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Transcript

A principal finalidade do relato é informar. Pode aparecer em contextos de oralidade e escrita, por isso é importante estabelecer a situação de interlocução, pois ela estabelecerá as diferenças entre um relato oral e escrito.

O relato aparece em outros gêneros textuais, já que apresenta informações de forma sequencial é um recurso necessário ao ato de "contar um evento/história".

A carta pessoal é um gênero textual em que o autor se dirige a um interlocutor específico, com o qual pretende estabelecer comunicação a distância. Pode ter caráter mais ou menos intimista, dependendo do interlocutor e a finalidade do texto.

Campinas, 24 de fevereiro de 2014.

VOCATIVO (Querido(a) amigo),

TEXTO

DESPEDIDA

ASSINATURA (nome).

A aliança

Luis Fernando Verissimo

Esta é uma história exemplar, só não está muito claro qual é o exemplo. De qualquer jeito, mantenha-a longe das crianças. Também não tem nada a ver com a crise brasileira, o apartheid, a situação na América Central ou no Oriente Médio ou a grande aventura do homem sobre a Terra. Situa-se no terreno mais baixo das pequenas aflições da classe média. Enfim. Aconteceu com um amigo meu. Fictício, claro.

Ele estava voltando para casa como fazia, com fidelidade rotineira, todos os dias à mesma hora. Um homem dos seus 40 anos, naquela idade em que já sabe que nunca será o dono de um cassino em Samarkand, com diamantes nos dentes, mas ainda pode esperar algumas surpresas da vida, como ganhar na loto ou furar-lhe um pneu. Furou-lhe um pneu. Com dificuldade ele encostou o carro no meio-fio e preparou-se para a batalha contra o macaco, não um dos grandes macacos que o desafiavam no jângal dos seus sonhos de infância, mas o macaco do seu carro tamanho médio, que provavelmente não funcionaria, resignação e reticências... Conseguiu fazer o macaco funcionar, ergueu o carro, trocou o pneu e já estava fechando o porta-malas quando a sua aliança escorregou pelo dedo sujo de óleo e caiu no chão. Ele deu um passo para pegar a aliança do asfalto, mas sem querer a chutou. A aliança bateu na roda de um carro que passava e voou para um bueiro. Onde desapareceu diante dos seus olhos, nos quais ele custou a acreditar. Limpou as mãos o melhor que pôde, entrou no carro e seguiu para casa. Começou a pensar no que diria para a mulher. Imaginou a cena. Ele entrando em casa e respondendo às perguntas da mulher antes de ela fazê-las.

— Você não sabe o que me aconteceu!

— O quê?

— Uma coisa incrível.

— O quê?

— Contando ninguém acredita.

— Conta!

— Você não nota nada de diferente em mim? Não está faltando nada?

— Não.

— Olhe.

E ele mostraria o dedo da aliança, sem a aliança.

— O que aconteceu?

E ele contaria. Tudo, exatamente como acontecera. O macaco. O óleo. A aliança no asfalto. O chute involuntário. E a aliança voando para o bueiro e desaparecendo.

— Que coisa - diria a mulher, calmamente.

— Não é difícil de acreditar?

— Não. É perfeitamente possível.

— Pois é. Eu...

— SEU CRETINO!

— Meu bem...

— Está me achando com cara de boba? De palhaça? Eu sei o que aconteceu com essa aliança. Você tirou do dedo para namorar. É ou não é? Para fazer um programa. Chega em casa a esta hora e ainda tem a cara-de-pau de inventar uma história em que só um imbecil acreditaria.

— Mas, meu bem...

— Eu sei onde está essa aliança. Perdida no tapete felpudo de algum motel. Dentro do ralo de alguma banheira redonda. Seu sem-vergonha!

E ela sairia de casa, com as crianças, sem querer ouvir explicações. Ele chegou em casa sem dizer nada. Por que o atraso? Muito trânsito. Por que essa cara? Nada, nada. E, finalmente:

— Que fim levou a sua aliança? E ele disse:

— Tirei para namorar. Para fazer um programa. E perdi no motel. Pronto. Não tenho desculpas. Se você quiser encerrar nosso casamento agora, eu compreenderei.

Ela fez cara de choro. Depois correu para o quarto e bateu com a porta. Dez minutos depois reapareceu. Disse que aquilo significava uma crise no casamento deles, mas que eles, com bom-senso, a venceriam.

— O mais importante é que você não mentiu pra mim.

E foi tratar do jantar.

Texto extraído do livro "As mentiras que os homens contam", Editora Objetiva - Rio de Janeiro, 2000, pág. 37.

Narração

A crônica

A narração é, possivelmente, o mais antigo de todos os tipos de texto.

As pessoas se utilizam dela para relatar acontecimentos.

A princípio, a crônica surgiu como texto publicado em jornal. Logo, assim como as notícias renovam-se diariamente, o cronista se alimenta dos fatos cotidianos para criar seu texto. A crônica situa-se entre o jornalismo (por conter fatos do dia a dia) e a literatura (já que pode conter características singulares, como elementos de ficção, fantasia, críticas), tudo passando pelo olhar do cronista, ele é uma espécie de poeta dos acontecimentos cotidianos.

Apresenta visão pessoal do autor, por isso é escrita em 1ª pessoa, mantendo uma espécie de diálogo com o leitor.

A carta

Relato

Carta de Manuel Bandeira

Rio, 13 de agosto de 1946

Clarice querida,

Muito obrigado pelo seu cartão-postal de Berna. Espero que vocês se tenham dado bem aí: que não lhes aconteça o mesmo que ao Ribeiro Couto, de quem acabo de receber uma carta melancólica – tão melancólica e desanimada que me espantou. Parece que o poeta anda abafado com as sombras do Jura. Até voltou a poetar no estilo adolescente do Jardim das confidências.

Não me venha denegrir aquela viagem de ônibus para Copacabana. Você falou de si mesma e de literatura, mas fui eu que provoquei, porque me interessava conhecer o mecanismo de suas criações. Seu nome aparece freqüentemente nas críticas e crônicas literárias, citado a propósito de outros autores.

O mês passado tive que funcionar na Academia para fazer o discurso de saudação ao Peregrino Júnior. O imprudente falou durante uma hora e quarenta minutos, entregando-me um auditório sovado e sonolento. Mas o meu discurso foi uma brincadeira do princípio ao fim. A propósito dos trabalhos de biotipologia do Peregrino lancei em plena Academia a Nova – Gnomonia com seus parás, mozarlescos, quernianos, onésimos e dantas. Zombei do fardão e do lema “Ad immortalitatem”, com tanto jeito que fui depois sorridentemente felicitado até pelos acadêmicos mais enfatuados da glória acadêmica.

Escreva-me Clarice. Escreva carta. Um cartãozinho seu já é uma delícia. Mas eu quero a delícia maior das cartas. E fale de você. Fale muito de você. Nunca tenha medo de falar de você para mim.

Receba um abraço e as saudades de

Manuel

http://www.claricelispector.com.br/cartasemanuscritos.aspx

Estrutura

Características básicas da narrativa

Narrativa na música

Todo texto narrado, ou seja, todo fato contado, apresenta uma estrutura semelhante. É necessário identificar:

Tempo

Espaço

Narrador

Enredo

É o lugar em que a história se passa. Serve para descrever e criar o ambiente na mente do leitor.

Duração da ação na narrativa. Pode ser considerado como:

tempo cronológico - acontecimento conforme a ordem dos fatos.

tempo psicológico - passagem do tempo é vivenciada, a personagem pode sentir de forma diferente o acontecer dos fatos.

Constituido pelos fatos apresentados na história. Possui as seguinte organização:

situação inicial

conflito

desenvolvimento do conflito

clímax

desfecho

  • Personagem - 1ª pessoa
  • Observador - 3ª pessoa
  • Onisciente - 3ª pessoa - conhece o pensamento das personagens, faz intervenção na narrativa.
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