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Atualmente tem-se vindo a verificar um aumento da volatilidade dos mercados e da incerteza associada à procura dos clientes. Aliado a estes fatores é reconhecido que as cadeias de abastecimento, em que as organizações estão inseridas, são cada vez mais complexas resultando, também, num aumento do risco a que as cadeias de abastecimento estão sujeitas e na sua maior vulnerabilidade face à ocorrência de distúrbios.
Os negócios atuais já não competem entre si. A competição que hoje se verifica é entre redes de negócios e SC. Estas redes são cada vez mais complexas e definidas por um conjunto de organizações interdependentes que atuam em conjunto para gerir e melhorar o fluxo de materiais, produtos, serviços e informação, desde o ponto de origem até ao ponto de entrega, normalmente o cliente final, de modo a entregar valor ao cliente, ao menor custo possível para todas as entidades que as constituem. Esta é também a ideia atual de gestão da cadeia de abastecimento (SCM) (Christopher, 1998, citado em Larson e Halldorsson, 2010).
Conclusão
Na atualidade é essencial o desenvolvimento de uma cadeia de abastecimento eficaz e eficiente em termos de custos, que implica uma eficiente gestão de stocks, e sempre com foco nos requisitos do cliente.
O efeito bullwhip tem gerado um enorme interesse nas pesquisas baseadas na gestão da cadeia de abastecimento e foram desenvolvidos modelos analíticos na literatura para quantificar, bem como para reduzir este efeito.
Embora possa parecer uma lacuna que é fácil de corrigir , a descoberta do efeito bullwhip não leva automaticamente à sua solução. A eliminação deste depende da alteração de métodos bem estabelecidos de fazer negócios. Embora as causas precisas do efeito chicote permanecem em debate, é geralmente aceite que a falta de comunicação, entre empresas, combinada com demoras entre a receção e transmissão de informações está na raiz do problema.
Segundo Moura (2006), o conceito de Supply Chain Management (SCM) é relativamente recente, tendo aparecido pela primeira vez em 1982 na literatura e apenas a partir de 1996 começa a aparecer em títulos de revistas e de livros.
A SC consiste em todas as entidades envolvidas, direta ou indiretamente, na satisfação de um pedido do cliente. Inclui não só o fabricante e os fornecedores, mas também distribuidores, armazenistas, retalhistas e até mesmo, os próprios clientes. Inclui, também, todas as atividades necessárias na receção e satisfação de um pedido do cliente. A SC é dinâmica e envolve o fluxo constante de informação, produtos e fundos entre as diferentes entidades que a constitui (Chopra e Meindl, 2007).
Para a partilha de informação, o Eletronic Data Interchange (EDI) é uma tecnologia capaz de sistematizar a troca de informações entre os níveis da estrutura (Fioriolli, 2007). Para obter o aumento do nível de integração da cadeia de abastecimento, a ferramenta mais indicada é o Collaborative Planning, Forecasting and Replenishment (CPFR) (Boone; Ganeschan (2000) Apud Fioriolli, 2007), pois ela exige o planeamento conjunto das informações de curto prazo e longo prazo que são ligadas às previsões de procura e também às atividades de transporte, elaboração de planos de produção e geração de pedidos ao longo da cadeia.
Atualmente as organizações estão sujeitas a desafios e pressões numa escala sem precedentes. Muitos problemas podem afetar gravemente a continuidade dos negócios, particularmente pela interrupção dos diversos fluxos da SC. De facto, o risco na SC é maior agora do que alguma vez foi (Christopher e Peck, 2004a).
Uma estratégia frequentemente sugerida para reduzir a magnitude do efeito chicote é centralizar a informação sobre procura, para tornar a informação da procura do cliente disponível para todas as fases da cadeia de abastecimento. Por exemplo, Lee et al. (1997) sugere que "um remédio é fazer com que os dados da procura num local a jusante estejam disponíveis a montante".
O Efeito Bullwhip ou Efeito Chicote como é também conhecido, é um dos dilemas mais enfrentados na gestão da cadeia de abastecimento Pinto (2009). Conhecido na literatura internacional como Bullwhip Efect, foi inicialmente apresentado por Forrester (1958). Forrester (1958, 1961) detetou amplificações da procura causadas por falta de visibilidade, informações distorcidas e ajustes nos níveis de stock. Esta distorção da procura em atividades a montante é também conhecida como "bullwhip" "whip-saw" ou "whip-lash" effect (Lee et al, 1995).
Forrester indica que é empiricamente comum para a variância da procura percebida do fabricante exceder em muito a variação da procura do consumidor e que a sazonalidade é maior para os fabricantes do que para os retalhistas. Além disso, ele observa que o efeito é amplificado em cada etapa da cadeia de abastecimento.
Amplificação da variabilidade na cadeia de abastecimento (adaptado de Coelho et al. 2009)
Segundo Warburton (2004), as ordens de compra dos vendedores para os seus fornecedores tendem a ter uma variação maior do que a procura do consumidor que iniciou o processo, o que caracteriza o efeito chicote.
Este efeito é assim denominado devido às empresas ao longo da cadeia terem uma perspetiva muito diferente da procura do mercado, a pequenas alterações na procura do consumidor no fim da cadeia terem impactos crescentes ao longo da cadeia para montante, isto é, o comportamento das empresas cria uma escassez inicial conduzindo depois a um excesso de oferta. Svensson (2005), afirma que esta variabilidade é tanto maior, quanto maior o distanciamento do ponto de consumo, ou seja, do consumidor final.
As causas apontadas ao efeito Bullwhip
Forrester (1961) identificou lead times grandes como um dos principais motivos. Johnson (1998) apresenta como motivos a falta de partilha de informação, alinhamento de decisões, redução do lead time e o uso de uma previsão comum para os membros da cadeia. Chen et al. (2000a; 2000b) defendem a centralização de informações.
De acordo com Lee et al. (1997), Metters (1997) e Simchi-Levi et al. (2003), os principais factores apontados como causas para a ocorrência do efeito bullwhip são:
1. Previsões de procura
2. Encomenda em lotes
3. Reação à escassez
4. Políticas de preços
5. Incentivos de desempenho
A instabilidade nas cadeias de abastecimento é uma característica difundida e duradoura das economias de mercado. A produção, inventários, receitas, lucros e vários outros indicadores variam, irregular mas persistentemente, em várias indústrias. A instabilidade afeta negativamente empresas, consumidores e a própria economia, através do excesso de inventários e investimento de capital desnecessário Sterman (2006).
Universidade de Aveiro
Andreia Parada, nº45993
Por fim , Panitz (2009) cita que o bullwhip effect pode ocorrer em situações de crise económica, que resulta em desacelerações repentinas da procura. Assim, a previsão de vendas, mesmo que bem gerida, sofre alterações rápidas, e muitas vezes sem tempo de ajuste da procura real. O fenómeno é percebido, assim, dada a incerteza de mercado que, num ambiente real, não pode ser eliminado.
Custos que ocorrem com este fenómeno