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GENÉTICA MÉDICA

Spinal Muscular Atrophies

Basil T. Darras, MD

Sobre o Artigo e Grupo

Introdução

Genética

Apresentação

Alice Lucindo de Souza

Ana Carolina Cau

Ana Letícia Zanon Chagas Rodrigues

Anna Clara Macedo Silva

André Souza Nicoli

Celso Luis Zagotto Tambara

Hemely Almeida do Nascimento

Kaique Nathan

Karine Ferron

Lucas Bandeira Lima

Luís Felipe Pesca

Mário Bazzarella

Rodrigo Nassif

O Artigo

  • Título: Spinal Muscular Atrophies

  • Escrito por Basil T. Darras

  • Publicado na revista Pediatric Clinics em 2015

  • Fator de Impacto: 2.14

  • Palavras-chave: 5q SMA; Dubowitz disease; Kugelberg-Welander disease; Non-5q SMAs; Spinal muscular atrophy; Survival of motor neuron protein; Werdnig-Hoffmann disease

Legenda: Parte inicial do artigo estudado

Fonte: Darras ST, Spinal Muscular Atrophies. Pediatr Clin N Am 2015 Apr;62(3):743-66

Introdução

  • A atrofia muscular espinhal (AME) é uma doença neurodegenerativa com herança genética autossômica recessiva

  • Deleção ou mutação homozigótica do gene 1 de sobrevivência do motoneurônio (SMN1)

  • Redução dos níveis de proteína de sobrevivência do motoneurônio (SMN)

Epidemiologia

Epidemiologia

  • Incidência de 1:6000 a 1:10000 nascimentos

  • Frequência de indivíduos portadores (heterozigotos) é 1:40 a 1:60 indivíduos

Características Clínicas

Características Clínicas

Tipo I

Atrofia Muscular Espinhal

Tipo I

  • Início precoce (0 a 6 meses de idade)

  • Tipo IA: início no útero e apresentação ao nascimento

  • Tipo IB: desenvolvimento entre 0 e 3 meses

  • Tipo IC: desenvolvimento entre 3 e 6 meses

Características

Tipo I

  • Fraqueza proximal progressiva

  • Pouco controle da cabeça

  • Hipotonia (pernas de sapo)

  • Escorregar no reflexo de apoio plantar

  • Não são capazes de sentar

  • Arreflexia

  • Fraqueza dos músculos intercostais, poupando o diafragma

  • Peito em forma de sino

  • Fasciculações na língua

  • Fraqueza facial em estágios mais avançados

Legenda: criança com atrofia muscular espinhal mostrando o peito em formato de sino

Fonte: www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/fisioterapia/tipos-de-amiotrofia-espinhal-infantil-ames/35051

Legenda: criança com atrofia muscular espinhal

Fonte: https://www.twipu.com/AnaaK_/tweet/1118109920447082497

Estudos Anteriores Mostraram:

68% de mortalidade em 2 anos

82% de mortalidade aos 4 anos de idade

50% dos sobreviventes são totalmente dependentes de ventilação não invasiva

Tipo II

Atrofia Muscular Espinhal

O início dos sintomas ocorre entre 6 e 18 meses de idade

Tipo II

Características

Tipo II

  • Fraqueza proximal progressiva

  • Alguns pacientes conseguem sentar sozinhos enquanto outros o fazem somente posicionados

  • Conseguem ficar de pé quando apoiados, entretanto, não adquirem a habilidade de andar independentemente

  • Hipotonia

  • Arreflexia

Tipo II

  • Dificuldade de engolir

  • Tremor finos (miofasciculações)

  • Escoliose progressiva e contraturas ao longo dos anos

  • Fraqueza dos músculos intercostais

  • Taxas de sobrevida foram de 98,5% em 5 anos e 68,5% em 25 anos

Tipo III

Tipo III

  • Corresponde a forma mais branda de AME

  • Os sintomas aparecem após 18 meses de idade, sendo que no tipo IIIA os sintomas surgem entre 18 meses e 3 anos e no tipo IIIB os sintomas surgem após os 3 anos

Tipo III

  • Fraqueza proximal progressiva

  • Pacientes capazes de ficar sozinhos e caminhar em algum momento da vida

  • Pouca ou nenhuma fraqueza muscular ou escoliose grave

  • Tremor nas mãos

  • Panturrilhas proeminentes

  • Expectativa de vida semelhante a da população normal

Tipo IV

Atrofia Muscular Espinhal

Tipo IV

  • Não existe um consenso quanto à idade de início desse tipo de AME

  • O prejuízo motor é suave e não ocorrem problemas de deglutição ou respiratórios

  • Esses indivíduos conseguem andar normalmente e possuem uma expectativa de vida normal

Outras

Outras Atrofias Musculares da Coluna Vertebral

  • Geneticamente heterogêneas

  • Clinicamente diversas

  • Raras

  • Classificadas por distribuição de fraqueza e por tipo de herança

Outras Atrofias Musculares da Coluna Vertebral

Como por exemplo:

  • AME com dificuldade respiratória tipo 1

  • Neuropatia motora hereditária distal 5A e Charcot-Marie-Tooth tipo 2D

  • AME não-5q com fraqueza proximal

  • Hipoplasias pontocerebelares autossômicas recessivas (PCH)

  • Atrofia muscular espinal-bulbar

Genética

  • O gene SMN localiza-se no cromossomo 5 locus 13

  • Há o gene SMN1 e SMN2

  • O SMN1 localiza-se na porção telomérica

  • O SMN2 localiza-se na porção centromérica

Genética

  • A diferença crítica entre SMN1 e SMN2 é a transição do C>T

  • Essa alteração resulta na produção de proteínas SMN truncadas

  • SMN2 produz apenas 10% da quantidade de proteínas que o gene SMN1 produz

Genética

Legenda: Diagrama esquemático dos genes SMN1 e SMN2 no cromossomo 5

Fonte: : Baioni MT, Ambiel CR. Spinal muscular atrophy: diagnosis, treatment and future prospects. J Pediatr (Rio J). 2010;86(4):261-270

Genética

  • Pacientes com AME apresentam o gene SMN1 excluído ou interrompido

  • A gravidade da doença é inversamente proporcional a quantidade de proteínas

Genética

Legenda: Frequência de pacientes com números de cópias SMA tipos I, II e III e SMN2

Fonte: Darras ST, Spinal Muscular Atrophies. Pediatr Clin N Am 2015 Apr;62(3):743-66

Diagnóstico

Diagnóstico

  • Diagnóstico de AME é difícil. Entretanto, a rapidez em se estabelecer um diagnóstico preciso é imprescindível

  • De forma geral, o diagnóstico da AME é dado pelo quadro clínico, pelos resultados da eletroneuromiografia (ENMG), da biópsia muscular e da investigação genética

Diagnóstico Genético

  • O diagnóstico genético é feito pela detecção da ausência do éxon 7 do gene SMN1

  • O padrão ouro do teste genético é uma análise quantitativa de SMN1 e SMN2, usando Amplificação Multiplex de Sondas Dependente de Ligação (MLPA) ou Reação em Cadeia da Polimerase (PCR)

  • A ausência das duas cópias completas de SMN1 (homozigose), comprovada por PCR ou MLPA, confirma o diagnóstico da AME

Diagnóstico Genético

  • Os pacientes com heterozigose composta (deleção em um alelo e mutação de ponto no outro alelo) ou mutação de ponto em homozigose (em casos de consanguinidade) deverão ser submetidos ao procedimento de identificação de mutação através do sequenciamento por amplicon para confirmar o diagnóstico da AME

Diagnóstico Genético

Legenda: Algoritmo de conduta diagnóstica da AME 5q

Fonte: www.portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2019/outubro/23/Portaria-Conjunta-PCDT-Atrofia-Muscular-Espinhal-5q-Tipo-I-final.pdf

Outros Testes Diagnósticos

  • Dosagem de creatinina quinase sérica (pode estar elevada)

  • ENMG

  • Biópsia muscular

Diagnóstico Diferencial

Neuropatias:

Neuropatia hipomielinizante Congênita ou Neuropatias Axonais (tipo I e II)

Neuropatia sensoriais e motoras hereditárias (tipo I, II e III)

Desordens do Neurônio Motor:

Atrofia muscular espinhal do membro superior não progressiva juvenil

Esclerose lateral amiotrófica (tipo I, II, III)

Diagnóstico Diferencial

Miopatias:

Miopatias Congênitas (tipo I, II e III)

Distrofias Musculares: distrofia muscular de Becker, Duchenne, distrofia muscular do tipo cinturas

Desordens das Junções Neuromusculares:

Miastenia Gravis Autoimune (tipo I e II)

Tratamento

  • Não há cura para a AME

  • Aumentar a quantidade total da proteína SMN

Tratamento

Estudos Atuais

Ensaios Clínicos

  • Estão sendo feitas, ainda, extensas pesquisas com abordagens distintas para alcançar um tratamento

  • Visam encontrar compostos farmacêuticos que possam regular positivamente a expressão de SMN2 ou afetar outros genes modificadores para produzir uma proteína SMN mais funcional

Ensaios Clínicos

Agentes que regulam positivamente a sobrevivência da expressão do gene SMN2 e promovem inclusão do éxon 7:

Small Molecules do tipo inibidores da histona desacetilase

  • Hidroxiureia

  • Albuterol

  • Salbuterol

  • Compostos de quinazolina

Ensaios Clínicos

Neuroprotetor e sobrevivência de agentes de estabilização de proteínas do neurônio motor:

Outras small molecules:

  • Riluzol e gabapentina

  • Olesozima (TRO19622)

Ensaios Clínicos

Outras abordagens:

  • Oligonucleotídeos anti-sentido (ASOs): Nusinersena

  • Células tronco

  • Terapia gênica: Onasemnogene Abeparvovec

Cuidados

Cuidados com Pacientes com Atrofia Muscular

  • Abordagem multidisciplinar

  • Envolve: neurologista/medicina neuromuscular, ortopedia, fisioterapia e terapia ocupacional, pneumologia, nutrição e gastroenterologia

Pulmonar

  • Insuficiência respiratória é a principal causa de mortalidade no espectro mais grave da doença, nos tipos I e II

  • Recomenda-se avaliação respiratória contínua

Gastrointestinal e Nutricional

  • O controle nutricional e digestivo é destinado principalmente para resolver problemas relacionados à deglutição, disfunção gastrointestinal e suplementação alimentar ou controle de peso

  • É necessário monitorar sinais e sintomas, como refluxo gastro-esofágico, constipação, retardo do esvazimento gástrico e vômitos

  • Laparoscopia precoce e a gastrostomia em pacientes com AME tipo I foram associadas com melhora do estado nutricional e menor tendência a eventos de aspiração a longo prazo

Ortopédico

  • Os cuidados ortopédicos são destinadas à manutenção do movimento, prevenção e tratamento de fraturas, contraturas e deformidades pélvicas, torácicas, da coluna vertebral e dos membros inferiores

  • A fisioterapia contínua e terapia ocupacional são recomendadas de modo a diminuir a progressão da contratura e melhorar a amplitude do movimento

Fadiga

  • Doses pediátricas de Albuterol oral são usadas na forma mais leve da doença

Referências

Referências

1. Darras ST, Spinal Muscular Atrophies. Pediatr Clin N Am 2015 Apr;62(3):743-66

2. Baioni Mariana T. C., Ambiel Celia R.. Atrofia muscular espinhal: diagnóstico, tratamento e perspectivas futuras. J. Pediatr. (Rio J.) [Internet]. 2010 Aug [cited 2019 Nov 27] ; 86( 4 ): 261-270

3. : Baioni MT, Ambiel CR. Spinal muscular atrophy: diagnosis, treatment and future prospects. J Pediatr (Rio J). 2010;86(4):261-270

Obrigado!

Dúvidas?

E-mail para correspondência: alicelucindo3@gmail.com