LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
ANGELICA C. MARCON
FELIPE CÂNCIO
FLÁVIA GONÇALVES
FREDERICO P. WAMBIER
DOENÇAS
SISTÊMICAS
DO TECIDO
CONECTIVO
DOENÇAS SISTÊMICAS
Vias fisiopatológicas:
Deposição de imunocomplexos
FISIOPATO
- Ativação de linfócitos B e produção de autoanticorpos
- Formação de imunocomplexos
- Sind de Sjogren, miopatia autoimune sistêmica, artrite reumatoide, LES
LÚPUS
LES
- Doença inflamatória crônica, multissistêmica autoimune
- Desequilíbrio do sistema imunológico
- Formação e deposição de imunocomplexos
- A doença pode cursar com: artrite, serosite, nefrite, vasculite, miosite, manifestações mucocutâneas, hemocitopenias imunológicas, quadros neuropsiquiátricos, hiperatividade reticuloendotelial e pneumonite
- Vasculite e disfunção do local acometido
EPIDEMIOLOGIA
EPIDEMIO
- Predomínio do sexo feminino, na proporção de 10:1.
- Incidência aproximada de 4,8 a 8,7 casos por 100.000 habitantes/ano.
- mortalidade dos pacientes com LES é 3 a 5 vezes maior do que a da população geral e está relacionada a atividade inflamatória da doença
ETIOLOGIA
Multifatorial: fatores genéticos, epigenéticos, hormonais, ambientais.
ETIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA
SUSCEPTIBILIDADE GENÉTICA
+
INTERAÇÃO COM FATORES AMBIENTIAS
=
ALTERAÇÕES IMUNOLÓGICAS
Fisiopatologia:
Desequilíbrio na regulação da resposta imune
-> produção de inúmeros anticorpos auto-reativos, que reagem contra os componentes do núcleo celular (DNA, ribonucleoproteínas, histonas)
-> complexos imunes.
FISIOPATOLOGIA
Fatores genéticos
Deficiência da via clássica de ativação do complemento
Polimorfismo no receptor FcyR IIb
Herança de determinados alelos HLA
Proteínas do sistema complemento - C1q, C2 e C4 - são responsáveis pela eliminação de complexos imunes e de fragmentos resultantes da morte celular
- Receptor que se liga à porção Fc da imunoglobulina: estimula resposta imune
- Controle inadequado da atividade do linfócito B e falha em atenuar respostas inflamatórias
- Sistema Antígeno Leucocitário Humano: codifica proteína que reconhece/apresenta antígenos próprios ou externos ao Sistema Imune Adaptativo
- Alelos DR2 e DR3 de classe II. Locus 21 do braço curto do cromossomo 6
Gene ScL3: controle da apoptose
Padrão de expressão de genes que indicam a exposição ao IFN-a
- distúrbio: aumento de secreção de citocinas pró-inflamatórias -> acelera LES e ativa células dendríticas.
- Genes STAT4, IRF5 e TLR7
- Produzido por células dendríticas plasmocitóides
- Em pacientes com LES: produção anormal e elevada de INF-a
Fatores Ambientais e Hormonais
Acredita-se que os antígenos liberados da morte celular programada (apoptose), impulsionam a produção de
anticorpos auto-reativos.
O fator ambiental, como a exposição à luz solar ultravioleta, é o fator
crucial para que ocorra a apoptose.
Fatores Ambientais e Hormonais
INFECÇÕES
ESTRÓGENO
- Intensificam respostas imunes indesejáveis.
- Antivírus Epstein-Barr
- Citomegalovírus (CMV)
- Mycobacterium tuberculosis
- Infecções por micobactérias e tripanossoma (anticorpos anti-DNA)
- Estímulo de células imunes (macrófagos, linfócitos T e B)
- Moléculas de BLyS/BAFF: estímulo de linfócitos B/fator de ativação das células B
TABAGISMO
LUZ UV
- Componentes tóxicos -> indução de mutações e danos oxidativos aos componentes nucleares.
- Diminuição na atividade dos linfócitos T supressores
- Hidroxicloroquina.
- Apoptose de queratinócitos -> expressão de moléculas nos corpúsculos apoptóticos.
SISTEMA IMUNOLÓGICO - Mecanismo de produção de anticorpo auto-reativos
1
4
Reconhecimento de fragmentos apoptóticos pela IgM, receptor da célula B (BCR).
A produção de citocinas
ativa o linfócito B e, esse modifica-se para plasmócito
5
2
O plasmócito secreta anticorpos auto-reativos específicos - a ligação do anticorpo com o antígeno vai originar imunocomplexos
O BCR ao reconhecer os fragmentos internaliza-os no linfócito B e o fragmento é processado e associado ao MHC II
3
O complexo fragmento apoptótico (antígeno) – MHC II é apresentado pelo linfócito B ao linfócito T
auxiliar, o linfócito T-CD4 reconhece o antígeno apresentado e começa a produzir citocinas
Sistema Imunológico
- Os complexos imunes que não são removidos da circulação, se depositam nos glomérulos renais, articulações, na pele e nos vasos sanguíneos
- O sistema complemento é ativado
- O que leva a produção de anafilotoxinas, aumentando a permeabilidade dos vasos. Além disso, as anafilotoxinas são quimiotáticas para os leucócitos -> migração dos neutrófilos para local onde os complexos imunes estão depositados
- Os complexos imunes se ligam aos neutrófilos estimulando-os a produzirem enzimas que lesionam os tecidos onde está ocorrendo o processo
MANIFESTAÇÕES CLINICAS
DIAGNÓSTICO E TTO
- Manifestações cutâneas, neurológicas, articulares, entre outras
- Febre, mal-estar, artralgias, mialgia, dores de cabeça, perda de apetite e peso
- Rash malar, artralgias e a fotossensibilidade os mais prevalentes
DIAGNÓSTICO
- 4 dos 11 critérios da American College of Rheumatology (ACR)
- Clínico + laboratorial
-Os exames devem ser feitos levando em conta a condição do paciente e os critérios de diagnóstico
CRITÉRIOS DA American College of Rheumatology (ACR)
1. Eritema malar
2. Lesão discoide
3. Fotossensibilidade
4. Úlcera oral
5. Artrite
6. Serosite
7. Alteração renal: proteinúria ou cilindros celulares
8. Alteração neurológica: convulsão ou psicose
9. Alterações hematológicas: anemia hemolítica, leucopenia, linfopenia ou trombocitopenia
10. Alterações imunológicas: presença de anti-DNA nativo, presença de anti-Sm ou achados positivos de anticorpos antifosfolipídios baseados em concentração sérica anormal de anticardiolipina IgG ou IgM
11. Anticorpo antinuclear (FAN)
TRATAMENTO
-LES é uma doença sem cura
-Tratamento basicamente paliativo, buscando diminuir os efeitos dos sintomas
-Pode ser feito de forma medicamentosa ou não medicamentosa
NÃO-MEDICAMENTOSA
-Prestar aconselhamento, suporte e orientação
- Indicar hábitos de vida saudáveis para evitar comorbidades
-Fazer a vacinações, dependendo do caso
- Realizar proteção contra a luz ultravioleta
- Realizar avaliação ginecológica anual
- Acompanhar o aparecimentos de outros sintomas para determinar a manifestação existente
- Fazer o cuidado total do paciente
MEDICAMENTOSA
- Feito por antilmaláricos e glicocorticoides independente do órgão afetado
- Os glicocorticoides são os mais usados, com sua dose dependendo do caso, podendo ser administrados pro via oral e endovenosa
- A associação vai variar de acordo com as manifestações apresentadas, sendo, geralmente associados com imunossupressores ou antiinflamatórios não-esteroides
COVID-19
Relação com
COVID-19
- Como o tratamento para LES tem o objetivo de suprimir o sistema imune, pacientes podem ter mais riscos de desenvolver quadros mais graves da doença
- É recomendado que o paciente não interrompa o tratamento
REFERÊNCIAS
- ABBAS, A. K.; LICHTMAN, A. H.; PILLAI, S. H. I. V. Imunologia celular e molecular. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.
- BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria 100, de 7 de fevereiro de 2013. Aprova o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Lúpus Eritematoso Sistêmico. Diário Oficial da União da República Federativa do Brasil. Brasília, 13 mai de 2013.
- Sandri, JB, Vargas, GC, Araújo, CIF, Silva, ER, Mildemberger, TS, Navarro, SD, et al. Aspectos gerais do lúpus eritematoso sistêmico. Caderno Saúde e Desenvolvimento. 2019; 5(8):51-66.
- Enríquez-Mejía, MG Fisiopatologia do Lúpus Eritematoso sistêmico. Rev. Med. Investig. 2013 , 1 , 8-16.
- SATO, Emilia Inoue et al. Consenso brasileiro para o tratamento do lúpus eritematoso sistêmico (LES). Rev Bras Reumatol, v. 42, n. 6, p. 362-70, 2002.
- SATO, E. I. Introdução. In E. I Sato (Org.), Lúpus Eritematoso Sistemico – Oque é? Quais são suas causas? Como se trata?. Rev Bras Reumatol; São Paulo, p. 5-8, 1999.
- VIANNA, Rodrigo; SIMÕES, Manuel Jesus; INFORZATO, Heraldo C. Borges. Lúpus eritematoso sistêmico. Rev Ceciliana, v. 2, n. 1, p. 01-03, 2010. Acesso em 26 de julho de 2020 do unisanta.br: https://sites.unisanta.br/revistaceciliana/edicao_03/1-2010-1-3.pdf.