mais velho queria aprender palavras (p.59).

As últimas arribações e as Pestes

Intertextualidade

Morte Vida Severina

Os retirantes

João Cabral de Melo Neto

João Cabral de Melo Neto nasceu na cidade de Recife - PE, no dia 09 de janeiro de 1920, falecendo em 1999. Dedicou mais de 30 anos de sua à carreira diplomática, sem nunca esquecer de sua raíz pernambucana. Em 1955, publicou o livro "Morte e vida Severina", contando a história - real - do migrante nordestino que, em busca de sobrevivência, sai da caatinga rumo ao litoral de Recife. O poema dramático é narrado em 1ª pessoa por Severino, personagem eternizado.

Cândido Portinari, 1944.

Tânia Alves interpreta "Morte e Vida Severina", letra e música de Chico Buarque.

Esta cova em que estás, com palmos medida

É a conta menor que tiraste em vida

É de bom tamanho, nem largo, nem fundo

É a parte que te cabe deste latifúndio

Não é cova grande, é cova medida

É a terra que querias ver dividida

É uma cova grande pra teu pouco defunto

Mas estarás mais ancho que estavas no mundo

É uma cova grande pra teu defunto parco

Porém mais que no mundo, te sentirás largo

É uma cova grande pra tua carne pouca

Mas à terra dada nao se abre a boca

É a conta menor que tiraste em vida

É a parte que te cabe deste latifúndio

(É a terra que querias ver dividida)

Mas à terra dada nao se abre a boca

Estarás mais ancho que estavas no mundo

Enredo

Graciliano apresenta de maneira sintética uma visão da sociedade brasileira em seus níveis mais profundos por meio da

• dimensão social da exploração e a opressão política;
• dimensão psicológica da repressão, fazendo surgir indivíduos marcados pela introspecção.
• dimensão natural da seca, flagelo nordestino.

• Relação da ficção com não ficção (toda ficção é uma representação da realidade) --> Pensar na situação real dos retirantes nordestinos.
• Pensar nas falas das personagens - o que o silêncio, aquilo que não é dito, evidencia na obra? Cada falta de palavra denuncia algo que não foi dito.

Características

da narrativa

3ª pessoa - ONISCIENTE

Texto possui discurso indireto-livre: quando a voz do narrador se mistura com o pensamento da personagem.

Baleia encostava a cabecinha fatigada na pedra. A pedra estava fria, certamente sinha Vitória tinha deixado o fogo apagar-se muito cedo.

Baleia queria dormir. Acordaria feliz, num mundo cheio de preás. E lamberia as mãos de Fabiano, um Fabiano de mãos enormes.

O corpo e a linguagem

Por conta da linguagem sintética, os corpos das persoagens são importantes para "contar" suas histórias. Aquilo que não se diz com as "palavras", cria-se com o corpo.

Linguagem

A linguagem "perpassa" nosso corpo!

Isso quer dizer que utilizamos o corpo e a linguagem para interagir com o meio em que vivemos, para dar sentido às coisas. No livro as personagens compensam com o corpo aquilo que a linguagem não permite!! (p.9 e 10 - Corpo da natureza morta)

A linguagem no livro é enxuta. O autor, ao utilizar apenas o essencial, recria a paisagem árida do Nordeste, denuncia ao longo do enredo a escassez de vida de suas personagens - prevalece a seca, caatinga, a proximidade de morte.

Contexto Histórico

Vidas Secas

Graciliano Ramos

por Evandro Teixeira

As muitas vidas secas

• http://graciliano.com.br/site/obra/obra-vidas-secas-especial-70-anos-2008/