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Pronto. Hora de criar coragem e começar a escrever.
É sempre difícil começar a escrever, porque nunca sabemos por onde começar, ou como começar.
Mas, após algum tempo (ok, semanas) de reflexão e muitas leituras, percebi que organizar minhas ideias não seria possível se eu não começasse a exteriorizá-las, decidi então acatar à ideia de escrever, literalmente, um diário de estágio, sim, decidi por escrever um diário-não-diário.
A escolha do ambiente digital se deu pelo fato de conter ferramentas rápidas, de fácil acesso e domínio tornando-se um ambiente versátil, no qual posso incluir fotos, vídeos, áudio entre outras coisas que não seriam possíveis em um diário de papel.
A pouco mais de um ano, tenho investigado a memória olfativa, incluindo-a em meus processos criativos. A ideia do projeto de estágio surgiu também destas investigações, uma vontade de ir além do sentido da visão a fim de formar uma imagem de si e do mundo.
Quando pensamos retrato, ou autorretrato,
remetemos sempre a ideia de imagem visual, a intenção do projeto de estágio é justamente criar imagens que envolvam os outros sentidos como forma de expressão, seja através do olfato, audição, paladar ou tato. Imagens essas que possam vir a ser uma representação do aluno.
Outras sugestões após a apresentação:
Referências de obras/artistas que possam fazer
relação com o projeto:
Início de aula olfativo - e degustativo (bala de rosas).
A audição como uma outra forma de criar
imagens e narrativas.
Professora autoritária - muito!
A aula não teve um início definido, tudo aconteceu meio aos trancos e barrancos.
Um filme começa a passar (estamos no auditório) e a professora comenta que é sobre uma lenda, que é para todo mundo prestar atenção porque ela vai fazer uma avaliação sobre.
Dois alunos estão escondidos no fundo do auditório,
a professora dá uma bronca neles e diz para eles sentarem na 1ª fileira. Um deles senta na 2ª, ela diz para ele mudar, ele não muda. Ela puxa a cadeira para ele sair. Ele levanta e a empurra. Ela empurra de volta e diz para ele ir para a direção, pega a mochila dele, ele se agarra a mochila e os dois vão brigando de 'cabo-de-guerra' com a mochila até a porta. Quando passam por mim ele diz para ela : "Saí!" - e a profª : "Sai você seu maloqueiro!"
Ninguém ouve o filme - a sala está sozinha enquanto ela saiu - e pareço ser invisível. Aproveito para analisar o auditório, tem boas caixas de som e datashow.
Quando a professora volta, a sala fica em completo silêncio, então ela sai novamente, mas agora deixa o 'rapaz da informática' na sala, mas ele parece tão invísivel quanto eu.
Dez minutos se passam, quando a profª entra na sala, novamente silêncio, uma aluna tinha trocado de lugar para ficar perto da amiga, a professora dá bronca pra ela voltar ( quanta implicância com o lugar que os alunos sentam, eu heim... )
Ela chamou os alunos de vândalos por causa de um
barulho no chão!
Cheguei na escola e descobri que a
aula da minha turma foi adiantada
devido a falta de professores. Mais uma
vez não consigo fazer a observação.
Finalmente consigo fazer minha segunda observação.
Entro em sala com a professora.
Percebo que a turma está diferente, muitos rostos que eu não reconheço.
A professora inicia a aula relembrando a anterior, em que ela começou a trabalhar a temática dos quadrinhos. Na última aula ela entregou uma folha, xerocada, com rostos e expressões, agora eles precisam desenhar sete cabeças com cabelos e/ou barbas;
Eles iniciam a atividade, enquanto ela fica sentada na sua mesa.
Um deles comenta com o colega " A professora só faz desenho, desenho, desenho...."
Outro comenta: "Ai porque tem que ser bolinhas, porque não pode ser tipo mangá!"
Diálogo entre a professora e o 'aluno do mangá' :
Aluno- "Prof. tem que fazer orelha também?"
Professora -"Não, tem que fazer do jeitinho que eu mandei, eu quero mais é mais as expressões"
Aluno- "Vou fazer tipo magá"
Professora - Não ouve (ou finge)
Hoje os alunos estão mais envolvidos, levantam
para mostrar a atividade pra professora e para os colegas.
A professora encerra a aula dizendo que quem
não terminou deve trazer na próxima aula pronto, e também os cadernos de desenho, que ela irá recolher para corrigir.
Aula I- Apresentações (minha, dos alunos, da proposta) e conversa sobre acordos e regas gerais. - Inclui uma dinâmica de apresentação.
Aula II- Expositiva/discussão sobre o termo autorretrato, sobre o autorrepresentar-se. - Inclui diversas referências de artistas que trabalham o autorretrato de diferentes formas.
Aula III- Experimentação: tato e olfato. É uma 'brincadeira' sinestésica, de misturar sentidos.
Aula IV- Experimentação: paladar e audição. Outras 'brincadeiras sinestésicas'.
Aula V - Visão - criação de retratos ficcionais, liberando os julgamentos do eu. Criar 'imagens'
de pessoas a partir de seus objetos pessoais.
Aula VI- Criar suas autorrepresentações, é a aula chave do processo, e também a mais sujeita a imprevistos, nesse momento precisarei totalmente da colaboração dos alunos.
Aula VIII- Avaliação do processo, momento de compartilhar com todos os seus trabalhos, e de uma avaliação final de todo o processo, em que todos podem opinar.
Deveria ter começado minha atuação na segunda-feira, dia 17/09, mas houveram mudanças no horário, a turma agora tem a aula de Artes no primeiro período (7h45min às 8h30min)e para não atrasar meu planejamento fiz minha atuação na quarta-feira.
Antes de entrar em sala conversei com a professora Valéria, decidimos que ela acompanharia minhas aulas, mas que eu tomaria totalmente o papel de professora, fazendo a chamada, inclusive.
Ao chegarmos na sala, ela comunicou os alunos que hoje a aula seria comigo. Eu me apresentei, e iniciei a conversa, disse que antes de todos se apresentarem eu queria criar apenas um acordo, toda vez que estivesse muito barulho em sala, e não estivéssemos conseguindo ouvir um ao outro eu diria 'Água na chapa!' e eles fariam o barulho de água caindo na chapa 'shhhhh', e então todos prestariam atenção.
Expliquei então a dinâmica de apresentação, em que cada um tinha que dizer seu nome e um adjetivo que iniciasse com a mesma letra que o nome, e o próximo tinha que repetir e assim por diante. A dinâmica não funcionou bem, o barulho tomou conta muitas vezes, e depois da quinta vez o 'água na chapa' já não funcionava bem. Parei a brincadeira várias vezes, explicando novamente, pedindo para cooperarem, que assim que acabasse eu iria explicar a proposta e eles entenderiam o porquê daquilo, com dificuldade, consegui com que todos se apresentassem, com seus devidos adjetivos. A turma estava cada vez mais agitada, mas consegui a atenção para explicar a proposta, perguntei por dúvidas e sugestões.
Alguns alunos se manifestaram dizendo que este barulho e bagunça aconteciam em todas as aulas, não apenas na minha, que muitos professores ja tinham tentado 'dar uma aula legal' como eu estava tentando, mas que haviam desistido. O que pensar a partir disso? Eu não quero desistir, podem muitos terem desistido da turma, mas eu não acho ela tão impossível assim, o silêncio é difícil, mas preciso de uma negociação, uma estratégia.
A professora Valéria sugeriu que eu sempre trouxesse algo manual, para que eles façam algo durante a aula, pois ficam inquietos quando estão sentados, 'sem nada pra fazer', levei a
sugestão dela em consideração, pois realmente, a proposta da dinâmica de apresentação foi decaindo com o passar do tempo, em que eles foram ficando inquietos, talvez eu deveria ter pedido para eles escreverem em um papel o nome e um adjetivo, e depois teriam de ler para a turma, agora que me afastei da turma, percebo muitas outras possibilidades.
Com isso em mente estou pensando em uma adaptação para a próxima aula, que estava planejada como expositiva e de discussão. Ja vi que será difícil, então estou pensando em como trabalhar o conteúdo que planejei, de forma que eles considerem mais atrativa. Quanto a minha atitude em sala, acredito ter sido boa, estava apreensiva de não conseguir me colocar como professora, mas consegui, e mesmo com as dificuldades encontradas, tratei todos eles humanamente, com educação, pois sinto que eles se sentem rejeitados.
Divididos em 5 grupos, eles receberiam um envelope : com uma imagem e uma folha em branco, analisando a imagem respoderiam à questão: "Esta imagem é um autorretrato? Por quê?" - questão esta que estava projetada pelo datashow.
Se a primeira aula já não foi como eu imaginava, esta se tornou um verdadeiro desastre. Não é que não tenha acontecido, aconteceu, mas totalmente aos trancos e barrancos."Muito legal sua aula professora!
Formar os grupos foi difícil, muitas intrigas entre eles, alunos que recusavam
fazer parte do mesmo grupo que outros.
Com os grupos finalmente divididos eles responderam à questão.
Sempre com muita agitação e conversa, mas ainda interessados na atividade.
No momento de repartir com a turma o que haviam escrito, ninguém queria falar.
Eu então li o que cada grupo escreveu, mostrando as imagens no datashow,
com referências do autor, e explicando o porque aquela imagem podia ser
considerada um autorretrato. Por volta do terceiro grupo a agitação ficou maior,
alunos brincavam de 'bate-bate' com as cadeiras, os que queriam ouvir não conseguiam,
e não importava o quanto eu pedisse por silêncio ou atenção.
Nesse momento a professora Valéria interviu, sempre gritando, disse que se visse mais alguém brincando com a cadeira ou no computador ia retirar da sala. Que queria silêncio.
E infelizmente ela estava certa, finalizei a aula sob medo dos alunos, nada participativos.
Estava frustada comigo, repensando soluções,
quando uma aluna chegou e disse:
Fiquei feliz com a manifestação, mas não me enganei, sabia que a aula não tinha sido proveitosa, e que apenas um terço da turma de fato havia entendido o conteúdo, e seus motivos. Saí de lá com a certeza de que necessitava fazer a próxima aula ser melhor.
E hoje a aula finalmente aconteceu como eu esperava.
Reorganizei o planejado pra aula, que pretendia explorar os sentidos da olfato e do tato. Em vez de trabalhar os dois, optei por trocar o olfato pela audição de forma que os alunos fizessem relação entre o que ouviam e características reconhecíveis pelo tato.
Ao início da aula consegui a antenção deles, explicando que ouviríamos música, mas que era necessário silêncio, pois ouviríamos apenas com o autofalante do meu celular. Escolhi estratégicamente não levar um CD com as músicas para que o som fosse mais baixo e a curiosidade por ouvir a música fizesse com que colaborassem com o silêncio. E funcionou.
Com uma lista de 'características táteis' no quadro, uma a uma as músicas foram ouvidas e relacionadas com as características e escrevendo em uma folha. Claro que havia conversa, mas hoje ela estava muito mais direcionada ao assunto da aula, e não à assuntos alheios. No fim da aula escrevi no quadro o nome das músicas e seus intérpretes. As músicas escolhidas comtemplavam diferentes rítimos e estilos musicais.
A atividade foi compreendida e realizada com facilidade, me fazendo perceber que é possível sim ter uma aula tranquila e contar com a colaboração dos alunos.
Esta semana trabalhamos com o paladar e a visão, levei uma grande variedade de balas, e cada aluno deveria pegar duas balas, segurar consigo e escrever seus nomes em uma folha. Ao final, quando todos ja estavam com suas balas, liberei a grande surpresa: eles precisavam comer as duas ao mesmo tempo. Do sabor resultado, tranformar em cor, cor essa que escreveriam junto aos nomes, no papel.
Em suma é o mesma sistema da última aula, só que com sentidos diferentes.
Tenho insistido para que eles escrevam sobre as sensações resultantes para haver de fato uma reflexão, e não apenas uma expeculação.
Novamente a turma teve boa aceitação da proposta e percebi que mesmo os alunos mais distantes conseguiram conectar-se com a atividade, divertindo-se.
Novamente minha aula ocorreu na quarta-feira, devido ao feriado pelo dia do professor na segunda-feira.
Hoje a aula necessitava de um vídeo para se dar por completa. Um fragmento da obra 'Rua de mão dupla' de Cao Guimarães. Sabia que os dois datashows da escola estavam estragados, levei o vídeo, e duas fotografias que seriam usadas na aula gravados em DVD. Porém o DVD não reconheceu o vídeo.
Os alunos já estavam no auditório, no que eu conhecia como um 'território inimigo' dado à minha experiência na sala de informática. Então, não me supreendi quando percebi todos mais agitados, e também decepcionados (tais como eu) quando o vídeo não pode ser exibido.
Expliquei então do que se tratava o vídeo, e em seguida a proposta: dois perfumes diferentes circulariam e eles teriam de imaginar físicamente e também a personalidade da pessoa dona do perfume. As características podiam ser identificadas através do desenho, mas não necessariamente.
Os frascos começaram a circular, a agitação aumentou, em determinado momento um dos frascos sumiu, alguns alunos faziam piadinhas. Parei a aula. Disse que eu sabia que eles eram capaz de realizar a atividade de maneira correta, que era algo simples e só dependia deles. As coisas voltaram a fluir, ainda que em meio a muito barulho, típico da turma.
Como eu havia imaginado, essa era a aula mais suscetível à problemas, e foi.
Para ajudar, foi também o dia de a professora Angélica avaliar minha atuação, apesar que, eu acredito, não foi isso que fez da minha aula um total caos. Outras coisas também pareciam estar colaborando. De início, a professora Valéria chegou à sala ainda mais 'violenta' que de costume, antes mesmo que eu pudesse dejesar um bom dia, os gritos dela já tomaram conta da sala. Até eu me desestabilizei, sem conseguir, em nenhum momento ter controle da situação, a aula aconteceu meio aos trancos e barrancos, e essa era aula em que era fundamental que isso não ocorresse, a aula chave do processo.
Resultado: alunos não queriam me ouvir, os que queriam não conseguiam, a proposta, apesar de explicada várias e várias vezes em voz alta não foi compreendida. Parti para o que eu costumo fazer com essa turma, passar de mesa e mesa, para perceber as dificuldades e até mesmo a aceitação da proposta, enquanto fazia isso, a professoraValéria simplesmente voltou a gritar 'explicando' minha proposta de forma desfigurada, tornando a confusão que já era grande em algo maior. Mais uma vez me desestabilizei. Respirei fundo, antes mesmo que eles voltassem aos seus mundinhos, tentei explicar a proposta de forma correta, mais uma vez.
E assim segui. Entre decorações de halloween sendo colocadas na sala, mas segui.
Fim da aula, e o perceptível foi, nem todos que estavam presentes me entregaram a folha com o exercício, entre aqueles que entregaram, muitos haviam feito da forma como a prof. Valéria explicou. Corrigi em casa, fazendo sugestões de adaptações em cada trabalho, que pretendo entregar na próxima aula. Mas o mais grave: não creio que eles trarão os objetos para colocar na caixa na próxima aula e ainda não sei o que fazer sobre isso.
Algumas dessas conclusões só tirei depois da aula, é claro, ainda mais com a conversa que tive com a professora Angélica, em que ela apontou várias dessas fraquezas. Ficou de sugestão tentar chamar a atenção a todo custo : escrever no quadro é a opção que pretendo usar. E também, eu preciso,
muito, conseguir silêncio, nem que seja aos poucos,
mesmo que demore. Aula caótica, ainda
não desisti.
Planejamento da aula de hoje era o de fazer a dobradura da caixa. Levei as cartolinas, mas antes de mais nada, entreguei os trabalhos corrigidos para que fossem feitos os ajustes. Pedindo para que trouxessem corrigidos na próxima aula. Escrevi isso tudo no quadro.
Em seguida, entreguei as cartolinas, e esperei, encarando um a um,
até que o silêncio fosse feito.Fui interrompida pela professora Valéria,
que como sempre, utilizou-se dos gritos para conseguir silêncio.
Com essa premissa comecei a aula, hoje a turma estava mais envolvida,
mesmo os mais bagunceiros realizavam a atividade
(ao meu lado, na frente da sala, soltando frases 'engraçadinhas' maaaas...)
porém, dessa vez o tempo foi meu inimigo, quando percebi
o sinal havia tocado e apenas metade da caixa estava pronta,
deixei de tarefa que fizessem
a tampa da caixa e trouxessem na próxima aula.
Esta era a aula planejada para o encerramento do processo. Pobre ilusão.
Para começar bem, a aula atrasou em alguns minutos, porque a escola estava trancada e somente perto de iniciar a aula conseguimos entrar na escola. Fico imaginando se toda escola estadual é essa confusão, sou otimista e espero que não.
Ao início da aula, tentei esperar novamente que cada aluno percebesse que era hora de silenciar para o início da aula, mas a atitude da professora Valéria se
repetiu, gritos, alunos aborrecidos. A pergunta fatal : Quem trouxe o trabalho? Três alunos levantaram a mão. Perguntei então quem havia trazido o exercício de autorretrato sensorial corrigido, novamente, apenas dois ou três entregaram.
Minha reação: Ok. Aula para vocês corrigirem, ou refazerem esse exercício.
Escrevi detalhadamente o processo no quadro, cobrei, cobrei, cobrei.
Minha presença parecia inútil, meia turma entregou o trabalho corrigido, saí com uma sensação de fracasso. Mais uma vez a tarefa de trazer de casa a caixa pronta.
Essa é a aula de reviravolta no projeto.
No início da aula perguntei quem trouxe as caixas, seu autorretrato pronto. Novamente, três, quatro mãos levantam. Eles me entregam e eu as guardo carinhosamente ( aprendi com o erro, sempre que tiver algo pronto deles, devo recolher). As desculpas por não terem trazido são inúmeras.
Ao mesmo tempo que as revistas são um recurso, são também uma distração, fiquei imaginando que eles não tem muito acesso às revistas, verifiquei alguns interessados com as matérias (outros apenas com a mulher da propaganda de bíquini)
Coloco no jogo a solução: trarei as caixas na próxima aula, hoje, trouxe revistas e também papel, se é muito difícil de encontrar o objeto/cheiro/música que representa os sentidos que formam seu autorretrato, agora é a hora de encontrar nas revistas, ou então de desenhar.
Ao fim, mais alguns me entregaram os recortes de revista, outros disseram que iriam trazer os objetos na próxima aula. Avisei que seria a última, ou seja, não
daria mais para adiar.
O primeiro motivo para que não terminasse o projeto foi que pouquíssimos alunos trouxeram o trabalho, além daqueles que já haviam entregue na aula passada, o segundo motivo é que, apesar disso, as apresentações ocuparam quase toda a aula.
Cronologicamente: Cheguei com as caixinhas. Perguntei quem mais havia realizado o trabalho, poucos. Entreguei os recortes de revista e desenhos da última aula, entreguei as caixas. Um círculo foi feito ( algum tempo foi empenhado nisso, dificuldade eterna fazer círculo), finalmente quem havia feito o trabalho pode apresentar,
apesar de poucos, os trabalhos ficaram bem legais, porém
percebi que o tema, Autorretrato, não ficou claro.
Finalizadas as apresentações, uma última
chamada: Aula que vem é o prazo final.
Valendo nota, como não me deixou
esquecer a prof. Valéria.
E a última aula (anunciada várias vezes, como bem me lembrou uma aluna) chegou.
Mais alguns alunos trouxeram seus trabalhos, refizemos o círculo, apresentamos um a um. Ainda assim, fim da aula, 16 de 32 alunos haviam apresentado. Minha decepção era grande, mas eu já estava esgotada, procurava alegrar-me com os trabalhos bem feitos que surgiram.
Meu último esforço? Avaliar minha atuação ali. Expor meus erros na roda, compreender minha possível falha de conexão entre os assuntos 'sentidos, autorretrato, hã?', um pequeno puxão de orelha (sem gritos por favor), o agradecimento pela companhia nesse caminho, e também, o espaço pra permitir que eles me avaliassem. Nenhuma palavra foi dita. Não me supreendi, percebi já algum tempo que falar em frente a turma é assustador para eles.
Após o círculo desfeito alguns me procurarm, disseram ter gostado da aula, desejaram um até mais.
Estou exausta, e isso se reflete aqui, desculpa querido diário que aguentou meus lamentos.
Nem tudo pode ser pensado e escrito agora. Fico aqui com as minhas reflexões do ser professora, a imagem de professora que construí durante essa atuação, e a que desejava conseguir ser, continuarei construindo e buscando essa imagem, esse ser professora.
Um abraço, Samira.
Hoje era pra ser a última aula. Era.
A aula dessa semana na UDESC foi pra lavar a alma e a mente.
Prorrogada a data de encerramento da disciplina, e com a ajuda, luz angelical (hã, hã, trocadilho) da prof. Angélica, consegui repensar as aulas, estou re-animada.
Nessa altura do estágio o desânimo toma conta de mim.
Mesmo que queira não consigo pensar soluções pra atividade, estou frustada, muito frustada.
Meus colegas ainda mais, alguns só conseguiram dar duas, ou três aulas.
E então, o tão adiado fim chegou, não sem tropeços, não sem sentimentos de fracasso, mas também não só de desânimos, no fim, de tudo um pouco ficou, o aprendizado da convivência na escola, a experiência da revolta comigo mesma, o saber contornar os obstáculos, a vontade de continuar seguindo. Os choros engolidos, as raivas sentidas, e com certeza já sei fazer a caixinha de origami de olho fechado.
Mas queria ter feito mais, e esse é um sentimento que não me larga e me atormenta a cada dia.
Posso não ter desistido, mas em muitos momentos apenas me deixei levar pelo tormento, me acomodei ao caos, ainda há muito pra digerir e continuarei seguindo.
Faltando alguns minutos para o final da aula, recolhi os trabalhos e mostrei as fotos das pessoas a quem pertencia o perfume, eles supreenderam-se, a imagem formada por eles era bem menos 'vida-real', imaginaram modelos padrões de beleza da sociedade.
No fim da aula duas alunas me pediram os frascos que havia levado com o perfume, decidi por dá-lhes os frascos.
Esta semana, não consegui dar aula na segunda-feira novamente, pois houve conselho de classe. Voltei então na quarta feira. Hoje a aula também atendeu às expectativas, embora com algumas interferências inesperadas que tornaram as coisas um pouco mais difíceis.
Antes de iniciar a aula, a professora Valéria disse que precisava de três alunos para terminar um cartaz com ela, cedi, mas isso acabou atrapalhando um pouco as cioisas, porque com três alunos em pé, os outros tomavam a liberdade de também levantar, conversar, distraír-se, porém, isso se deu apenas no primeiro momento, no qual eu estava destribuindo os materiais, fui cahamando a atenção e eles voltaram ao lugar para realizar a atividade.
Estou lendo dois textos para a disciplina Teoria e História da Arte VI - os dois abordam em algum momento o autorretrato e a autorrepresentação.
Deixei marcados algumas páginas que contém referência de artistas e reflexões sobre o autorretrato.
Também li o capitulo do livro da Violet Oaklander
que eu havia selecionado. Apesar de o capítulo ser direcionado mais à crianças da educação infaltil, consegui pensar algumas coisas para o planejamento, mas nada no papel ainda.
A aula acaba sem eu fazer ideia do que se tratava o filme, tão pouco os alunos sabem!
Aula na UDESC, meus colegas relatam coisas tão(se não mais) absurdas sobre as atitudes da professora em sala.
Ao longo das semanas tenho acompanhado a estrutura da escola. Como costumo chegar cedo e a minha aula é a primeira, espero na sala dos professores, os quais quase sempre estão com alguma reclamação, seja da direção da escola, seja dos alunos, seja do concurso público.
Muitos ja terminaram e correm pela sala.
Estou sendo alvejada com bolinhas de papel.
Nesse momento alguns ja perguntaram quem sou e eu me apresentei.
Um deles me diz que toda segunda é dia de guerra!
Tem aqueles professores apaixonados pelo que fazem e que acreditam na educação e aqueles que desistiram, estão ali pra 'alimentar a casa'. Há os recém formados e os que estão para se aposentar, mas o principal, todos eles tem reclamações, das trocas de horários, da falta de disciplina dos alunos.
Com o tempo comecei a perceber que a falta de respeito, entre todos, coordenadores, professores e alunos, é o principal mal da escola. Ninguém respeita ninguém. E os alunos estão acostumados a apenas receber ameaças (quase sempre por entre gritos), mas nunca de fato receber uma punição. Há diferenças ideologicas na direção da escola, e ainda tenho muito a refletir sobre isso...
O problema começou antes mesmo do início da aula.
Eu havia preparado uma apresentação para datashow, com imagens de autorretratos, imaginando a aula no auditório, também pedi com antecedência para a Prof. Valéria reservá-lo.
Mas o datashow do auditório estragou e tive de transportar a aula para a sala de informática, esta mudança resultou em muita agitação e distração devido aos computador e cadeiras com rodinhas. Com muito esforço consegui explicar a proposta para o dia.
Nesse meio tempo, entre as aulas, conversando com os
colegas fomos percebendo que a turma meio que 'incorpora' um personagem que a eles foi destinado.
Que nem mesmo os colegas acreditam que é possível uma aula funcionar.
Foi pensando no transformar-se enquanto personagem que me preparei, mas do que reavaliar o planejamento fazendo algumas mudanças. Preparei meu personagem professor, uma roupa séria, um perfume de mulher adulta e um uma atitude confiante, sempre com respeito.
Afinal, temos a liberdade de nos representar como diferentes personagens dentro da nossa personalidade.
A partir da apresentação da minha ideia de projeto de estágio, a professora indicou a leitura " ¿Do qué hablamos cuando hablamos de cultura visual?" - Fernando Hernandez.
Referência: Filme- 'Vermelho como o céu'-
reassistir e prestar atenção na forma de 'redescobrir o mundo' através dos outros sentidos, que não a visão.
Duchamp como Rosé Selavy - é uma invenção de um outro eu, é ele, mas não seu retrato.
Christian Botansk- uma biografia ilustrada com
fotografias que não não suas.
As fotos são só
ilustrações de uma história contada através da
escrita.
Referência Bibliográfica:
OKLANDER, Violet. Descobrindo as Crianças : a abordagem gestáltica com crianças e adolescentes. Cápitulo: 6- Experiência Sensorial.
Ainda não tenho nada especificamente planejado....
Planejamento Iuly : Ela iniciará a aula com uma dinâmica de apresentação.
Definida a turma que irei atuar:
Professora: Valéria
Escola Henrique Stodieck
Aula VII- Produzir a caixa sensorial, é o momento em que o planejado na aula anterior se concretiza.