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O impacto desse contato do professor Ritter com os hoje editores da Revista Criacionista os inspirou a publicar, inicialmente, traduções em português dos artigos daquele periódico dos Estados Unidos.
“Dessa forma, com o influxo inicial proporcionado pelo professor Ritter, e com o subsequente apoio da Creation Research Society, que autorizou a tradução dos artigos, foi possível estabelecer informalmente a Sociedade Criacionista Brasileira.” Dr. Ruy Vieira
Na semana cultural de 1970,
o professor Ritter apresentou uma palestra sobre
a datação com carbono radioativo. No fim de sua fala,
ele indicou bibliografia crítica sobre o assunto, fazendo menção à Creation Research Society, entidade criacionista norte-americana, fundada havia cerca de dez anos,
e que vinha publicando sua revista trimestral
com artigos muito bem fundamentados.
Foi nesse evento
que entrou em cena
o matemático Orlando Rubem Ritter, homenageado pela SCB como pioneiro do criacionismo no Brasil,
em agosto de 2011,
em Curitiba.
A ideia de se organizar uma entidade criacionista, no fim de 1971, está diretamente ligada à realização de uma semana cultural organizada no ano anterior, em São Carlos, pelo pastor Leondenis Vendramin, então distrital naquela cidade. Nesse evento, vários palestrantes, na maioria professores do antigo Instituto Adventista de Ensino (IAE), foram convidados a expor assuntos de interesse cultural e científico, cabendo ao Dr. Ruy
falar sobre o dilúvio bíblico.
Autodidata e estudioso (dominava sete idiomas), passou a escrever artigos sobre temas científicos ligados à Astronomia, o que resultou na produção de várias coleções, como A Conquista do Espaço, Maravilhas da Ciência, Enciclopédia Peon e Mistério
e Surpresas do Átomo.
Participou ativamente
como membro da
Associação Brasileira
de Astronomia (ABA).
Maravilhas da Ciência foi publicado pela Associação Brasileira de Astronomia (1950). Nele, na página 281, Miñan escreveu: “Uma escritora americana, Ellen G. White, que nada sabia de astronomia e que provavelmente nunca ouvira falar da Nebulosa de Órion, em um de seus livros traduzido para o português com o título de Vida
e Ensinos, depois de comentar essa luminosidade escreveu [e ele cita o texto de Ellen White]. Isso dito assim tão simplesmente por quem nunca olhou um livro de astronomia, nem sonhava com buracos em parte alguma do céu, só pode ser creditado a dois fatores: histerismo ou inspiração. ...
Nasceu na Espanha, veio para o Brasil e se estabeleceu em Porto Alegre, RS. Trabalhou numa fábrica de doces. Sua supervisora, Nila, o convidou para assistir a uma série de conferências da Igreja Adventista. Ambos foram
batizados e se casaram. Júlio
se formou em Teologia pelo
CAB (hoje Unasp), em 1925
(quarta turma). Foi pastor
no Brasil, na Espanha
e em Portugal.
Biólogo adventista, escritor
e um dos fundadores da Creation Research Society. Seu livro Estudos Sobre Criacionismo
foi publicado na década
de 1950, pela CPB.
Fundou e presidiu o Science Research Bureau, em Los Angeles, cujo propósito era provar a veracidade da Bíblia por meio de estudos em biologia,
paleontologia e antropologia.
Seu livro foi publicado no Brasil,
em 1950, pela imprensa presbiteriana.
“Para ser histerismo, parece científica demais
a afirmação de que toda uma cidade, a Nova Jerusalém, tenha livre passagem pelo túnel de Órion. A escritora não sabia do túnel, nem que ele é tão largo a ponto de comportar noventa sistemas solares. Terá sido revelado a essa escritora uma verdade que os astrônomos não puderam descobrir?”
1986
1968
Newton Freire-Maia (1918-2003)
Professor e geneticista
Evolucionista teísta
Gustavo Corção
(1896-1978)
Engenheiro, escritor
e pensador
Apostila Ciência e Religião (1977-1978)
1972
A história da Sociedade Criacionista Brasileira (SCB) remonta ao fim de 1971, quando a família do engenheiro Ruy Carlos de Camargo Vieira foi especialmente tocada por Deus para abraçar uma missão.
Ele, a falecida esposa Jandyra, os filhos, Rui e Pedro Henrique, a mãe, Berta – com o apoio de Francisco Batista de Mello, Nahor Neves de Souza Júnior, Humberto Ricci e de outros adventistas de
São Carlos, SP – deram os primeiros passos
para a criação da instituição.
Ruy conta que só foi conhecer o cristianismo,“como experiência pessoal, pela providência de Deus”,
já no fim de seu curso de Engenharia Mecânica-Eletricista na USP, em 1953.
Essas quatro décadas e meia de história da SCB se confundem com a trajetória e o pioneirismo de seu presidente-fundador,
Dr. Ruy Vieira. Ele não teve educação religiosa no lar
e estudou até o nível universitário sob a forte influência do agnosticismo
e mesmo do ateísmo.
O início das atividades da SCB ocorreu em abril de 1972, com
o lançamento dos 500 exemplares
do primeiro número da Folha Criacionista. Essa publicação, durante muitos anos, foi a viga-mestra das atividades da SCB.
Aos poucos, a SCB foi conquistando
a simpatia e o apoio de numerosas pessoas, que passaram a prestar
sua colaboração voluntária
para o desenvolvimento
das atividades da entidade.
No início da década de 1990, a sede da SCB foi transferida do interior paulista para Brasília, mudança que marcou uma fase de muitos avanços
da entidade. Além dos aprimoramentos na Revista Criacionista, começaram a ser publicados vários livros, produzidos vídeos e elaborados kits e cartazes didáticos. Nesse período, também, teve início uma série de palestras de divulgação do criacionismo em várias capitais brasileiras, seminários que foram intitulados “A Filosofia das Origens”.
Uma breve história do
A ideia de um centro cultural criacionista surgiu, inicialmente, devido à necessidade de organizar um espaço para abrigar o volumoso acervo bibliográfico (livros, periódicos, publicações avulsas, cartazes e painéis) formado ao longo de mais de 30 anos, bem como expor as coleções de rochas, minerais, gemas, fósseis, objetos e artefatos de interesse arqueológico, etnológico
e antropológico.
Assim, o centro cultural funciona como museu e biblioteca e possui infraestrutura de multimídia para a realização de palestras e cursos em um auditório, além de teleconferências e educação a distância.
“E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho eterno, para o proclamar aos que habitam sobre a terra, e a toda a nação, e tribo, e língua, e povo. Dizendo com grande voz: Temei a Deus, e dai-Lhe glória; porque é vinda a hora do Seu juízo. E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas.” Apocalipse 14:6, 7
A Associação Brasileira
de Pesquisa da Criação
foi fundada em julho
de 1979, na cidade de
Viçosa, pelo seu presidente
e fundador, Christiano P.
da Silva Neto, pós-graduado
em ciências pela University
of London. Atualmente
a ABPC está localizada
em Belo Horizonte.
Além disso, o Núcleo tem produzido materiais escritos que podem ser encontrados em seu site, e promovido eventos de grande porte com expoentes do criacionismo nacionais e internacionais. Ademais, tem participado de atividades científicas e culturais.
Em fevereiro de 2016, tiveram início as atividades
de ensino do NUMAR-SCB por meio do programa “Diálogo Sobre as Origens”, aberto à comunidade e que consiste em encontros semanais com palestras transmitidas ao vivo – em seu canal no YouTube –
de pesquisadores de diversas áreas do conhecimento.
1983
A Casa Publicadora Brasileira (CPB) é uma
das 60 editoras pertencentes à IASD e possui grande variedade de livros didáticos, os quais procuram conciliar as exigências do MEC
com a filosofia da educação adventista.
A CPB distribui anualmente 1,5 milhão de livros
para aproximadamente 160 mil estudantes.
Fundada em 1900, a editora está no
mercado didático há mais de 30 anos.
Oferece materiais que cobrem todos
os níveis de ensino: da Educação
Infantil ao Ensino Médio.
Desde 1900
O evento contou com a presença do presidente
da SCB, Dr. Ruy Vieira. A criação do primeiro Núcleo da SCB foi celebrada por meio
da assinatura do Termo de Intenções
entre as entidades
representadas pelos
respectivos diretores-
presidentes e
recebimento
de certificado.
2017
A coleção Este Mundo Maravilhoso atingiu a marca de um milhão de exemplares e foi adotada em escolas públicas. O teor criacionista dos livros
gerou polêmica e manifestações
contrárias em veículos de
grande circulação, como
a Folha de S. Paulo, que
publicou matéria criticando
a oposição ao evolucionismo.
Uma nova geração
Oficialização do Núcleo de Estudos das Origens (NEO) durante o III Encontro Nacional de Criacionistas, promovido pelo IAE (Unasp, SP),
em 1999. A primeira coordenadora do NEO
foi a Dra. Márcia Oliveira de Paula
Em outubro de 2015, um pequeno grupo de adventistas, sob a coordenação do químico Dr. Agrinaldo Jacinto
do Nascimento Junior, percebeu a necessidade de um ambiente em que pudessem dialogar sobre ciência, religião e criacionismo. Dois meses após essa primeira reunião, o Núcleo Maringaense da SCB (NUMAR-SCB) foi estabelecido oficialmente na cidade de Maringá, PR, durante a programação
do 1º Workshop do
NUMAR-SCB, realizado
na Câmara Municipal
da cidade.
Marsh criou o termo baramin, que ele traduzia como created kind (tipos criados). Segundo Marsh, essa nomenclatura tinha por objetivo solucionar a confusão causada pela palavra “espécie”.
Dentre as contribuições
mais popularizadas
e amplamente divulgadas de Marsh está o conceito de baraminologia,
que deriva de dois termos hebraicos: bara, “criar”,
e min, “tipos”.
www.criacionismo.com.br (2006)
2015: estreia do programa Origens, na TV Novo Tempo
“Após cinco anos de trabalho, permiti-me especular sobre o assunto e redigi algumas notas breves; desenvolvi estas notas em 1844 até as converter num esboço das conclusões, que então me pareciam prováveis.”
Charles Darwin,
A Origem das Espécies
“Com certeza, ele era de longe
mais bem educado, no verdadeiro sentido da palavra, do que 90%
dos PhDs e ThDs manipulados pela metodologia rotineira
das instituições escolares.”
Henry Morris
Mesmo assim, foi continuamente ridicularizado por seus críticos, pelo fato de (como Darwin) não
ter formação específica em sua principal área de estudos.
Muitos dos seus alunos continuaram a contribuir com a causa criacionista. Entre eles incluem-se Harold Clark, Frank Marsh, Ernest Booth, Clifford Burdick e outros.
Clark foi aluno de Price no curso de Geologia
no Pacific Union College, em 1920. Embora seu campo profissional fosse Biologia, ele escreveu dois importantes livros sobre geologia diluvialista: The New Diluvialism, publicado
em 1946, e Fossils, Flood and Fire, em 1968.
Frank Lewis Marsh (1899-1992), ao contrário de Price e Clark, obteve um PhD em Biologia na Universidade de Nebraska. Ele também lecionou em diversas escolas adventistas
e escreveu uma série de excelentes livros criacionistas, começando com
o Fundamental Biology,
publicado em 1941. Foi
o primeiro adventista
do sétimo dia a receber
o título de PhD em Biologia.
Um cientista evolucionista que aceitou avaliar o livro Evolution, Creation and Science (de Marsh), Theodosius Dobzhansky, disse:
“Este livro alcança aquilo que o comentarista acreditava (antes de lê-lo) ser impossível. Parecia-me que, em nosso
tempo, todo antievolucionista
era ignorante ou incapaz
de um raciocínio perfeito.”
No livro The Creationists, Ronald Numbers afirma que
o criacionismo espalhou-se rapidamente durante o século 20, desde seu humilde começo “nos escritos de Ellen White”. Mark Noll também afirma
que o criacionismo moderno emergiu dos esforços dos adventistas do sétimo dia.
Centro de estudos, produção e divulgação de materiais de interesse científico, teológico e filosófico relacionados com
a controvérsia criacionismo/evolucionismo.
Em 13 de dezembro de 2012, foi assinado um Protocolo de Intenções entre DSA, SCB, GRI Brasil, NEO e Museu de Geociências do Iaene
Junho de 2008: estabelecimento da sub-sede brasileira do Geoscience Research Institute, no Unasp, campus Engenheiro Coelho.
Nahor Neves de Souza Jr., diretor
www.evidenciasonline.org
Burdick foi o primeiro criacionista a realizar uma série de pesquisas e fazer uma reportagem sobre as famosas pegadas de homens e dinossauros no Rio Paluxy, no Texas.
Outro aluno de Price, Clifford Burdick (1945-1974), fez pós-graduação em Geologia
na Universidade de Wisconsin. Escreveu
muitos artigos importantes de pesquisa
com orientação criacionista,
incluindo, em 1945,
um artigo com uma das
primeiras críticas sérias
à datação radiométrica.
Mas rapidamente a geologia se tornou sua principal área de atuação, pois percebeu que essa era uma disciplina crítica para refutar a evolução
e restaurar a fé na Bíblia.
O professor Price foi quase que inteiramente autodidata. Ele se bacharelou na Faculdade de Loma Linda, em 1912, embora já estivesse lecionando nessa faculdade em disciplinas como latim, grego, química e física. No decorrer de sua carreira, ele lecionou várias disciplinas em diversas escolas adventistas.
Em 1957, os líderes da IASD sentiram a necessidade de uma organização em que se pudesse estudar assuntos relacionados à ciência. Foi então criado o Geoscience Research Institute (GRI), e Frank Marsh foi indicado para o cargo de diretor (até 1964).
Publicou uma sequência
de obras criacionistas, culminando em 1923
com The New Geology.
Para George Marsden,
o adventista George McCready Price é o “principal precursor”
da abordagem de uma
Terra jovem e de um dilúvio universal.
George McCready Price
1870-1963
Baraminologia
Neocatastrofismo
Zoneamento ecológico
“O escritor criacionista mais importante da primeira metade do século [...] foi um notável homem [...] chamado George McCready Price (1870-1963). [...] seu vasto conhecimento científico e bíblico, sua lógica cuidadosa e seu belo estilo
de escritor causaram-me
profunda impressão quando
comecei a estudar esse
interessante tema, no início
da década de 1940.”
Henry Morris, História
do Criacionismo Moderno (ICR)
Harold Willard Clark
Frank Lewis Marsh
Sobre a geologia do dilúvio, apologética geral
e até um comentário sobre o livro de Daniel.
Publicou um compêndio
escolar de 510 páginas sobre
ciências, mas seu mais ambicioso
projeto foi um compêndio escolar
sobre geologia, de 726 páginas,
publicado em 1923, com o título
The New Geology.
George McCready Price
Publicou inúmeros artigos em revistas cristãs
amplamente lidas, tais como Sunday School Times,
Moody Monthly e Princeton Theology Review,
além de ter alguns artigos
publicados em periódicos
de divulgação científica,
como Panamerica Geologist
e Scientific American, o que
certamente constituía
uma proeza para qualquer
escritor criacionista!
“O criacionismo não consiste na sobrevivência
de uma cosmovisão pré-científica; ao contrário, trata-se de um fenômeno moderno, ligado primariamente aos adventistas
e ao fundamentalismo cristão
norte-americano.”
Eduardo R. da Cruz (org.),
Teologia e Ciências Naturais,
p. 239 (Paulinas)
“A história do criacionismo no Brasil está fortemente vinculada à Igreja Adventista do Sétimo Dia.
A primeira obra brasileira que tratou do criacionismo foi publicada em 1919; seu autor,
Guilherme Stein Jr. (1871-1957),
foi o primeiro adventista
brasileiro [na verdade,
o primeiro adventista
batizado no Brasil].”
Teologia e Ciências
Naturais, p. 245
“Uma das denominações mais importantes
no desenvolvimento do criacionismo foi
(e ainda é) a Igreja Adventista do Sétimo Dia. [...] Enfatizando a leitura literal da Bíblia (base para sua afirmação de que o sábado seria o verdadeiro dia de repouso ordenado por Deus), Ellen White e outros fundadores afirmaram que o mundo teria sido criado em seis
dias literais.” Ibidem, p. 241, 242
michelson borges