2004

O negro no século XIX

ROMANTISMO

REALISMO

“(...) Sinhá Rita pegou de uma vara que estava ao pé da marquesa, e ameaçou-a:

- Lucrécia, olha a vara!

A pequena abaixou a cabeça, aparando o golpe, mas o golpe não veio. Era uma advertência; se à noitinha a tarefa não estivesse pronta, Lucrécia receberia o castigo do costume. Damião olhou para a pequena; era uma negrinha magricela, um frangalho de nada, com uma cicatriz na testa e uma queimadura na mão esquerda.”

NATURALISMO

SIMBOLISMO

PRÉ-MODERNISMO

“(...)Ora uma mulatinha filha de um carteiro! (...)

- Mamãe!Mamãe!

- Que é minha filha?

- Nós não somos nada nesta vida.”

O NEGRO HUMANO

O NEGRO REJEITO

A NEGRA DESILUSÃO

Na literatura brasileira, o negro vira o foco da terceira geração romântica: o Condoreirismo, no qual os escritores tentavam mostrar a importância da abolição da escravatura, e para isso, eles mostravam a humanidade presente nos negros, através dos sentimentos deles, como o sofrimento das condições em que eles viviam. No poema “O Navio Negreiro” de Castro Alves é possível perceber esse sofrimento.

Na fase naturalista da literatura, a escravidão é abolida e os negros, maIs uma vez, tornam-se o foco de estudo dos poetas. Por não conseguirem empregos, os negros passam a morar em cortiços, e isso resulta na obra mais famosa de Aluísio Azevedo, “O Cortiço”. O escritor mostra um pouco mais dos escravos em seu conto “O Mulato”.

O movimento pré-modernista caracteriza-se pela desilusão dos escritores em relação ao Brasil, uma vez que não acreditavam no progresso do país, muito menos nas melhorias sociais. Em sua obra “Clara dos Anjos”, Lima Barreto mostra a desigualdade social da sociedade brasileira.

“Manuel sacudiu os ombros e resmungou depois, em ar de confidência:

- Recusei-lhe a mão de minha filha, porque o senhor é... É filho de uma escrava...”

“Se o velho arqueja, se no chão resvala,  

Ouvem-se gritos... o chicote estala. 

E voam mais e mais...

Presa nos elos de uma só cadeia,  

A multidão faminta cambaleia, 

E chora e dança ali!”

O NEGRO OBJETO

A NEGRA DOR

O Simbolismo refletia as preocupações sociais que se tornaram explícitas quando aborda temas como a angústia e o pessimismo. Cruz e Souza, um dos poetas mais famosos desse movimento, era negro, filho de escravos alforriados, vítima de preconceito. Assim, ele usa o campo literário para mostrar o próprio sofrimento.

O Realismo foi um movimento literário que se preocupava em retratar a sociedade tal como ela é, de forma objetiva. Em muitos textos são retratados a relação dos escravos com seus senhores, que acreditam que a escravidão é completamente normal. Machado de Assis em seu conto “O Caso da Vara” também mostra as situações em que os negros viviam.

“Quando os sons dos violões nas cordas gemem, 

E vão dilacerando e deliciando, 

Rasgando as almas que nas sombras tremem.”

Nesse contexto, o violão era um instrumento musical marginalizado, assim, Cruz e Souza o utiliza para representar o negro.