CURSO DE ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR MASTER INTERNACIONAL
TRAUMA TORÁCICO E ABDOMINAL
Enfermeira Andrelina Melo de Lima Gonçalves
Maceió, 2021
Avaliação da cena
Avaliação da cena
Componentes Principais:
Situação e segurança.
- Determinar a segurança do local;
- Garantir a segurança do socorrista e da vítima;
- Considerar a natureza da situação.
Segurança
- Não se tornar mais uma vítima;
- Nenhuma cena é 100% segura:
- Exposição a fluídos corporais;
- Substâncias químicas;
- Odores;
- Vapores;
- Agressor.
Segurança
Avaliação
da vítima
Avaliação da Vítima
- Base para o tratamento;
- Determina a atual condição do doente;
- Impressão geral:
- Sistema respiratório;
- Sistema circulatório;
- Sistema neurológico.
- Situações que põe em risco a vida:
- Intervenções.
- Avaliação primária;
- Avaliação secundária;
- Doente grave:
- Estabilizar e transportar.
Período de ouro
Tempo entre a ocorrência da lesão e o tratamento definitivo.
Período de Ouro
Alguns sistemas pré-hospitalares:
- 8-9 min para chegar na cena;
- 8-9 min para o transporte do doente ao centro de referência;
- 10 min: atendimento na cena.
- 30 min do período de ouro.
Minutos adicionais na cena em que o paciente está sangrando é tempo valioso que se esgota do período de ouro.
Avaliação
Primária
Avaliação primária
- Identificação e tratamento rápido das situações que colocam em risco à vida;
- Trauma multissistêmico;
- Trauma em sistema único;
- Rápida avaliação, reanimação e transferência para hospital.
Hemorragias Exsanguinantes
Identificar e controlar hemorragias externas exsanguinante:
- Sangramentos arteriais;
- Couro cabeludo;
- Juncional.
Tratamento
- Pressão direta;
- Agentes hemostáticos;
- Torniquete.
X
Tratamento da via aérea e estabilização da coluna cervical
VIA AÉREA
- Examinar para garantir que esteja permeável (aberta e limpa);
- Remover sangue, substâncias orgânicas e corpos estranhos;
- Considerar dispositivos mecânicos: cânula oro ou nasofaríngea, dispositivos supraglóticos ou tubo traqueal.
A
ESTABILIZAÇÃO DA COLUNA CERVICAL
- Suspeitar de lesão cervical até que seja descartado;
- Manter a cabeça e o pescoço em posição neutra (estabilizados).
Ventilação
AVALIAÇÃO DA VENTILAÇÃO
- Verificar se o doente está ventilando;
- Caso não esteja, iniciar ventilação assistida com BVM;
- Verificar se a VA está desobstruída, prosseguir com ventilação e pensar em via aérea definitiva.
B
- Ventilação anormal: expor o tórax, palpar e auscultar (identificar sons anormais, reduzidos ou ausentes).
Circulação e hemorragia
- Hemorragia deve ser identificada e controlada;
- A hemorragia é a causa mais comum de morte evitável decorrente do trauma;
- A avaliação primária não pode avançar a menos que a hemorragia esteja controlada;
- Locais primários de hemorragia interna maciça: tórax, abdome, espaço retroperitoneal e os ossos longos.
C
CONTROLE DA HEMORRAGIA
- 1- Pressão direta;
- 2- Curativo compressivo;
- 3- Torniquete.
Disfunção Neurológica
D
Medida indireta da oxigenação cerebral:
- Oxigenação cerebral diminuida (hipóxia e hipoperfusão);
- Lesão do SNC;
- Intoxicação por álcool e drogas;
- Distúrbios metabólicos.
AVDI
- A - Alerta
- V-Resposta ao estímulo verbal
- D-Resposta ao estímulo doloroso
- I - Inconsciência
Escala de Coma de Glasgow
Lesão leve: 13-15
Lesão moderada: 9-12
Lesão grave: 3-8
Indicação de tratamento de via aérea: ≤8
ECG
Exposição/Ambiente
- Remover as roupas, pois sua exposição é essencial para identificar todas as lesões;
- Depois de examinar todo o corpo, cobrí-lo novamente para evitar hipotermia.
E
Avaliação secundária
Avaliação da cabeça aos pés, realizada apenas após o término da avaliação primária.
- Objetivo: Identificar as lesões ou os problemas que não foram encontrados durante a avaliação primária.
- Fique atento em relação a hemorragias internas ou externas;
- Examine toda a pele;
- Observe todas as lesões de tecidos moles;
- Observe tudo que não "pareça certo".
Abordagem:
- Veja, não olhe apenas;
- Ouça, não escute apenas;
- Sinta, não toque apenas.
- Repare em qualquer ruído respiratório não usual;
- Repare em sons anormais auscultados;
- Verifique se o som respiratório está presente e uniforme.
- Palpe todas as regiões do corpo;
- Observe quaisquer achados anormais.
Avaliação secundária
SAMPLE
Histórico SAMPLE
Sintomas: Do que o doente se queixa?
Alergias: Tem alergias conhecidas?
Medicamentos: Quais medicamentos em uso?
Passado médico e cirúrgico anterior: Possui algum problema significativo? Já passou por alguma cirurgia?
Líquidos e alimentos (última refeição): Quanto tempo desde a última refeição?
Eventos: Quais eventos precederam a lesão? Imersão em água e exposição a materiais perigosos.
TRAUMA TORÁCICO
- Lesões que resultam de mecanismos contusos ou penetrantes.
- Possuem maior probabilidade de comprometer respiração e a circulação.
Trauma
torácico
FISIOPATOLOGIA
Lesão Penetrante
- Objeto atravessa a parede do tórax;
- Pode haver lesões de órgãos situados no tórax;
- Ocorre a comunicação entre a cavidade peitoral e o ambiente exterior;
- Pode entrar ar pela lesão durante a inspiração;
- Colapso pulmonar, impedindo a ventilação eficaz.
Lesão contusa
- Resulta de uma força contusa na parede do tórax que pode ser transmitida para os órgãos torácicos.
Avaliação
Histórico:
- SAMPLA;
- Mecanismo que resultou na lesão;
- Dor no peito (aguda, pontada, facada, constrição).
Exame Físico:
- Inspeção:
- Palidez, cianose, sudorese, distensão das veias jugulares, posicionamento da traqueia, tórax (contusões, abrasões, lacerações e se a parede torácica se expande simetricamente);
- Palpação: sensibilidade, crepitação (óssea ou enfisema subcutâneo), e instabilidade óssea da parede torácica;
- Percussão: avaliação prejudicada pelo ambiente barulhento;
- Ausculta: diminuição de MV e sons cardíacos abafados;
- Oximetria e Capnografia em forma de onda.
TÓRAX INSTÁVEL
Ocorre quando dois ou mais arcos costais adjacentes são fraturados em mais de um lugar ao longo do seu comprimento.
- Movimento paradoxal do seguimento instável (pode ser evidente ou não);
- Ventilação menos eficiente;
- Contusão pulmonar subjacente pode ocorrer, prejudicando a ventilação e a troca gasosa.
Avaliação
- Dor intensa;
- FR elevada, respirações superficiais, hipóxia e cianose;
- Espasmo de músculos intercostais (para estabilidade de segmento instável);
- Fadiga dos músculos = evidencia movimento paradoxal;
- Sensibilidade e creptação óssea;
- A palpação pode evidenciar a instabilidade.
TÓRAX INSTÁVEL
Tratamento:
- Alívio da dor
- Analgésicos narcóticos
- Suporte ventilatório;
- BVM (AMBU), CPAP, IOT;
- Monitoramento do quadro
- Risco de contusão respiratória subjacente;
- FR e oximetria;
- Fornecer oxigênio visando saturação de pelo menos 95%;
- Acesso venoso;
- Tentar estabilizar o seguimento é contra-indicado, pois pode gerar prejuízos ventilatórios.
CONTUSÃO PULMONAR
Ocorre quando o tecido pulmonar é dilacerado ou rompido por mecanismos contundentes ou penetrantes, o sangramento nos espaços aéreos alveolares pode resultar em contusão pulmonar.
- Lesão mais comum e potencialmente fatal da lesão torácica;
- Pode ocorrer piora nas primeiras 24 horas após lesão, levando a insuficiência respiratória;
- Trocas gasosas estão prejudicadas;
- Geralmente associada a tórax instável.
Avaliação:
- Inicialmente não há comprometimento respiratório;
- Com a progressão da contusão há:
- Aumento da FR;
- Estertores na ausculta.
CONTUSÃO PULMONAR
- Tratamento:
- Suporte ventilatório;
- Avaliação contínua da FR;
- Atentar-se a sinais de dispneia;
- Monitorizar o paciente com oxímetro e capnógrafo;
- Ofertar oxigênio a todos os pacientes com suspeita de contusão, visando faixa de saturação normal;
- Dispositivos de ventilação: BVM (AMBU), CPAP ou IOT, caso seja necessário.
- Reposição volêmica: balanceada, administração agressiva de fluídos pode aumentar o edema e comprometer a ventilação e a oxigenação.
HEMOTORÁX
Ocorre quando entra sangue no espaço pleural.
- O espaço pleural pode acomodar um volume entre 2.500 a 3.000 ml;
- O sangramento pode vir da musculatura da parede torácica, vasos intercostais, parênquima pulmonar, vasos pulmonares ou grandes vasos do tórax.
AVALIAÇÃO:
- Desconforto, dor no peito e falta de ar;
- Sinais de choque;
- Taquicardia, taquipneia, confusão, palidez e hipotensão;
- Ausculta reduzida ou ausente no local da lesão;
- Percussão também é diminuída;
- Não há distensão de veias do pescoço devido a hipovolemia.
- Associação com pneumotórax = Comprometimento cardiorrespiratório.
HEMOTORÁX
TRATAMENTO:
- Observação para detectar piora fisiológica;
- Alta concentração de oxigênio;
- Monitorar estado hemodinâmico;
- Obter acesso intravenoso e administrar fluídos de modo controlado;
- Transporte rápido para instituição com capacidade de hemotransfusão e de intervenção cirúrgica.
PNEUMOTÓRAX
- Simples
- Presença de ar no espaço pleural com colapso do pulmão envolvido;
- Aberto
- Ferimento torácico soprante, envolve o pneumotórax associado a falha na parede torácica, permitindo a entrada e a saída de ar do espaço pleural com o esforço respiratório.
- Hipertensivo
- Ocorre quando o ar continua a entrar e fica preso no espaço pleural com gradual aumento da pressão intratorácica. Há o desvio do mediastino, diminuição do retorno venoso para o coração comprometendo a função circulatória.
PNEUMOTÓRAX SIMPLES
AVALIAÇÃO
- Dor pleurítica;
- Falta de ar de leve a grave;
- Redução dos MVU no local da lesão;
TRATAMENTO
- Obter EV;
- Ofertar oxigênio;
- Monitorar oximetria de pulso e capnografia em forma de onda;
- Posicionar em semi-fowler, se não houver contra-indicação;
- Transportar rapidamente;
- Reavaliar constantemente pois o doente pode evoluir com pneumotórax hipertensivo.
PNEUMOTÓRAX ABERTO
AVALIAÇÃO
- Ferimento torácico soprante (inspiração: sons de sucção/expiração: sons de borbulhar);
- Desconforto respiratório;
- Ansiedade e taquipnéia;
- Taquicardia e pulso filiforme;
TRATAMENTO
- Ofertar oxigênio;
- Fechar área torácica lesionada (curativo torácico ventilado);
- Reavaliar constantemente devido ao risco de pneumotórax hipertensivo.
PNEUMOTÓRAX ABERTO
TRATAMENTO
- Se apresentar taquicardia, taquipneia ou outras indicações de desconforto respiratório, retire o curativo por alguns segundos e ajude na ventilação caso necessário.
- Se persistir pode ser necessário toracostomia com agulha no segundo espaço intercostal, na linha média da clavícula ou na linha do mamilo na linha média axilar.
- Não havendo melhora pode ser necessária a IOT e ventilação por pressão positiva.
PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO
AVALIAÇÃO
- Sinais e sintomas dependem da quantidade de pressão acumulada no espaço pleural;
- Início: apreensão e desconforto;
- Piora: dor no peito e dificuldade de respirar; agitação, taquipneia e insuficiência respiratória;
- Achados clássicos: desvio de traqueia para longe do lado da lesão, redução dos murmúrios vesiculares do lado da lesão e percussão timpânica.
- Outros achados: distensão de veia jugular, creptação da parede torácica, cianose, taquicardia, taquipneia, hipotensão e choque descompensado.
PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO
TRATAMENTO
- Descomprimir
- Piora da insuficiência respiratória ou dificuldade de ventilação com AMBU;
- Redução unilateral ou ausência de murmúrio vesicular;
- Choque descompensado (PAS <90 mmHg com redução de pressão de pulso.
- Remoção de curativo oclusivo
- Toracostomia com agulha
- Confirmar posição do TOT antes da descompressão.
- Toracostomia com tubo (intra-hospitalar).
TAMPONAMENTO CARDÍACO
Ocorre quando um ferimento no coração permite que fluidos se acumulem exatamente entre o saco pericárdico e o coração. O saco pericárdico é composto por um tecido fibroso e inflexível.
- Quando ocorre acúmulo de fluidos a pressão pericárdica aumenta impedindo o retorno venoso ao coração, levando a redução do DC e da pressão arterial;
- Pericárdio de um adulto: pode acomodar 300mL, mas 50mL já é o suficiente para impedir o retorno venoso;
- Pode ocasionar uma Atividade Elétrica Sem Pulso (AESP);
- Maior frequência associado a ferimento por arma branca, quando ocorre por arma de fogo em geral é tão grave que o pericárdio não consegue conter a hemorragia.
TAMPONAMENTO CARDÍACO
AVALIAÇÃO:
- Tríade de Beck
- Pulso paradoxal
TRATAMENTO
- Transporte rápido e monitorado para centro com tratamento cirúrgico imediato.
- Acesso intravenoso para terapia com fluídos;
- Se estiver hipotenso -> IOT/Ventilação por pressão positiva;
- Pericardiocentese;
- Toracotomia de reanimação.
CONTUSÃO CARDÍACA
Lesão cardíaca da aplicação de força na região anterior do tórax, principalmente em desaceleração, como em acidente com violento impacto frontal.
- Contusão cardíaca: o músculo cardíaco fica contundido, com vários graus de lesão nas células miocárdicas;
- Ritmos cardíacos anormais: taquicardia sinusal;
- Se a região septal estiver lesionada: o ECG pode mostrar anormalidades na condução como bloqueio de ramo direito;
- Se um volume considerável do miocárdio foi lesionado, a contratilidade pode ficar prejudicada e o DC declinar, resultando em choque cardiogênico;
- Ruptura valvular: ruptura das estruturas de suporte das válvulas ou as próprias válvulas;
- Apresenta diversos graus de choque e sinais e sintomas de ICC, como taquipneia, estertores e sopro recente;
- Ruptura cardíaca por contusão: evento raro, a maioria morre na cena, devido a hemorragia intensa ou tamponamento cardíaco fatal.
AVALIAÇÃO
- Impacto frontal com centro do tórax;
- A vítima queixa-se de dores no peito e/ou falta de ar;
- Se houver arritmia, pode-se queixar de palpitações;
- Achados físicos preocupantes: contusões, crepitação e instabilidade do esterno (esterno flutuante).
TRATAMENTO
- Avaliação correta de que pode ter ocorrido lesão cardíaca por contusão e a transmissão ao hospital de destino;
- Administrar oxigênio em alta concentração e acesso IV;
- Realizar monitorização e em caso de arritmias deve ser administrado a farmacoterapia antiarritmica padrão.
RUPTURA TRAUMÁTICA DA AORTA
Resulta de um mecanismo de aceleração/desaceleração de força significativa, como em colisões de carros em alta velocidade com impacto frontal e quedas de grandes alturas.
- O coração, a aorta e o arco aórtico são relativamente móveis dentro da cavidade torácica;
- Quando a ruptura se estende através de toda a espessura da parede torácica, entra em processo fatal de perda de sangue para dentro da cavidade pleural;
- Se houver apenas a ruptura parcial através da parede, deixando intacta a camada externa, o paciente pode sobreviver por um determinado tempo.
AVALIAÇÃO
- Suspeita em mecanismos de aceleração/desaceleração de alta energia;
- Variação na qualidade do pulso e pressão arterial entre as duas extremidades superiores ou entre as inferiores;
- O diagnóstico exige exame radiográfico no hospital;
- Radiografia de tórax: alargamento do mediastino;
- Diagnóstico definitivo: aortografia, TC de tórax e ecocardiografia transesofágico.
TRATAMENTO
- No ambiente pré-hospitalar é de suporte;
- Administração de alta concentração de oxigênio e acesso IV;
- Comunicação com a unidade de destino;
- Controle rigoroso de pressão arterial;
- Controle da infusão de fluidos, podendo ser administrado betabloqueadores.
TRAUMA ABDOMINAL
- Lesão abdominal não reconhecida é uma das principais causas de morte evitável no doente de trauma;
- Todo doente com choque inexplicado após sofrer uma lesão traumática no tronco tenha uma hemorragia intra-abdominal até se provar o contrário;
- A cinemática aumenta o índice de suspeita do socorrista para possível trauma abdominal.
Trauma abdominal
FISIOPATOLOGIA
- Órgãos sólidos e vascular (fígado, baço, aorta e veia cava): sangramento;
- Órgãos ocos (intestino, vesícula biliar e bexiga urinária): deixam cair seu conteúdo na cavidade abdominal, também sangram, mas não com a mesma velocidade de órgãos sólidos;
- A liberação de ácidos, enzimas digestivas e bactérias para dentro da cavidade abdominal: peritonite e sepse.
- Trauma penetrante: ferimentos de facadas, arma de fogo e empalação;
- Trauma fechado: ocasionado por forças de compressão e cisalhamento, como em colisões de carro ou motocicleta, atropelamento ou queda de altura.
Avaliação
Histórico:
- SAMPLA;
- Mecanismo que resultou na lesão;
- Exemplo de uma colisão com veículo:
- Tipo de colisão, posição do doente no veículo ou ejeção;
- Velocidade estimada do veículo no momento da colisão;
- Extensão do dano ao veículo;
- Uso de dispositivos de segurança.
- Exemplo de lesão penetrante:
- Tipo de arma (revólver ou rifle, calibre, comprimento da faca);
- Número de vezes que o doente foi baleado ou esfaqueado;
- Distância da qual o doente foi baleado;
- Quantidade de sangue na cena.
Exame Físico:
Geralmente apresentam via aérea pérvia;
As alterações encontradas geralmente correspondem ao grau de choque encontrado;
O indicador mais confiável de sangramento intra-abdominal é a presença de choque hipovolêmico de origem não explicada.
Exame Físico:
- Avaliação secundária
- Inspeção: lesão de tecidos moles, distensão, contusões, abrasões, ferimentos por tiro ou facada, sangramento evidente, achados incomuns, sinal de cinto de segurança, sinal de Grey-turner (flancos) e Cullen (umbigo).
- Palpação: realizada para identificar áreas de sensibilidade.
- Defesa voluntária e involuntária;
- Pelve: 1- pressionar cristas ilíacas para dentro; 2- para fora; 3- sínfise púbica para trás.
Exame Físico:
- Avaliação secundária
- Ausculta: não é uma ferramenta útil de avaliação pré-hospitalar, no entanto, se forem ouvidos sons do instestino sobre o tórax durante a ausculta, pode-se considerar uma ruptura diafragmática.
- Percussão: informação que não altera o tratamento pré-hospitalar.
OBJETOS EMPALADOS
É a empalação com ou sobre um objeto quando alguém cai por sobre um pedaço saliente de madeira ou metal.
- A remoção e movimento de um objeto empalado é contraindicado no ambiente pré-hospitalar, devido ao risco de trauma adicional e sangramento;
- Geralmente a remoção é realizada no centro cirúrgico após avaliação radiográfica e reserva/reposição de sangue;
- Pode ser realizado a estabilização do objeto de forma manual ou mecanicamente;
- Não deve ser realizado a palpação e percussão no abdomên nessas circunstâncias.
EVISCERAÇÃO
Uma parte do intestino ou outro órgão abdominal é deslocado através de um ferimento aberto e se projeta para fora da cavidade abdominal.
- Não devem ser feitas tentativas para se recolocar o tecido eviscerado na cavidade abdominal;
- Deve-se proteger o seguimento protuberante do intestino ou de outro órgão com um curativo umedecido com solução salina;
- Devem ser imediatamente transportados para uma unidade com centro cirúrgico.
TRAUMA NA GESTANTE
A gestação causa alterações anatômicas e fisiológicas aos sistemas do organismo. Essas alterações podem afetar os padrões de lesões observadas e tornar a avaliação desafiadora.
- Lesões no útero: ruptura, penetração, abruptio placentae e ruptura prematura das membranas;
- A placenta e o útero são altamente vascularizados, lesões podem resultar em hemorragia profunda;
- Ocorre um aumento do débito cardíaco durante a gestação, onde pode chegar a perder 30 a 35% do volume sanguíneo antes de apresentar sinais e sintomas de hipovolemia;
- O tratamento efetivo da gestante é a chave da sobrevivência da mãe e do feto;
- O transporte da gestante não deve ser retardado.
LESÕES GENITURINÁRIAS
Lesões nos rins, ureter e bexiga ocorrem mais frequentemente com hematúria. Este sinal não será notado até que seja inserido um cateter urinário.
- Fraturas pélvicas podem estar associadas a lacerações da bexiga e das paredes da vagina ou reto;
- Fraturas pélvicas abertas podem resultar em hemorragia externa grave;
- O trauma de genitália externa pode ocorrer devido a vários mecanismos, embora predominem lesões resultantes de ejeção de moto, acidente industrial, ferimento por arma de fogo ou agressão sexual;
- Geralmente o sangramento pode ser controlado com pressão direta ou curativo compressivo;
- Não inserir curativos na vagina ou na uretra para controlar sangramento.
Referências
Referências
BRASIL. Ambulância do Samu é interceptada e paciente executado dentro de veículo, 2015. Disponível em: http://g1.globo.com/bahia/noticia/2015/09/ambulancia-do-samu-e-interceptada-e-paciente-executado-dentro-de-veiculo.html>. Acesso em: 16 Nov. 2020.
MALAGUTI, W; MARTINS, J. C. A. Catástrofes: atuação multidisciplinar em emergências. São Paulo: 2011.
PHTLS – Pre hospitalar Trauma Life Support. Atendimento pré-hospitalar ao traumatizado. Tradutores: Diego Alfaro e Hermíniode Mattos Filho. Ed. 8. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017.
PHTLS – Pre hospitalar Trauma Life Support. Atendimento pré-hospitalar ao traumatizado. Tradutores: Diego Alfaro e Hermíniode Mattos Filho. Ed. 9. Rio de Janeiro: Elsevier, 2018.