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Profª M.Sc. Ângela Araújo
“na Antiguidade, dizia-se de composição poética para ser cantada com acompanhamento da lira; diz-se da obra em verso feita para canto, ou própria para se musicar; diz-se de ou que possui gênero poético ou musical consagrado à expressão de sentimentos e pensamentos íntimos”. (HOUAISS; VILLAR, 2009, p. 1187)
Simbolismo e Modernismo, Renascimento, Romantismo e Trovadorismo.
D. Diniz
Patrocinador e trovador
As cantigas eram escritas para serem cantadas, acompanhadas de instrumentos musicais.
Cantigas de Amor:
escritas em primeira pessoa, têm sempre a mulher ser inalcançável e o eu poético masculino. São textos repletos de lirismo.
Cantigas de Amigo:
O Romantismo europeu tem como marco a publicação da obra Os sofrimentos do jovem Wherter, de Goethe (1749-1832), em 1774. O movimento artístico europeu teve início no fim do século XVIII e perdurou até o século XIX; já em Portugal, o marco do Romantismo é a publicação do poema Camões, de Almeida Garrett (1799-1854), em 1825. Trata-se de um poema lírico-narrativo, cujo tema é a vida do autor português Luís de Camões, especialmente durante a escrita de sua maior obra.
sua origem é popular e o eu poético é feminino, mesmo sendo homens os seus autores.
Sá de Miranda
1481-1558
Veja, agora, alguns exemplos da poesia romântica brasileira. A canção do exílio, de Gonçalves Dias, é um dos mais famosos exemplos da nossa poesia romântica; ela traz uma visão da natureza do país e o eu-lírico traz a comparação com “lá”, onde não existe o que ele preza.
Camões (1524-1580)
Camões - Os Lusíadas
1524-1580
Antonio Ferreira e Garcia de Resende
A principal característica do romantismo é a oposição ao modelo clássico, mas são também importantes: nacionalismo, sentimentalismo, culto à natureza e ao fantástico
Medievalista, ultrarromantismo
Almeida Garrett, João de Deus, Soares de Passos.
Indianismo, nacionalismo, ultrarromantismo, abolicionismo
Gonçalves Dias, Gonçalves de Magalhães, Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Castro Alves, Sousândrade
SIMBOLISMO NO BRASIL
Séculos XIX e XX
Os temas tratados pelos autores vão do sonho à morte, passando pelo mistério e conflito entre matéria e espírito; a cor branca está quase sempre presente.
O que vem à cabeça quando se fala em poesia religiosa?
A Itália é considerada o berço do Renascimento, e Leonardo da Vinci (1452-1519) e Michelangelo (1475-1564) são dois dos principais artistas do período.
Considerando nosso recorte de poesia religiosa, dos autores citados, Frei Agostinho da Cruz traz essa temática de forma contundente em sua obra, a qual, por sua condição, diante do renascimento das artes e da vida como um todo, é bastante conflituosa.
O Cancioneiro Geral, publicado em 1516, é um compilado de poemas realizado por Garcia de Resende. Entre diferentes temas, como poesia amorosa, jocosa e dramática, temos também a poesia religiosa, que se apresenta sob forma de prece, pedido ou louvor.
No exemplo abaixo, vemos uma prece com um pedido de consolo – diante de uma doença – e perdão pelos pecados, que por intercessão de Nossa Senhora não poderiam ser perdoados.
Séculos XIV e XVI
Camões com um viés religioso
[...]
O sumo Deus! Tu mesmo te condenas
pelo mal em que eu só sou tão culpado,
a tamanhas afrontas, tantas penas.
Por mim, Senhor, no mundo reputado
Por falso e por quebrantador da lei
A fama de ti se põe do meu pecado.
Eu, Senhor, sou ladrão; tu, justo Rei;
Eu, só furtei; tu, com ladrões padeces;
A pena a-ti se dá do que eu pequei.
[...]
(CAMÕES, [s.d.], p. 31)
O renascimento cultural marca principalmente o rompimento com a religião, mesmo sendo Portugal um país, ainda hoje, extremamente religioso (católico) e com exemplos diversos da influência da Igreja no campo cultural.
D’Anrique de Sá a Nossa Senhora, estando com doentes de peste em sua casa
Ó fonte de perfeição,
ó piadosa Senhora,
Senhora da Conceição,
lembra-te de nós agora,
em nossa trebulação,
manda-nos consolação,
qu’estamos desconsolados.
Também nos pide perdão
a teu filho dos pecados,
Senhora, que tantos são,
que sem sua intercessão
não podem ser perdoados.
(III, 163)
(ROCHA, 1979, p. 79-80)
“
Religião como cultura na literatura
Pense nas diferentes matrizes religiosas brasileiras. Os escravos africanos que foram trazidos para cá não podiam cultuar seus deuses; igualmente, os índios. Pense agora na religião que prevaleceu no Brasil, trazida pelos colonizadores, e reflita sobre como se deram as influências e os conflitos religiosos. Com essa questão em mente, você consegue identificar algum poeta brasileiro ou português que tenha tratado dessa questão em sua obra? Como justificaria sua resposta?
Em Portugal destaca-se Luis Vaz de Camões (1524-1579), mas são também autores importantes Sá de Miranda (1481-1558), Antonio Ferreira (1528-1569), Diogo Bernardes (1530-1605), Cristóvão (1515-1557), Bernardim Ribeiro (1482-1552), Pêro de Andrade Caminha (1520-1589) e Frei Agostinho da Cruz (1541-1619). Dessa lista, apenas Sá de Miranda teve destaque no período, depois, claro, de Camões, o grande poeta das navegações.
Você sabia que há grupos de estudiosos literários que estudam textos bíblicos pelo viés da teoria literária?
Na literatura, os textos barrocos são repletos de figuras de estilo, como hipérboles (exagero), antíteses (contradição) e metáforas (comparações), e trazem contradições latentes, que não se resolvem, especialmente na poesia religiosa
E a poesia metafísica o remete a quê?
Na poesia, destacamos a obra de Gregório de Matos, a qual traz a contradição, tão cara ao Barroco, entre pecado e perdão, com ampla reflexão sacra.
Já no Brasil, o Barroco foi introduzido pelos jesuítas no final do século XVI; na arte sacra, destaca-se o trabalho de Aleijadinho (você se lembra das igrejas das cidades históricas mineiras já citadas? Lá constam diversas obras do escultor), e, na literatura, destacam-se: Bento Teixeira (1561- 1618), Gregório de Matos (1633-1696), Manuel Botelho de Oliveira (1636-1711), Frei Vicente de Salvador (1564-1636), Frei Manuel da Santa Maria de Itaparica (1704-1768).
Portugal, o Padre Antônio Vieira é seu principal expoente, mesmo tendo passado grande parte de sua vida no Brasil; a sua principal obra é Os sermões. Outros nomes importantes são Padre Manuel Bernardes (1644-1710), Francisco Manuel de Melo (1608-1666) e Antônio José da Silva (1705-1739).
O que significa uma poesia metafísica?
Séculos XVI e XVIII
De forma um pouco menos óbvia do que a poesia religiosa, podemos indicar que a metafísica se remete a algo pouco palpável, quase invisível e abstrata, beirando o filosófico.
Metafísico é aquilo que transcende a natureza física das coisas; de estilo caracteristicamente intelectual e filosófico (diz-se da poesia de um grupo de vates ingleses do século XVII, especialmente John Donne); complexo, de difícil entendimento devido a seu alto grau de abstração; diz-se de ou poeta do século XVII que aspirava transcender a materialidade das coisas, buscando a sua verdadeira essência. (HOUAISS; VILLAR, 2009).
Para Brasil e Portugal, o século XIX foi marcado por alguns momentos importantes. A vinda da família real portuguesa para o Brasil em 1808 – que trouxe modernidade ao país – e a independência brasileira, em 7 de setembro de 1822, foram dois eventos que influenciaram ambos os países nas esferas política, financeira e cultural.
A chamada poesia metafísica tem sua origem no século XVII, na Grã-Bretanha, por meio da obra do poeta John Donne e se caracteriza por destreza intelectual e associação de ideias tidas como insociáveis, de forma abstrata e filosófica. Nas literaturas de língua portuguesa, nosso maior destaque como poeta metafísico no século XIX é Antero de Quental (1842-1891) e, no século XX, Fernando Pessoa, ortônimo, e um dos seus heterônimos, Álvaro de Campos, o engenheiro.
Séculos XIX e XX
No campo literário, na primeira metade do século XIX, no Brasil, temos romancistas como José de Alencar (1829-1877), autor de O guarani e Senhora, poetas como Gonçalves Dias (1823-1864), com os Primeiros Cantos, Álvares de Azevedo (1831-1852), com sua Lira dos Vinte Anos, e Castro Alves (1847-1871), autor de Navio Negreiro. Na segunda metade, destacam-se no Brasil os realistas/naturalistas, como Machado de Assis (1839-1908), autor de Memórias Póstumas de Brás Cubas, e, em Portugal, Eça de Queirós (1845-1900), com diversas obras, com destaque para O crime do Padre Amaro e Os Maias. Estes dois últimos são conhecidos por seus romances, mas também produziram poesia, crônicas e contos – nesse momento, com foco temático na crítica social.
Antero de Quental, nascido na Ilha de São Miguel, na região de Açores, dedicou sua vida à poesia; o autor escolhe o soneto – composição poética de 14 versos, em geral decassílabos, distribuídos por dois quartetos e dois tercetos – como sua forma de expressão principal. Formado em Direito, foi um dos principais nomes da Geração de 1870 (grupo de intelectuais formado no final do século XIX, o qual trazia ideias inovadoras especialmente da cultura francesa).
Os temas escolhidos pelo poeta são, em geral, relacionados à sua vida, e sua produção é extremamente técnica, do ponto de vista formal, e, por isso, é considerado um dos maiores sonetistas em língua portuguesa.
As vanguardas europeias apresentam propostas artísticas específicas e englobam diferentes movimentos conhecidos como “ismos”, a saber: Cubismo, Futurismo, Dadaísmo (ou Dada), Expressionismo, Surrealismo.
Como exemplo brasileiro de poeta com uma faceta metafísica, trazemos um dos nossos poetas mais famosos: Carlos Drummond de Andrade (1902- 1987). Na obra Claro enigma, de 1951, o título já apresenta uma contradição: como um enigma (qualquer coisa de difícil explicação) pode ser claro (transparente, lúcido)?
Essa obra, com caráter mais reflexivo sobre a condição humana, é muito mais filosófica. A forma também é particular; Drummond retoma aqui o soneto; seus temas nessa obra tratam da vida, do amor, do tempo e até da própria poesia. Outro ponto importante é a busca por respostas a questões existenciais.
Pré-modernismo
Modernismo
Período de transição
Simbolismo
A publicação da revista Orpheu (1915)
A publicação da obra Oaristos (1890), um livro de poemas de Eugenio de Castro (1869-1944)
Pessanha influenciou os poetas da geração de Orpheu, revista cuja publicação é considerada o marco do início do Modernismo português. Em 1914, por exemplo, Mário Sá Carneiro solicita a Pessoa, por meio de uma carta, que lhe remeta algumas cópias de poemas de Pessanha
Cantiga de maldizer: em que o criticado é individualizado e definido; pode usar linguagem obscena.
Características:
A poesia satírica no Trovadorismo
Cantiga de escárnio: o criticado não é individualizado, mas citado de forma geral/genérica e indireta.
A poesia satírica no Barroco
O principal nome da poesia satírica durante o Barroco foi Gregório de Matos (1623-1696). Em sua obra, porém, há oposições como “irreverência satírica ao lado de profundo sentimento religioso; erotismo obsceno ao lado de visão idealista do amor; estilo aristocrático ao lado de estilo popular” (SILVA; SANT’ANNA, 2007, p. 34).
A poesia satírica no Arcadismo
O Arcadismo (1756-1825) localiza-se na história europeia a partir da segunda metade do século XVIII, período em que a estrutura socioeconômica e cultural da Europa Ocidental é particularmente fértil e movimentada. Na Inglaterra, um século antes, a burguesia assume o poder; na França isso ocorre em 1789. No século XVIII, os ingleses passam pela Revolução Industrial e o capitalismo, a partir daí, vai se consolidar como o conhecemos. Esse desenvolvimento acarreta também o desenvolvimento das pesquisas e ciências humanas em geral e, consequentemente, a religião e a Igreja são vistas como tiranas e instrumentos da ignorância (ABDALA JUNIOR, 2007).
Outro nome de peso no período em Portugal, provavelmente o mais famoso e polêmico poeta satírico, é Manuel Maria Barbosa du Bocage (1765-1805), autor boêmio, apelidado de Poeta Maldito, fora preso e processado por conta de sua linguagem desbocada e obscena.
Os poetas adotavam nomes de pastores em seus poemas, como pseudônimos. Cláudio Manuel da Costa era Glauceste Satúrnio; Tomás Antonio Gonzaga, Dirceu; Silva Alvarenta, Alcindo Palmireno; e Basílio da Gama, Termindo Sipílio.
Ainda sobre a poesia satírica de Gregório de Matos, o estudioso João Adolfo Hansen (2004) esclarece que um código de honra, enunciado no poema satírico como uma sentença moralizante, estabelece formulações frequentemente religiosas a partir do binômio católico versus herege/gentio, devido ao contexto em que sua obra foi composta (a Contrarreforma nas Américas; o combate às religiões diversas, como o luteranismo, o calvinismo, o judaísmo, o islamismo, as religiões africanas; a conversão dos gentios – sejam indígenas, negros, árabes; a exploração da colônia e a administração portuguesa). Uma maneira de fazer com que sua sátira chegasse ao seu destinatário seria utilizar uma mimética do caráter da pessoa, remetendo às suas ações pregressas, em que a vítima das sátiras era estilizada por meio de suas características físicas, pelo nome e pela ocupação que exercia. Ou seja, o poema realizava correções de caráter por meio da evidenciação eloquente da alma da pessoa criticada por meio de caricaturas.
No Brasil, Tomás Antonio Gonzaga (1744-1810) se destaca como principal nome da poesia satírica, com suas Cartas Chilenas, nas quais denuncia as atitudes do governador de Minas Gerais da época. Observe a linguagem e o tom jocoso, porém com forte crítica aos desmandos e à corrupção do governo. Trata-se de 13 cartas, nas quais Gonzaga apresenta as injustiças e a corrupção de Luís da Cunha Meneses, retratado na obra por Fanfarrão Minésio.
Arcádia Lusitana: uma reforma às letras depois do Barroco
Um de seus maiores representantes é Patativa do Assaré (1909 - 2002), poeta popular, compositor e intérprete cearense que aproveita a verve satírica, por vezes escatológica, em temas do cotidiano brasileiro, como as figuras e os eventos públicos (personagens da história brasileira, políticos, as eleições, a corrupção); ou narrativas episódicas em torno de temas prosaicos, como o adultério, as festas, o idílio amoroso; as distinções regionais e geográficas, e ainda os temas religiosos, caros à cultura nordestina.
Em linhas gerais, o Arcadismo (1756-1825) tem como ideal estático resgatar a simplicidade da poética clássica greco-latina, a qual perdeu força durante o Barroco – período em que o rebuscamento e oexagero deram o tom das publicações. Nesse período, o ideal é o contato com a natureza, de forma mais objetiva e simples, daí também vem o nome dado a este intervalo: Arcádia, província do Peloponeso, região de pastores dados à música e à poesia (HOUAISS, VILLAR, 2009).
Filmes que abordam o Arcadismo
A poesia satírica nos séculos XIX e XX
Como exemplos de poetas que versejam com a sátira e o humor, destacam-se o português Guerra Junqueiro (1850-1923) e poetas brasileiros contemporâneos como Millôr Fernandes (1923-2012) e Glauco Mattoso (1951-). Também mencionamos aqui a importância do cordel e de sua verve satírica, representada por Patativa do Assaré (1909-2002).
Vamos recordar
A sátira diz respeito ao cotidiano e pode variar de uma brincadeira a uma crítica violenta e grave. De forma geral, a poesia satírica ridiculariza vícios, imperfeições e defeitos, com certo humor, mas também com crítica contundente.
De um excesso de fantasia descabelada vai-se cair num excesso de regulamentação racional, que em a arte denuncia o domínio da expressão literária por juristas, por filhos da burguesia feitos por desembargadores, ou funcionários do “despotismo esclarecido” , a legislar sistematicamente para o Parnaso. Todo este trabalho foi especialmente estimulado pela academia Arcádia Lusitana, fundada em Portugal em 1756, durante o governo de Marquês de Pombal
A literatura de cordel, de origem popular e tradicional brasileira, especialmente no interior nordestino, teve sua expansão no século XIX. De acordo com Houaiss e Villar (2009, [s.p.]), trata-se de literatura popular, especialmente contos, novelas e poesias, de impressão barata, a qual é exposta à venda em cordéis (corta flexível). Sua principal característica é a oralidade, e utiliza-se de linguagem e temas populares.
Na França, o maior exemplo dessa escola na literatura é o livro de Charles Baudelarie, As flores do mal
No prefácio da obra, são defendidas algumas reivindicações de caráter formal, como a liberdade do ritmo, a preferência por rimas e vocabulários raros e o grande uso de processos fônicos, como ritmo, aliteração e paralelismos.
Antônio Nobre (1867-1900) e Camilo Pessanha (1867-1926)
Para entender o que é o gênero épico, vamos primeiro revisar o que é Gênero Textual?
Na literatura, você sabe como se configura a épica?
(a) Usamos a expressão tipo textual para designar uma espécie de construção teórica definida pela natureza lingüística de sua composição {aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas}. Em geral, os tipos textuais abrangem cerca de meia dúzia de categorias conhecidas como: narração, argumentação, exposição, descrição, injunção.
Neste momento, vamos estudar o gênero épico, seus traços principais, como tema, métrica e origem. Em um recorte, vamos tratar da a épica no contexto do Renascimento, sua estrutura, métrica e seus temas.
Trata-se de um poema narrativo, que versa sobre efeitos grandiosos dos heróis e tem características particulares, como métrica e formato diferenciados.
(b) Usamos a expressão gênero textual como uma noção propositalmente vaga para referir os textos materializados que encontramos em nossa vida diária e que apresentam características sócio-comunicativas definidas por conteúdos, propriedades funcionais, estilo e composição característica. Se os tipos textuais são apenas meia dúzia, os gêneros são inúmeros. Alguns exemplos de gêneros textuais seriam: telefonema, sermão, carta comercial, carta pessoal, romance, bilhete, reportagem jornalística, aula expositiva, reunião de condomínio, notícia jornalística, horóscopo, receita culinária, bula de remédio, lista de compras, cardápio de restaurante, instruções de uso, outdoor, inquérito policial, resenha, edital de concurso, piada, conversação espontânea, conferência, carta eletrônica, bate-papo por computador, aulas virtuais e assim por diante.
Principais autores
A Divina Comédia, por exemplo, é considerada uma epopeia, assunto que estamos estudando nesta seção. Ela trata do próprio Dante, que é o protagonista da história; outros personagens importantes são Beatriz e Virgílio. A Divina Comédia foi o primeiro e maior poema épico escrito após a Odisseia e a Eneida.
A épica renascentista
Além disso, foi o primeiro escrito em uma língua diferente do latim, ou seja, em língua vernácula. A obra de Dante gira em torno do número 3 (dividida em três partes – Inferno, Purgatório e Paraíso – versos escritos em tercetos) e é um clássico que merece a leitura.
Épica: estrutura, métrica e temas
A estrutura desse tipo de texto é dividida em proposição, invocação, dedicatória, narração e epílogo.
A palavra épico vem do latim, epicus, ou seja, relativo aos feitos dos heróis (HOUAISS, 2008, p. 296). Os modelos insuperáveis desse tipo de texto são as obras Ilíada, que descreve a Guerra de Troia, e Odisseia, que descreve a aventura do retorno de Ulisses para casa, ambas escritas por Homero.
Temos, também, a Eneida, trata dos feitos de Eneias, escrita por Virgílio. Esses três exemplos da Antiguidade, foram escritos em versos, têm estilo grandioso e tratam de feitos fora do comum e realizados por heróis – são chamados também epopeias.
Para Camões, a relação com Eneida é mais clara – ao longo do poema há relação entre Portugal (país de matriz latina) e Roma (cuja história é narrada na obra); o autor escolhe, por exemplo deuses latinos e não gregos. Isso se evidencia na escolha de Vênus – que ajuda os troianos e os lusíadas. Além disso, na Eneida, é Juno quem persegue os troianos; n’Os Lusíadas, é Baco. Todos são deuses latinos.
Definição de cada uma das partes da epopeia:
• Proposição: apresentação da matéria do poema. Também chamada de exórdio, trata-se da apresentação da história e do herói do poema.
• Invocação: pedido de ajuda aos deuses ou musas, protetores das artes. Esse momento é praticamente um pedido de inspiração para se contar a história.
• Dedicatória: para quem a epopeia é dedicada. O autor oferece o poema a alguém nesse momento.
• Narração: trata-se das ações do herói, ou seja, a história de fato – o percurso que ele fez, seus feitos e suas aventuras.
• Epílogo: fechamento do poema. Além de encerrar a história, o narrador pode fazer um breve comentário.
Além da estrutura, fique atento aos elementos fundamentais:
• Narrador: é aquele que conta a história; ele pode ou não participar da narrativa.
• Enredo: trata-se dos acontecimentos de fato.
• Personagens: os atores da narrativa, ou seja, todos aqueles que participam do enredo.
• Tempo: período em que aquela narrativa acontece, em geral, a narrativa traz a história de feitos passados.
• Espaço: o ambiente ou local onde se dá a narrativa, pode ser mais de um, considerando que o herói passa por aventuras e se movimenta por diferentes lugares.
Odisseia, Ilíada e Eneida foram escritas em versos, assim como Os Lusíadas. Nas três primeiras, temos o hexâmetro datílico como métrica, também chamado hexâmetro heroico. Odisseia e Ilíada foram escritas em 24 cantos; Eneida, por sua vez, contém apenas 12. Já “Os Lusíadas estão divididos em 10 cantos, cada um com número variável de estrofes. As estrofes são oitavas, com versos decassílabos heroicos [...] e sáficos [...]” (ABDALA JR., 2007, p. 79).
Sá de Miranda, em seu regresso da Itália em 1527, trouxe consigo os ideais artísticos em voga no restante da Europa, em especial, o processo de legitimar a razão em detrimento da emoção e, com isso, encontrar o equilíbrio (ABDALA Jr., 2007, p. 63). Além desse ponto, as navegações realizadas por Portugal possibilitaram uma narrativa grandiosa, como Os Lusíadas.
Obras inspiradas
Poema épico - Viagem de Vasco da Gama às Índias
História da descobertas portuguesas.
Contexto histórico: O Velho do Restelo
https://slideplayer.com.br/slide/1250665/
Nascimento: desconhecido
1572 - Renascimento
Esta ambição causa angústia e perturbação (“inquietação d’alma e da vida”), é origem de abandonos e adultérios e destrói fortunas e Estados. Chamam-na de nobre e elevada, quando é digna, merecedora, de desmoralizantes insultos, palavras infamantes. Fama e glória são palavras para enganar o povo ignorante e tolo.
—"A que novos desastres determinas
De levar estes reinos e esta gente?
Que perigos, que mortes lhe destinas
Debaixo dalgum nome preminente?
Que promessas de reinos, e de minas
D'ouro, que lhe farás tão facilmente?
Que famas lhe prometerás? que histórias?
Que triunfos, que palmas, que vitórias?
E o velho pergunta que novos desastres serão causados ao reino e ao povo, em nome de (disfarçados em) alguma palavra enobrecedora. Que promessas fáceis serão feitas de reinos, de minas de ouro, famas, histórias e triunfos para enganá-los
Este prazer dos homens de dominar e a cobiça fútil e sem valor da fama são tolices ilusórias, passageiras (“vaidade”). Esta satisfação falsa, enganadora, é estimulada pelas pessoas, que a chamam de honra. Isso castiga grandemente os homens de coração tolo, vazio (“peito vão”) que ambicionam o poder e a fama; fazendo com que experimentem muitos suplício (“mortes”, “perigos”, “tormentas”) e crueldade.
— "Dura inquietação d'alma e da vida,
Fonte de desamparos e adultérios,
Sagaz consumidora conhecida
De fazendas, de reinos e de impérios:
Chamam-te ilustre, chamam-te subida,
Sendo dina de infames vitupérios;
Chamam-te Fama e Glória soberana,
Nomes com quem se o povo néscio engana!
"Os Lusíadas" Resumo - Episódio do " Velho do Restelo"
Com medo de sofrer ou se arrepender, os marinheiros, não olhavam para as mães e esposas. Vasco da Gama decidiu que embarcariam sem a despedida, porque, ainda que seja um bom costume porque mostra o amor das pessoas, faz sofrer a quem parte e a quem fica.
"Mas um velho d'aspeito venerando,
Que ficava nas praias, entre a gente,
Postos em nós os olhos, meneando
Três vezes a cabeça, descontente,
A voz pesada um pouco alevantando,
Que nós no mar ouvimos claramente,
C'um saber só de experiências feito,
Tais palavras tirou do experto peito:
Mas um velho de aspecto respeitável(venerável), que estava entre as pessoas, na praia olhando para os navegadores e balançando a cabeça negativamente, levantou um pouco a mais alto a voz grave, que foi ouvida claramente pelo que estavam no mar, e com uma sabedoria feita de experiências disse algumas palavras sábias, inteligentes, e profundas.
—"Ó glória de mandar! Ó vã cobiça
Desta vaidade, a quem chamamos Fama!
Ó fraudulento gosto, que se atiça
C'uma aura popular, que honra se chama!
Que castigo tamanho e que justiça
Fazes no peito vão que muito te ama!
Que mortes, que perigos, que tormentas,
Que crueldades neles experimentas!
Os Lusíadas foram dedicados a D. Sebastião, rei de Portugal. O acontecimento que gera a produção da obra é a descoberta do caminho para a Índia e, por meio de uma engenhosidade digna de Homero, o autor português dá conta da história do seu país, por meio de ação – desenvolvimento esperado na poesia épica, episódios históricos e mitológicos – baseados na mitologia pagã. Além disso, a obra conta com episódios simbólicos, como o Velho do Restelo e O Gigante Adamastor (ABDALA JR., 2007, p. 78).
Contexto histórico da obra; ascensão de Lisboa, em 1383, sobre outras regiões do país, por meio de uma revolução protagonizada por D. João, o Mestre de Avis.
Renascimento
Antropocentrismo
Império Português Ultramarino
Grandes navegações
Referências: Homero, Virgílio e Fernão Lopes
O URAGUAI - de Basílio da Gama
A história narra a luta pela posse da terra, iniciada em 1757, e exalta os feitos do General Gomes Freire de Andrade, chefe das tropas portuguesas. Basílio da Gama atribui aos jesuítas o massacre indígena e a obra tem dedicatória ao Ministro da Marinha, Mendonça Furtado, irmão do Marquês de Pombal, que trabalhou na demarcação dos limites entre o Brasil e a América espanhola.
Os Lusíadas: estrutura
O Uraguai, de Basílio da Gama, que retratara um episódio da história brasileira, a saber, a disputa entre jesuítas, índios e europeus nos Sete Povos das Missões, hoje Rio Grande do Sul. Um poema épico (ou epopeia) traz a narração de feitos ou fatos históricos – como n’Os Lusíadas, as navegações e os feitos dos portugueses, ou na Eneida, a saga de Eneias ou na Odisseia, no famoso episódio da Guerra de Troia –, e assim se dá em O Uraguai.
Os principais personagens da narrativa são:
O Uraguai: estrutura
10 cantos
8816 versos decassílabos (10 sílabas poéticas)
Características principais do poema
- exaltação da natureza e do "bom selvagem", atribuíndo aos jesuítas a culpa pelo envolvimento dos índios na luta;
- rompimento da estrutura poética camoniana;
- inovação no gênero epico: versos decassílabos brancos, isto é, sem rima, sem divisão de estrofes e divididos em apenas cinco cantos;
- ao contrário da tradição épica, o poema conta um acontecimento recente na história do país;
- inicia o poema pela narração;
- discursos permeados por ideias iluministas;
5 CANTOS
O Uraguai: enredo e principais temas
O Uraguai critica os jesuítas, dizendo abertamente que eles apenas defendiam os direitos dos índios para que se mantivessem como seus “senhores”. O enredo do poema trata da luta dos portugueses e espanhóis contra os índios e jesuítas dos Sete Povos das Missões. Os nativos se recusam a sair de suas terras, travando, então, uma guerra
Versos são brancos
1102 estrofes
Sem divisão de estrofes
O Uraguai: contexto literário e histórico
O poema conta a expedição do governador do Rio de Janeiro às Missões Jesuítas do Sul da América Latina (os Sete Povos do Uruguai). Isso porque,pelo Tratado de Madri, celebrado entre Portugal e Espanha, em 1750, terras ocupadas pelos jesuítas no Uruguai deveriam deixar de ser de domínio espanhol para passar aos portugueses, e a Colônia do Sacramento, o contrário. O primeiro território era habitado por índios e dirigido por jesuítas.
8 (oitavas)
Verei amor da pátria, não movido (A)
De prêmio vil, mas alto e quase eterno; (B)
Que não é prêmio vil ser conhecido (A)
Por um pregão do ninho meu paterno. (B)
Ouvi: vereis o nome engrandecido (A)
Daqueles de quem sois senhor supremo, (B)
E julgareis qual é mais excelente, (C)
Se ser do mundo Rei, se de tal gente. (C)
(CAMÕES, [s.d.], p. 3)
1377 versos Decassilábicos
Rimas obedecem ao
esquema ABABABCC
A proposição, a invocação, a dedicatória, a narrativa e o epílogo
Canto I
As armas e os barões assinalados,
Que da ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca de antes navegados,
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;
- Joyce Meyer