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Transcript

Geografia

Humanista

Contexto do Surgimento

SURGIMENTO

  • Na década de 50, um novo paradigma se apresenta nos estudos geográficos: trata-se do estudo das localizações.
  • É quebrada a ideia do espaço a partir da visão naturalista, cedendo a uma ideia funcionalista.
  • Surgem no mundo movimentos de discussão que ressaltam e alertam para o fato de que, enquanto área do conhecimento enquadrada nas ciências sociais, a Geografia pouco falava sobre os homens.

Fortalecimento

e autores

Tem-se assim um novo modo de pensar a Geografia, sob um enfoque cultural, no qual a natureza, a sociedade e a cultura são refletidas como fenômenos complexos sobre os quais só se obtém respostas a partir de experiências que se apresentam e conforme o sentido que as pessoas dão à sua existência.

Ganhando força a partir da década seguinte, sob influência da fenomenologia. Três dos mais importantes autores para a origem e desenvolvimento da perspectiva humanista são Yi-Fu Tuan, Anne Buttimer e Armand Frémont.

Dois conceitos fundamentais da geografia humanista são os de espaço vivido e de lugar.

Definição

  • É definida por bases teóricas nas quais são ressaltadas e valorizadas as experiências, os sentimentos, a intuição, a intersubjetividade e a compreensão das pessoas sobre o meio ambiente que habitam, buscando compreender e valorizar esses aspectos
  • Procura um entendimento do mundo humano através do estudo das relações das pessoas com a natureza, do seu comportamento geográfico, bem como dos seus sentimentos e ideias a respeito do espaço e do lugar. (TUAN, 1982)
  • “Um indivíduo não é distinto de seu lugar, ele é esse lugar”. (RELPH (1976, p.34)

Fenomenologia

MÉTODO

  • É uma metodologia filosófica que retoma a importância dos fenômenos – tudo que podemos saber do mundo e de nós próprios resume-se a esses fenômenos, a esses objetos fenomenais que o ser experimenta em sua finitude.
  • O interesse, para a Fenomenologia, não é o mundo que existe, mas sim o modo como o conhecimento do mundo se realiza para cada pessoa.

Fenomenologia e geografia

Na Geografia

  • Pode-se dizer que os sujeitos determinam o objeto e os objetos constituem os sujeitos.
  • Os embasamentos fenomenológicos na Geografia se estruturam em três pilares fundamentais: espaço, paisagem e lugar: "[...] o espaço é vivido, experienciado. A superfície limitante do espaço experienciado é a paisagem. Finalmente temos o conceito de lugar; este constitui o centro de significados expressando, não só a localização, mas o tipo de experiência com o mundo [...] O mundo vivido é o mundo dos espaços interre-lacionais, ou seja, conectam-se no mundo vivido as dimensões natural, social e cultural."
  • Como método de abordagem é um procedimento para descrever o mundo cotidiano da experiência imediata do homem, e isso incluem-se todos seus modos de vivências, como ações, lembranças e percepções. Ela vai valorizar a subjetividade do sujeito, validando a análise experiencial que estará ligada a intencionalidade com que o indivíduo passa ver as coisas ao seu redor, juntamente com o sentimento de pertencimento ao espaço o qual está inserido.

Geografia Humanista no contexto do Brasil

NO BRASIL

  • Apesar de cada uma possuir pontos de desenvolvimento particulares, entre a Geografia Humanista e a Geografia Cultural existem muitas coisas em comum entre ambas. No Brasil o desenvolvimento dessas perspectivas foi pouco delimitado no século XX
  • Os estudos pautados sobre a Geografia Humanista tomaram destaque a partir da década de 70, período no qual trabalhos acerca dessa linha de pensamento são traduzidos e publicados no país.

Autores brasileiros

Apesar de ser discutida por um grupo que, proporcionalmente, ainda é reduzido em relação a outras perspectivas de estudo geográfico, destacam-se alguns autores no país:

  • Lívia de Oliveira
  • João Baptista Ferreira de Mello
  • Maria Geralda de Almeida
  • Werther Holzer
  • Eduardo José Marandola Júnior

Lívia de Oliveira (1927-2020)

  • Considerada um ícone da alfabetização cartográfica no Brasil, como também, pioneira da Geografia Humanista neste país.
  • Seus estudos tiveram início na Didática da Geografia, passando pela Geografia Quantitativa e depois pela Percepção do Meio Ambiente e ascendendo à Geografia Humanista.
  • Nos estudos do meio ambiente, colocava o observador dentro da paisagem, integrando-se a ela e considerando-a como uma categoria geográfica relevante, ou melhor, uma das essências da própria Geografia.
  • Para Lívia, o espaço geográfico é substantivo, material, é o mundo-existência dos lugares, das paisagens, do vivido. Com relação ao humanismo, destaca que é marcado pela interdisciplinaridade (com arquitetura, história, psicologia, filosofia, pedagogia, literatura, antropologia e outros) daqueles se interessam pelas relações humanas.

João Baptista Ferreira de Mello (1949-2021)

  • Teve sua dissertação de mestrado com o tema: "O Rio de Janeiro dos compositores da música popular brasileira - 1928/1991 - uma introdução à geografia humanística", e no ano 2000, sua tese de doutorado – "Dos Espaços da Escuridão aos Lugares de Extrema Luminosidade – O Universo da Estrela Marlene como Palco e Documento para a Construção de Conceitos Geográficos".
  • Entre seus inúmeros projetos, se destacava o Roteiros Geográficos do Rio, uma caminhada a pé, pelos principais pontos da cidade, apresentando sua história, sua memória, seu legado, suas transformações ao longo do tempo, e principalmente a compreensão da alma dos lugares, sob a perspectiva dos indivíduos e grupos sociais.
  • “Os lugares são repletos de símbolos transitórios ou imorredouros. A simbologia não está restrita aos centros de afetividade, despojamento ou experiência. Os espaços vastos, estranhos, desconhecidos e distantes, bem como os “deslugares” monótonos e repetitivos reúnem igualmente símbolos de grandezas variadas.”

Maria Geralda de Almeida (1948-2022)

  • Foi presidente da Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Geografia (ANPEGE) de 2009 a 2011
  • Ênfase em Geografia Cultural, atuando principalmente nos seguintes temas: manifestações culturais, turismo, territorialidade, sertão; comunidades tradicionais (quilombolas e povos indígenas).
  • Responsável por importantes estudos sobre as tradições dos povos do Cerrado.
  • Livro: Territórios de tradições e de festas

Ensino/Aprendizagem

NA ESCOLA

  • A Geografia humanista contribui para que os discentes se reconheçam como sujeitos, com possibilidade concreta de atuação no espaço, por meio do lugar, compreendam as aparências, ausências e múltiplas manifestações dos fenômenos geográficos, ressignificados à luz de suas próprias experiências.

Como usar em sala de aula?

  • Usando o conceito de lugar, o professor dá um passo à valorização da significação do espaço construído por cada sujeito: ao usar exemplos relacionados à casa, rua, bairro, cidade e escola, a perspectiva particular de cada um será considerada no processo de construção coletiva dos conceitos.
  • Utilizar de exemplos cotidianos, de experiências, permitem avançar de ideias simples, conceitos cotidianos simples para um conceito mais sistematizado.
  • "[...] reconhecer o lugar de cada país no conjunto do planeta e de cada pessoa no conjunto da sociedade humana. É desse modo que se podem formar cidadãos conscientes, capazes de atuar no presente e de ajudar a construir o futuro" (SANTOS, 1994, p. 121).
  • No livro didático, como um produto impresso em grande quantidade, não se consegue abarcar os diversos contextos brasileiros. Deixa-se muito a desejar no que se refere a exemplificações, conceituações, problematização, avaliação e uso de imagens. Nesse sentido, o professor não pode se restringir a esse material didático: deve buscar ser um professor pesquisador, que saiba coletar e produzir materiais e novos conhecimentos com alunos a respeito da Geografia.
  • As próprias PCNs são humanistas quando mencionam que devemos levar aluno a compreender que ele também faz parte do meio ambiente, e se constitui, tanto em um agente ativo, como passivo das transformações no espaço geográfico
  • "A localidade dos educandos é o ponto de partida para o conhecimento que eles vão criando do mundo. 'Seu' mundo, em última análise, é a primeira e inevitável face do mundo mesmo". (FREIRE, 2011, p. 119)
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