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A ABÓBADA

De Alexandre Herculano

Alexandre Herculano(1810-1877)

Alexandre Herculano de Carvalho e Araújo nasceu em Lisboa e foi um escritor, historiador e jornalista português, sendo um dos principais autores do romantismo em Portugal.

VIDA E OBRA DO AUTOR:

Frequentou o Colégio da Congregação do Oratório entre 1820 e 1825. Fez um curso de comércio e em seguida de diplomacia. Estudou ainda francês, inglês e alemão. Aderiu às ideias da Europa do seu tempo, não apenas ao movimento literário, Romantismo, mas naturalmente à vertente política, que privilegiava a liberdade dos povos e as monarquias constitucionais. O seu envolvimento numa revolta militar em 1831, obrigou-o a fugir e a procurar refúgio em Inglaterra e, posteriormente, em França. Regressou a Portugal no exército liberal e foi soldado durante a guerra civil. Foi deputado e chegou a desempenhar cargos políticos, mas manifestou a sua desilusão com a política e a vida pública.

OBRA:

OBRA:

Deixou uma importante obra literária, sobretudo romances históricos, mas também peças de teatro, poesia e ensaios, opúsculos e reflexões sobre o Estado, a sociedade e a Igreja de Portugal. Foi o introdutor do Romantismo, a par de Almeida Garrett. Contudo, o seu maior contributo foi no campo da História. Pode afirmar-se que Alexandre Herculano foi o primeiro historiador moderno português, tendo-se dedicado, sobretudo, ao estudo das origens de Portugal e dos problemas políticos e sociais da Idade Média, assim como à publicação de documentos, de forma crítica e rigorosa.

Assume particular relevância a sua História de Portugal, em vários volumes, que continua a ser um trabalho de grande valor e de importância fundamental para os medievalistas dos nossos dias. Algumas das principais obras de Alexandre Herculano são: "A harpa do crente"(1838), "O bobo"(1843), "Poesisas"(1850), "Lendas e narrativas"(1851), "História de Portugal", 4 volumes(1846-1853) "História da Origem e Estabelecimento da Inquisição em Portugal" )1854-1859), "A crente na liberdade" (1860), "Os infantes em Ceuta" (1842), sendo destes dois últimos escritos para teatro.

TEMPO E ESPAÇO DA OBRA:

ESPAÇO:

TEMPO:

AÇÃO:

A ação decorre no ano de 1401, século XV. No entanto, ao longo da obra somos ainda remetidos a acontecimentos entre 1385 e 1433.

Espaço físico: A obra decorre no Mosteiro da Batalha, ou como era conhecido, Mosteiro De Santa Maria Da Vitória.

Espaço social: A população vai desde frades que o habitam, a trabalhadores e pequenos comerciantes que acabam por se instalar aos arredores do mosteiro a fim de dar cabo ás necessidades da vila que ali começa sua fundação.

“O dia 6 de janeiro do ano da redenção 1401”

VOCABULÁRIO MILITAR:

Cavaleiro-Militar pertencente à cavalaria;

Cavalaria-Tropa que antigamente utilizava o cavalo e modernamente se serve de veículos motorizados e blindados;

Pajem-Rapaz nobre que acompanhava um príncipe ou um fidalgo na guerra; escudeiro;

Armada-Conjunto de navios e tropas de mar que pertencem a uma nação; esquadra, frota;

Gibão-Antiga veste sem mangas;

Brial-Túnica que os cavaleiros usavam sobre as armas;

Jorneia -Antiga veste, manto largo aberto aos lados e sem mangas;

Cota-Peça da armadura usada antigamente por cavaleiros para os defender dos golpes dos adversários;

Braçal-Peça que protege o braço;

Pelejadores- Aqueles que batalham.

VOCABULÁRIO:

Besteiros

Espada

Lança

VOCABULÁRIO ARQUITETÓNICO:

Arcada: Sucessão de arcos.

Bandeira: Caixilho ou quadro situado na parte superior de portas e janelas

cinzel: Instrumento de corte manual.

VOCABULÁRIO ARQUITETÓNICO

Abóbada: É uma construção, em forma de arco, que cobre um determinado espaço compreendido entre pilares ou coluna.

Capitel: Parte superior e mais larga de um pilar ou coluna.

Mainel:Coluna de pedra que divide em duas partes um vão ou uma concavidade, separação intermédia de um caixilho de uma janela com várias vidraças.

Cornija: É uma faixa horizontal que se destaca na parede, com finalidade de acentuar as nervuras nela empregadas.

PERSONAGENS PRINCIPAIS:

Afonso Domingues- Idade avançada de barba branca comprida e ficou cego, fiel às suas ideais, determinado, nobre, incompreendido, honrado, patriota e nacionalista. É um grande arquiteto português que construiu o claustro real e a sala do capítulo. Foi o Mestre arquiteto a quem se ficou a dever a traça original do Mosteiro da Batalha.

PERSONAGENS:

Mestre Ouguet -Arquiteto Irlandês que sucedeu Afonso Domingues na construção da abóbada do mosteiro da batalha em 1402 dirigindo as obras até 1438;

D.João I- Mestre de Avis foi o legitimo vencedor da Batalha de Aljubarrota tendo depois ocupado o cargo de rei de Portugal. Foi quem ordenou a construção do Mosteiro da Batalha.

PERSONAGENS SECUNDÁRIAS:

Personagens secundárias:

Frei Luís Lourenço- Frade Dominicano, foi o primeiro prior do convento Dominicano da Batalha;

Frei Joane- Procurador do mosteiro;

Ana Margarida- Ama de Mestre Afonso Domingues.

PERSONAGENS FIGURANTES:

Personagens figurantes:

Comitiva do Rei;

Frades Dominicanos- Receberam o mosteiro doado por D.João I;

Joao de Regras e Martim de Océm – Faziam parte do conselho de D.João l;

Álvaro Vaz de Almada-Pajem;

Brites de Almeida- A padeira de Aljubarrota (símbolo patriota);

Prisioneiros;

Obreiros;

Fernão de Évora;

Martim Vasques;

Povo.

6 de janeiro de 1401:

Início da obra e remete-nos aos início da construção do Mosteiro Da Batalha.

Datas históricas:

7 de maio de 1401:

4 meses depois da promessa de Mestre Afonso Domingues que consistia em ficar três dias, debaixo da abóbada sem comer e sem beber para provar a confiança que depositava na sua obra. Assim foi e Mestre Afonso cumpriu a promessa, no terceiro dia a abóbada permanecia mas este não aguentou ao jejum e acabou por falecer.

CARACTERÍSTICAS:

Drama em prosa: Afonso Domingues projeta uma abóbada para o Mosteiro da Batalha, porém a cegueira o afeta e julgam-no incapaz de realizar a obra. A construção passa para as mãos de outro arquiteto que falha. Depois Afonso Domingues é encarregado novamente do projeto de construir a abobada e executa com sucesso;

Pag6- linha 7 Exemplo de nacionalismo quando Mestre Afonso diz “mandaram escrever um estrangeiro” e de sentimentalismo através da utilização de pontos de exclamação, perguntas retoricas, reticências e varias enumerações para dar mais expressividade, ritmo e teatralidade e transmitir emoção à obra; afeto entre personagens e apoio na página27 "D. João I é assaz nobre e generoso,..."

Pag7-linha4- Historicismo ao serem referidos acontecimentos históricos e patriotismo em “cumpre ser portuges; cumpre ter vivido com a revolução que pôs no trono o Mestre de Avis“ e o egocentrimo.

Pag8-linha22- ditado popular ”Voz do povo é voz de Deus ou Voz do povo é a voz do Diabo”

Pag33-linha13-criação do herói nacional/ romântico” Se essa abóbada desabar, sepultar-me-á em suas ruínas: nem eu quisera encetar, depois de velho, uma vida desonrada e vergonhosa”

Romantismo:

radical "sepultar", pronome pessoal "me", "á" como desinência do futuro.

sabê-lo

sepultar-me-á

radical "saber", pronome pessoal "o".

perdoai-me

despi-los-ei

radical "despir" com desaparecimento do "r", pronome pessoal "os", desiniência de futuro "ei".

radical "perdo"com desiniência do imperativo "ai", pronome pessoal "me".

Conjugação pronominal:

varrê-la-ei

negar-vos-ei

radical "negar", pronome pessoal "vos", desiniência de futuro "ei".

radical "varrer" com desaparecimento do "r" e acento no "e", pronome pessoal "a", desiniência de futuro "ei".

perder-se-á

radical "perder", pronome pessoal "se", desiniência de futuro "á".

Presença e Ciência:

Quanto à presença, o narrador revela-se heterodiegético, isto é, não participante já que utiliza a 3ª pessoa para referir os acontecimentos. Em relação à ciência, este revela-se omnisciente, sabe tudo inclusive aquilo que as personagens pensam.

Narrador:

"...e mestre Ouguet dizia consigo, olhando para a porta por onde eles haviam passado:

– Pobres ignorantes! Que seria o vosso Portugal sem estrangeiros, senão um país sáfaro e inculto?... ademanes e trejeitos usados em

semelhantes autos.

Mestre Ouguet estava embebido neste mudo solilóquio..."

Exemplo que o comprova: página 14, linhas 27-35.

Recursos Expressivos:

Comparação: "Não vedes essas fendas, profundas como o caminho do Inferno?!"(página 20, linhas 9-10); "Um ruído, semelhante ao de cem bombardas que se houvessem disparado dentro do mosteiro" (página 22, linhas 20-21).

Enumeração: "cada coluna, cada mainel, cada fresta, cada arco" (página 8, linhas 10-11); "Os cavaleiros da comitiva, os frades, os três reis magos (que ainda estavam em pé sobre o tablado) e grande parte do povo tomaram o mesmo caminho." (página 23, linhas 11-13).

Metáfora: "Em Aljubarrota foi escrito o documento à ponta de

lança por mão castelhana..."(página 7, linhas 20-21);

"...com grande dissabor do poeta, que via murchar a coroa de louros que neste auto esperava obter." (página 19, linhas 21-22).

Personificação: "destes dias, enfim, em que a Natureza sorri como a furto, rasgando o denso véu da estação das tempestades." (página 3, linhas 19-20); "Subindo ao cadafalso, disseram como uma estrela os guiara até Jerusalém" (página 17, linha 12).

Ironia:" De resto, David Ouguet era bom homem, excelente homem: não fazia aos seus semelhantes senão o mal absolutamente indispensável ao próprio interesse; nunca matara ninguém, e pagava com pontualidade exemplar ao alfaiate e ao merceeiro. Prudente, positivo, e prático do mundo, não o havia mais..."(página 12, linhas 24-27).

Personificação, Ironia

Surgem então algumas personificações para que, mais uma vez o leitor tenha a percação do estado da Natureza e que até esta mudara o seu estado (no primeiro exemplo) e para recontar acontecimentos atribuindo caracteristicas, neste caso a uma estrela. A ironia surge para que, em tom satírico, se destaquem as características de Mestre Ouget.

Explicação:

Explicação

São utilizadas enumerações para dar um ritmo acrescido e alguma teatralidade à obra e ainda para que a ideia que pretende passar ao leitor seja mais clara. Quanto às comparações e metáforas, estas são utilizadas para que o leitor tenha exatamente a perceção pretendida.

Apóstrofe: "Guarde-vos Deus, mestre Afonso Domingues!" (página33);

"Álvaro Vaz, acompanhai este nobre cavaleiro a sua pousada." (página 29)

Apóstrofe, antítese

Antítese: "...de todo o

ruído e algazarra que poucas horas antes soava por aqueles contornos, apenas traspassavam pelas

frestas e portas do templo os sons do órgão, soltando a espaços as suas melodias, que

sussurravam e morriam ao longe, suaves como pensamento do Céu." (página 5)

Explicação

A apóstrofe surge para interpelar neste caso, essas duas personagens e tem a função de vocativo. Já a antítese surge como contraste entre o ruído e a suavidade e serenidade do som do orgão.

Livro de Job:

Aparece na Bíblia, mas não se sabe ao certo quem escreveu e a data em que o fez, supõe-se apenas que tenha sido escrito antes do tempo de Jesus.

Eneida:

Intertextualidade:

Poema épico latino escrito por Virgílio no século I a.C.

Duas obras que foram escritas com grande orgulho, brio e que, assim como a reconstrução da abóbada que deu origem à obra de Alexandre Herculano, foram feitas por encomenda.

Divina Comédia:

É um poema de viés épico e teológico da literatura italiana e mundial, escrito por Dante Alighieri no século XIV e dividido em três partes: o Inferno, o Purgatório e o Paraíso. Foi utilizada por pintores para criarem obras inspiradas nas suas histórias, assim como aconteca na Abóbaa com Mestre Afonso Domingues ao ver a sua abóbada.

Divina Comédia e O Ouro é vil

O ouro é vil:

Expressão usada para se referir ao dinheiro, como anteriormente o dinheiro não circulava em papel e sim em moedas de ouro representava o "vil metal" ou seja, o "dinheiro do mal", já que o dinheiro corrompe a pessoa. Na obra é utilizada para dar valor à inteligência do Homem e não ao dinheiro.

Mestre de Avis

Surge para simbolizar o valor à pátria Portuguesa, aquilo que ele e as suas tropas fizeram por Portugal e pela liberdade do povo português.

Paços da adúltera

Mestre de Avis, Paços da Adúltera

Surge na obra de modo a destacar quem deveria ser a pessoa que levanta a abóbada do Mosteiro de Santa Maria Da Vitória, quem lutou para lá estar e pelos maltratos do Homem para com a mulher.

Referências:

https://prezi.com/pxcj2erftemd/a-abobada/

https://prezi.com/wjos-fhxucpk/a-abobada/

https://sentirportugus.blogspot.com/2015/11/lendas-e-narrativas-alexandre-herculano_65.html

https://prezi.com/pxcj2erftemd/a-abobada/ ~

http://ensina.rtp.pt/artigo/uma-biografia-de-alexandre-herculano/

https://www.ebiografia.com/alexandre_herculano/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Eneida

"A Abóbada"- Alexandre Herculano

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