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Transcript

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Módulo 1

História e Filosofia da Ciência

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Curso Pesquisa e Investigação no contexto da Educação Básica

Início

Bem-vindo ao Módulo I -

História e Filosofia da Ciência!

Esperamos que, com este material introdutório ao estudo da História e Filosofia da Ciência, você, profissional da educação, possa avaliar criticamente a imagem da ciência e o tipo de História da Ciência apresentada nos livros didáticos, materiais de divulgação científica, sites e outros recursos que utiliza para consulta durante a elaboração de seus planejamentos.

História da Ciência

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História da Ciência - o que é?

Quais ideias vem a sua cabeça quando pensa em História da Ciência? Aparecem nomes de "grandes personagens", como Galileu e Einstein? Ou "grandes invenções", como o telescópio ou, ainda, teorias famosas como por exemplo a "A Teoria da Seleção Natural"? Sua visão da ciência está baseada em grandes gênios e/ou grandes invenções ou a um misto disso?

Caso suas respostas tenham sido sim para algumas dessas questões, é possível que você tenha uma visão deturpada da ciência, assim como uma grande parte das pessoas. Essa visão errônea da ciência, baseada em grandes inventores e gênios, ocorre devido ao tipo de informação que tem sido veiculada.

H

A História da Ciência não é uma biografia de grandes personagens ou um relato cronológico de descobertas marcantes. Seu objetivo não é evidenciar pesquisadores como heróis ou vilões, pois isso implicaria desconsiderar múltiplas pequenas contribuições de anônimos ou personagens menos conhecidos que contribuíram para consagrar grandes feitos na ciência (Ferreira et al., 2015).

A História da Ciência procura estudar a construção do conhecimento de uma época dentro do seu próprio contexto. Seu objeto de estudo não considera apenas o que é aceito hoje como Ciência, mas também o que, em alguma época e de algum modo, foi proposto ou aceito como Ciência (Ferreira et al., 2015).

Podemos considerar seu surgimento no séc.XVII juntamente com a Ciência Moderna. Nas últimas décadas a História da Ciência busca recuperar conhecimentos que pareciam "errados" e outras formas de ciência antes desprezadas. Também tem se empenhado em resgatar para a Ciência o seu papel de conhecimento construído e inventado pelo ser humano. E tem se esforçado para apagar a imagem da Ciência como um processo de grandes descobertas (Ferreira et al., 2015).

Vísão

da Ciência

Para uma imagem não deturpada da ciência

L

Leitura complementar*:

PÉREZ, Daniel Gil et al. Para uma imagem não deformada do trabalho científico. Ciência & Educação (Bauru), v. 7, n. 2, p. 125-153, 2001.

*Informamos que essa e outras sugestões de leitura estão disponíveis no ambiente virtual do curso.

Concepções de

Ciência

Concepções de

Ciência

A concepção de ciência na história

Ciência na

história

A concepção de ciência nem sempre foi heterogênea. Houve contextos em que à ciência era atribuída apenas uma concepção e esta era apresentada para todos, caracterizando-se, dessa forma, como concepção homogênea. Do contexto da Antiguidade ao nosso contexto, a ciência teve uma diversidade de concepções. O que se entendia por ciência na Antiguidade e na Idade Média mudou. Descobriu-se que a ciência não é uma, ou algumas, mas muitas (COSTA, 2012).

Fonte da figura: https://www.estudopratico.com.br/wp-content/uploads/2016/08/questoes-e-temas-de-historia-que-sempre-caem-no-enem-e1471455553655-1200x675.jpg

Ciência: a palavra

Ciência é uma palavra polissêmica.

A palavra é entendida no contexto ou comunidade em que é pronunciada. Ela tem uma dimensão social e cultural marcada por um conjunto de ideias (BAKHTIN, 2002).

Ciência:

a palavra

https://www.ofitexto.com.br/wp-content/uploads/2011/10/ci%C3%AAncia.jpg

Termo polissêmico

é aquele que traz consigo uma

diversidade de sentidos.

Ciência na sociedade

Por meio desse texto descrito por (COSTA, 2012), identificamos uma concepção de ciência, por meio da qual pode haver a explicação ou a solução para o problema. E o cientista é o portador desse conhecimento, imagem essa disseminada na sociedade e reforçada pela mídia.

2 - Outro repórter no interior de um laboratório de uma universidade, em uma metrópole brasileira:

1 - No fictício texto jornalístico a seguir, apresentaremos um repórter no interior de uma cidade brasileira, entrevistando um agricultor que cultiva maçã.

Ciência na

sociedade

Repórter – Estamos aqui com o pesquisador Ricardo Mauro, que estuda a cultura da maçã. Por que a maçã do “Seu José” está murchando? Ele acha que é praga do vizinho, inveja ou algo parecido. Mas qual a explicação?

Pesquisador – Certamente que não é nada do que o “Seu José” pensou. A explicação é outra. Para esse problema precisamos nos ater aos aspectos metodológicos do plantio. Temos presenciado uma mudança constante no clima, e isso pode ter afetado a cultura da maçã. Também temos que pensar se, de fato, o “Seu José” fez mesmo tudo “direitinho”, como ele afirmou. Outro fator diz respeito ao surgimento de alguma praga, talvez não identificada por ele. Enfim, necessitamos de mais elementos informativos da plantação de maçã do “Seu José” para explicar esse fenômeno.

Repórter – Estamos aqui com o “seu José”, que tem enfrentado muita dificuldade com a plantação de suas maçãs. O que está acontecendo com as suas maçãs?

“Seu José” – As maçãs estão murchando antes da época da colheita. Eu não sei o que está acontecendo. Acho que é praga do vizinho, inveja ou algo parecido, pois fiz tudo direitinho. O que devo fazer?

https://www.pngwing.com/pt/free-png-nuubx

Ciência na escola

Ciência na

escola

https://www.pexels.com/pt-br/foto/homem-pessoas-escritorio-sentado-3184317/

É comum a concepção da ciência como um conhecimento restrito principalmente às seguintes áreas: biologia, química e física. Além disso, quando se fala em laboratório de ciências na escola, podemos perceber um “consenso” de que se tratam dessas ciências e não de outras, como a história, a sociologia e a geografia, para citar algumas. No entanto, é possível encontrar exceções (COSTA, 2012).

https://www.pexels.com/pt-br/foto/abc-alfabeto-aprendendo-balcao-265076/

Ciência na comunidade científica

Pragmatismo se fundamenta no caráter utilitarista, postulando o compromisso do pesquisador com a viabilidade prática.

Entre as muitas concepções de ciência existentes, COSTA (2012) destaca o empirismo, o positivismo, o instrumentalismo e o pragmatismo.

Ciência na

comunidade científica

Empirismo se fundamenta em dados da experiência observacional, postulando a neutralidade da explicação científica sobre o objeto estudado.

Instrumentalismo

se fundamenta no caráter previsível, postulando o

compromisso do pesquisador com o futuro. É uma visão operacionalista nas ciências. Nessa concepção, identificamos uma ciência que existe para instrumentalizar

o mundo; e o cientista/pesquisador se ocupa apenas do objeto de pesquisa que

será usado na sociedade.

Positivismo se fundamenta em dados

quantitativos, postulando também a neutralidade da explicação e insistindo na distância que o pesquisador deve ter do objeto estudado, o que se acostumou chamar de objetividade.

L

Leitura complementar*:

Recomendamos a leitura da unidade 1 do livro de Mauro Alves da Costa - História e Filosofia da ciência e implicações para o ensino.

*Informamos que essa e outras sugestões de leitura estão disponíveis no ambiente virtual do curso.

EPISTEMOLOGIA

Epistemologia

https://www.gestaoeducacional.com.br/epistemologia/#:~:text=A%20epistemologia%20%C3%A9%20uma%20%C3%A1rea,%2C%20mais%20propriamente%20dito%2C%20episteme.

A epistemologia é uma área da disciplina de filosofia que aborda o conhecimento. Certamente, você já deve ter ouvido falar da Teoria do Conhecimento. Pois saiba que esse é um termo para designar exatamente a epistemologia – palavra que vem do grego, mais propriamente dito, episteme. O estudo é baseado na formação do conhecimento para determinar a diferença entre a ciência e o senso comum do ser humano. Ou seja, o objetivo é conhecer a origem do saber – se lógica ou não (CORTES, Gestão Educacional).

O QUE É?

Platão (427-347 a.C.)

Platão foi um dos principais filósofos gregos da Antiguidade. Ele nasceu em Atenas, por volta de 427/28 a.C.; Foi seguidor de Sócrates e mestre de Aristóteles. O nome pelo qual ficou conhecido era possivelmente um apelido, pois aparentemente ele se chamava Arístocles.

Fonte: <https://www.emaze.com/@AICRZTRR>.

Tudo começou com os filósofos pré-socráticos, Platão, Aristóteles e Sócrates, que iniciaram as discussões sobre alguns temas. Cada um deles criou uma estratégia para explicar assuntos com base em mitos para conseguir chegar a uma conclusão mais óbvia.

Foi a partir da Idade Moderna que a epistemologia ganhou mais evidência. Por isso, os filósofos tinham como foco principal a diferenciação entre ciência e senso comum (CORTES, Gestão Educacional).

PARA QUE SERVE?

Aristóteles (384-322 a.C.)

Aristóteles é considerado um dos principais filósofos da Antiguidade, ao lado de Sócrates e Platão. Filho de Nicômaco, médico pessoal de Amintas, rei da Macedônia, nasceu na Estagira, em Calcídica, situada no litoral norte do Mar Egeu, no ano de 384 a.C. Com aproximadamente dezesseis ou dezessete anos, ele partiu para o centro cultural da Grécia, Atenas, optando pela Academia fundada por Platão.

Fonte: <https://www.emaze.com/@AICRZTRR>.

Sócrates (469-399 a.C.)

Sócrates foi o pioneiro do que atualmente se define como Filosofia Ocidental. Nascido em Atenas, por volta de 470 ou 469 a.C., seguiu os passos do pai, o escultor Sofrônico, ao estudar seu ofício, mas logo depois se devotou completamente ao caminho filosófico, sem dele esperar nenhum retorno financeiro, apesar da precariedade de sua posição social. Seu trabalho seria marcado profundamente pelos textos de Anaxágoras, outro célebre filósofo grego.

Fonte: <https://www.emaze.com/@AICRZTRR>.

Pelo conceito, a epistemologia é uma área da filosofia que estuda o conhecimento humano. Para entender de fato sobre a epistemologia, é necessário compreender quais são os problemas centrais tratados por essa ciência.

1 - Problema da definição do conhecimento

Entender o significado de conhecimento é o fator que diferencia o “saber algo sobre algum assunto de “apenas ter uma opinião a respeito de um tema”.

2 - Problema das fontes do conhecimento

Todo o conhecimento tem uma origem, ou seja, uma fonte. Aqui entra a curiosidade de saber quais fontes do conhecimento são confiáveis e quando podemos usá-las.

3 - Problema da possibilidade e dos limites do conhecimento

Conhecer a realidade sobre um determinado assunto e quais são os limites do nosso conhecimento a respeito disso. Na epistemologia, saber sobre a realidade ou crença é extremamente importante, pois ela se preocupa com o que acreditamos – isso também inclui tudo aquilo que aceitamos como verdade (CORTES, Gestão Educacional).

OBJETO DE ESTUDO

Conceitos básicos da Filosofia da ciência

Filosofia

da

Ciência

Falseacionismo

Para Karl Popper, uma teoria científica é constituída em sua natureza pela possibilidade de ser falseada, ou refutada, pois, de acordo com ele, é dessa forma que o conhecimento científico progride. Uma teoria pode ser confirmada ou falseada por meio da experiência. A teoria é confirmada quando o(s) seu(s) enunciado(s) é (são) comprovado(s) pela experiência. A teoria é falseada quando uma (ou mais) experiência(s) não comprova(m) o(s) enunciado(s) da teoria. Assim, diz-se que ela é científica porque pode ser falseada, retirando dela, dessa forma, o caráter definitivo ou absoluto da explicação científica (COSTA, 2012).

Karl Popper (1902-1994)

nasceu na Á u s t r i a e

imigrou para outros países em 1935, para fugir do nazismo - primeiro para a Nova Zelândia e depois para a Inglaterra. Em 1949, radica-se na Inglaterra e cria, no London School of Economics, um grupo de pesquisadores da filosofia da ciência que se tornou um dos mais importantes do século XX. Também nessa instituição foi professor e recebeu o título de sir, mais nobre honraria concedida pela monarquia britânica aos súditos. Morreu no dia 17 de setembro de 1994, aos 99 anos.

Fonte: Costa (2012, p. 31).

Obstáculo epistemológico

Obstáculo

epistemológico

Gaston Bachelard aborda, em sua filosofia da ciência, os obstáculos epistemológicos. Abordaremos primeira experiência e generalização. Segundo o filósofo da ciência, na primeira experiência que estabelecemos com algum objeto, construímos um tipo de conhecimento. É o primeiro conhecimento. Esse conhecimento construído a partir dessa experiência inicial mostra-se fortemente arraigado de subjetivismo e também condicionado às condições do sujeito envolvido. É ainda um conhecimento com característica de opinião, ou seja, é um ponto de vista resultante apenas de impressões oriundas dos sentidos de alguém. Sobre a generalização ele diz: é o ato de, a partir de uma experiência com o objeto, aplicar o conhecimento ali construído para todos os outros – universalizar o singular (COSTA, 2012).

Além de questões relacionadas diretamente à

ciência, Bachelard escreveu

também sobre poética. Sua

clássica obra A Formação

do Espírito Científico tem

sido lida e referenciada

por uma infinidade de autores, pesquisadores, professores e acadêmicos. As

explicações de Bachelard

contribuem não só para as

questões internas da filosofia da ciência, mas também

para o ensino de ciências.

Além dessa obra, podemos

citar também O Novo Espírito Científico (1934), A

Filosofia do Não (1940),

Psicanálise do fogo (1938),

A Água e os Sonhos (1942),

O Ar e os Sonhos (1943),

A Terra e os Devaneios da

Vontade (1948), O Materialismo Racional (1953),

A Poética do Espaço (1957),

A Poética dos Devaneios

(1960) e outros textos.

Fonte: Costa (2012, p. 38).

Paradigma

COSTA (2012) cita o pesquisador Thomas Kuhn (1922-1996), norte-americano, físico, historiador e filósofo, que criou o conceito de paradigma para descrever como ocorrem as revoluções científicas. Thomas Kuhn definiu paradigmas como as realizações científicas universalmente reconhecidas, que, durante algum tempo, fornecem problemas e soluções modelares para uma comunidade de praticantes de uma ciência. Quando repetidas vezes os fatos não encontram resposta no paradigma inicial, a ciência normal ingressa numa crise de paradigma. Instaura-se nesse momento o processo da revolução científica. Os cientistas procuram responder aos desafios dos fatos novos e, quando conseguem isso de forma convincente, ocorre a mudança de paradigma.

T h o m a s Kuhn formou-se em Física pela Universidade de Harvard, em 1943, e nos anos seguintes tornou-se mestre e doutor pela mesma instituição, também na área de Física. Atuou como docente em áreas ligadas às ciências humanas, com destaque para cadeiras

de Filosofia e História da Ciência na Universidade de Princeton. Em 1971 ingressou no Massassuchets Institute of Technology, onde permaneceu até o fim de sua carreira acadêmica.

Fonte: Costa (2012, p. 43).

L

Leitura: complementar*:

Recomendamos a leitura da unidade 2 do livro de Mauro Alves da Costa - História e Filosofia da ciência e implicações para o ensino.

*Informamos que essa e outras sugestões de leitura estão disponíveis no ambiente virtual do curso.

O que estudamos nesta unidade ?

1 Visões deturpadas da Ciência

Discutimos sobre visões deturpadas da Ciência e o que é a História da Ciência.

2 Concepções de Ciência

Abordamos algumas concepções de Ciência que circulam no contexto social, acadêmico e escolar.

Síntese

3 Epistemologia

Estudamos sobre a construção do conhecimento que leva à diferenciação entre a ciência e o senso comum do ser humano.

4 Filosofia da Ciência

Conhecemos os conceitos de falseacionismo, obstáculo epistemológico e paradigma.

Referências

Referências bibliográficas

A. F. CHALMERS. O que é Ciência afinal? 2ª edição. Editora Brasiliense. 1993.

BASTOS, Sandra Nazaré Dias. Bases Epistemológicas da Ciência: Impressões de uma professora em formação. Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Pará (FAPESPA). Belém, 2009.

BAKHTIN, Mikhail. Marxismo e filosofia da linguagem. 10. ed. São Paulo: Hucitec, 2002.

Cortes, R. Gestão Educacional. Epistemologia - O que é? Para que serve? Principal objeto de estudo. Disponível em: <https://www.gestaoeducacional.com.br/epistemologia/#:~:text=A%20epistemologia%20%C3%A9%20uma%20%C3%A1rea,%2C%20mais%20propriamente%20dito%2C%20episteme>. Acesso em: 15 de junho de 2020.

Costa, Mauro Alves da. História e filosofia da ciência e implicações para o ensino / Mauro Alves da Costa. – Florianópolis : Publicações do IF-SC, 2010. 68 p. : il. ; 2012.

DE ARAÚJO PENITENTE, Luciana Aparecida; DE CASTRO, Rosane Michelli. A História e Filosofia da Ciência: contribuições para o Ensino de Ciências e para a Formação de Professores. REVISTA ELETRÔNICA PESQUISEDUCA, v. 2, n. 04, p. 231-244, 2011.

Emaze. Filosofia Linha do tempo. Disponivel em: <https://www.emaze.com/@AICRZTRR>. Acesso em: 15 de junho de 2020.

Ferreira M. H., Juliana; Martins Ferrer P., André. História da Ciência - O que é? [internet]. Programa Universidade à distância (UNIDIS) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN. Disponível em: <https://www.slideshare.net/carlosmonteirodasilva1/o-que-e-o-que-no-cincia>. Acesso em: 15 de junho de 2020.

PÉREZ, Daniel Gil et al. Para uma imagem não deformada do trabalho científico. Ciência & Educação (Bauru), v. 7, n. 2, p. 125-153, 2001.

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