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Transcript

Período Antropológico Grego,

SÓCRATES

Quem foi Sócrates?

A Filosofia Socrática

Sócrates (470-399 a.C.) foi um filósofo grego que viveu em Atenas no período clássico. Junto com Platão (seu mais famoso discípulo) e Aristóteles, Sócrates é o principal nome da filosofia clássica, um dos personagens mais famosos da nossa história. O curioso é que embora reconhecido como grande filósofo, Sócrates nunca escreveu uma obra filosófica. Como conhecemos, então, suas ideias?

A reconstrução histórica do pensamento socrático

A questão Socrática

Como Sócrates não nos deixou nada escrito, a reconstrução de suas ideias é feita a partir do registro feito por outros intelectuais da época. As principais fontes dessa reconstrução são Platão, Aristófanes, Xenofonte e Aristóteles.

Platão e o amor ao mestre

Platão

A principal fonte de registro sobre Sócrates são as obras de Platão. Sendo o principal aluno de Sócrates, Platão fez de seu mestre a personagem principal de todos os seus escritos. Neles, Sócrates é descrito como o maior dos pensadores, o grande modelo de virtude e retidão moral. Sócrates é tão bem visto nesses escritos que os historiadores temeram que a amizade e o amor que Platão sentia pelo mestre tivessem comprometido seu julgamento, de modo a levá-lo a exagerar um pouco sobre as qualidades de Sócrates.

Aristófanes, o "hater" de Sócrates

Aristófanes

Aristófanes foi um famoso dramaturgo grego, autor de muitas peças de teatro. Entre suas obras, consta uma chamada "As Nuvens", na qual Sócrates surge como personagem principal. O Sócrates de Aristófanes é bem diferente do Sócrates platônico: aqui, Sócrates é um homem ridículo, que gasta seus dias falando bobagem em praça pública sem que ninguém o dê muita atenção. Durante muito tempo "As Nuvens" foi descartada como fonte histórica visto que os historiadores pensavam que o Sócrates aí descrito nunca teria sido capaz de incomodar tanto as autoridades atenienses a ponto de ser condenado a morte. É como se Aristófanes fosse um "hater" de Sócrates.

Xenofonte, o historiador

Xenofonte

Um homem de muitas ocupações, Xenofonte é conhecido principalmente pelos escritos que produziu sobre a história do tempo em que viveu. Entre estes, encontra-se "Ditos e Feitos Memoráveis de Sócrates", onde Xenofonte registra detalhes da vida e do pensamento de Sócrates. O problema? Xenofonte é sobretudo um historiador, preocupado em registrar fatos, de modo que a essência do pensamento filosófico de Sócrates acaba se perdendo um pouco em sua obra.

Aristóteles, a fonte que não conheceu Sócrates

Aristóteles

Aristóteles é um dos maiores filósofos de todos os tempos, e é reconhecido assim, sobretudo, pela seriedade com que tratava dos mais diversos assuntos. Quando Aristóteles fala sobre Sócrates, contudo, é preciso lembrar que ele não teve a oportunidade conhecê-lo, de modo que tudo aquilo que resgistra sobre Sócrates em suas obras, aprendeu por meio do testemunho de outros. Assim, Aristóteles é uma fonte um pouco mais distante, o que não significa, claro, que não seja confiável - Aristóteles tinha meios para averiguar os testemunhos e dado o rigor do filósofo é provável que o tenha feito.

O homem é psyché

O homem como psyché

O período clássico do pensamento grego é chamado de antropológico, justamente, pelo fato de que seu tema central é o homem. A grande pergunta é "o que é o homem?". A resposta a que Sócrates chegou é a de que o homem é a sua alma (psyché), por quanto é a sua alma que o distingue de qualquer outra coisa no mundo. E por psyché Sócrates entende nossa sede racional, inteligente e eticamente operante. Em resumo, "alma" tem aqui o sentido de razão, aponta para a nossa capacidade de aprender coisas (razão teórica) e agir racionalmente (razão prática). Esta colocação de Sócrates acabou por exercer uma influência profunda em toda a tradição filosófica posterior.

Intelectualismo Socrático: o que é?

O intelectualismo Socrático

Uma vez que somos racionais e essa racionalidade nos define e distingue dos demais animais, Sócrates concluirá que toda virtude para os humanos encontra-se no conhecimento, enquanto todo erro ou vício é fruto da ignorância. Numa expressão, "toda virtude é conhecimento, todo vício é ignorância". Disso, Sócrates irá retirar uma consequência: ninguém erra ou age mal voluntariamente, mas sempre por ignorância. A ideia é que mesmo quem age mal sabendo que está agindo mal, sempre espera retirar dessa ação má algum bem para si próprio, e é exatamente aí que mora a ignorância: é impossível extrair o bem de ações más. Uma hora ou outra, isso sempre acaba mal.

O que Sócrates nos diria...

Não-saber, ironia e maiêutica

O método de diálogo filosófico de Sócrates desenvolve-se fundamentalmente em dois momentos: a ironia e a maiêutica. Antes de abordarmos estes momentos, porém, convém construir-mos uma visão do chamado não-saber socrático, dada a centralidade do tema para a compreensão do próprio método.

O método socrático

"Só sei que nada que nada sei"

Não-saber

É provável que você já tenha ouvido a frase "Só sei que nada sei", amplamente atribuída a Sócrates. Entendendo esta frase e seu contexto, compreenderemos o que significa o "não-saber" socrático. A frase encontra-se no contexto do encontro de Sócrates com a sacerdotisa do Oráculo de Delfos e significa, basicamente, que o sábio é aquele que consegue reconhecer a dimensão da própria ignorância. Quem admite não saber algo, está mais próximo de aprender que aqueles que presumem possuir o conhecimento.

Destruindo a presunção de conhecimento

Ironia

A ironia é frequentemente definida como uma figura de linguagem que consiste em dizer o contrário do que de fato se quer expressar. No caso do método socrático, a ironia consiste no momento em que Sócrates testa as posições do interlocutor. Trata-se de aprofundar o debate sobre um tema qualquer a partir de perguntas com a intenção de levar a pessoa a admitir a própria ignorância, se for o caso. Trata-se de destruir a presunção do saber, por isso a ironia está diretamente ligada ao não-saber socrático.

A ironia em ação

O último passo do método: a maiêutica

Maiêutica

A expressão "maiêutica" está ligada a atividade das parteiras, figuras que auxiliam mulheres a darem à luz aos filhos. A mãe de Sócrates era parteira e ele serve-se dessa expressão como uma metáfora para sua própria atividade filosófica: Sócrates se considerava um "parteiro de ideias". A maiêutica é basicamente isto: o parto das ideias. Nesse momento do método, quando o interlocutor já reconheceu a própria ignorância, todo o foco do diálogo se dirige para a construção de um conhecimento sólido e verdadeiro junto ao interlocutor.

Aprofundamento

Perceba que Sócrates, ao contrário dos Sofistas, não afirma que repassava um conhecimento que possui para as outras pessoas. Para Sócrates, o conhecimento verdadeiro já está contido nas mentes das pessoas. A única coisa que elas precisam é de auxilio para serem capazes de expressar esse conhecimento. Trata-se de uma forma de inatismo (concepção segundo a qual a mente abriga certos conhecimentos e ideias desde o nascimento).

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