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A ÚLTIMA NAU
Levando a bordo El-Rei D. Sebastião,
E erguendo, como um nome, alto o pendão
Do Império,
Foi-se a última nau, ao sol aziago
Erma, e entre choros de ânsia e de pressago
Mistério.
Não voltou mais. A que ilha indescoberta
Aportou? Voltará da sorte incerta
Que teve?
Deus guarda o corpo e a forma do futuro,
Mas Sua luz projecta-o, sonho escuro
E breve.
Ah, quanto mais ao povo a alma falta,
Mais a minha alma atlântica se exalta
E entorna,
E em mim, num mar que não tem tempo ou espaço.
Vejo entre a cerração teu vulto baço
Que torna.
Não sei a hora, mas sei que há a hora,
Demore-a Deus, chame-lhe a alma embora
Mistério.
Surges ao sol em mim, e a névoa finda:
A mesma, e trazes o pendão ainda
Do Império
Relação título/poema
Neste poema, está explícito o mito sebastianista. Isto é apoiado por alguns factos que vão ser explicados ao longo da análise.
Este poema insere- se na segunda parte da “Mensagem”, com a máxima possessão maris, ou seja, Posse do Mar, por parte do suposto Império português.
A primeira estrofe dá conta da partida de D. Sebastião com o objectivo de cumprir o Império, mas como o sujeito poético diz esta vontade “foi - se” com a “última nau”.
Nesta estrofe é de notar que o “eu” fala de uma partida já condenada ao fracasso. Isso é verificável com as expressões “aziago”- prenúncio de desgraça-; “Erma”- sinónimo de solidão-; “pressago”- que pressagia/prevê.
Em relação ao mito sebastianista nesta estrofe está presente quando o “sujeito poético” se direcciona ao desaparecimento misterioso da “última nau” e de D. Sebastião, justificados pela ligação entre “Foi-se a última nau (..)/ entre choros de ânsia e de pressago/Mistério.”.
As duas últimas estrofes referem o regresso de D. Sebastião, que o “eu” diz ser certo embora não saiba quando- “Vejo entre a cerração teu vulto baço/Que torna”; “Não sei a hora, mas sei que há a hora”.
Relação título / poema
O título "Última Nau" relaciona-se com o desejo de cumprir o Império sendo que esta última nau era a última esperança para os Portugueses de o fazer.
Levando a bordo El-Rei Dom Sebastião
RIMA EMPARELHADA
A
A
B
C
C
B
RIMA INTERPOLADA
Levando a bordo El-Rei D. Sebastião,
E erguendo, como um nome, alto o pendão
Do Império,
Foi-se a última nau, ao sol aziago
Erma, e entre choros de ânsia e de pressago
Mistério.
Não voltou mais. A que ilha indescoberta
Aportou? Voltará da sorte incerta
Que teve?
Deus guarda o corpo e a forma do futuro,
Mas Sua luz projecta-o, sonho escuro
E breve.
Poema mostra grande variedade na divisão de sílabas métricas
Dissílabo - 3º verso da 1º estrofe
Alexandrino (12) - 5ºverso da 1º estrofe
Hendecassilabo (11) - 1º verso da 2º estrofe
Dissílabo - 6º verso da 2º estrofe
Características do discuro épico
Comparação
Levando a bordo El-Rei D. Sebastião,
E erguendo, como um nome, alto o pendão
Do Império,
Foi-se a última nau, ao sol aziago
Erma, e entre choros de ânsia e de pressago
Mistério.
Interrogação Retorica
Não voltou mais. A que ilha indescoberta
Aportou? Voltará da sorte incerta
Que teve?
Deus guarda o corpo e a forma do futuro,
Mas Sua luz projecta-o, sonho escuro
E breve.
Antítese
Hipérbato
Personificação
Anáfora
Ah, quanto mais ao povo a alma falta,
Mais a minha alma atlântica se exalta
E entorna,
E em mim, num mar que não tem tempo ou espaço.
Vejo entre a cerração teu vulto baço
Que torna.
Hipérbato
Invocação
Antítese
Não sei a hora, mas sei que há a hora,
Demore-a Deus, chame-lhe a alma embora
Mistério.
Surges ao sol em mim, e a névoa finda:
A mesma, e trazes o pendão ainda
Do Império
Sinéduque