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Página 228
15/05/2018
Trabalho realizado por:
Inês Gonçalves
Miguel Timóteo
Raquel Alves
Estância 105
"O recado que trazem é de amigos,
Mas debaxo o veneno vem coberto,
Que os pensamentos eram de inimigos,
Segundo foi o engano descoberto,
Ó grandes e gravíssimos perigos,
Ó caminho de vida nunca certo,
Que, aonde a gente põe sua esperança, Tenha a vida tão pouca segurança!"
"No mar tanta tormenta, e tanto dano,
Tantas vezes a morte apercebida!
Na terra tanta guerra, tanto engano,
Tanta necessidade avorrecida!
Onde pode acolher-se um fraco humano,
Onde terá segura a curta vida,
Que não se arme, e se indigne o Céu sereno
Contra um bicho da terra tão pequeno?"
Estâncias 105-106
(vv. 1-4) - O sujeito poético mostra-nos que o povo de Mombaça finge ser amigo dos portugueses, mas acaba por os trair e por ser descoberto pelos mesmos.
(vv. 5-8) - O sujeito poético fala dos perigos e inseguranças que a vida tem e da esperança que as pessoas colocam na vida e no futuro.
(vv. 1-4) - O sujeito poético fala do mar e da terra, o mar simbolizando a morte e perigos e a terra simbolizando a guerra e o engano.
(vv. 5-8) - O sujeito poético fala do ser humano como um ser fraco diante da natureza, e por ele ser fraco e pequeno nunca vai encontrar segurança.
Os portugueses são considerados “bichos da terra” mas conseguiram vencer batalhas e fazer feitos históricos e por isso são considerados heróis.
105-106
Antítese
"O recado que trazem é de amigos,
Mas debaxo o veneno vem coberto,
Que os pensamentos eram de inimigos,
Segundo foi o engano descoberto,
Ó grandes e gravíssimos perigos,
Ó caminho de vida nunca certo,
Que, aonde a gente põe sua esperança, Tenha a vida tão pouca segurança!"
Metáfora
Anáfora de Interjeição
Reforçam o desencanto do sujeito poético
Hipérbole
Paralelismo/Enumeração
Anáfora
"No mar tanta tormenta, e tanto dano,
Tantas vezes a morte apercebida!
Na terra tanta guerra, tanto engano,
Tanta necessidade avorrecida!
Onde pode acolher-se um fraco humano,
Onde terá segura a curta vida,
Que não se arme, e se indigne o Céu sereno
Contra um bicho da terra tão pequeno?"
Personificação
Interrogação Retórica - sobre a possibilidade de “um bicho tão pequeno” encontrar um porto de abrigo sem atentar contra a tirania.
Metáfora - Reforça a desproporção que existe entre o homem/herói e as dificuldades/obstáculos que tem de enfrentar para atingir os seus objetivos.
Falsidade – (estância 104) “Estranhamente ledo, porque espera De poder ver o povo batizado, Como o falso piloto lhe dissera”
Traição- (estância 105) “O recado que trazem é de amigos, Mas debaixo o veneno vem coberto; Que os pensamentos eram de inimigos, Segundo foi o engano descoberto.”
A fragilidade na vida real é, na nossa opinião, muito forte nos momentos mais difíceis. Sentimo-nos frágeis quando estamos sensíveis, tristes ou quando somos forçados a fazer algum que não nos agrada. A vida está sempre a andar para a frente mas há acontecimentos que podem contraditar toda a nossa vida, como um acidente. É óbvio que somos bastante frágeis e a brutalidade pode arruinar a nossa felicidade, mas admitir a nossa fragilidade é um bom ponto de partida para manter o nosso projecto de vida.
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1. Os primeiros versos da estrofe 106, refletem a insegurança do homem num mundo adverso: «No mar, tanta tormenta e tanto dano,/Tantas vezes a morte apercebida!/ Na terra, tanta guerra,tanto engano,/ Tanta necessidade avorrecida!»
2. São várias as expressões genéricas utilizadas para designar o Homem: «a gente», «um fraco humano», «um bicho da terra tão pequeno». Estas expressões realçam a fragilidade e impotência do homem face a um poder superior «o Céu sereno».
3. Entre o v.6 da estância 105 e o v.5 da estância 106 é estabelecida uma relação de consequência: Como a vida é um caminho incerto, o homem interroga-se sobre a possibilidade de se sentir seguro.
4. Os recursos expressivos utilizados para realçar os lamentos do poeta são: a interjeição (est. 105, vv. 5-8) e as enumerações: «Tanta tormenta e tanto dano,/ tantas vezes a morte apercebida!»
5. A hipérbole está presente nas duas estâncias para evidenciar a insegurança e a fragilidade das vida humana. A Anáfora presente nos vv. 5-6 da est. 105 realça o caráter de lamento da reflexão do poeta
6. Na liríca é evidente a luta do eu contra o destino implacável por exemplo no soneto «Erros meus, má Fortuna, Amor ardente». A vida do poeta foi conturbada, mas ele não se sente frustado, antes orgulhoso, porque é a infelicidade que faz dele um herói. Esta problemática está também presenta no canto I da epopeia. A verdade é que os lusos conseguem atingir os seus objetivos apesar de todos os obstáculos, superando-se a si mesmos.