Mulheres, raça e classe; Marielle Franco e Karina Vieira discutem Angela Davis no Brasil
Pesquisa sobre mulheres negras
"Não é apenas pela precisão histórica que um estudo desses deve ser realizado; as lições que ele pode reunir sobre a era escravista trarão esclarecimentos sobre a luta atual das mulheres negras e de todas as mulheres em busca da emancipação" (p. 24)
Quitandeiras, 1875. Rio de Janeiro
Disponível em: <http://brasilianafotografica.bn.br/?p=520>
Negra com seu filho, c. 1884. Salvador, BA
Disponível em: <http://brasilianafotografica.bn.br/?p=520>
Escravos na colheita de café, c. 1882. Vale do Paraíba, RJ
Disponível em: <http://brasilianafotografica.bn.br/?p=520>
Antônio da Costa Pinto com a sua ama de leite, 1868, Salvador (BA)
Disponível em: <http://brasilianafotografica.bn.br/brasiliana/handle/bras/4953>
O legado da escravidão:
parâmetros para uma nova condição da mulher
Trabalho e mulheres negras
"(...)quando era lucrativo explorá-las como se fossem homens, eram vistas como desprovidas de gênero; mas, quando podiam ser exploradas, punidas e reprimidas de modos cabíveis apenas às mulheres, elas eram reduzidas exclusivamente à sua condição de fêmeas" (p. 25)
-> Qual seria o legado da escravidão para Angela Davis?
"A existência delas [famílias], contudo, nos é assegurada pelo nosso próprio presente, repleto do legado de sucessivas gerações. O incessante, senão crescente, medo dos senhores de seus escravos é outra prova. Uma última é mais cruel: à escravidão apenas importava ferir a humanidade do cativo [e cativa] o suficiente para conservá-lo escravo [e escrava], mais que isso era tolice" (FLORENTINO, GÓES; 2017, P. 154)
Partida para a colheita do café com carro de boi, 1885, Vale do Paraíba
Disponível em: <http://brasilianafotografica.bn.br/brasiliana/handle/bras/5451>
Famílias negras
"(...) uma vez que as mulheres negras, enquanto trabalhadoras, não podiam ser tratadas como o 'sexo frágil' ou 'donas de casa', os homens negros não podiam aspirar à função de 'chefes de família', muito menos à de 'provedores de família'. Afinal, homens, mulheres e crianças era igualmente 'provedores' para a classe proprietária de obra escrava" (p. 26)
-> Pesquisa sobre mulheres negras
-> Trabalho e mulheres negras
-> Famílias negras
-> Resistência, lutas e mulheres negras
-> A força da mulher negra
"À medida que tentavam desperada e cotidianamente manter sua vida familiar, usufruindo o máximo possível da autonomia de que conseguiam se apoderar, escravos e escravas manisfestaram um talento impecável para humanizar um ambiente criado para convertê-los em uma horda de unidades de força de trabalho" (p. 32)
"Mulheres negras chefes de família historicamente têm sobrevivido com um terço ou a metade da renda com a qual mulheres brancas chefes de família o fazem (...)" "REICHMANN, 1995, p. 499"
Fonte:
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/09/casa-so-com-mae-e-avo-e-fabrica-de-desajustados-para-trafico-diz-mourao.shtml
"(...)a origem da opressão era mais profunda do que a discriminação racial que produziu desemprego, habitação de má qualidade, educação inadequada e atedimento médico precário. Sua raiz era descrita como um 'emaranhado de patologias' que resultava da ausência de autoridade masculina entre o povo negro!" (p. 30)
Disponível em: <http://benditabf.com.br/2018/07/25/nossas-guerreiras-negras-latino-americana-e-caribenhas-25-de-julho-dia-de-homenagear-os-feminismos-alem-das-fronteiras/>
Resistência, lutas e mulheres negras
"(...)as mulheres negras eram iguais a seus companheiros na opressão que sofriam; eram socialmente iguais a eles no interior da comunidade escrava; e resistiam à escravidão com o mesmo ardor que eles" (p. 37)
A CARNE - Elza Soares
A força da mulher negra
DAVIS, Angela. "O legado da escravidão: parâmetros para uma nova condição da mulher". In ________. Mulheres, raça e classe. São Paulo: Boitempo, 2016, p. 23-48.
FLORENTINO, Manolo; GÓES, José Roberto. A paz das senzalas: famílias escravas e tráfico atlântico, Rio de Janeiro, C. 1790-C. 1850. São Paulo: Editora Unesp, 2017.
GRAHAM, Sandra Lauderdale. Caetana diz não: Histórias de mulheres da sociedade escravista brasileira. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.
REICHMANN, Rebecca. "Mulher negra: um retrato". In RIBEIRO, Matilde (org.). Dossiê Mulheres Negras. Revista Estudos Feministas, v. 3, n, 2, 1995. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/issue/view/301/showToc 3, n, 2, 1995, p. 496-505.
"Foram essas mulheres que transmitiram para suas descendentes do sexo feminino, nominalmente livres, um legado de trabalho duro, perseverância e autossuficiência, um legado de tenacidade, resistência e insistência na igualdade sexual- em resumo, um legado que explicita os parâmetros para a nova condição da mulher" (p. 41)