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INTRODUÇÃO À LINGUÍSTICA

20/08

A competência linguística

in: FIORIN, José Luiz (Org.). Introdução à linguística. 6. ed. São Paulo: Contexto, 2015.

REGRAS DE CONVIVÊNCIA

Por que estudamos a Língua Portuguesa na escola?

INTRODUÇÃO

O que se busca na escola é que o aluno use mais adequadamente, e para maior variedade de fins, o conhecimento linguístico que já possui.

Qual a diferença entre estudarmos a Língua Inglesa e a Portuguesa na escola?

(1) Tinha uma jabuticabeira no quintal da minha casa.

(2) Havia uma jabuticabeira no quintal da minha casa.

LINGUAGEM

FORMAL

A Teoria Gerativa, proposta pelo linguista Noam Chomski, assumiu a explicação do conhecimento linguístico adquirido e amplamente desenvolvido nos primeiros anos de vida, independente de instrução.

CAPACIDADE

LINGUÍSTICA

INATA

MANIFESTAÇÕES DO CONHECIMENTO LINGUÍSTICO

A Gramática Gerativa assume que os seres humanos nascem com um componente da mente / cébero voltado para a linguagem.

Esse estado inicial vai sendo modificado à medida que a criança vai sendo exposta a um determinado ambiente linguístico.

COMO ESSA CAPACIDADE SE DESENVOLVE?

O estado inicial da faculdade da linguagem de qualquer criança é o mesmo, independente do ambiente linguístico.

DESENVOLVIMENTO

Esse estado se chama Gramática Universal e é entendido como um conjunto de princípios linguísticos determinado geneticamente.

OS PRINCÍPIOS RÍGIDOS SÃO INVARIÁVEIS

PRINCÍPIOS RÍGIDOS E PARÂMETROS

O valor dos parâmetros só é fixado ao longo do processo de aquisição, com base na informação linguística à qual a criança é exposta.

VOZ ATIVA

X

VOZ PASSIVA

Duas estruturas subordinadas, duas classes de verbos

2.1

(3) O residente custou para examinar a paciente do quarto 12.

(4) O residente pretende examinar a paciente do quarto 12.

(5) A paciente do quarto 12 custou para ser examinada pelo residente.

(6) A paciente do quarto 12 pretende ser examinada pelo residente.

(1) custar, parecer, costumar, começar, etc.

(2) pretender, querer, tentar, desejar, etc.

Essas características são conhecidas por qualquer falante nativo do português, apesar de não fazerem parte das regras gramaticais ensinadas na escola.

LÉXICO

X

SINTAXE

A gramática tradicional, em geral, diz que verbos que têm um sujeito e um objeto direto são passíveis de aparecer na voz passiva.

2.2

(21) Pedro construiu esta casa.

Esta casa foi construída por Pedro.

O assaltante assassinou algumas pessoas.

Algumas pessoas foram assassinadas pelo assaltante.

(22) As crianças quebraram o vaso de cristal.

O vaso de cristal foi quebrado pelas crianças.

(23) O Pedro quebrou a perna.

A perna foi quebrada pelo Pedro.

Como sabemos que a passiva em (23) não é possível com a interpretação desejada, se não aprendemos isso na escola?

O verbo "perder" pode ser passivizado?

(24) O carteiro perdeu a carta do banco.

A carta do banco foi perdida pelo carteiro.

OBSERVAÇÃO

(25) Meu irmão perdeu o amigo.

*O amigo foi perdido pelo meu irmão.

Se aprender uma língua fosse memorizar listas de palavras e de comportamentos sintomáticos peculiares associados a cada uma delas, a aquisição seria um processo mais longo que o observado nos estudos da aquisição, talvez até inatingível.

OBSERVAÇÕES FINAIS

- Determinados fatos semânticos têm reflexos inquestionáveis na sintaxe.

- Esses fenômenos apresentam regularidade em várias línguas.

OBSERVAÇÕES

FINAIS

- Nós possuímos um conhecimento claro desses fenômenos e de suas regularidades, sem nunca ter aprendido isso na escola.

A expressão nominal dependente busca sua referência em uma outra expressão nominal que a precede linearmente na sentença.

(66) A Joana disse que ela não gosta do Pedro.

(67) Ela disse que a Joana não gosta do Pedro.

A interpretação das expressões nominais

2.3

(59) A Joana não gosta de si mesma.

(60) A Joana não gosta dela.

Em (59), Joana é a única interpretação possível para a expressão "si mesma". Diferentemente, em (60), o pronome "ela" não pode se referir à Joana. Ele tem de buscar sua essência fora da sentença, no contexto da fala, ou do discurso.

Pronomes como "ele" e "ela" podem estabelecer sua referência fora do domínio da sentença, enquanto expressões como "si mesma", para poder referir, dependem totalmente de uma outra expressão linguística que com ela coocorre na sentença.

(61) *Si mesmo correu.

(62) Ele correu.

Interrogativas

Até o momento, precisamos contar exclusivamente com nossa intuição sobre a língua que falamos para discutir os dados apresentados. É surpreendente que todos os falantes da nossa língua saibam tanto sobre ela, sem que tenhamos sido formalmente expostos a qualquer explicação que dê conta dos fatos apresentados.

Sabemos muito mais sobre a língua que falamos do que nossos professores nos ensinaram.

2.4

(73) a. O Juca comprou o carro em 12 parcelas mensais.

b. Quem comprou o carro em 12 parcelas mensais?

c. O que o Juca comprou em 12 parcelas mensais?

d. Como o Juca commprou o carro?

Os exemplos em (73) formam os paradigmas de perguntas constituintes em períodos simples.

De modo geral, dizemos que houve uma extração do constituinte foco da pergunta. Isso quer dizer que o constituinte foco da pergunta sai de sua posição original e vai para uma posição que fica mais à esquerda na sentença.

PERÍODOS

COMPOSTOS

Se o deslocamento é uma propriedade geral das línguas, então é interessante observar exemplos que pretendem refletir essa realidade.

PERÍODOS

COMPOSTOS

(75) a. O Pedro disse que o Juca comprou o carro em 12 parcelas mensais.

b. Quem que o Pedro disse que comprou o carro em 12 parcelas?

c. O que que o Pedro disse que o Juca comprou em 12 parcelas mensais?

d. *Como que o Pedro disse que o Juca comprou o carro?

Diferentemente do que ocorre com o primeiro paradigma, (75)d não é uma pergunta possível, se a palavra "como" se aplicar a um constituinte da oração encaixada, ou seja, se for interpretada como o modo pelo qual a compra foi feita.

A pergunta (75)d é possível se "como" se aplicar a um constituinte da oração principal, isto é, se explicitar o modo como o Pedro disse que o Juca comprou o carro (em voz baixa, entusiasmado, etc.).

GRAMÁTICA

GERATIVA

Os exemplos apresentados mostram que o falante nativo desenvolve um sistema de conhecimento que é representado em sua mente.

GRAMÁTICA GERATIVA

A teoria Gerativa tem como objetivo a investigação do conhecimento linguístico do falante nativo, descrever esse conhecimento em termos de regras não basta.

Estranhezas causadas por questões de performance são parte do nosso dia a dia, enquanto que violações dos princípios que compõem nossa competência não ocorrem na realidade.

O que é realmente fascinante é que, sem nunca termos aprendido quais são esses princípios, nem com nossos pais, nem na escola, e sem nunca termos ouvido alguém violar algum deles e ser corrigido em sequência, conhecemos todos eles e os respeitamos qualquer ato de fala de que participamos, seja ele formal ou coloquial.

COMPETÊNCIA

X

PERFORMANCE

COMPETÊNCIA

X

PERFORMANCE

O conhecimento que temos de nossa língua materna do tipo que foi descrito no item 2 corresponde à noção de competência.

Nossa habilidade no uso correto da língua, nas mais variadas situações de fala, corresponde à noção de performance.

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