O diagnóstico laboratorial - ante mortem (apenas para casos humanos) e post mortem - é essencial para a confirmação de casos de raiva humana e animal.
O diagnóstico também pode ser clínico, realizado através do surgimento dos sintomas da doença.
Diagnóstico post mortem: é realizado com fragmentos do sistema nervoso central, através das técnicas de imunofluorescência direta (IFD) e isolamento viral, podendo ser está última realizada por inoculação em camundongos (recém-nascidos ou de 21 dias) ou por cultivo celular.
Diagnóstico ante mortem: A confirmação laboratorial em vida, dos casos suspeitos de raiva humana, pode ser realizada pelo método de imunofluorescência direta (IFD), em impressão de córnea, raspado de mucosa lingual (swab) ou tecido bulbar de folículos pilosos, obtidos por biópsia de pele da região cervical.
Raspagem da mucosa
Impressão de córnea
A infecção da raiva progride, surgindo manifestações mais graves e complicadas, como:
Espasmos dos músculos da laringe, faringe e língua ocorrem quando o paciente vê ou tenta ingerir líquido, apresentando sialorreia intensa (“hidrofobia”).
Após o período de incubação, surgem os sinais e sintomas clínicos inespecíficos (pródromos) da raiva, que duram em média de 2 a 10 dias. Nesse período, o paciente apresenta:
HORA DA HISTÓRIA
Antes da vacina, a raiva era o mais assustador dos males - e pode ter dado origem a contos de vampiros, lobisomens e outros seres aterrorizantes
Certo dia, o sujeito acorda se sentindo estranho. Tem um pouco de febre, uma dor de cabeça, talvez uma falta de apetite. Pode ser qualquer coisa. Passados uns dias, uma súbita ansiedade toma o doente. Dores pelo corpo e convulsões. A febre aumenta, e ele se torna agressivo. É quando aparece o sintoma inconfundível: um pavor incompreensível de água. É a hidrofobia. Não pode nem ficar perto de um copo d´água que o terror o domina.
A essa altura, a garganta sofre espasmos e a pessoa emite gritos que mais parecem ganidos e uivos. Não há mais dúvidas, é a raiva. Quando os sintomas chegam a esse ponto, nada mais pode ser feito: em poucos dias, a morte – dolorosa, agonizante – é certa, em quase 100% dos casos.
Cães:
Vacina VX
Vacina GI
No caso da raiva humana transmitida por morcegos hematófagos, cuja forma é predominantemente paralítica, o diagnóstico é incerto e a suspeita recai em outros agravos que podem ser confundidos com raiva humana.
Com a intensificação das ações de vigilância e controle da raiva canina e felina nos últimos 30 anos, o Brasil alcançou significativa redução nas taxas de mortalidade por raiva humana, com o predomínio de casos em caráter esporádicos e
acidentais (Figura 1).
A raiva é uma doença quase sempre fatal, para a qual a melhor medida de prevenção é a vacinação pré ou pós exposição. Quando a profilaxia antirrábica não ocorre e a doença se instala, pode-se utilizar um protocolo de tratamento da raiva humana, baseado na indução de coma profundo, uso de antivirais e outros medicamentos específicos.
Entretanto, é importante salientar que nem todos os pacientes que contraem o vírus da raiva, mesmo submetidos ao protocolo sobrevivem.
Bruna, Cristiane Passos e Naiara.