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Fonte: ByAçores

Portugal nos Açores

O Papel Crescente da RAA na Política Externa Portuguesa e Relações transatlânticas

De que forma é que os Açores contribuem para a concretização da Política Externa Portuguesa?

Localização

Geoestratégica

Portugal,

NATO

e os Açores

Localização

Geoestratégica

Açores antes o 25 de Abril de 1974

  • O poder era altamente centralizado em Lisboa, com o governo central a deter a autoridade final sobre as decisões que afetavam os Açores, pelo que não tinham autonomomia política.

  • Cada distrito açoriano tinha um governador civil nomeado pelo governo central em Lisboa e representante do mesmo e este tinha autoridade administrativa e política.

  • Existiam também as Juntas Gerais que discutiam questões relevantes para a região, tais como orçamentos, políticas locais e assuntos administrativos, ainda que não tivessem poderes executivos.

  • A maioria das autoridades e funcionários públicos nos Açores eram nomeados pelo governo central em Lisboa - o que resultava numa falta de representatividade e controlo sobre os assuntos da região.

25 de Abril

Açores após o 25 de Abril de 1974

  • Em 1975, a maioria das ilhas não tinha estruturas portuárias adequadas para navios de médio porte, exceto as ilhas de São Miguel e do Faial; e a ilha de Santa Maria continuava a ser a principal porta de entrada, no respeita ao transporte aéreo.

  • A rede de estradas era precária e a rede elétrica e a distribuição domiciliária de água não cobria as áreas rurais mais distantes.

  • Só o ensino primário era garantido em todas as ilhas e só a ilha da Terceira é que dispunha de um hospital razoavelmente bem equipado.

  • Nesse contexto, coube aos novos órgãos de governo próprio iniciarem a construção de infraestruturas, priorizando portos e aeroportos, com colaboração inicial das forças militares;

  • O esforço financeiro necessário foi em parte coberto pelas receitas geradas pelas contrapartidas norte-americanas (e em muito menor escala, francesas) resultantes da existência das bases militares estrangeiras, e por endividamento direto, já que as receitas fiscais eram diminutas.

Açores após o 25 de Abril de 1974

  • Em 1976, dá-se a aprovação do Estatuto Político-Administrativo, concretizando-se a autonomia política - pelo que surgem 2 órgãos como principais: a Assembleia Legislativa Regional (atual ALRAA) e o Governo Regional.

  • A Assembleia Legislativa Regional é o órgão representativo e legislativo da Região, competindo-lhe ainda a fiscalização da ação governativa.
  • O Governo Regional é o órgão executivo da Região, competindo-lhe ainda aprovar os decretos regulamentares regionais que forem necessários.

  • Com a tomada de posse do Governo Regional dos Açores, iniciou-se um processo de rápida e profunda transformação da sociedade açoriana - marcado pela criação da unidade açoriana, superando quase um século e meio de divisão distrital e a típica rivalidade entre ilhas, e pela criação de infraestruturas mínimas necessárias ao desenvolvimento da região.

  • As primeiras grandes tarefas do novo poder açoriano foram a criação dos órgãos e serviços, assumindo os serviços do Estado português existentes e os das extintas Juntas Gerais, bem como o investimento em infraestruturas e estruturas de comunicações inter-ilhas e com o exterior.

Açores após o 25 de Abril de 1974

  • Em 1985, dá-se a assinatura da Ata Final da adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia e sabe-se que nos Açores, a opção pela integração europeia não gerou a discussão que seria de esperar.

  • Apesar do estatuto de ultraperiferia que viria mais tarde a ser conquistado, com reconhecimento específico no Tratado de Maastricht e no projeto de Constituição Europeia, não foram solicitadas especiais derrogações nem foi equacionada seriamente a opção de permanecer fora do núcleo europeu, como fizeram as Ilhas Faroé e a Gronelândia, por exemplo.

  • Neste contexto, a partir de 1986, os fundos comunitários, provenientes da então Comunidade Económica Europeia, substituíram as receitas das bases, já que a francesa nas Flores estava em redução e os norte-americanos deixavam de pagar contrapartidas.

Açores após o 25 de Abril de 1974

  • Atualmente, neste arquipélago português, a gestão dos assuntos locais segue um modelo

político-administrativo próprio, conferindo à região uma considerável autonomia em várias esferas

governativas e atribuindo poderes legislativos, executivos e administrativos abrangentes em áreas vitais como a educação, a saúde, a cultura, o ambiente e o ordenamento do território.

  • Mantém-se, contudo, uma estreita colaboração entre os governos regional e nacional, garantindo uma abordagem coordenada e eficaz na governação do arquipélago.

Localização Estratégica dos Açores

Desde a data da sua descoberta, em 1427, que os Açores têm constituído uma importante plataforma ocêanica para fins de natureza diversa, como militares, políticos, económicos, científicos e sociais - devido à sua centralidade atlântica, que lhes confere uma posição privilegiada, tanto no apoio às comunicações, como no controlo do vasto e importante espaço estratégico e económico que é a ZEE

Fonte: Geo Geral

Fonte: Luís Escorrega (Revista Militar)

Domínio da Segurança e Desefa

  • Desde cedo que, com o advento da aviação, os Açores tiveram uma grande importância como ponto de apoio;

  • As primeiras travessias aéreas do Atlântico escalaram os Açores, pelo que o arquipélago assumiu um grande papel nas ligações entre a Europa e a América por hidroavião (os “clippers”) no período pré-2ª Guerra.

Segurança e defesa

  • Base norte-americana de Santa Maria

  • Base Francesa das Flores

  • Base norte-americana em São Miguel - "Naval Base 13"

  • Base das Lajes na Terceira - "Base nº4 da FAP"

Base das Lajes na Terceira

Base nº4 da FAP

Assumiu vários papéis importantes, designadamente:

  • Como base para bombardeiros de alcance médio, funcionando também como escala técnica para aviões de transporte;

  • Como “Uncle Sam’s Biggest Gas Station” durante a Guerra Fria;

  • Como parte da rede de vigilância ao movimento de submarinos soviéticos no Atlântico Norte;

  • Como ponte aérea norte-americana durante a Guerra de Yom Kippur.

“Pode afirmar-se que, sem a base das Lajes, tudo nos Açores seria diferente e o relacionamento bilateral dos EUA com Portugal provavelmente nunca teria sequer existido como existiu.”

Álvaro Monjardino

Fonte: Lusa

Base das Lajes na Terceira

Base nº4 da FAP

Missão atual:

Garantir a prontidão das unidades aéreas e o apoio logístico-administrativa de unidades e órgãos nelas sediados mas dependentes de outros comandos, bem como a segurança interna e a defesa imediata

Fonte: Força Aérea Portuguesa

Fonte: NRV

Domínio dos Portos e da Comunicação

A sua localização dos Açores na zona central do Atlântico Norte fez com que estas ilhas constituíssem durante séculos uma autêntica encruzilhada nas rotas transatlânticas.

A grande importância dos Açores traduziu-se, e continua a traduzir-se, em vários aspetos, designadamente...:

Portos e comunicação

- Ponto de escala e reabastecimento e Ponto de abrigo em caso de tempestade e emergência;

- Posto de vigilância e resposta a crise.

- Hub logístico e de transporte

- Turismo Náutico e Cruzeiros

- Pesquisa e Exploração Marinha

Neste sentido, destacam-se, particularmente, a baía de Ponta Delgada e da Horta.

Domínio dos Portos e da Comunicação

A sua localização dos Açores na zona central do Atlântico Norte fez com que estas ilhas constituíssem um ponto estratégico na instalação

de cabos submarinos.

Estes são essenciais para a infraestrutura de comunicação global e permitem a transmissão de dados e voz entre continentes e regiões distantes

F

Fonte: Rádio Atlântida

Fonte: RTP Açores

Portugal na NATO

  • Portugal entrou na NATO em 1949, como membro fundador, motivado por razões políticas, estratégicas e de segurança;

  • Proporcionou a Portugal uma aliança de defesa coletiva com outros países ocidentais;
  • Portugal obteu proteção contra potenciais ameaças externas, especialmente num contexto pós-Segunda Guerra Mundial;

Marcado pela instabilidade política na Europa e pelos receios de uma expansão do comunismo

Modernização das Forças Armadas portuguesas

  • Modernização das Forças Armadas portuguesas;

  • Alinhamento com padrões militares da NATO;

  • Investimentos em equipamentos militares e treinamento.

Forças Armadas

Importância estratégica dos Açores

  • Importância estratégica dos Açores pré-NATO;

  • Os Açores tornaram-se cruciais na política de defesa da NATO;

  • Localização geográfica no Atlântico;

  • Base das Lajes: posição estratégica para monitoramento e projeção de poder.

Localização

Importância estratégica dos Açores

  • Localização estratégica dos Açores influenciou adesão de Portugal à NATO;

  • Presença militar dos EUA

Símbolo de compromisso com segurança euro-atlântica

Impacto na política externa portuguesa

  • Impacto da entrada de Portugal na NATO na política externa portuguesa;

  • Esta integração afetou a segurança e defesa regional;

Política Externa

Uma vez que

As bases militares dos EUA nos Açores tornaram-se cruciais para operações da NATO

Randi Charno Levine

  • Importância estratégica dos Açores enfatizada pela embaixadora dos EUA em Portugal, Randi Charno Levine;

  • Os Açores, especialmente a ilha Terceira, têm importância estratégica para a segurança;

  • Comunidade açoriana nos EUA é um ativo extraordinário e respeitada;

  • A comunidade açoriana assegura a ligação entre a América e Portugal.

Desenvolvimento Económico e Social

Cooperação

Cooperação

Fonte: SIC NOTÍCIAS

Desenvolvimento Económico e Social

  • O governo português desempenha um papel crucial no crescimento económico dos Açores, através de várias políticas e investimentos;

  • O Programa Operacional dos Açores (PROA) é uma ferramenta essencial para direcionar fundos da União Europeia para projetos de desenvolvimento regional na região;

  • Os setores fundamentais da economia açoriana têm recebido apoio do governo central;

  • No turismo, têm sido realizados investimentos em infraestruturas e campanhas de marketing para promover os Açores como destino turístico;

  • Na indústria, incentivos fiscais e apoio à inovação têm impulsionado o crescimento e a competitividade das empresas açorianas.

Fonte: SIC NOTÍCIAS

Desenvolvimento Económico e Social

  • Relações comerciais Portugal-Estados Unidos são cruciais para a economia portuguesa;

  • Portugal mantém laços comerciais significativos com os EUA em diversos setores;

  • Acordos comerciais bilaterais e multilaterais facilitam estas relações e promovem o comércio transatlântico;

  • Portugal participa em vários acordos comerciais que afetam o comércio transatlântico;

  • Estes incluem acordos na União Europeia, como o Acordo de Associação Transatlântica para o Comércio e Investimento (TTIP);

  • Estratégias de promoção comercial são adotadas por Portugal para fortalecer os seus laços comerciais com parceiros transatlânticos.

Fonte: SIC NOTÍCIAS

Relações Externas e Cooperação Internacional

Relações Externas e Cooperação Internacional

  • Os Açores desempenham um papel essencial nas relações externas de Portugal, conectando estrategicamente a Europa às Américas;

  • Participam ativamente em programas de cooperação da UE para o desenvolvimento económico, social e ambiental das ilhas;

  • Estabelecem parcerias internacionais para enfrentar desafios globais, como as alterações climáticas e a conservação marinha;

  • Mantêm relações diplomáticas com vários países, especialmente na CPLP, promovendo a cooperação em educação, cultura e desenvolvimento económico;

  • Ativos nas instituições da UE, defendem os interesses açorianos;

  • Promovem o intercâmbio cultural, educacional e comercial com outras nações, destacando a rica herança cultural e as paisagens naturais dos Açores para atrair o turismo internacional.

Fonte: Governo dos Açores: Protocolo com municípios dos Açores sobre próximo quadro comunitário de apoio

Cooperação Transatlântica

Cooperação Transatlântica

  • Ciência e Tecnologia: O intercâmbio de pesquisadores e a participação em programas de financiamento fortalecem os laços entre os Açores e instituições científicas dos EUA e Canadá;

  • Cultura: Projetos de intercâmbio cultural fortalecem os laços entre os povos dos Açores e das Américas, enriquecendo o panorama cultural açoriano e promovendo a sua projeção internacional;

  • Cooperação Empresarial: Parcerias comerciais, investimentos estrangeiros e participação em feiras internacionais impulsionam o desenvolvimento económico e a criação de emprego nos Açores, facilitando o acesso a novos mercados e oportunidades de negócio.

Fonte: Flickr

Participação Institucional

Participação Institucional

Descrição dos mecanismos de participação dos Açores nas instituições da UE:

  • Os Açores têm representação no Comité das Regiões, uma assembleia consultiva que reúne representantes regionais e locais de todos os Estados-Membros da UE;
  • Os Açores podem expressar as suas preocupações, interesses e necessidades perante as instituições europeias, influenciando as políticas e programas que afetam a região.

Papel das instituições europeias:

  • As instituições europeias colaboram com o governo central português na formulação e implementação da política externa nos Açores;
  • A participação ativa de Portugal, incluindo os Açores permite a definição das posições europeias em questões de política externa, contribuindo para a defesa dos interesses regionais dentro do contexto europeu.

Fonte: OR: Conference of Presidents

O futuro da Cooperação nos Açores

Futuro da Cooperação nos Açores

Enfrenta desafios e oportunidades devido às mudanças geopolíticas e aos interesses estratégicos emergentes.

Requer adaptação às novas dinâmicas geopolíticas, uma diplomacia proativa e uma abordagem estratégica para enfrentar desafios regionais e globais.

Oportunidades para os Açores:

  • Expansão da presença e influência internacional, especialmente no contexto da União Europeia e das relações transatlânticas;
  • Como região ultraperiférica da UE, têm acesso a fundos e programas europeus que promovem o seu desenvolvimento.

Colaboração com o governo central português:

  • Essencial para promover os interesses regionais dentro do quadro nacional e internacional;
  • Estratégias de cooperação podem incluir participação em negociações internacionais e parcerias entre entidades regionais e nacionais.

Papel como ponte entre diferentes regiões e continentes:

  • Facilita as relações diplomáticas e comerciais;
  • A sua localização estratégica no meio do Atlântico pode fortalecer o intercâmbio cultural, científico e económico entre diferentes parceiros.

Fonte: Portuguese American Journal

Assembleia das Regiões da Europa (ARE):

Congresso dos Poderes Locais e Regionais da Europa (CPLRE):

Organização das Regiões Unidas (ORU Fogar):

Fonte: ORU Fogar

Fonte: Conselho da Europa

Fonte: ARE

  • Rede de regiões europeias que promove a cooperação inter-regional e representa os interesses regionais na Europa;

  • Os Açores podem colaborar com outras regiões europeias em áreas de interesse comum, como desenvolvimento económico, proteção ambiental e inovação.
  • Organização global que promove a voz e a presença das regiões no cenário internacional;

  • Os Açores podem colaborar com regiões de todo o mundo em questões de interesse comum, como desenvolvimento sustentável e governança regional
  • Instituição do Conselho da Europa que promove a democracia local e regional, os direitos humanos e o Estado de direito;

  • Permite aos Açores participar no diálogo europeu sobre governança local e regional e contribuir para a formulação de normas e políticas nesta área.

ZEE

Zona Económica Exclusiva (ZEE) Portuguesa: Tem uma dimensão de cerca de 1.715.000 km2,

sendo uma das maiores ZEE do mundo.

  • É composta por 3 subáreas distintas: a continental, a da Madeira e a dos Açores.
  • Subárea dos Açores: Representa cerca de 57% da ZEE nacional e compõe aproximadamente 30% da ZEE da União Europeia, ainda que o arquipélago apenas tenha uma área emersa de cerca de 2344 km2.

ZEE

Recursos

Recursos marinhos na extensão da plataforma continental

Recursos não vivos

Recursos Vivos

  • Recursos do fundo marinho = possível alternativa à exploração em terra, à medida que a tecnologia progride;
  • A grande variedade de habitats existentes oferece uma elevada diversidade de recursos genéticos passiveis de serem aproveitados no campo da biotecnologia azul
  • Exploração de recursos minerais e energéticos dos fundos marinhos torna-se mais exequível e viável;
  • Potencializa a oportunidade do arquipélago em utilizar estes organismos marinhos ou seu ADN para desenvolvimento de produtos como medicamentos, cosméticos e aplicações industriais;
  • A pesquisa tem sido focada nas fontes hidrotermais e nos organismos vivos que nelas habitam.
  • ZEEA como área de solo e subsolo marinho ativo para prospeção e exploração de recursos por parte de Portugal.

No entanto, associado extração de recursos do subsolo, há sempre um risco de um impacto ambiental grave que pode destruir ecossistemas inteiros e até causar a poluição das águas.

Pescas

  • A pesca é condicionada pela natureza irregular do fundo marinho que dificulta a utilização de artes piscatórias.

  • A ZEEA é enorme, mas apenas uma pequena porção corresponde a águas até 400m de profundidade - a camada onde é feita a maior parte da atividade piscatória, essencialmente feita nas encostas das ilhas e nos montes submarinos até 600m de profundidade.

  • Estes representam cerca de 1% da área total da ZEEA a ser utilizada nesta indústria, devido à falta de uma plataforma continental que é por excelência o local mais benéfico para a atividade piscatória - uma vez que assim as profundidades se estendem entre os 1500m a 3000m de profundidade.

  • No entanto, a pesca tem de estar sempre sujeita a políticas de vigilância e a leis de proteção e preservação ambiental para que os recursos marinhos sejam preservados - não arriscando a destruição da biodiversidade marinha.

Pescas

Biodiversidade

  • Portal da Biodiversidade dos Açores (PBA): Infraestrutura digital que colabora na informação e investigação da biodiversidade marinha e terrestre das ilhas e que se dedica à organização, mobilização, preservação e disseminação de dados em colaboração com administração pública local, academia e sociedade civil

  • Contém uma base de dados de aproximadamente 11.500 espécies (68% terrestres e 32% marinhas) de todo o arquipélago.

  • Os Açores são alvo de especial interesse por ser o habitat de 573 espécies e subespécies endémicas que só podem ser encontradas no arquipélago.

Energia

Fontes de energia renováveis

Energia

  • Em 2019, as fontes de energia renovável endógenas dos Açores representaram cerca de 37% do total de eletricidade produzida no arquipélago, com especial destaque para a fonte de energia geotérmica a assumir um lugar predominante de 24% seguida da energia eólica com 9% e da energia hídrica com 4%.

  • Todas estas iniciativas foram formuladas para dotar a região de capacidades energéticas através da análise das suas debilidades derivadas da condição insular e periférica, enquanto são exploradas as potencialidades dos seus recursos naturais endógenos coligadas com as novas tecnologias presentes e disponíveis para alcançar um equilíbrio entre a procura e oferta energética das ilhas.

  • Apesar do forte investimento em fontes renováveis alternativas para a produção de energia elétrica, os Açores continuam fortemente dependentes da energia geotérmica, sendo que em 2016 esta fonte consistia em cerca de 67% da energia elétrica limpa produzida e apenas 33% derivava de fontes renováveis.

Estratégia Açoriana para a energia 2030

  • A energia é essencial para desenvolvimento económico e bem-estar da população;

  • Transversalidade da energia confere grande relevância em preocupações atuais como alterações climáticas, globalização e justiça social;

  • A Resolução do Conselho do Governo n.º 92/2018 determinou elaboração da

"Estratégia Açoriana para a Energia 2030";

  • Documento catalisador de mudança de paradigma para o setor energético açoriano;

  • Objetivo: Assegurar resposta unânime e a longo prazo para o futuro energético.

alargamento, ou extensão, da plataforma continental

  • A equipa da Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental (EMEPC) fez a primeira apresentação do projeto à Comissão de Limites da Plataforma Continental nas Nações Unidas em 2009.

  • Ao abrigo da Convenção das Nações Unidas sobre o Mar (ou Lei do Mar da ONU), os países costeiros têm a oportunidade de alargar pacificamente o seu território no mar. Neste caso, trata-se de aumentar a jurisdição sobre o solo e o subsolo marinhos a partir das 200 milhas marítimas.

  • Embora a proposta para alargar a plataforma continental portuguesa tenha sido entregue há varios anos, a EMEPC continuou a fazer campanhas oceanográficas ligadas ao projeto. Nessas campanhas, recolheu mais informação científica que pudesse reforçar a proposta de extensão da plataforma.

alargamento, ou extensão, da plataforma continental

Nos mapas resultantes dos trabalhos de extensão da plataforma portuguesa vemos os 92.000 quilómetros quadrados de território emerso, bem como os 1,6 milhões de quilómetros quadrados da ZEE. Em redor destes três conjuntos de terra – e para lá da ZEE –, o país começou por querer juntar mais 2,15 milhões de quilómetros quadrados - Portugal esperava vir a ter jurisdição sobre um espaço marítimo total que ultrapassaria os 3,8 milhões de quilómetros quadrados, o que seria mais de 41 vezes a área do território emerso.

Portugal nos Açores

O Papel Crescente da RAA na Política Externa Portuguesa e Relações transatlânticas

De que forma é que os Açores contribuem para a concretização da Política Externa Portuguesa?

O território, a população, o governo, a economia e a política cultural são todos pontos que constituem a base do poder e da capacidade geopolítica de qualquer Estado – e no caso de Portugal, há uma grande parte dele «plantada» no centro do Atlântico Norte, onde o dimensão geopolítica açoriana releva da sua importância funcional.

Neste sentido, sabe-se que, atualmente:

• A geocentralidade açoriana se tem revelado de grande interesse para importantes atores, como os EUA ou a UE – não só ao nível da segurança, como dos recursos.

• Têm-se verificado importantes avanços e o aparecimento de programas de cooperação em determinadas áreas, em que os Açores permitem um conhecimento aprofundado e facilitações.

Portugal nos Açores

O Papel Crescente da RAA na Política Externa Portuguesa e Relações transatlânticas

Oportunidades

Pesquisa e investigação

  • Pista tecnológica no Faial
  • Estratégia para o Espaço

Diplomacia Pública

  • Diáspora açoriana
  • Turismo e Promoção da Região

Exploração de recursos

  • Mares profundos

Desafios

  • Vulnerabilidade ambiental;
  • Governança e autonomia;
  • Falta de aceitação do projeto de alargamento da plataforma continental dos Açores.

Portugal nos Açores

O Papel Crescente da RAA na Política Externa Portuguesa e Relações transatlânticas

Ainda assim e concluindo, os Açores desempenham um papel vital na política externa portuguesa, principalmente nos pilares do eixo-atlântico e das comunidades portuguesas, oferecendo oportunidades únicas para a expansão económica, científica e estratégica do país.

E ao continuar a investir nesta região e abordar os desafios existentes, Portugal pode consolidar ainda mais a sua posição como um ator de destaque no panorama internacional, já que os Açores têm desempenhado um papel central nessa estratégia, ao permitirem…:

Um aumento do poder negocial português,

permitindo o acesso a lugares de destaque na discussão e processo de decisão internacional,

e consequentemente uma maior relevância política.

Um aumento do prestígio e influência que Portugal pode retirar das responsabilidades assumidas internacionalmente.

A promoção de relações bilaterais e multilaterais.

A reavaliação da importância de Portugal em vários domínios, como a investigação

Portugal nos Açores

O Papel Crescente da RAA na Política Externa Portuguesa e Relações transatlânticas

Oportunidades

Pesquisa e investigação

  • Pista tecnológica no Faial
  • Estratégia para o Espaço

Diplomacia Pública

- Diáspora açoriana

- Turismo e Promoção da Região

Exploração de recursos

  • Mares profundos

Desafios

  • Vulnerabilidade ambiental;
  • Governança e autonomia;
  • Falta de aceitação do projeto de alargamento da plataforma continental dos Açores.

Referências

Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores. (2018). Relatório sobre o Estado da Região Autónoma dos Açores 2017. Disponível em http://www.alra.pt/actividade/estado-da-regiao/

Comissão Europeia. (2021). Política de Coesão. Disponível em https://ec.europa.eu/regional_policy/pt/policy/what/cohesion/

Conselho da União Europeia. (2020). Regiões Ultraperiféricas. Disponível em https://www.consilium.europa.eu/pt/policies/outermost-regions/

Direção Regional do Ambiente. (2019). Estratégia para a Biodiversidade dos Açores. Disponível em http://www.azores.gov.pt/Portal/pt/entidades/sramdra/textoImagem/Estratégia+para+a+Biodiversidade+dos+Açores.htm

Escorrega, L. C. F. (2010). Da Importância Geopolítica E Geoestratégica Dos Açores No Actual Contexto Estratégico. Revista Militar (2497/2498), 203-239. Disponível em: https://www.revistamilitar.pt/artigo/557

Fontes, P. V. (2022). Os Açores no sistema das relações internacionais: entre autonomia e integração europeia. Oasis, (37), 93-114. Disponível em: https://www.redalyc.org/journal/531/53174940006/html/

Governo da República Portuguesa. (2021). Política Externa Portuguesa. Disponível em https://www.portaldiplomatico.mne.gov.pt/politica-externa

Governo dos Açores. (2020). Programa Regional de Ordenamento do Território dos Açores. Disponível em http://www.azores.gov.pt/Portal/pt/entidades/sreat-drapa/textoImagem/Programa+Regional+de+Ordenamento+do+Território+dos+Açores.htm

Grave, J. (2018). O Realce Geoestratégico dos Açores e o Desempenho de Portugal. Revista Militar (2602/2603), 863-888. Disponível em: https://www.revistamilitar.pt/artigo/1348

Ministério dos Negócios Estrangeiros. (2021). Política Externa Portuguesa. Disponível em https://www.portaldiplomatico.mne.gov.pt/politica-externa/portugal-na-uniao-europeia-e-na-arena-global/uniao-europeia

Rocha, M. E. (2022). O vector açoriano na Política Externa Portuguesa. Revista Portuguesa De Ciência Política, (18), 53–67. Disponível em: https://www.rpcp.pt/index.php/rpcp/article/view/152

Trabalho elaborado com base em entrevistas realizadas ao Sr. Presidente da Câmara Municipal da Horta, Carlos Ferreira,

e ao Sr. Presidente da Assembleia Legislativa da RAA, Luís Garcia.